Conheça a jovem corajosa que lidera um projeto para acabar com a violência contra meninas no Sri Lanka

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Inês Gameiro Medina
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Conheça a jovem corajosa que lidera um projeto para acabar com a violência contra meninas no Sri Lanka Chamathya Fernando - Colombo, Sri Lanka Objetivo 5: Igualdade de Gênero Chamathya Fernando é uma

1 Conheça a jovem corajosa que lidera um projeto para acabar com a violência contra meninas no Sri Lanka Chamathya Fernando - Colombo, Sri Lanka Objetivo 5: Igualdade de Gênero Chamathya Fernando é uma Bandeirante de 23 anos e estudante da Universidade de Sri Jayewardenepura, que está cumprindo sua missão de acabar com a violência contra meninas no Sri Lanka. Como coordenadora da campanha Vozes Contra a Violência da Associação Mundial de Bandeirantes no Sri Lanka, Chamathya trabalha incansavelmente para criar um mundo melhor onde todas as meninas tenham segurança, sejam valorizadas e empoderadas. Chamathya se lembra de sua primeira consciência de igualdade de gêneros desde muito jovem: Quando minha mãe era jovem, para seu irmão era oferecido três tipos diferentes de carne para o jantar. As meninas recebiam apenas um. Na opinião dos meus avós, ele era o único filho que merecia um tratamento especial apenas por ser menino.

2 Quando minha mãe me contou essa história, eu soube que era injusto e percebi com o tempo que a desigualdade de gênero é uma questão profundamente enraizada que tem sido predominante durante muitos anos. No Sri Lanka, em comparação aos meninos, as meninas não são igualmente valorizadas ou tem as mesmas oportunidades. As meninas são proibidas de exercerem determinadas atividades, ao contrário dos meninos, que aproveitam muito mais liberdade em muitos aspectos da vida. A incapacidade de valorizar e respeitar as meninas estão na raiz das taxas alarmantes de violência contra mulheres e meninas no Sri Lanka. Estima-se que 60% das mulheres no Sri Lanka sofrem de violência doméstica¹ e, pelo menos, 12% das meninas se casam antes dos 18 anos de idade. Violência e assédio fazem parte da realidade diária de meninas e mulheres no Sri Lanka, tanto em casa e em espaços públicos. Como uma jovem mulher em Sri Lanka, uma das piores experiências é utilizar o transporte público. As meninas enfrentam assédio diariamente durante o trajeto no transporte público e até mesmo ao acessar espaços públicos. É um perigo que se normalizou no meu país. Seja verbal ou físico, o assédio sexual é uma violação dos direitos das mulheres. E violência contra meninas não é limitada ao assédio. Violência física e sexual, práticas tradicionais e a cultura prejudicial ainda persistem em todo Sri Lanka. A experiência de Chamathya como Bandeirante deu a ela as habilidades e confiança para se posicionar contra a violência e isso a ensinou que nenhum desafio é grande demais. Eu comecei a me envolver com o Movimento Bandeirante quando eu tinha 8 anos, e eu tenho orgulho de ter continuado envolvida com o Bandeirantismo ao longo dos anos. Ele realmente moldou minha vida ele tem me ensinado a ser independente e a acreditar desde muito jovem que as meninas podem fazer qualquer coisa. Minha equipe é vibrante e inspiradora. Elas me apoiam e

3 me motivam a trabalhar com essa questão, pois é algo que todas nós acreditamos. Chamathya quer empoderar meninas de todo o país para falar sobre o assunto e perceber que a mudança é possível. Sempre que falamos sobre violência, assédio, discriminação ou desigualdade, a sociedade culpa a cultura de sua comunidade ou país. As pessoas podem colocar a culpa na cultura, mas eu acredito que é a cultura do silêncio, da impunidade, da ignorância e aceitação que fazem a vítima se calar e não agir, diz ela. Eu quero mudar essa cultura do silêncio. Eu quero que as meninas e as mulheres percebam que elas podem ter uma voz, compartilharem suas experiências e falarem por seus direitos.

4 Uma maneira que Chamathya encoraja outras meninas e mulheres a falarem sobre o assunto é através do seu cargo de Treinadora Nacional do programa Vozes Contra a Violência. Em 2013, em parceria com a ONU Mulheres, a WAGGGS desenvolveu o Vozes Contra a Violência um currículo de educação não formal para ajudar crianças e jovens a explorarem as raízes das causas da violência contra mulheres e meninas e desafiarem os estereótipos de gênero. Esse programa ajuda crianças e jovens a aprenderem sobre violência, entenderem seus direitos e desenvolverem habilidades. Ele também encoraja os jovens e as crianças a falarem sobre o assunto e agirem contra discriminação em suas próprias vidas e vidas dos outros, explica Chamathya. O programa Vozes Contra a Violência pode ser usado com meninos e meninas, algo que Chamathya sente que é importante, enquanto ambos os meninos e meninas estão envolvidos na entrega do projeto. Se a mudança é para acontecer, meninos e homens devem ser incluídos. Não há nenhum ponto em apenas abordar metade da população e negligenciando o resto. Tanto quanto educar as meninas sobre os direitos humanos, igualdade de gênero e se posicionarem contra a violência, os meninos devem ser educados sobre esses temas também. Em seu papel como coordenadora da campanha Vozes Contra a Violência do Sri Lanka, Chamathya conduziu workshops sobre violência baseada na questão de gênero em todo o país. Ela tem treinado educadores que passaram a trabalhar em cada um dos 25 distritos do Sri Lanka e, até a data, Chamathya e sua equipe chegaram a cerca de jovens com sessões educacionais sobre a violência de gênero e como agir. Chamathya também trabalha ativamente para aumentar a consciência sobre a violência entre o público em geral. Ela organizou comícios em torno de estações de trem e ônibus e trabalhou com motoristas de ônibus para torná-los mais sensíveis à violência e assédio. Ela também apareceu em emissoras de TV locais e nacionais e até mesmo organizou um evento no Parlamento sobre os problemas enfrentados por meninas e mulheres jovens no Sri Lanka.

Avanços estão sendo feitos e a Associação de Bandeirantes aqui no Sri Lanka está fazendo todo o possível para mudar as atitudes e os estereótipos de gênero para que meninas possam desfrutar do seu

5 Avanços estão sendo feitos e a Associação de Bandeirantes aqui no Sri Lanka está fazendo todo o possível para mudar as atitudes e os estereótipos de gênero para que meninas possam desfrutar do seu lugar de direito na sociedade - e isso inclui ao mais alto nível de tomadas de decisão. Temos trabalhado juntos e agora somos capazes de ver o impacto dos nossos esforços coletivos e o trabalho duro ao longo dos anos. Enquanto o mundo se prepara para comemorar o Dia Internacional das Meninas em 11 de Outubro, nunca houve um melhor momento para Chamathya e suas companheiras Bandeirantes fazerem suas vozes serem ouvidas. No Dia Internacional das Meninas, o mundo deve reconhecer a importância das vozes das meninas e garantir que seus problemas estão sendo ouvidos e considerados em todos os níveis de tomada de decisão. Por quê? Quando as meninas e as mulheres são empoderadas, elas não só mudam as suas vidas, elas mudam a vida de seus pares, suas comunidades e seus países. Significa um mundo melhor para todos nós. Meninas como Chamathya ao redor do mundo estão trabalhando em projetos para mudar o mudo delas, um passo de cada vez. Comece seu próprio projeto para fazer a diferença na sua comunidade com o #TeamGirl ¹Ministério do Desenvolvimento da Criança e Empoderamento das Mulheres, 2006.

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