AS EPOPÉIAS HOMÉRICAS E A POSSIBILIDADE DE SUA CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "AS EPOPÉIAS HOMÉRICAS E A POSSIBILIDADE DE SUA CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA"

Transcrição

1 DOI: /4cih.pphuem.718 AS EPOPÉIAS HOMÉRICAS E A POSSIBILIDADE DE SUA CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA Augusto Henrique Gaia Wiezel-UEM Juliana Cristhina Faizano Murari-UEM Orientador: José Beluci Caporalini-UEM UEM/PIBIC/CCH Introdução - Acesso em 14/08/2009 O presente estudo tem como objetivo refletir sobre a dificuldade e a importância de se traçar, ainda que aproximadamente, o contexto histórico referente à Ilíada e Odisséia de Homero. Como se sabe, afirma-se que esses poemas figuram como os mais antigos documentos escritos da literatura grega, contendo vestígios significativos da antiquíssima civilização micênica. Esses poemas épicos abriram portas para outros grandes poemas clássicos. A narração escrita do mito - vinculado a um passado de glórias - contribuiu decisivamente para a formação da literatura grega, como também para as posteriores composições literárias. Ambos os poemas fazem referência a um tempo histórico que compreende os séculos IX e VIII a.c. Nesse período houve importantes acontecimentos sociais e políticos. A polis grega estava gradativamente se estabelecendo, e aqueles que formaram o povo grego encontravam-se desenvolvendo a primeira forma de escrita grega. Esses acontecimentos foram fundamentais na estruturação da Ilíada e da Odisséia. Não se sabe, contudo, com certeza quando elas foram originalmente escritas, mas supõe-se que no século VI a.c. já havia muitas cópias escritas dos dois poemas, os quais se tornaram extremamente populares preservando a história da cultura da Grécia Antiga, tornando possível que sejam estudados ainda na atualidade.

2 4140 A formação do povo grego Geograficamente a Grécia é um dos países mais montanhosos da Europa, hoje ela abarca o sudeste da Europa, e o sul da península balcânica, sendo circundada ao norte pela Bulgária, pela Macedônia e pela Albânia; ao oeste pelo mar Jônico; ao sul pelo mar Mediterrâneo e ao leste pelo mar Egeu. Possui inúmeras ilhas e um vasto litoral. - Acesso em 14/08/2009 Historicamente é bastante complexo traçar com precisão a qual época os poemas fazem referências; isto porque ainda não é possível dispor de elementos que permitam com exatidão conhecer as características sociais e culturais da época. Todavia a arqueologia e a historiografia se preocupam há séculos com essas dificuldades, incitadas pela vontade de desvendar os mistérios da lendária guerra de Tróia. Aqui trabalharemos mediante os indícios e apontamentos da tradição historiográfica. Nessa empreitada de visualizar as epopéias homéricas não somente como uma literatura, mas sim como vestígios de acontecimentos e civilizações reais, procuraremos esboçar como se compôs o povo grego, até a formação da cultura micênica que pode ter contribuído para o surgimento desses poemas. Os gregos fazem parte de um conjunto de povos denominados Indo-Europeus, que a partir do terceiro milênio migraram em diversas direções, uns se direcionaram para a Ásia e outros permaneceram na Europa, tal como afirma Brandão (BRANDÃO, 1997, p.45). Essas migrações proporcionaram a independência entre os grupos nômades, e em decorrência disso eles desenvolveram expressões linguísticas e culturas distintas. No que diz respeito aos gregos e à sua composição, pode-se falar que aqueles que habitaram a Hélade, e depois ficaram conhecidos como helenos, foram constituídos por quatro povos: jônios, aqueus, eólios e dórios. Esses chegaram à Grécia em séculos muito dispersos, tendo cada um deles uma organização social e a cultura distinta.

3 4141 No fim do período denominado Bronze Antigo que compreende entre 2600 a.c., e 1950 a.c., o primeiro grupo desses povos atingiu a Hélade, e são conhecidos como jônios. Esses dominaram os anatólios, outro povo que ali estava, e criaram uma sociedade organizada com características estruturalmente militares. Seus palácios eram fortificados e protegidos com imensas muralhas, trabalhavam com o bronze e já conheciam o cavalo. Ainda que existente, o comércio não representava relações significativas, ainda que eles já construíssem barcos, não se arriscavam muito a se lançarem no território do deus do mar: Poseídon. Através da sua organização social se percebe que eram um povo dotado de certo refinamento. Dentre esses povos, o que mais nos interessa aqui são os aqueus. Esses invadiram a Grécia por volta de a.c. Creta era a grande potência política e econômica da época e era o mais importante centro dos tempos antigos; não obstante foi dominada pelos aqueus (ROSTOVTZEFF, 1986, p.36). Os habitantes de Creta, os cretenses, já tinham desenvolvido toda uma organização social, cultural, política e habilidades marítimas. Tinham relações comerciais muito significativas e inclusive a condição da mulher era muito alta (BONNARD, 1980, p.16). Ela poderia exercer várias atividades na sociedade, não se encontrava de modo algum em posição inferiorizada ao homem. Os cretenses criaram uma civilização próspera atingindo a plenitude no século XV a.c., com grande esplendor cultural e chegaram a desenvolver uma espécie de escrita primitiva denominada Linear A. A escrita Linear A compreende um sistema ideo-silábico: isto é, contém silabogramas e ideogramas. Contudo, permaneceu indecifrada mas, foi a precursora da escrita Linear B da civilização micênica Acesso em 14/08/2009 Segundo Bonnard os aqueus herdaram dos cretenses a agricultura e a navegação, e com a arte marítima eles se tornaram piratas e construíram a sua civilização através do banditismo (BONNARD, 1980, p.17). Por isso tornaram-se riquíssimos, sendo visível em muitos túmulos numerosas jóias de ouro, assim como taças e vasos e máscaras sobre os rostos dos grandes chefes. A última de muitas expedições aquéias originou a lendária história da guerra de Tróia. Sua causa foi historicamente econômica, tal como nos conta Bonnard (idem,

4 4142 ibidem, p.17), pois Tróia, localizada próximo a Dardanelos enriquecera cobrando direitos dos mercadores que ali passavam, prejudicando o comércio dos aqueus. Depois da destruição de vários palácios importantes inclusive o de Cnossos em 1400 a.c., devido a causas ainda não conhecidas com certeza, Creta é dominada pelos aqueus. Com a invasão de Creta pelos Aqueus, e a assimilação de sua cultura, origina-se a civilização micênica. O período denominado micênico é uma subdivisão temporal da chamada Idade do bronze, também conhecido por período Heládico final. Essa cultura desenvolveu-se por volta de 1600 a.c e 1050 a.c, e dominou economicamente e culturalmente todos os povos do mediterrâneo oriental. Uma de suas mais importantes criações foi o desenvolvimento do dialeto jônio que contribuiu substancialmente para o surgimento da Ilíada e da Odisséia. Os micênicos utilizavam uma forma de escrita denominada Linear B, que foi desenvolvida a partir da escrita utilizada anteriormente em Creta conhecida como Linear A. Segundo Rostovtzeff (ROSTOVTZEFF, 1986, p.36), a língua desses tabletes é uma forma antiga do grego, e tem parentesco com o dialeto aqueu tardio, sendo escrito com noventa sinais silábicos que eram usados para registrar transações comerciais. Eram utilizadas também para fins administrativos, lista de registro, de funcionários ou trabalhadores, soldados, declarações de dívidas ou oferendas feitas aos deuses, tal como nos apresenta Baldry (BALDRY, 1969, p.29). Essa forma de escrita foi descoberta por Sir Arthur Evans na primeira metade do século XX, enquanto esse fazia escavações no palácio de Knossos em Creta; somente em 1952 o arquiteto britânico Michael Ventris a decifrou. Com as invasões dórias por volta do século XII a.c., a civilização micênica foi destruída, a escrita desapareceu. Desapareceu a arte da escrita, os centros poderosos ruíram, as guerras insignificantes eram permanentes, tribos e grupo pequenos deslocaram-se dentro da Grécia e para leste, atravessando o Mar Egeu em direção à Ásia Menor, e os níveis material e cultural empobreceram em todos os aspectos, se comparados à civilização micênica (FINLEY, 1998, p.14). Os aqueus regressam à Ásia Menor expulsos pelos seus novos conquistadores, os dórios. De acordo com Brandão (BRANDÃO, 1997, p.105) os aqueus assim como os jônios e os eólios voltam a Ásia como suplicantes, como imigrantes nostálgicos que se vangloriavam de seu passado de glórias. Mesmo voltando vencidos à terra que seus antepassados conquistaram, esses povos levavam consigo um sentimento de orgulho referente às antigas conquistas e ao passado cheio de riquezas.

5 4143 O período denominado Idade das Trevas da Grécia corresponde a um momento de retrocesso tanto cultural, como social ou econômico. Nessa época os mitos, que seriam narrados posteriormente nos poemas épicos homéricos, eram preservados oralmente. Eles se tornaram fundamentais na vida cotidiana, já que proporcionavam coragem e esperança e na preservação de valores tradicionais, que eram repassados para as próximas gerações pela oralidade. Destarte, foi nesse cenário de conflitos e contradições, próprios de um período de transição, que a Ilíada e a Odisséia foram transformadas pelos aedos e poetas em veículos das lembranças e do orgulho. Eles remeteram os jovens a uma descendência heróica da qual eles podiam se orgulhar e que até mesmo servia como acalento em períodos de lutas, de escassez de alimentos ou em condições difíceis de qualquer ordem. Nesse período os poemas homéricos eram transmitidos oralmente, os versos da Ilíada e da Odisséia foram cantados pelos aedos e pelos poetas, geração após geração, reproduzindo os valores fundamentais para aquela comunidade. Segundo Finley (FINLEY, 1998, p.17), por detrás da Ilíada e da Odisséia há séculos de poesia oral, composta, recitada e transmitida por bardos profissionais, sem o auxílio de uma só palavra escrita. Devido a essa oralidade a poesia estava sempre em constante movimento e crescimento, pois cada um que cantava o poema o fazia ao seu particular modo, acrescentando algumas coisas e modificando outras. Nos dizeres de Baldry (BALDRY, 1969, p.30) a recordação do antigo em conjunção com a necessidade de improvisar um novo material torna-se a característica principal da narrativa de Homero. A Ilíada é constituída por versos em hexâmetro dactílico. Hexâmetro dactílico é uma forma de métrica poética ou esquema rítmico. Um dáctilo é uma sequência de três sílabas poéticas, a primera longa e as duas seguintes breves. Portanto, o verso hexâmetro dactílico ideal consiste de seis (do grego hexa) pés, cada um sendo um dactílico. Tipicamente, porém, o último pé do verso não é um dactílico, mas sim um espondeu ou um troqueu, ou seja, a penúltima sílaba é sempre longa e a última silaba pode ser breve ou longa. A estrutura hexâmetra, que possivelmente nunca foi usada na fala corrente, foi adaptada pelos cantores para seguir uma estrutura métrica, resultando no verso hexâmetro. Vale lembrar que as epopéias homéricas retratam em seus cantos a vida, os costumes, a organização, entre tantas outras características da população micênica, sendo fontes básicas para o estudo dessa civilização. Privilegiadas, neste sentido, são as informações sobre guerreiros e famílias aristocraticas que buscavam sua ascendência até um fundador herói ou de procedência divina. Essa atribuição de poder por meio de uma ascendência heróica ou

6 4144 divina pode ser facilmente observável em muitas passagens da Ilíada. Segundo Rostovtzeff (ROSTOVTZEFF, 1986, p.52) a tradição grega conserva o registro de duas delas: a guerra de Micenas contra Tebas e a da coligação micênica dos aqueus contra Tróia, celebrada por Homero em sua Ilíada. Outra questão a se considerar diz respeito ao fato de Homero relatar em seus poemas eventos muito anteriores à sua própria época. Encontram-se fragmentos de acontecimentos que podem ter ocorrido em meados do século XIII até o século VIII a.c. Assim, nessas epopéias se encontram inúmeros cantos que fazem referência a momentos distintos da história grega, desde um passado glorioso a um presente que se apresenta conflituoso. Para Baldry (BALDRY, 1969, p.39) não há dúvida de que, na altura em que a Ilíada foi composta, estes episódios do passado foram exagerados e glorificados muito para além da realidade histórica. Acontecimentos, diz ele, que devem situar-se em diferentes épocas e lugares tornaram-se episódios dessa única campanha. Também, devido a essas desconexões temporais, se contesta a real existência de Homero e a legitimidade de suas obras. Ainda que a tradição o tenha adotado como o autor da Ilíada e a Odisséia, há várias dúvidas quanto à sua real existência. Questiona-se se o poeta criou algo novo ou foi só o relator de mitos preexistentes. Não obstante, a principal questão que se coloca entre os estudiosos por exemplo, Vico e Wolf, é se teria sido ou não Homero o autor de ambas as obras, pois é visível que a Ilíada e Odisséia dizem respeito a períodos distintos da história grega. Uma questão homérica Acesso em 14/08/2009 A tradição adotou Homero como o autor da Ilíada e a Odisséia, contudo, muitos estudiosos contestam a sua real existência e legitimidade de suas obras. Diz-se comumente que ele viveu por volta do século VIII a.c., era cego e diariamente caminhava pelos lugares movimentados da polis cantando o passado memorável dos gregos. Muitas cidades gregas

7 4145 reivindicam o título de ter sido o local do seu nascimento, segundo Paine (PAINE, 2007, p.17) crê-se que tenha sido provavelmente em Esmirna, uma antiga cidade, que se encontra hoje movimentada por ser um porto fora de controle grego. A única evidência da vida de Homero, continua Paine, (idem, ibidem, p.17), são seus próprios poemas; devido a alguns detalhes da obra e a composição preponderante em dialeto iônico indicariam que a casa dele encontrava-se em algum lugar ao longo da costa oeste da Turquia, ou em alguma das ilhas próximas. Ao longo dos séculos muitos estudiosos especularam sobre diversas questões pertinentes aos poemas. Fizeram, e ainda fazem, inúmeros questionamentos, como por exemplo, sobre a real existência de Homero, e a legitimidade de suas obras. Não se sabe se ele criou algo novo ou foi só o copiador de mitos já existentes. No entanto a principal questão que se coloca entre os estudiosos, assim como Vico e Wolf, é se teria sido ou não Homero o autor de ambas as obras, pois é visível, como já indicamos anteriormente, que a Ilíada e Odisséia dizem respeito a séculos distintos da civilização grega. As diferenças sociais, culturais e políticas são explícitas. A Odisséia em relação à Ilíada representa uma posteridade histórica. Isso se faz perceptível na organização social da cidade de Ulisses, nos seus modos, na sua polidez, nos costumes e nas tradições. Um exemplo foi a necessidade de a rainha Penélope escolher um novo marido, já que o seu se encontrava desde muitos anos longe da casa. Em todas as relações interpessoais percebe-se que se trata de um povo já mais refinado e politicamente desenvolvido. A Ilíada representa um tempo de guerra, onde os valores ideais estavam centrados na coragem e na honra, incluindo sempre a força bruta. Já na Odisséia percebe-se um tempo de paz, pois, ela retrata o pai e marido que precisa voltar à sua pátria e reassumir o seu papel na família e na sociedade. Enquanto em um momento temos os sentimentos aflorados e o homem guiado sempre pelos seus apetites, no outro o homem já se encontra no domínio de sua razão, e é por ela que ele está destinado a vencer suas dificuldades. A maior arma de Ulisses é a razão, embora não a razão que seria desenvolvida posteriormente pela filosofia, mas uma razão estritamente ligada à prudência, à engenhosidade, à percepção. Ulisses é astuto e sagaz, e é por meio desses atributos que ele se mantém vivo, como no episódio em que engana Polifemo. Na Ilíada, a figura do guerreiro é central. O comportamento do homem não está voltado para a vida pública, em sociedade, mas para suas atitudes na guerra. A figura do herói nesses poemas está sempre inserida em alguma batalha, e o que determina suas virtudes é sua bravura, lealdade, coragem e espírito de liderança. O cenário desse poema é sempre repleto de lutas, em que o mais valente é também o mais respeitado por todos. Pode-se dizer que esse

8 4146 modelo é reflexo da vida daquele tempo e corresponde historicamente a um período em que a civilização ainda não estava consolidada; o homem dessa época se via constantemente em guerra e as tribos migravam sempre e lutavam entre si. Na Odisséia encontra-se um cenário diferente; efetivamente, Ulisses aparece como um rei, um marido e um pai que deseja regressar à sua casa. Nota-se o refinamento de Ulisses e dos pretendentes de Penélope. Por suas manifestações culturais - como o comer, o beber, o cantar ou celebrar - percebe-se quanto o mundo grego já estava mais evoluído. O homem, inclusive na figura do herói, está muito mais centrado em sua casa do que na guerra. Agora ele tem uma terra natal, fixa, onde ele vive envolto em muitos costumes, como as libações que deve fazer aos deuses, ou o respeito à tradição, ou o caso da rainha que teve obrigatoriamente de escolher um novo rei, já que Ulisses estava ausente havia mais de vinte anos. O homem se vê dentro de uma cidade, de uma comunidade onde prevalecem leis jurídicas e regras morais. Nesses dois poemas vê-se claramente o que Homero concebia como expressão de seu próprio pensamento conjugado com a realidade por ele percebida. Há aqui uma passagem do primitivo para o já civilizado, em que o guerreiro é substituído pelo cidadão polido. Homero, ao ressaltar as características do herói, enquanto força bruta na Ilíada e astúcia na Odisséia, mostra sua preocupação e o objetivo da sociedade em dois momentos diferentes. A clara mudança do predomínio guerreiro para o cidadão revela um desenvolvimento dentro de um determinado período histórico. Devido a essas diferenças, hoje muitos aceitam a idéia de que tenham sido dois autores e não somente um para ambas as obras. Tróia histórica Além de questionar a existência de Homero, muitos pesquisadores objetivaram provar a existência histórica, baseando-se nos fatos descritos nos poemas. Interrogou-se se seria possível descobrir a verdade histórica por detrás dos mitos, e buscou-se descobrir se gregos e troianos enfrentaram-se realmente, por um motivo ou outro. Nos últimos anos a arqueologia tem colaborado para responder essas questões. A partir de 1870 um alemão chamado Heinrich Schliemann dedicou-se em provar a historicidade da guerra de Tróia. Até aquele momento não havia dados muitos precisos, mas, com o início das escavaçoes de Schliemann muitas comprovações sobre a guerra, até então lendária, surgiram. Em 1871 ele presumiu identificar o lugar da antiga Tróia na colina de Hissarlik, na atual Turquia, apontou um lugar onde encontrou sete cidades sobrepostas; no entanto, mesmo inclinado-se a pensar que seria Tróia II, ele não soube identificar com certeza

9 4147 qual teria sido a Tróia de Príamo. Schliemann foi o responsavel por achar a máscara atribuída a Agamenon, o rei mítico grego. - Acesso em 14/08/2009 Wilhelm Dörpfeld, seu ajudante desde 1882 prosseguiu com as escavações e encontrou mais duas cidades abaixo dessas; com isso ambos os pesquisadores inclinaram-se a pensar que havia sido a Tróia VI, pois essa continha muitas peças de cerâmicas semelhantes às micênicas. Essa Tróia data possivelmente de 1900 a.c., e foi fundada por um povo indoeuropeu. Os estudos de Carl William Blegen, um arqueólogo americano nascido em Minneapolis e especializado em pré-história grega, realizou escavações no período de 1932 a 1938 que confirmaram a existência de nove cidades sobrepostas e, segundo ele, a Tróia VI foi destruída por um temor de terra em aproximadamente em 1275 a.c., não sendo portanto a Tróia homérica. - Acesso em 14/08/2009 Através desses três arqueólogos pode-se saber que: Tróia I - existiu por volta de 3000 a 2600 a.c., se refere à primeira fase do bronze antigo.

10 4148 Tróia II - existiu por volta de 2500 a.c., ainda que pequena e formada por um castelo simples e fortificado, era muito rica, lá Schliemann encontrou muitos objetos preciosos, jóias altamente sofisticadas, quantidade grandiosa de ouro, e os chamou equivocadamente de tesouro de Príamo, acreditando ter descoberto a Tróia referente ao poema. Essa foi destruída pelo fogo por volta de 2300a.C. Tróia III, IV, V- existiram por volta de 2300 a 1900 a.c., tinham importância local, referem-se ao fim do Bronze antigo. Tróia VI - existiu por volta de 1725 a.c, mais rica e importante, foi destruída por um terremoto em aproximadamente 1275 a.c. Tróia VII ergueu-se sobre as ruínas da Tróia VI, e os indícios indicam que provavelmente seja essa a Tróia de Príamo. A verdadeira Tróia histórica. Tróia VIII. Refere-se ao período clássico grego. Tróia IX - Refere-se ao período helenístico- romano. As escavações que começaram com Schliemann na metade do século XIX, continuaram, e o sitio arqueológico nas proximidades de Hisarlik, ainda revelam restos históricos da lenda. O responsável por encerrar as dúvidas sobre a realidade histórica de Tróia foi Manfred Korfmann, arqueólogo alemão que liderou as escavações em Tróia a partir de Em 1996 colaborou na construção de um parque nacional em torno do sítio arqueológico de Tróia, dois anos mais tarde a UNESCO declarou o sítio como patrimônio cultural mundial. Esse arqueólogo reuniu várias provas, confirmando que Schliemann estava correto. Inclusive refutou o argumento de alguns historiadores que dizem que na Ilíada Tróia aparece como uma cidade portuária, com apenas 600 metros de distância do mar. Contudo, hoje Hisarlik fica a seis quilômetros do mar, mas Korfmann com suas escavações detectou fósseis marinhos exatamente 600 metros de Tróia provando que o mar já estivera ali, possivelmente na época da lenda; com o passar dos anos teria recuado. Korfmann morreu em 11 de abril de 2005, mas, as escavações em Tróia continuam até hoje, e em decorrência disso, hoje poucos duvidam da existência de Tróia. Mas o fato de Tróia realmente ter existido, não significa que a cidade esteve envolvida em uma guerra tão grandiosa tal como é descrita por Homero. Para Korfmann existem alguns indícios que revelam que a cidade esteve envolvida com combates, como por exemplo, o fato de ser tão fortificada e cercada por muralhas e trincheiras, representaria a necessidade de defesa perante inimigos. Além disso, foram achadas ossadas com indícios de morte violenta e

11 4149 também lanças e flechas enterradas no vão das muralhas, o que revela que Tróia esteve sob ataque. Entretanto, não foram encontrados resquícios arqueológicos nas proximidades, o que indicaria que os gregos não estiveram por ali durante dez anos, tal como afirma Homero. Os refúgios e objetos gregos nunca foram encontrados, ou seja, é provável que a guerra tenha durado menos tempo do que é descrito na lenda. Conclusão Desse modo podemos concluir que traçar historicamente a lendária guerra de Tróia, carrega consigo uma complexidade inesperada devido, sobretudo à falta de informações precisas sobre o período relativo a essas epopéias. Isto se agrava ainda mais devido à impossibilidade de se datar com exatidão o momento em que ocorreram os possíveis acontecimentos descritos nos poemas. Em decorrência de seu meio de propagação e pela própria tradição literária, ocorre uma miscelânea de acontecimentos e concomitantemente de períodos históricos. Todavia, graças à curiosidade que os versos gregos despertam em muitos estudiosos, tem-se perseguido há muitos anos, o intuito de provar a veracidade da lenda. Muitos pesquisadores já conseguiram dar à história uma perspectiva mais verdadeira, mais confiável; revelando, através de relatos míticos bastante fantasiosos, a existência de uma civilização muito rica e antiguíssima, que atingiu um desenvolvimento e uma estrutura organizacional nunca pensada para a época, e que pode realmente ter contribuído para a criação dos poemas que há muitos séculos vêem preenchendo a mente de muitos pesquisadores. Procurar na lenda uma veracidade, um fato histórico, não retira dela, porém, sua mágica e beleza. As epopéias homéricas carregam consigo muito de elementos que agradam a nossa imaginação, demonstram a capacidade figurativa e criativa da mente humana; e revelam, ainda, como os homens daquele tempo responderam as suas próprias indagações. Nesse sentido, aqui consideramos que as epopéias homéricas contenham tanto uma beleza e realidade literária e simultaneamente uma beleza e existência histórica. Ainda que esse tema possa despertar muitas abordagens, a Ilíada e a Odisséia se fundamentam como significativos vestígios de um passado que deve ser lembrado, e ainda como um importante exemplo para as composições literárias posteriores.

12 4150 REFERÊNCIAS BALDRY, B. C. A Grécia Antiga: cultura e vida. (Trad. Mario Matos e Lemos). Lisboa: Verbo, BLEGEN, C. W. Tróia e os troianos. Lisboa: Editorial Verbo, BONNARD, A. A Civilização Grega. (Trad. José Saramago). Lisboa: Edições 70, BRANDÃO, J. S. Mitologia Grega. Rio de Janeiro: Vozes, FINLEY, M. I. O legado da Grécia. (Trad. Ivette V.P. de Almeida). Brasília: EdUnB, Os Gregos Antigos. (Trad. Arthur Mourão). Lisboa: Edições 70, HAMILTON, E. A Mitologia. (Trad. Maria Luisa Pinheiro). Lisboa: Dom Quixote, HOMERO. Odisséia. (Trad. Fernando C. de Araújo Gomes). São Paulo: Ediouro, HOMERO. Ilíada. (Trad. Carlos A. Nunes). São Paulo: Tecnoprint, s/d. PAINE, M. Ancient Greece. Harpenden: Pocket Essentials, PEREIRA, Maria Helena da Rocha. Estudos de história da cultura clássica. 3.ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, ROSTOVTZEFF, M. História da Grécia. Trad. Edmond Jorge. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.

A Grécia Antiga - Origem

A Grécia Antiga - Origem A Grécia Antiga - Origem A Grécia antiga é dividida em 3 partes: Continental: Península Balcânica Peninsular: Península do Peloponeso Insular: Ilhas do Mar Egeu A navegação foi a principal fonte de comércio

Leia mais

4ª FASE. Prof. Amaury Pio Prof. Eduardo Gomes

4ª FASE. Prof. Amaury Pio Prof. Eduardo Gomes 4ª FASE Prof. Amaury Pio Prof. Eduardo Gomes A A Unidade I Natureza-Sociedade: questões ambientais. 2 A A Aula 9.2 Conteúdo As Grandes Civilizações Ocidentais Grécia II 3 A A Habilidade Conhecer a respeito

Leia mais

INSTRUÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DA PROVA LEIA COM MUITA ATENÇÃO

INSTRUÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DA PROVA LEIA COM MUITA ATENÇÃO 6º História Rafael Av. Trimestral 04/11/14 INSTRUÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DA PROVA LEIA COM MUITA ATENÇÃO 1. Verifique, no cabeçalho desta prova, se seu nome, número e turma estão corretos. 2. Esta prova

Leia mais

Cultura oral e memória nas origens da cultura ocidental contextualizar Homero

Cultura oral e memória nas origens da cultura ocidental contextualizar Homero Cultura oral e memória nas origens da cultura ocidental contextualizar Homero O desvelar de uma realidade homérica : Tróia - 1871: Heinrich Schliemann empreende as primeiras escavações em Hisarlik, Turquia.

Leia mais

Galeria Grécia - Arte Arcaica Parte 01. Prof. Fábio San Juan Curso História da Arte em 28 dias 01 a 28 de fevereiro de 2018

Galeria Grécia - Arte Arcaica Parte 01. Prof. Fábio San Juan Curso História da Arte em 28 dias 01 a 28 de fevereiro de 2018 Galeria Grécia - Arte Arcaica Parte 01 Prof. Fábio San Juan Curso História da Arte em 28 dias 01 a 28 de fevereiro de 2018 www.apreciandoarte.com.br Arte Clássica da Antiguidade Pré-História arte cicládica

Leia mais

A História da Grécia é dividida em três períodos:

A História da Grécia é dividida em três períodos: A História da Grécia é dividida em três períodos: Período Homérico Corresponde ao período de povoamento até a Formação das Cidades-estados Período Arcaico Corresponde a formação das cidades-estados as

Leia mais

Grécia: Períodos Pré- Homérico e Homérico. Módulo 7

Grécia: Períodos Pré- Homérico e Homérico. Módulo 7 Grécia: Períodos Pré- Homérico e Homérico Módulo 7 Costuma-se dividir a história da Grécia Antiga em quatro períodos: Pré-Homérico: séculos XX a XII a.c. Homérico: séculos XII a VIII a.c. Arcaico: séculos

Leia mais

GUERRA DE TRÓIA PERÍODO HOMÉRICO EM HOMENAGEM A HOMERO QUEM FOI HOMERO?

GUERRA DE TRÓIA PERÍODO HOMÉRICO EM HOMENAGEM A HOMERO QUEM FOI HOMERO? 2014 GUERRA DE TRÓIA PERÍODO HOMÉRICO EM HOMENAGEM A HOMERO QUEM FOI HOMERO? Homero foi um poeta épico da Grécia Antiga, ao qual tradicionalmente se atribui a autoria dos poemas épicos Ilíada e Odisseia.

Leia mais

O Mundo Grego - I. Prof. Thiago

O Mundo Grego - I. Prof. Thiago O Mundo Grego - I Prof. Thiago Geografia A Hélade Grécia Continental: Península Balcânica Agricultura nos vales e encostas, pecuária e vocação marítima Grécia Insular: Ilhas do Mar Egeu e Jônio Principais:

Leia mais

As Cidades-Estado na Grécia Antiga. Profª Ms. Ariane Pereira

As Cidades-Estado na Grécia Antiga. Profª Ms. Ariane Pereira As Cidades-Estado na Grécia Antiga Profª Ms. Ariane Pereira Introdução A cultura grega floresceu na península Balcânica; Cultura grega base da cultura européia; A sociedade grega diferente dos reinos do

Leia mais

A CIVILIZAÇÃO CLÁSSICA: GRÉCIA

A CIVILIZAÇÃO CLÁSSICA: GRÉCIA Existe apenas um bem, o saber, e apenas um mal, a ignorância. Sócrates A CIVILIZAÇÃO CLÁSSICA: GRÉCIA Prof. Goicochea @goicomagic História O LEGADO GREGO Jogos olímpicos surgem na Grécia antiga como forma

Leia mais

Grécia Antiga. A civilização grega tem grande importância na formação cultural e política do Ocidente.

Grécia Antiga. A civilização grega tem grande importância na formação cultural e política do Ocidente. Grécia Antiga A civilização grega tem grande importância na formação cultural e política do Ocidente. Os gregos foram os primeiros a falar em DEMOCRACIA, o governo do povo. LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA Concentrou-se

Leia mais

"As gerações futuras nos admirarão, como a presente nos admira agora... Imponentes são de fato as marcas e os monumentos que deixamos...

As gerações futuras nos admirarão, como a presente nos admira agora... Imponentes são de fato as marcas e os monumentos que deixamos... A Grécia Antiga "As gerações futuras nos admirarão, como a presente nos admira agora... Imponentes são de fato as marcas e os monumentos que deixamos... " (Péricles, século V a.c.). De fato, a Grécia está

Leia mais

Mundo Grego: origens, períodos Pré-Homérico e Homérico. Aula 06 História 01 Prof. Thiago

Mundo Grego: origens, períodos Pré-Homérico e Homérico. Aula 06 História 01 Prof. Thiago Mundo Grego: origens, períodos Pré-Homérico e Homérico Aula 06 História 01 Prof. Thiago Características físicas e povoamento da Grécia A Hélade Grécia Continental: Península Balcânica Agricultura nos vales

Leia mais

Minoicos. Produção: jarros de cerâmica, vasos decorados, objetos refinados em ouro.

Minoicos. Produção: jarros de cerâmica, vasos decorados, objetos refinados em ouro. GRÉCIA CONTEXTO HISTÓRICO O Conhecimento sobre a história de Creta e Micenas deve-se, sobretudo, ás descobertas de dois arqueólogos: Schliemann, que encontrou vestígios de Tróia e as ruínas de Micenas

Leia mais

EGEIA CRETA MICENAS. Criação: Ana Cláudia B.Sanches

EGEIA CRETA MICENAS. Criação: Ana Cláudia B.Sanches EGEIA CRETA MICENAS Arte na civilização egéia - Ilhas do Mar Egeu Descoberta de 1870 pelo pesquisador alemão Heinrich Schliemann que encontrou vestígios de antigas cidades. Arte Egeia Mobilidade na pintura

Leia mais

Os poemas homéricos e a Arqueologia: mito, oralidade e registro material

Os poemas homéricos e a Arqueologia: mito, oralidade e registro material Os poemas homéricos e a Arqueologia: mito, oralidade e registro material Camila Aline Zanon Doutora em Letras Clássicas FFLCH (USP) Mestre em Arqueologia pelo Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE USP)

Leia mais

Grécia Antiga: Prof. Filipe Carota

Grécia Antiga: Prof. Filipe Carota Grécia Antiga: Prof. Filipe Carota 1)Respeitar Regras de Sala 2) Pedir 3) Cumprir Objetivos para aula 1 Exposição do conteúdo pelo professor e realizar as atividades pelos alunos. 2 Perceber a simultaneidade

Leia mais

Grécia Antiga: Prof. Filipe Carota

Grécia Antiga: Prof. Filipe Carota Grécia Antiga: Prof. Filipe Carota 1)Respeitar Regras de Sala 2) Pedir 3) Cumprir Objetivos para aula 1 Exposição do conteúdo pelo professor e realizar as atividades pelos alunos. 2 Perceber a simultaneidade

Leia mais

HISTÓRIA DA ARTE I Parte 10

HISTÓRIA DA ARTE I Parte 10 ARTE. VISUAL. ENSINO Ambiente Virtual de Aprendizagem Professor Doutor Isaac Antonio Camargo HISTÓRIA DA ARTE I Parte 10 Curso de Artes Visuais Universidade Federal de Mato Grosso do Sul HISTÓRIA DA ARTE

Leia mais

HISTÓRIA EM FOCO Educação orientada. Grécia.

HISTÓRIA EM FOCO Educação orientada. Grécia. HISTÓRIA EM FOCO Educação orientada Grécia www.historiaemfoco.com.br Antiguidade Clássica Modo de Produção Escravista Propriedade Privada da Terra Crescimento das Comunidades Familiares Genos Propriedade

Leia mais

Prof. Osvaldo. Civilizações Escravistas da Antiguidade Clássica

Prof. Osvaldo. Civilizações Escravistas da Antiguidade Clássica Prof. Osvaldo Civilizações Escravistas da Antiguidade Clássica Modo de Produção Asiático Comunidades Primitivas Modo de Produção Escravista Grécia Roma sociedades cuja principal característica era o predomínio

Leia mais

Grécia Antiga. Das Diásporas Gregas a Alexandre o Grande. Prof. Alan Carlos Ghedini

Grécia Antiga. Das Diásporas Gregas a Alexandre o Grande. Prof. Alan Carlos Ghedini Grécia Antiga Das Diásporas Gregas a Alexandre o Grande Prof. Alan Carlos Ghedini O Mundo Grego Localizado ao Sul da Península Balcânica Terreno bastante irregular e montanhoso Existência de pequenos vales

Leia mais

Grécia Antiga Das Diásporas Gregas a Alexandre o Grande. Prof. Alan Carlos Ghedini

Grécia Antiga Das Diásporas Gregas a Alexandre o Grande. Prof. Alan Carlos Ghedini Grécia Antiga Das Diásporas Gregas a Alexandre o Grande Prof. Alan Carlos Ghedini www.inventandohistoria.com O Mundo Grego Localizado ao Sul da Península Balcânica Terreno bastante irregular e montanhoso

Leia mais

Localização. P Ática. P. Peloponeso. Migrações de povos indo-europeus Aqueus Eólicos Jônicos. Península Balcânica: Litoral Recortado relevo Montanhoso

Localização. P Ática. P. Peloponeso. Migrações de povos indo-europeus Aqueus Eólicos Jônicos. Península Balcânica: Litoral Recortado relevo Montanhoso O MUNDO GREGO Localização P Ática Migrações de povos indo-europeus Aqueus Eólicos Jônicos P. Peloponeso Península Balcânica: Litoral Recortado relevo Montanhoso PERÍODO PRÉ-HOMÉRICO: Séc. XX XII a.c.

Leia mais

A FORMAÇÃO DO HOMEM NA PRIMEIRA GRÉCIA: O PAPEL DA ARTE

A FORMAÇÃO DO HOMEM NA PRIMEIRA GRÉCIA: O PAPEL DA ARTE A FORMAÇÃO DO HOMEM NA PRIMEIRA GRÉCIA: O PAPEL DA ARTE Flaviane de Fátima Lima Bueno¹ PMU Uberlândia/ Mestranda em Educação UNIUBE Orientadora: Profª. Drª. Sueli Teresinha de Abreu Bernardes GT 2: EDUCAÇÃO

Leia mais

Minoicos. Produção: jarros de cerâmica, vasos decorados, objetos refinados em ouro.

Minoicos. Produção: jarros de cerâmica, vasos decorados, objetos refinados em ouro. GRÉCIA CONTEXTO HISTÓRICO O Conhecimento sobre a história de Creta e Micenas deve-se, sobretudo, ás descobertas de dois arqueólogos: Schliemann, que encontrou vestígios de Tróia e as ruínas de Micenas

Leia mais

HISTÓRIA GERAL IDADE ANTIGA GRÉCIA

HISTÓRIA GERAL IDADE ANTIGA GRÉCIA IETAV System www.concursosecursos.com.br HISTÓRIA GERAL IDADE ANTIGA GRÉCIA História É um conceito que geralmente comporta múltiplos significados, referindo-se geralmente ou aos processos de formação das

Leia mais

A POESIA HOMÉRICA COMO INSTRUMENTO EDUCADOR FUNDAMENTAL NA GRÉCIA ANTIGA

A POESIA HOMÉRICA COMO INSTRUMENTO EDUCADOR FUNDAMENTAL NA GRÉCIA ANTIGA A POESIA HOMÉRICA COMO INSTRUMENTO EDUCADOR FUNDAMENTAL NA GRÉCIA ANTIGA MURARI, Juliana Cristhina (UEM) PEREIRA MELO, José Joaquim (Orientador/UEM) Agência Financiadora CAPES Introdução Hoje muitos se

Leia mais

IV. GRÉCIA: FORMAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DAS CIDADES-ESTADOS

IV. GRÉCIA: FORMAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DAS CIDADES-ESTADOS IV. GRÉCIA: FORMAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DAS CIDADES-ESTADOS Página 42 à 54. Formação do mundo grego Berço da civilização ocidental; Formou-se na região sul da Península Balcânica; Receberam muitas influências

Leia mais

AVISO: O conteúdo e o contexto das aulas referem-se aos pensamentos emitidos pelos próprios autores que

AVISO: O conteúdo e o contexto das aulas referem-se aos pensamentos emitidos pelos próprios autores que AVISO: O conteúdo e o contexto das aulas referem-se aos pensamentos emitidos pelos próprios autores que foram interpretados por estudiosos dos temas RUBENS expostos. RAMIRO Todo JUNIOR exemplo (TODOS citado

Leia mais

GRÉCIA ANTIGA PERIODIZAÇÃO ATENAS E ESPARTA

GRÉCIA ANTIGA PERIODIZAÇÃO ATENAS E ESPARTA GRÉCIA ANTIGA PERIODIZAÇÃO ATENAS E ESPARTA Povos formadores Cretenses civilização minoica Aqueus civilização micênica Jônios fundadores de Atenas Dórios fundadores de Esparta Eólios últimos a chegar ao

Leia mais

DICAS DO PROFESSOR. História 6º Ano

DICAS DO PROFESSOR. História 6º Ano DICAS DO PROFESSOR História 6º Ano A HÉLADE Nós chamamos a nossa terra de Hélade e nos consideramos helenos. E todos aqueles que possuíam outras culturas e falavam línguas que nós não entendemos, nós os

Leia mais

Homero é o provável autor da Ilíada, poema sobre a longa guerra entre gregos e troianos, no século XII a.c., e da Odisséia, que conta o retorno do gue

Homero é o provável autor da Ilíada, poema sobre a longa guerra entre gregos e troianos, no século XII a.c., e da Odisséia, que conta o retorno do gue ODISSÉIA Introdução ao tema A contribuição de Homero à civilização foi tão importante que sua poesia épica se tornou um marco para a Antiguidade clássica, e, por isso, o período que vai do século XII a.c.

Leia mais

Base da civilização ocidental. Cidadania Democracia Filosofia Geometria Teatro

Base da civilização ocidental. Cidadania Democracia Filosofia Geometria Teatro Grécia Antiga Base da civilização ocidental Cidadania Democracia Filosofia Geometria Teatro Periodização Período pré-homérico Período homérico Período arcaico Período clássico Período helenístico pré-homérico

Leia mais

FACULDADE ESTADUAL DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS ANA PAULA JACYNTHO TATIANE JASKIU DA SILVA PÉRICLES E A ERA DOURADA DE ATENAS

FACULDADE ESTADUAL DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS ANA PAULA JACYNTHO TATIANE JASKIU DA SILVA PÉRICLES E A ERA DOURADA DE ATENAS FACULDADE ESTADUAL DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS ANA PAULA JACYNTHO TATIANE JASKIU DA SILVA PÉRICLES E A ERA DOURADA DE ATENAS UNIÃO DA VITÓRIA 2010 INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como finalidade

Leia mais

Conteúdo para recuperação do I Semestre 6º ANO

Conteúdo para recuperação do I Semestre 6º ANO Conteúdo para recuperação do I Semestre I Bimestre II Bimestre 6º ANO As primeiras sociedades; Mesopotâmia. Grécia: formação e consolidação; Grécia: Organização das cidades-estados. As primeiras sociedades;

Leia mais

OS LUSÍADAS LUÍS DE CAMÕES. Biblioteca Escolar

OS LUSÍADAS LUÍS DE CAMÕES. Biblioteca Escolar OS LUSÍADAS DE LUÍS DE CAMÕES Biblioteca Escolar Sumário O que é um poema épico? Qual a matéria épica de Os Lusíadas? Qual a estrutura externa de Os Lusíadas? Qual a estrutura interna de Os Lusíadas? Quais

Leia mais

A LITERATURA É A ARTE QUE SE MANIFESTA PELA PALAVRA, SEJA ELA FALADA OU ESCRITA

A LITERATURA É A ARTE QUE SE MANIFESTA PELA PALAVRA, SEJA ELA FALADA OU ESCRITA GÊNEROS LITERÁRIOS A LITERATURA É A ARTE QUE SE MANIFESTA PELA PALAVRA, SEJA ELA FALADA OU ESCRITA Na Antiguidade Clássica os textos literários dividiam em em três gêneros: GÊNERO LÍRICO GÊNERO DRAMÁTICO

Leia mais

Império Romano e outros impérios de sua época. Profª Ms. Ariane Pereira

Império Romano e outros impérios de sua época. Profª Ms. Ariane Pereira Império Romano e outros impérios de sua época Profª Ms. Ariane Pereira Império Romano Expansão durante quatro séculos: Oriente e ocidente; Oriente: se estendeu do Egito à Mesopotâmia e chegou a Arábia;

Leia mais

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO HISTÓRIA DA LITERATURA PROFESSORA: SOLANGE SANTANA GUIMARÃES MORAIS

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO HISTÓRIA DA LITERATURA PROFESSORA: SOLANGE SANTANA GUIMARÃES MORAIS UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO HISTÓRIA DA LITERATURA PROFESSORA: SOLANGE SANTANA GUIMARÃES MORAIS RESENHA CRÍTICA DO FILME A ODISSEIA BASEADO NOS POEMAS ÉPICOS DE HOMERO ALUNO: ALCIDES WENNER FERREIRA

Leia mais

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO UL CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS CURSO DE ARTES VISUAIS Professor Dr. Isaac A. Camargo Apoio Pedagógico: AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM: www.artevisualensino.com.br

Leia mais

Mundo Grego Resumo de Aula

Mundo Grego Resumo de Aula Mundo Grego Resumo de Aula De acordo com a historiografia, a história da Grécia pode ser dividida nos seguintes períodos: Pré-Homérico Homérico Arcaico Clássico. Helenístico. Período Pré-Homérico: Na visão

Leia mais

A ORIGEM DA FILOSOFIA

A ORIGEM DA FILOSOFIA A ORIGEM DA FILOSOFIA UMA VIDA SEM BUSCA NÃO É DIGNA DE SER VIVIDA. SÓCRATES. A IMPORTÂNCIA DOS GREGOS Sob o impulso dos gregos, a civilização ocidental tomou uma direção diferente da oriental. A filosofia

Leia mais

UNIDADE 1 - Do Mito à Filosofia

UNIDADE 1 - Do Mito à Filosofia FILOSOFIA UNIDADE 1 - Do Mito à Filosofia A curiosidade humana levou o homem a buscar explicações para os fenômenos do cotidiano. Numa época em que não havia nenhuma fundamentação científica capaz de

Leia mais

Educação Matemática MATEMÁTICA LICENCIATURA. Professora Andréa Cardoso

Educação Matemática MATEMÁTICA LICENCIATURA. Professora Andréa Cardoso Educação Matemática MATEMÁTICA LICENCIATURA Professora Andréa Cardoso OBJETIVO DA AULA: Diferenciar a Matemática Racional da Matemática Prática 2 UNIDADE I : EDUCAÇÃO MATEMÁTICA E ENSINO Matemática Racional

Leia mais

Homero é o provável autor da Ilíada, poema sobre a longa guerra entre gregos e troianos, no século XII a.c., e da Odisséia, que conta o retorno do gue

Homero é o provável autor da Ilíada, poema sobre a longa guerra entre gregos e troianos, no século XII a.c., e da Odisséia, que conta o retorno do gue ILÍADA Introdução ao tema A contribuição de Homero à civilização foi tão importante que sua poesia épica se tornou um marco para a Antiguidade clássica, e, por isso, o período que vai do século XII a.c.

Leia mais

Curso: Licenciatura em História Componente Curricular: História Antiga I Carga Horária: 50 horas

Curso: Licenciatura em História Componente Curricular: História Antiga I Carga Horária: 50 horas FACULDADE SUMARÉ PLANO DE ENSINO Curso: Licenciatura em História Componente Curricular: História Antiga I Carga Horária: 50 horas Semestre/ Módulo 1º. Semestre - Unidade Santana Professor(es): Danielle

Leia mais

OS POEMAS CLÁSSICOS COMO FENÔMENOS CULTURAIS ESTRUTURADORES DO ANTIGO CONCEITO GREGO EDUCACIONAL

OS POEMAS CLÁSSICOS COMO FENÔMENOS CULTURAIS ESTRUTURADORES DO ANTIGO CONCEITO GREGO EDUCACIONAL OS POEMAS CLÁSSICOS COMO FENÔMENOS CULTURAIS ESTRUTURADORES DO ANTIGO CONCEITO GREGO EDUCACIONAL JULIANA CRISTHINA FAIZANO MURARI (UEM), JOSÉ JOAQUIM PEREIRA MELO (UEM). Resumo O presente trabalho destina

Leia mais

MITO E RAZÃO. A passagem do mito à Filosofia

MITO E RAZÃO. A passagem do mito à Filosofia MITO E RAZÃO A passagem do mito à Filosofia O QUE PERGUNTAVAM OS PRIMEIROS FILÓSOFOS? Por que os seres nascem e morrem? Por que os semelhantes dão origem aos semelhantes, de uma árvore nasce outra árvore,

Leia mais

Esta prova é composta por DOIS testes e SEIS questões dispostas em CINCO páginas.

Esta prova é composta por DOIS testes e SEIS questões dispostas em CINCO páginas. PROVA HISTÓRIA 3º TRIMESTRE DE 2015 PROFa. CACÁ N ME N o 6 o ANO A prova deverá ser entregue a caneta preta ou azul. Jamais utilize corretivo e/ou rasure suas respostas, ou elas serão anuladas. Se ao passar

Leia mais

O Início. Curso de Filosofia. Prof. Marcos Sidnei Pagotto-Euzebio. História da Filosofia Antiga As Origens da Filosofia na Grécia Antiga

O Início. Curso de Filosofia. Prof. Marcos Sidnei Pagotto-Euzebio. História da Filosofia Antiga As Origens da Filosofia na Grécia Antiga Curso de Filosofia Prof. Marcos Sidnei Pagotto-Euzebio História da Filosofia Antiga As Origens da Filosofia na Grécia Antiga O Início A Filosofia nasce na Grécia por motivos históricos. Imagem 1 Não é

Leia mais

JOGO DE PERGUNTAS. 211 e 212 Prof. Tiago Nascimento

JOGO DE PERGUNTAS. 211 e 212 Prof. Tiago Nascimento JOGO DE PERGUNTAS 211 e 212 Prof. Tiago Nascimento Regras Cada equipe responde na sua vez. Se não souber passa. Se a segunda equipe também não souber passa para a terceira. E assim sucessivamente. Nesse

Leia mais

ミ Trabalho de Literatura 彡. Tema: Classicismo e Humanismo.

ミ Trabalho de Literatura 彡. Tema: Classicismo e Humanismo. ミ Trabalho de Literatura 彡 Tema: Classicismo e Humanismo. Movimento cultural que se desenvolveu na Europa ao longo dos séculos XV e XVI, com reflexos nas artes, nas ciências e em outros ramos da atividade

Leia mais

Antiguidade Clássica. Grécia Antiga

Antiguidade Clássica. Grécia Antiga Antiguidade Clássica Grécia Antiga Características gerais Economia: comércio marítimo, agricultura e pastoreio. Religião: politeísmo. Política: cidades-estados independentes e com diferentes organizções

Leia mais

Contextualização histórica Grécia antiga

Contextualização histórica Grécia antiga Contextualização histórica Grécia antiga Fundamentos teórico-epistemológicos da educação I PPGE UEPG Professoras Gisele Masson Patrícia Marcoccia PERÍODO PRÉ-HOMÉRICO OU MICÊNICO PERIODIZAÇÃO Período

Leia mais

VII. GRÉCIA: ORGANIZAÇÃO DAS CIDADES-ESTADOS

VII. GRÉCIA: ORGANIZAÇÃO DAS CIDADES-ESTADOS VII. GRÉCIA: ORGANIZAÇÃO DAS CIDADES-ESTADOS Página 28 à 41. Atenas Sul da Península Balcânica; Não foi ocupada pelos dórios, predominavam os eólios e os jônios; Formou-se da união de tribos na planície

Leia mais

RESOLUÇÕES DE QUESTÕES PROFESSOR DANILO BORGES FILOSOFIA 9º ANO ENSINO FUNDAMENTAL II

RESOLUÇÕES DE QUESTÕES PROFESSOR DANILO BORGES FILOSOFIA 9º ANO ENSINO FUNDAMENTAL II RESOLUÇÕES DE QUESTÕES PROFESSOR DANILO BORGES FILOSOFIA 9º ANO ENSINO FUNDAMENTAL II (UEL) Tales foi o iniciador da filosofia da physis, pois foi o primeiro a afirmar a existência de um princípio originário

Leia mais

Grécia (Hélade) Localização

Grécia (Hélade) Localização Grécia (Hélade) Primeira civilização ocidental Localização 1 Grécia Continental e Insular Relevo escarpado e isolamento natural das cidades 2 PERÍODOS Pré-homérico(séc. XX a XII ac) Homérico(séc. XII a

Leia mais

PRÉ-HISTÓRIA. PERÍODO QUE VAI DO SURGIMENTO DO HOMEM (± 4 MILHÕES DE ANOS ATRÁS) À INVENÇÃO DA ESCRITA (±4.000 a.c.)

PRÉ-HISTÓRIA. PERÍODO QUE VAI DO SURGIMENTO DO HOMEM (± 4 MILHÕES DE ANOS ATRÁS) À INVENÇÃO DA ESCRITA (±4.000 a.c.) PERÍODO QUE VAI DO SURGIMENTO DO HOMEM (± 4 MILHÕES DE ANOS ATRÁS) À INVENÇÃO DA ESCRITA (±4.000 a.c.) A EVOLUÇÃO DA ESPÉCIE HUMANA: NOME PERÍODO CRÂNIO LOCAL CARACTERÍSTICA Australopithecus 4,2 1,4 milhões

Leia mais

EMENTAS Departamento de Letras Estrangeiras UNIDADE CURRICULAR DE LÍNGUA E LITERATURA ITALIANA

EMENTAS Departamento de Letras Estrangeiras UNIDADE CURRICULAR DE LÍNGUA E LITERATURA ITALIANA EMENTAS Departamento de Letras Estrangeiras UNIDADE CURRICULAR DE LÍNGUA E LITERATURA ITALIANA Italiano I: Língua e Cultura - Introdução às situações prático-discursivas da língua italiana mediante o uso

Leia mais

A arqueologia é uma ciência relativamente nova.

A arqueologia é uma ciência relativamente nova. A arqueologia é uma ciência relativamente nova. Nasceu no século XV quando os europeus iam dominando o mundo. A presença de europeus nas terras bíblicas levou aqueles que conheciam as Escrituras a escavar

Leia mais

Avaliação Especial (Ensino Médio)

Avaliação Especial (Ensino Médio) P 501G 1.a Série Gabarito Física 17/05/01 Avaliação Especial (Ensino Médio) Física 01. Alternativa d. S P = 0 + 100 t S M =10+80t S P =S M 100t=10+80t t = 0,5 h S M = S P =50km 0. Alternativa e. 03. Alternativa

Leia mais

Os gêneros literários. Literatura Brasileira 3ª série EM Prof.: Flávia Guerra

Os gêneros literários. Literatura Brasileira 3ª série EM Prof.: Flávia Guerra Os gêneros literários Literatura Brasileira 3ª série EM Prof.: Flávia Guerra Os gêneros literários O termo gênero é utilizado para determinar um conjunto de obras que apresentam características semelhantes

Leia mais

CIVILIZAÇÃO GREGA. Curso: Médio Integrado. Prof. Manoel dos Passos da Silva Costa

CIVILIZAÇÃO GREGA. Curso: Médio Integrado. Prof. Manoel dos Passos da Silva Costa CIVILIZAÇÃO GREGA Curso: Médio Integrado Prof. Manoel dos Passos da Silva Costa ORIGEM DO POVO GREGO GRÉCIA GREGOS HÉLADE HELENOS Geografia Grécia continental Peninsular insular Montanhas Vales férteis

Leia mais

Colégio Cenecista Dr. José Ferreira Filosofia Prof. Uilson e Bruno. 8ª Série 9º ano Uberaba Setembro de 2014

Colégio Cenecista Dr. José Ferreira Filosofia Prof. Uilson e Bruno. 8ª Série 9º ano Uberaba Setembro de 2014 * Colégio Cenecista Dr. José Ferreira Filosofia Prof. Uilson e Bruno. 8ª Série 9º ano Uberaba Setembro de 2014 *Prudência deriva do termo phoronésis φρόνησις, podemos interpretar sua etimologia como a

Leia mais

Professor Otto Barreto

Professor Otto Barreto Professor Otto Barreto Características geográficas: Pouca fertilidade do solo; Região litorânea com boa possibilidade na construção de portos; Solo acidentado e relevo montanhoso. Resultado: isolamento

Leia mais

1 CARACTERÍSTICAS GERAIS: 2 FASES DA HISTÓRIA: ANTIGÜIDADE CLÁSSICA A GRÉCIA

1 CARACTERÍSTICAS GERAIS: 2 FASES DA HISTÓRIA: ANTIGÜIDADE CLÁSSICA A GRÉCIA 1 CARACTERÍSTICAS GERAIS: Território acidentado; Desenvolvimento do comércio e navegação; Descentralização política (Cidade-Estado); Modo de produção escravista; Contribuições nas artes, ciências e filosofia

Leia mais

Programa de Retomada de Conteúdo

Programa de Retomada de Conteúdo Diego História Colégio Amorim Santa Teresa Fone: 2909-1422 Diretoria de Ensino Região Centro Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. Rua Lagoa Panema, 466 Vila Guilherme Programa de Retomada

Leia mais

1-INTRODUÇÃO. Aula 2 Mito e filosofia:

1-INTRODUÇÃO. Aula 2 Mito e filosofia: Prof. Gilmar Dantas 1-INTRODUÇÃO Aula 2 Mito e filosofia: Nesta aula, vamos ver outras características da filosofia e ver também os mitos. Houve uma passagem dos mitos para a filosofia na Grécia Antiga.

Leia mais

O BRASIL ANTES DOS PORTUGUESES HISTÓRIA PRÉ-CABRALINA DO BRASIL

O BRASIL ANTES DOS PORTUGUESES HISTÓRIA PRÉ-CABRALINA DO BRASIL O BRASIL ANTES DOS PORTUGUESES HISTÓRIA PRÉ-CABRALINA DO BRASIL Capítulo 10 BRASIL ocupação entre 15 a 40 mil anos Número de habitantes quando os portugueses aqui chegaram 4 a 5 milhões de nativos Sítios

Leia mais

ANTIGUIDADE CLÁSSICA PROFESSOR OTÁVIO

ANTIGUIDADE CLÁSSICA PROFESSOR OTÁVIO ANTIGUIDADE CLÁSSICA PROFESSOR OTÁVIO GRÉCIA GRÉCIA ANTIGA: CIDADES-ESTADO POR VOLTA DO ANO DE 2.000 a.c. A GRÉCIA CONTINENTAL E AS ILHAS DO MAR EGEU FORAM OCUPAS POR POVOS INDO-EUROPEUS: AQUEUS, JÔNIOS,

Leia mais

Elenco de Disciplinas do Dellin RES. N. 103/00-CEPE RES. N. 33/03-CEPE RES. N. 10/07-CEPE

Elenco de Disciplinas do Dellin RES. N. 103/00-CEPE RES. N. 33/03-CEPE RES. N. 10/07-CEPE Elenco de Disciplinas do Dellin RES. N. 103/00-CEPE RES. N. 33/03-CEPE RES. N. 10/07-CEPE OBS: Disciplinas de Grego e Latim migraram para o Departamento de Polonês, Alemão e Letras Clássicas DEPAC a partir

Leia mais

Classicismo. Literatura brasileira 1ª EM Prof.: Flávia Guerra

Classicismo. Literatura brasileira 1ª EM Prof.: Flávia Guerra Classicismo Literatura brasileira 1ª EM Prof.: Flávia Guerra Contexto O século XV traz o ser humano para o centro dos acontecimentos, relegando para segundo plano o deus todopoderoso do período medieval.

Leia mais

1º bimestre 1ª série 7 - Antiguidade Ocidental - Grécia Cap , 2.2. Roberson de Oliveira

1º bimestre 1ª série 7 - Antiguidade Ocidental - Grécia Cap , 2.2. Roberson de Oliveira 1º bimestre 1ª série 7 - Antiguidade Ocidental - Grécia Cap. 2 2.1, 2.2 Roberson de Oliveira Antiguidade Ocidental - Grécia 1. Periodização XX a.c. XII a.c. VIII a.c. VI a.c. IV a.c. I a.c. Pré-Homérico

Leia mais

A Grécia Antiga. Prof. João Rocha Instituto Santa Luzia

A Grécia Antiga. Prof. João Rocha Instituto Santa Luzia A Grécia Antiga Prof. João Rocha Instituto Santa Luzia Periodização I - Período pré-homérico (2000 a 1200 a.c.): ocupação da Grécia. Creta e Micenas. Chegada dos povos aqueus e dórios. II - Período Homérico

Leia mais

Aulas 2 e 3. Antiguidade Clássica

Aulas 2 e 3. Antiguidade Clássica Aulas 2 e 3 Antiguidade Clássica A civilização greco-romana serviu de modelo para o desenvolvimento da sociedade européia e ocidental, por isso o adjetivo clássico, dado pelos europeus nos séculos XIV

Leia mais

Profª. Flores. Grécia

Profª. Flores. Grécia Profª. Flores Grécia LOCALIZAÇÃO : localiza-se em sua maior parte no sudeste da Europa. Abrangia três importantes regiões: na Grécia Continental: situada ao sul da península Balcânica; na Grécia Insular:

Leia mais

RESUMO: Aspectos da estrutura politico-militar romana.

RESUMO: Aspectos da estrutura politico-militar romana. 1 SAMUEL BARBOSA DE SOUZA RESUMO: Aspectos da estrutura politico-militar romana. Euclides da Cunha - Bahia 2016 2 Aspectos da estrutura politico-militar romana Trabalho apresentado no segundo semestre

Leia mais

GUERRAS HEGEMÔNICAS. Foi a disputa pelo poder entre as cidades-estados e outros povos

GUERRAS HEGEMÔNICAS. Foi a disputa pelo poder entre as cidades-estados e outros povos GUERRAS HEGEMÔNICAS Foi a disputa pelo poder entre as cidades-estados e outros povos GUERRAS MÉDICAS GUERRA DO PELOPONESO Externa = gregos e persas Interna = Esparta X Atenas GUERRAS MÉDICAS Chamam-se

Leia mais

ANTIGUIDADE ORIENTAL PROFESSOR OTÁVIO

ANTIGUIDADE ORIENTAL PROFESSOR OTÁVIO ANTIGUIDADE ORIENTAL PROFESSOR OTÁVIO CARACTERISTICAS COMUNS DAS PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES OS DOIS ELEMENTOS MAIS MARCANTES FORAM AGRICULTURA BASEADA NOS GRANDES SISTEMAS DE IRRIGAÇÃOE PODER POLÍTICO SUSTENTADO

Leia mais

1. Dê um exemplo de fonte histórica que cada um destes profissionais estuda: a) Historiador. b) Arqueólogo. c) Paleontólogo

1. Dê um exemplo de fonte histórica que cada um destes profissionais estuda: a) Historiador. b) Arqueólogo. c) Paleontólogo COLÉGIO DE APLICAÇÃO DOM HÉLDER CÂMARA EXERCÍCIO COMPLEMENTAR I DATA PARA ENTREGA / /2017 DISCIPLINA: HISTÓRIA ALUNO(A): SÉRIE: 6 ANO Conteúdo: * Os primeiros povoadores da Terra * A Pré-História brasileira

Leia mais

PRÉ-HISTÓRIA. Prof. Bruno Pedroso

PRÉ-HISTÓRIA. Prof. Bruno Pedroso PRÉ-HISTÓRIA Prof. Bruno Pedroso PERÍODOS DA HISTÓRIA A VIDA NA TERRA Cerca de 3,5 bilhões de anos atrás. Surgimento da vida na terra Cerca de 65 milhões de anos atrás. Extinção dos dinossauros Cerca de

Leia mais

NOTA: AVALIÇÃO DIA 20 DE MAIO. Lista de História. P1, 2 bimestre 1ª. Série.

NOTA: AVALIÇÃO DIA 20 DE MAIO. Lista de História. P1, 2 bimestre 1ª. Série. Aluno(a): Nº Disciplina: Ciências humanas e suas tecnologias Professor (a): Barros Dutra Goiânia, maio de 2017. Valor Máximo: 7,0 NOTA: AVALIÇÃO DIA 20 DE MAIO Lista de História. P1, 2 bimestre 1ª. Série.

Leia mais

Fim da civilização cretense - minoica A unidade política básica da civilização cretense também foi a cidade-estado. Por volta de 1400 a.c.

Fim da civilização cretense - minoica A unidade política básica da civilização cretense também foi a cidade-estado. Por volta de 1400 a.c. A civilização grega Capítulo 13: Como a história da Europa começou? Capítulo 14 Quem era cidadão em Atenas? Avaliação Bimestral: capítulos 13, 14 e 15. Civilização cretense A civilização grega teve como

Leia mais

Antiguidade Clássica Grécia Antiga

Antiguidade Clássica Grécia Antiga Antiguidade Clássica Grécia Antiga Características gerais Economia: comércio marítimo, agricultura e pastoreio. Religião: politeísmo. Política: cidades-estado independentes e com diferentes organizações

Leia mais

HISTÓRIA GERAL - HÉLADE

HISTÓRIA GERAL - HÉLADE HISTÓRIA GERAL - HÉLADE ANTIGÜIDADE Ausência do Mar CLÁSSICA Adaptados ao calor seco Tipos de Roupa Alimentação Recreação Pois bem, da mesma forma a geografia também teve impacto na vida dos gregos! Clima

Leia mais

Sociedades urbanas e primeiros Estados. Profª Ms. Ariane Pereira

Sociedades urbanas e primeiros Estados. Profª Ms. Ariane Pereira Sociedades urbanas e primeiros Estados Profª Ms. Ariane Pereira Introdução A Revolução Agrícola proporcionou o surgimento dos primeiros núcleos urbanos e os primeiros Estados; As primeiras cidades foram

Leia mais

Conceitos Domínios a trabalhar Experiências de aprendizagem Sugestões de recursos Avaliação Aulas

Conceitos Domínios a trabalhar Experiências de aprendizagem Sugestões de recursos Avaliação Aulas 7º ANO - PCA 1º PERÍODO 2012-2013 TEMA A Das sociedades recoletoras às primeiras civilizações A1 As sociedades recoletoras e as primeiras sociedades produtoras As primeiras conquistas do Homem Os grandes

Leia mais

MITO E FILOSOFIA 1 SÉRIE DO ENSINO MÉDIO COLÉGIO DRUMMOND 2017 PROF. DOUGLAS PHILIP

MITO E FILOSOFIA 1 SÉRIE DO ENSINO MÉDIO COLÉGIO DRUMMOND 2017 PROF. DOUGLAS PHILIP MITO E FILOSOFIA 1 SÉRIE DO ENSINO MÉDIO COLÉGIO DRUMMOND 2017 PROF. DOUGLAS PHILIP QUAL O SIGINIFICADO DA PALAVRA FILOSOFIA? QUAL A ORIGEM DA FILOSOFIA? E O QUE HAVIA ANTES DA FILOSOFIA? OS MITOS A palavra

Leia mais

T Ulisses APRESENTAÇÃO SOBRE O AUTOR

T Ulisses APRESENTAÇÃO SOBRE O AUTOR T Ulisses APRESENTAÇÃO Os gregos antigos acreditavam que Homero era um poeta histórico, autor de Ilíada e Odisseia mas os investigadores estão céticos: não há nenhuma informação biográfica concreta da

Leia mais

MAC DOWELL FILOSOFIA OS PRÉ- SOCRÁTICOS PAZ NA ESCOLA

MAC DOWELL FILOSOFIA OS PRÉ- SOCRÁTICOS PAZ NA ESCOLA MAC DOWELL FILOSOFIA OS PRÉ- SOCRÁTICOS PAZ NA ESCOLA DATA: 18/02/2019 1. O surgimento da Filosofia. 2. Mitologia Grega. 3. Mito e Filosofia. 2 3 MAC DOWELL FILOSOFIA OS PRÉ- SOCRÁTICOS PAZ NA ESCOLA DATA:

Leia mais

Há quatro GÊNEROS principais e clássicos e mais um gênero moderno (a partir do séc. XIX); são eles:

Há quatro GÊNEROS principais e clássicos e mais um gênero moderno (a partir do séc. XIX); são eles: Gêneros Literários Há quatro GÊNEROS principais e clássicos e mais um gênero moderno (a partir do séc. XIX); são eles: Gênero épico (fatos heroicos) Guerras, batalhas e grandes feitos 3ª pessoa; Expressa

Leia mais

Linha do tempo. Arq. Atualidade ac d. C d. C.

Linha do tempo. Arq. Atualidade ac d. C d. C. PRÉ-HISTÓRIA Linha do tempo 500.000 ac 1789 d. C. 1453 d. C. Atualidade Arq. Pré-História identifica dividido em período Anterior a invenção da escrita Paleolítico Neolítico Idade dos Metais 2 milhões

Leia mais

Os Lusíadas Luís Vaz de Camões /1580

Os Lusíadas Luís Vaz de Camões /1580 Os Lusíadas 1572 Luís Vaz de Camões +- 1524/1580 Influências Grandes navegações: período dos descobrimentos (séc. XV ao XVII): financiadas pela Igreja Católica, que buscava domínio em terras distantes

Leia mais

GÊNEROS LITERÁRIOS. Dramático, Épico, Narrativo e Lírico

GÊNEROS LITERÁRIOS. Dramático, Épico, Narrativo e Lírico GÊNEROS LITERÁRIOS Dramático, Épico, Narrativo e Lírico O QUE SÃO GÊNEROS LITERÁRIOS? Designam as famílias de obras literárias dotadas de características iguais ou semelhantes. Porém, os gêneros não são

Leia mais

Esparta: um Estado fortificado

Esparta: um Estado fortificado Esparta: um Estado fortificado 1 Transformavam seus vizinhos (Messênia VIII a. C.) em escravos. Eram os servos do Estado. 2 Como eram mais numerosos os messênios se rebelaram. Depois da vitória, os espartanos

Leia mais

ESTRUTURAS MITOLÓGICAS DA. Uberaba Fevereiro de 2016 GRÉCIA CLÁSSICA. Professor Uilson Fernandes

ESTRUTURAS MITOLÓGICAS DA. Uberaba Fevereiro de 2016 GRÉCIA CLÁSSICA. Professor Uilson Fernandes ESTRUTURAS MITOLÓGICAS DA GRÉCIA CLÁSSICA Professor Uilson Fernandes Uberaba Fevereiro de 2016 AS ORIGENS DA ESTRUTURA MITOLÓGICA Basicamente podemos determinar duas fontes centrais onde estão expressas

Leia mais

Educação na Grécia. Fundamentos teórico-epistemológicos da educação I. PPGE UEPG Professoras Gisele Masson Patrícia Marcoccia

Educação na Grécia. Fundamentos teórico-epistemológicos da educação I. PPGE UEPG Professoras Gisele Masson Patrícia Marcoccia Educação na Grécia Fundamentos teórico-epistemológicos da educação I PPGE UEPG Professoras Gisele Masson Patrícia Marcoccia A educação na Grécia Fonte: Blog do Maffei, 2017. Traços da cultura grega:educação

Leia mais

Fenícios e Persas IDADE ANTIGA

Fenícios e Persas IDADE ANTIGA IDADE ANTIGA Fenícios e Persas Dentre os diversos povos que viveram na mesopotâmia e arredores, destacamos nessa aula o povo que chegou a formar um verdadeiro império sobre o Mar Mediterrâneo, os fenícios,

Leia mais