O EFEITO DO TREINAMENTO RESISTIDO NA PRESSÃO ARTERIAL DE IDOSOS: UM ESTUDO DE REVISÃO

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1 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS E FORMAÇÃO INTEGRADA ESPECIALIZAÇÃO EM MUSCULAÇÃO E PERSONAL TRAINER NÉLIO ALISSON DE OLIVEIRA O EFEITO DO TREINAMENTO RESISTIDO NA PRESSÃO ARTERIAL DE IDOSOS: UM ESTUDO DE REVISÃO Goiânia 2013

2 2 NÉLIO ALISSON DE OLIVEIRA O EFEITO DO TREINAMENTO RESISTIDO NA PRESSÃO ARTERIAL DE IDOSOS: UM ESTUDO DE REVISÃO Artigo apresentado ao curso de Especialização em Musculação e PersonalTrainer do Centro de Estudos Avançados e Formação Integrada, chancelado pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Orientador: Prof. Dra. Fernanda G da Silva A Nora Goiânia 2013

3 3 INVESTIGAR QUAL O EFEITO DO TREINAMENTO RESISTIDO NA PRESSÃO ARTERIAL DE IDOSOS INVESTIGATE WHAT IS THE EFFECT OF STRENGTH TRAINING ON BLOOD PRESSURE OF ELDERLY Nélio Alisson de Oliveira Profissional de Educação Física neliooliveira_personal@hotmail.com Fernanda Grazielle da Silva Azevedo Nora Professora de Educação Física, Doutora em Fisioterapia pela UFSCar Professora Ajunto I da Faculdade de Educação Física da UFG fgnora@gmail.com RESUMO Introdução: A prática de exercício físico em idosos é de extrema importância. E com o treinamento resistido se contempla ganhos de força que, para os idosos, significa uma melhora em sua qualidade de vida. Porém, se torna necessária cautela quando esse idoso é hipertenso. Objetivo: Investigar, através de uma revisão de literatura, qual o efeito do treinamento resistido em idosos hipertensos. Método: Através de uma revisão de literatura, doze artigos foram analisados nos anos de 2003 a Resultados: Foram obtidos resultados consideráveis de que o exercício resistido promovia alterações na pressão arterial (PA) no pós-treino dos idosos, havendo diferenças quanto ao tempo em que se existia essa alteração. Fica claro que também aconteceu de não ter alterações significativas, ora na pressão arterial sistólica (PAS) ora na pressão arterial diastólica (PAD). Porém, de um modo geral o exercício possibilitou uma melhora, mesmo que pequena, na pressão arterial (PA) dos idosos. Considerações finais: Tem que se atentar ao fato de que o exercício para idosos é extremamente importância para o ganho de força, e melhora da qualidade de vida. Ao analisar os artigos, se nota que para idosos hipertensos, o uso de exercícios de leve a

4 4 moderado em conjunto com o exercício aeróbio é a melhor escolha promovendo assim resultados satisfatórios. Palavras-chave:.Idoso, hipertensão arterial, treinamento, treinamento resistido ABSTRACT Introduction : The practice of physical exercise in the elderly is of utmost importance. And with resistance training strength gains is contemplated that for the elderly, means an improvement in their quality of life. But it becomes necessary to use caution when this is hypertensive elderly. Objective: To investigate, through a literature review, which the effect of resistance training in elderly hypertensive patients. Method : Through a literature review, twelve articles were analyzed from 2003 to Results: significant results that resistance exercise promoted changes in blood pressure (BP ) in the elderly post-workout, with differences in the time that if there was such a change were obtained. It is clear that also happened to have no significant changes, either in systolic blood pressure (SBP ) prays in diastolic blood pressure (DBP ). However, in general the exercise enabled an improvement, however smal, in blood pressure (BP ) of the elderly. Final Thoughts : So we have to pay attention to the fact that the exercise for the elderly and of utmost importance to gain strength and improve quality of life. And when analyzing the articles, seen that for elderly hypertensive patients, the use of light to moderate exercise in conjunction with aerobic exercise is the best choice thus promoting satisfactory results. Keywords: Elderly, hypertension, traning, resistance training

5 5 INTRODUÇÃO A prática de exercício físico em idosos é de extrema importância. E com o treinamento resistido se contempla ganhos de força que, para os idosos, significa uma melhora em sua qualidade de vida. Porém, se torna necessário que se tenha cautela quando esse idoso é hipertenso. Alguns estudos sugerem que a prática de exercício deve ser feita de leve a moderada, tomando-se assim os cuidados necessários quanto à prática do exercício. Além dos exercícios resistidos, existe o exercício aeróbio que na literatura já se tem uma grande biblioteca de informações mostrando sua eficaz. Em contrapartida, o exercício resistido carece de um maior estudo feito em relação a esse tema. Na literatura ainda não se tem um consenso do que seria o treinamento ideal. O objetivo deste estudo foi verificar na literatura, como que o treinamento resistido está atuando no idoso hipertenso. Assim, este artigo veio para contribuir com conhecimento em relação a como se portar quando se deparar com o idoso hipertenso. No presente estudo, é proposta uma revisão de literatura diante desse tema, com base em monografias, dissertações, teses e artigos encontrados em alguns sites como: Google acadêmico, SciELO, todos sendo na língua portuguesa ou espanhola. Utilizando as seguintes palavras chaves: Idoso, hipertensão arterial, treinamento e treinamento resistido. Por conseguinte serão discutidos os seguintes tópicos: Treinamento de força e idoso, e relação entre treinamento de força e hipertensão arterial. TREINAMENTO DE FORÇA E IDOSO Sabe se que com o envelhecimento vem também uma série de fatores que podem influenciar diretamente na qualidade de vida do idoso. Nessa etapa da vida, há uma redução da massa, a força e a potência muscular o que faz com que diminua a capacidade de execução das atividades corriqueiras da vida. Atividade física se refere a qualquer movimento corporal produzido pela contração dos músculos esqueléticos e que resulta em um aumento substancial em relação ao dispêndio de energia em repouso. Logo é importante que se trabalhe com os idosos exercícios, com o intuito de melhorar essas capacidades que serão enfraquecidas por conta da idade.

6 6 Nery 1 aponta que o treinamento resistido é a denominação que vem sendo utilizado na área médica, o que na educação física é chamado de exercício de força, exercício localizado, exercício com pesos ou de musculação, e se caracterizam por exercícios nos quais ocorrem contrações voluntárias da musculatura esquelética de um determinado segmento corporal contra alguma resistência externa, ou seja, contra uma força que opõe ao movimento, sendo que essa oposição pode ser oferecida pela própria massa corporal, por pesos livres ou por outros equipamentos, como aparelhos de musculação, elásticos, ou resistência manual. RELAÇAO ENTRE TREINAMENTO DE FORÇA E HIPERTENSAO ARTERIAL Define-se a hipertensão arterial sistêmica (HAS) como níveis mantidos de pressão arterial sistólica (PAS) maior ou igual a 140 mmhg e/ou pressão arterial diastólica (PAD) maior ou igual a 90 mmhg, ou a necessidade de utilização de medicação anti-hipertensiva. Sendo assim a medida de pressão arterial é comprovadamente o elemento chave para estabelecer o diagnóstico da HAS e a classificação da pressão arterial obedece aos seguintes critérios: PAS menor ou igual a 139 mmhg, são classificados com pressão normal. Acima desses valores, considera-se HAS, como os seguintes estágios : estágio I (leve ou limítrofe), PAS entre 140 a 159 mmhg e/ou PAD entre 90 e 99 mmhg; estágio II ( moderado ), PAS entre 160 e 179 mmhg e/ou PAD entre 100 e 109 mmhg e estágio III (severo ), PAS maior ou igual a 180 mmhg e ou PAD maior ou igual a 110 mmhg. Em um estudo feito por Terra et al 2, continha idosas voluntarias superior a 60 anos no qual o objetivo do estudo era verificar os efeitos do TR progressivo sobre a pressão arterial de repouso (PA), a frequência cardíaca (FC) e o duplo-produto (DP). Foi verificado que o treinamento resistido (TR) reduziu a pressão arterial sistólica (PAS), pressão arterial média (PAM) e o duplo-produto (DP) de repouso de idosas hipertensas, controladas com medicação anti-hipertensiva. Em um outro estudo feito Cunha et al 3 aponta que os resultados apresentados demonstraram que, após oito semanas de treinamento resistido com resistência moderada, ocorreram reações significativas na pressão arterial diastólica (PAD) e pressão arterial média (PAM) de repouso, assim como o mesmo período de treinamento com baixa intensidade ocasionou redução significativa na PAM de repouso de idosas

7 7 hipertensas controladas. Ainda foi observado que tanto o exercício resistido moderado como o leve ocasionaram reduções importantes na pressão arterial(pa) de idosas hipertensas controladas. Em outro estudo feito por Moraes et al 4 o programa de treinamento físico constou de um período de 12 semanas, com duas sessões semanais. Dos 44 participantes iniciais, 36 terminaram o programa. Os indivíduos foram divididos em duas turmas para melhor controle da execução de movimentos dos voluntários por parte dos treinadores. As sessões tinham60 minutos composta por um período de aquecimento, seguido de alongamento e composta por 20 minutos de caminhada e o restante dedicado a dança e intercalando-se exercícios de força com halter.ao final do Treinamento físico, 32 pacientes apresentaram cerca de 6mmHg de redução da PAS e 23 apresentaram cerca de 2mmHg de redução da PAD. É claro que não foi um treinamento exclusivo com peso, porém nota-se que ouve reduções tanto na PAS quanto na PAD. É importante citar também, este estudo feito por Patrícia Brum et al 5,que o treinamento aeróbio é uma ótima indicação para idosos hipertensos, onde este tipo de treinamento provoca importantes alterações autonômicas e hemodinâmicas, que vão influenciar o sistema cardiovascular. Como exemplos tem a braquicárdia de repouso, a diminuição da atividade nervosa simpática renal e da atividade simpática muscular, assim como o menor débito cardíaco em ratos espontaneamente hipertensos. Curiosamente, indivíduos de etnia negra apresentam reduções na pressão arterial sistólica significativamente maiores (-11 mmhg), enquanto indivíduos de etnia asiática apresentam reduções na pressão arterial diastólica significativamente maiores (-6,6 mmhg), quando comparados aqueles indivíduos de etnia branca ( pressão sistólica -3,4 mmhg e pressão diastólica -2,6 mmhg). Foi concluído que quando se faz atividade física adequada para os pacientes hipertensos como uma intervenção para a prevenção arterial apresenta implicações clínicas importantes, uma vez que o exercício físico regular pode reduzir ou mesmo abolir a necessidade do uso de medicamentos antihipertensivos o que reduz o custo do tratamento como também dos efeitos adversos. Em um estudo de revisão feito porpolito et al 6 onde seis estudos observaram efeito hipotensivo para a pressão arterial sistólica e/ou diastólica após o exercício contra resistência. Contudo, foi observado que alguns estudos não identificaram diferenças

8 8 significativas para PAS e PAD onde ele conclui que essa discordância pode estar relacionado ao volume e á intensidade do exercício, assim como o período de monitorização, porém e possível verificar que ocorre a hipotensão pós exercício quando se aplica o exercício contra resistência, tanto em pessoas normotensas quanto hipertensas. Um estudo feito por Simão et al 7, onde o objetivo era verificar o comportamento da PA após quatro meses de treinamento em indivíduos hipertensos medicados. Sendo um estudo de 4 meses, com 3 sessões semanais em dias alternados, com duração media de 60 minutos diários, executando força e flexibilidade. O grupo estudado demonstrou uma redução de 9% na PA sistólica e de 2,2% na PA diastólica, isso na análise intragrupo. Nos intergrupos, o grupo treinado apresentou diferenças significativas em relação ao Grupo controle na PAS, mas não na PAD. A título de curiosidade, propor exercícios envolvendo grande massa muscular ao invés de menor massa muscular é mais interessante para um efeito hipotensor. Isso foi verificado por um estudo feito por J.L Soave etal 8 no exercício de Leg Press 45 houve efeito hipotensor 10 minutos após o término do exercício, com diferença significativa tanto da PAS quanto da PAD. Porém ainda existe controvérsias a respeito desse tema. Alguns estudos não tiveram diferença significativa, já em outros houve uma redução significativa ou na PAS ou PAD. Segundo Nery 1, parece que isso pode ser associado ao tipo de contração muscular, a intensidade da força, a quantidade de massa muscular e a participação da manobra de Valsalva ( utilizada quando se faz muita força ao exalar o ar contra boca e nariz fechados, ocasionando assim um aumento na pressão intratorácica, diminuindo o retorno venoso ao coração e aumentando a pressão arterial) na execução do exercício resistido são fatores que afetam as respostas agudas da pressão arterial e podem explicar essas controvérsias. Além disso, temos também as variações nos protocolos de pesquisa, com relação a intensidade, população e até mesmo o método de medida arterial. Ainda temos que no exercício resistido dinâmico de alta intensidade, a participação do componente de contração isométrica e a manobra de Valsalva estão mais acentuados do que em baixas intensidades e podem provocar maiores elevações da PAS e PAD. Devido a isso talvez seja mais interessante mesmo fazer uso de exercícios de leve a moderado.

9 9 CONCLUSÃO Apesar de ser notório que existe influência do exercício contra resistência em alguns estudos no efeito hipotensor em idosos, ainda existe conflitos sobre esse tema. Em alguns estudos não houve diferenças expressivas, mas também deve ser levado em consideração o tempo em que se aferiu a PA, onde em alguns casos o tempo de aferição foi menor em relação a outros. Também, parece ser melhor o uso de exercícios visando grupo muscular grande em relação ao grupo muscular pequeno. Ainda, é interessante o uso de exercícios leve a moderado para esse grupo etário. Porem, ainda se carece de mais estudos feitos com esse tema, em principal analisando apenas exercícios resistidos em idosos hipertensos. Alguns estudos foram feitos baseados em indivíduos normotensos. Sabe-se que tanto exercícios resistidos quanto aeróbios causam efeito hipotensor, no caso do resistido se levando em conta esses aspectos citados acima, se torna interessante acrescentá-los em um treino, pois além disso tem ganho em força o que é crucial para evitar acidentes em idosos. No entanto, fica claro que mais estudos precisam ser feitos com esse tema, para que possa de fato traçar metas mais claras e objetivas. REFERÊNCIAS 1. NERY, SANDRA DE SOUZA. Pressão arterial de hipertensos estágio I durante diferentes intensidades de exercício resistido, tese de doutorado. São Paulo, TERRA, DENIZE FARIA ET AL.Redução da pressão arterial e do duploproduto de repouso após treinamento resistido em idosas hipertensas. ArqBrasCardiol,2008,91(5): CUNHA, ELINE SILVA DA ET AL. Intensidades de treinamento resistido e pressão arterial de idosas hipertensas- um estudo piloto. RevBrasMedEsporte,2012,Vol. 18, , Nov/Dez.

10 10 4. MORAES, WILSON M. DE ET AL. Programa de exercícios físicos baseado em frequência semanal mínima: efeitos na pressão arterial e aptidão física em idosos hipertensos.revbrasfisioter, São Carlos, BRUM, PATRICIA CHAKUR ET AL. Exercício físico como tratamento nãofarmacológico da hipertensão arterial. RevBrasHipertens. 2003, Vol 10: Abril/Junho. 6. POLITO, MARCOS DOEDERLEIN.; FARINATTI, PAULO DE TARSO VERAS. Comportamento da pressão arterial após exercícios contraresistência : uma revisão sistemática sobre variáveis determinantes e possiveis mecanismos. RevBrasMedEsporte.2006 Vol.12, , nº6 Nov/Dez. 7. SIMAO, ROBERTO ET AL.Redução da Pressão arterial em hipertensos tratados com medicamentos anti-hipertensivos após um programa de treinamento físico. São Paulo, SOAVE, J. L ET AL. Resposta hipotensora de idosas hipertensas é influenciada pelo grupamento muscular envolvido no exercício resistido. Motricidade,2012,Vol. 8, n. S2,