DESAFIOS DO IPTU José Roberto R. Afonso
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1 DESAFIOS DO IPTU José Roberto R. Afonso 5ª REUNIÃO DA REDE PNAFM Florianópolis, 11/9/2013
2 A TRIBUTAÇÃO BRASILEIRA TRIBUTAÇÃO DO PATRIMÔNIO NO BRASIL Evolução pós-80 Composição atual A Tributação Municipal O Desprezado Imposto Patrimonial Urbano REFORMA E PERSPECTIVAS
3 DIAGNÓSTICO Tributo tipicamente local que onera os proprietários de imóveis localizados na área urbana da cidade. Base de cálculo é o valor venal do imóvel apurado anualmente através de avaliação da prefeitura. Esse valor corresponde ao que o administrador municipal entende ser o preço de venda do imóvel nas condições de mercado. O montante devido do imposto é apurado mediante a aplicação de uma alíquota ao valor venal do imóvel. As alíquotas são definidas de acordo com a legislação de cada município. Há prefeituras que praticam alíquotas diferenciadas conforme o tipo de imóvel: residencial, comercial, industrial e terreno. Em 2012, a arrecadação estimada de IPTU foi de R$ 17,1 bilhões: equivale a 0.41% do PIB, R$ 89 por habitante e 1.2% da carga tributária nacional. Para a grande parte dos municípios, o ISS (0.83% do PIB em 2012) é uma fonte de receita mais importante que o IPTU e também se arrecada menos que o IPVA. O IPVA arrecadou R$ 26.4 bilhões (0.6% do PIB) em 2012, 50% a mais que o IPTU (supera em 93,7% das cidades, inclusive grandes capitais do Sul/Sudeste),, apesar do valor de veículos ser menor do que de imóveis. Se fossem equiparados, o IPTU poderia arrecadar a mais cerca de R$ 9 bilhões É baixa a exploração do potencial de IPTU até mesmo em relação ao ITBI pois a receita deste representou 40% daquele (cerca de R$ 7 bilhões em 2012).
4 Em % do PIB Por que (não) reformar? Desempenho da arrecadação: expansão sem precedentes e nível acima das economias emergentes 37% CARGA TRIBUTARIA BRUTA GLOBAL NO PÓS-GUERRA: 1947 a % 33% 31% 29% 27% 25% 23% 21% 19% 17% 15% 13% 4 Anos
5 Comparações internacionais de carga tributária: Brasil, ponto fora da curva
6 % do PIB Comparações internacionais de carga tributária: Brasil, diferencial na tributação indireta Carga Tributária por Base de Incidência (% do PIB) Renda, Lucros e Ganhos Bens e Serviços Salário (Contribuições Sociais) Propriedade Carga Tributária Base de Incidência Países Industrializados Países em Desenvolvimento Brasil (2006)
7 Já (bem) descentralizado? Divisão federativa da receita tributária (2012): Estados importam mais na geração da receita e Municípios são únicos beneficiados por repartições 7
8 Municipalizado (no longo prazo)? Divisão federativa da receita tributária (1960/2011): Municípios cresceram no longo prazo EVOLUÇÃO DA DIVISÃO FEDERATIVA DA RECEITA TRIBUTÁRIA POR NÍVEL DE GOVERNO (conceito contas nacionais) Conceito Central Estadual Local Total Central Estadual Local Total Carga - % do PIB Composição - % do Total ARRECADAÇÃO DIRETA ,14 5,45 0,82 17,41 64,0 31,3 4,7 100, ,33 7,95 0,70 25,98 66,7 30,6 2,7 100, ,31 5,31 0,90 24,52 74,7 21,6 3,7 100, ,08 5,74 0,61 22,43 71,7 25,6 2,7 100, ,77 8,61 1,77 31,15 66,7 27,6 5,7 100, ,03 9,27 2,08 36,39 68,8 25,5 5,7 100,0 RECEITA DISPONÍVEL ,37 5,94 1,11 17,41 59,5 34,1 6,4 100, ,79 7,59 2,60 25,98 60,8 29,2 10,0 100, ,71 5,70 2,10 24,52 68,2 23,3 8,6 100, ,48 5,97 2,98 22,43 60,1 26,6 13,3 100, ,38 8,19 5,58 31,15 55,8 26,3 17,9 100, ,97 8,86 6,56 36,39 57,6 24,4 18,0 100,0 Fonte: Elaboração própria, a partir de STN, SRF, IBGE, Ministério da Previdência, CEF, Confaz e Balanços Municipais. Metodologia das contas nacionais inclui impostos, taxas e contribuições, inclusive CPMF, FGTS e royalties, bem assim dívida ativa. Receita Dispon'ivel = arrecadação própria mais e/ou menos repartição constitucional de receitas tributárias e outros repasses compulsórios.
9 A TRIBUTAÇÃO BRASILEIRA Composição da carga tributária (2012): irrelevância da tributação patrimonial Base de Incidência R$ Bilhões % PIB % Total Per capita (R$) TOTAL 1.605,1 36,4 100, ,0 BENS E SERVIÇOS 661,4 15,0 41, ,2 SALÁRIOS E MÃO-DE-OBRA 420,3 9,5 26, ,4 RENDA, LUCROS E GANHOS 319,7 7,2 19, ,9 PATRIMONIAIS 56,1 1,3 3,5 288,9 COMÉRCIO EXTERIOR 31,1 0,7 1,9 160,2 TAXAS 24,9 0,6 1,6 128,3 TRANSAÇÕES FINANCEIRAS 30,7 0,7 1,9 158,4 DEMAIS 60,8 1,4 3,8 313,6 Fonte: Elaboração Própria (Balanço Oficial da União, STN; Balanço dos Estados, STN; Finbra, STN; SRF)
10 Regresividade tributária e crescente Carga Tributária Direta e Indireta sobre a Renda Total das Famílias em 1996 e em 2004 Renda Em % da Renda Familiar Acréscimo Mensal Tributação Direta Tributação Indireta Carga Tributária Total de Carga Familiar Tributária até 2 SM 1,7 3,1 26,5 45,8 28,2 48,8 20,6 2 a 3 2,6 3,5 20,0 34,5 22,6 38,0 15,4 3 a 5 3,1 3,7 16,3 30,2 19,4 33,9 14,5 5 a 6 4,0 4,1 14,0 27,9 18,0 32,0 14,0 6 a 8 4,2 5,2 13,8 26,5 18,0 31,7 13,7 8 a 10 4,1 5,9 12,0 25,7 16,1 31,7 15,6 10 a 15 4,6 6,8 10,5 23,7 15,1 30,5 15,4 15 a 20 5,5 6,9 9,4 21,6 14,9 28,4 13,5 20 a 30 5,7 8,6 9,1 20,1 14,8 28,7 13,9 mais de 30 10,6 9,9 7,3 16,4 17,9 26,3 8,4 Fonte: Zockun et al (2007).
11 % Do que não se fala? Sistema muito e crescentemente regressivo, pelo predomínio de tributos sobre consumo pouco seletivos. Carga Tributária Direta por Décimos de Renda: IPEA , a partir da POF Principais Tributos 4,0 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0 3,79 3,7 3,3 3,3 3,1 2,6 2,7 2,3 1,9 1,8 1,8 1,4 1,4 1,4 1,5 1,4 1,0 1,1 1,1 1,0 0,6 0,7 0,80 0,5 0,5 0,5 0,3 0,2 0,3 0,3 0,7 0,6 0,00 0,01 0,01 0,02 0,03 0,04 0,07 0,20 1o 2o 3o 4o 5o 6o 7o 8o 9o 10o CONTRIB TRABALHISTAS 1,0 1,4 1,9 2,3 2,6 2,7 3,3 3,3 3,7 3,1 IR 0,00 0,01 0,01 0,02 0,03 0,04 0,07 0,20 0,80 3,79 IPTU 1,8 0,6 1,1 1,0 1,1 1,4 1,4 1,8 1,5 1,4 IPVA 0,5 0,3 0,2 0,3 0,3 0,5 0,5 0,7 0,7 0,6
12 % renda Comportamento da incidência da tributação direta sobre a renda, por tipos de tributos e segundo décimos de renda monetária familiar per capita Brasil, e ,5 12,0 10,5 9,0 outros renda automoveis e imoveis contr. prev ,5 6,0 4,5 3,0 1,5 0, media décimos de renda monetária familia per capita média décimos de renda monetária familiar per capita
13 participação na renda Composição da Incidência Tributária sobre a Renda Total das Famílias Brasil, % 28% 24% 20% ipi, iss e cide 16% pis-cofins 12% 8% 4% icms iptu, ipva e outros diretos ir 0% c. previd centésimos de renda familiar per capita
14 Concentração pós-imposto? Concentração de renda, das maiores do mundo, aumenta ainda mais depois da aplicação dos impostos
15 Tributação da Propriedade Atual Impostos sobre a propriedade em 2012 Arrecadação (R$ bilhões) % da Arrecadação total % da arrecadação patrimonial % PIB R$ per capita Arrecadação Total 1605,1 100,00% 36,38% 8.273,0 POR CATEGORIA TRIBUTÁRIA (METODOLOGIA IMF/GFS) Impostos 59,4 3,70% 100,0% 1,35% 306, Impostos sobre Propriedade Impostos Recorrentes sobre Propriedade Imóvel 19,6 1,22% 32,9% 0,44% 100, Impostos Recorrentes sobre Riqueza Líquida 0,0 0,00% 0,0% 0,00% 0, Impostos sobre Imóveis, Heranças e Doações 10,6 0,66% 17,8% 0,24% 54, Impostos sobre Transações Financeiras e de Capital 0,0 0,00% 0,0% 0,00% 0, Outros Impostos não Recorrentes sobre Propriedade 3,4 0,21% 5,7% 0,08% 17, Outros Impostos Recorrentes sobre Propriedade 25,9 1,61% 43,5% 0,59% 133,3 POR TRIBUTO PATRIMONIAL Patrimônio 59,4 3,70% 100,0% 1,35% 306,4 IPVA 25,9 1,61% 43,5% 0,59% 133,3 IPTU 19,0 1,18% 31,9% 0,43% 97,7 ITBI 7,3 0,45% 12,3% 0,17% 37,6 ITCD 3,3 0,21% 5,6% 0,08% 17,1 ITR 0,6 0,04% 1,0% 0,01% 3,1 Contribuições de Melhorias (Municípios) 3,2 0,20% 5,5% 0,07% 16,7 Contribuições de Melhorias (Estados) 0,2 0,01% 0,3% 0,00% 0,8 Fonte: Elaboração própria (Balanço Oficial da União, STN; Balanço dos Estados, STN; Finbra, STN; SRF).
16 Impostos Patrimoniais Latinos Apesar da carga global superar em muito a dos demais países latinos, a de impostos tradicionais sobre patrimônios ficam atrás de Chile e Colômbia e igual a da Argentina Compilado de Andrés Solimano e Juan Pablo Jimenez, CEPAL
17 Evolução da carga tributária, total e patrimonial Carga reduzida, inexpressivo na composição, impostos concentrados nos governos subnacionais; tributar veículo supera imóvel urbano; quase inexiste no rural... Evolução da carga tributária patrimonial e total
18 Como evoluíram os patrimoniais? Principais impostos: irrisórios na superinflação; pós-real: IPTU tendência estável, na casa de 0.4% PIB; IPVA ascendente, até 0.6% PIB (supera IPTU desde 2005) ITR irrisório (melhor carga de 0,026% PIB em 1997) CARGA TRIBUTÁRIA: GLOBAL E PRINCIPAIS IMPOSTOS PATRIMONIAIS /2012: EM % DO PIB Total/Imposto TOTAL 26,190 23,770 22,430 24,130 28,780 25,240 25,010 25,780 29,750 26,932 26,847 27,407 27,671 28,999 31,149 32,329 33,366 32,822 33,694 34,945 34,793 34,462 35,502 34,184 34,190 35,827 36,378 PATRIMÔNIO 0,318 0,236 0,208 0,121 0,275 0,535 0,358 0,268 0,395 0,728 0,791 0,884 0,909 0,881 0,939 0,942 0,950 0,933 0,942 0,959 0,978 0,996 0,987 1,072 1,003 1,006 1,030 IPTU 0,167 0,131 0,140 0,068 0,180 0,365 0,222 0,148 0,211 0,373 0,398 0,381 0,433 0,430 0,471 0,449 0,468 0,470 0,476 0,463 0,457 0,448 0,426 0,440 0,426 0,414 0,430 IPVA 0,140 0,096 0,061 0,049 0,092 0,152 0,132 0,112 0,179 0,339 0,370 0,478 0,455 0,427 0,449 0,478 0,470 0,450 0,454 0,484 0,509 0,537 0,548 0,620 0,564 0,578 0,586 ITR 0,011 0,010 0,008 0,004 0,003 0,018 0,005 0,008 0,005 0,016 0,023 0,026 0,021 0,023 0,020 0,015 0,013 0,013 0,012 0,013 0,012 0,012 0,013 0,013 0,013 0,013 0,014 %CTB 1,2% 1,0% 0,9% 0,5% 1,0% 2,1% 1,4% 1,0% 1,3% 2,7% 2,9% 3,2% 3,3% 3,0% 3,0% 2,9% 2,8% 2,8% 2,8% 2,7% 2,8% 2,9% 2,8% 3,1% 2,9% 2,8% 2,8%
19 IPTU X ISS Evolução da carga tributária de IPTU e ISS pós 1980: % do PIB Como IPTU perde espaço para ISS? Fonte: Elaboração própria (Finbra, STN).
20 IPTU x ISS invertem tamanho... IPTU arrecadava quase o dobro do ISS quando criado atual sistema tributário. Hoje, mal arrecada a metade daquele imposto. Até o ITBI tem crescido mais: transmissão rendia um quinto do patrimônio há uma década, hoje já gera quase 40% do IPTU. IMPOSTOS MUNICIPAIS: % DO PIB Anos IPTU ISS IPTU/ISS ,29 0,16 181% ,25 0,27 93% ,18 0,43 42% ,45 0,57 79% ,41 0,80 52% ,12 0,64 19% IPTU em % do ITBI: em 2000 = 4,7 vezes em 2011 = 2,7 vezes
21 Por que ISS ao invés de IPTU? ISS x IPTU Mais fácil de ser cobrado e administrado Imposto indireto = ônus recai sobre toda a sociedade Apesar de ser um imposto regressivo, custo político é menor Concentração da arrecadação em grandes contribuintes facilita o trabalho de fiscalização, garante bom nível de arrecadação Base de cálculo é determinada diretamente = preço do serviço cobrado pelos contribuintes Custos políticos e administrativos Imposto direto = contribuintes costumam fazer estreita correlação entre o seu pagamento e os benefícios que podem obter Princípio da progressividade nem sempre é respeitado Fundamental ter cadastros imobiliários atualizados e com bom grau de cobertura. As plantas genéricas de valores devem ser permanentemente corrigidas Determinação da base de cálculo depende de decisão administrativa = decisão politizada Instrumentos administrativos para cobrança do imposto são custosos e requerem bom grau de desenvolvimento dos aparelhos de arrecadação
22 Desprezado IPTU Custos políticos: impopularidade do imposto Custos administrativos: manutenção de cadastros imobiliários atualizados e com bom grau de cobertura é cara, principalmente se comparada à coleta de impostos sobre consumo. Outras dificuldades: desigualdade de renda; alto grau de informalidade; heterogeneidade de tipos de ocupação e posse e; falta de transparência tanto das informações fiscais como do mercado imobiliário (Cesare, 2012).
23 Comparação da arrecadação por cidade do IPTU, IPVA, ISS e ITBI: Em proporção do total de municípios, 2011 e 2012
24 TRIBUTAÇÃO DO PATRIMÔNIO NO BRASIL A tributação municipal Diferença percentual entre IPTU e demais impostos no âmbito municipal Municípios mais populosos que arrecadam menos IPTU frente a outros impostos UF MUNICIPIO População Dif. % IPTU/IPVA UF MUNICIPIO População Dif. % IPTU/ISS UF MUNICIPIO População Dif. % IPTU/ITBI BA Salvador % SP São Paulo % PB João Pessoa % CE Fortaleza % RJ Rio de Janeiro % MG Uberlândia % MG Belo Horizonte % BA Salvador % PB Campina Grande % AM Manaus % CE Fortaleza % PE Petrolina % PR Curitiba % MG Belo Horizonte % MG Ribeirão das Neves % PE Recife % AM Manaus % CE Juazeiro do Norte % RS Porto Alegre % PR Curitiba % SP Barueri % PA Belém % PE Recife % AL Arapiraca % SP Guarulhos % RS Porto Alegre % RN Parnamirim % SP Campinas % PA Belém % BA Juazeiro % MA São Luís % SP Campinas % MA São José de Ribamar % RJ São Gonçalo % MA São Luís % PA Parauapebas % AL Maceió % RJ São Gonçalo % MA Timon % PI Teresina % AL Maceió % PI Parnaíba % RN Natal % PI Teresina % PA Abaetetuba % RJ Nova Iguaçu % RN Natal % BA Barreiras % SP São Bernardo do Campo % RJ Nova Iguaçu % RJ Queimados % PB João Pessoa % SP São Bernardo do Campo % GO Valparaíso de Goiás % SP Santo André % PB João Pessoa % PE Vitória de Santo Antão % SP Osasco % SP Santo André % CE Crato % PE Jaboatão dos Guararapes % SP Osasco % PB Santa Rita % SP São José dos Campos % PE Jaboatão dos Guararapes % CE Itapipoca % SP Ribeirão Preto % SP São José dos Campos % MA Codó % MG Uberlândia % SP Ribeirão Preto % CE Maranguape % MG Contagem % MG Uberlândia % PA Bragança % SP Sorocaba % MG Contagem % RJ Rio das Ostras % SE Aracaju % SP Sorocaba % ES São Mateus % BA Feira de Santana % SE Aracaju % RS Bento Gonçalves % MT Cuiabá % BA Feira de Santana % MG Vespasiano % Média % Média % Média % Brasil -25% Brasil -52% Brasil 161%
25 Fonte: Elaboração própria (Finbra, STN). TRIBUTAÇÃO DO PATRIMÔNIO NO BRASIL A tributação municipal Diferença percentual entre IPTU e demais impostos no âmbito municipal Municípios mais populosos que arrecadam mais IPTU frente a outros impostos UF MUNICIPIO Populacao Dif. % IPTU/IPVA UF MUNICIPIO População Dif. % IPTU/ISS UF MUNICIPIO População Dif. % IPTU/ITBI SP São Paulo % SP Guarulhos % SP São Paulo % RJ Rio de Janeiro % MS Campo Grande % RJ Rio de Janeiro % MS Campo Grande % GO Aparecida de Goiânia % BA Salvador % RJ Niterói % SP Mogi das Cruzes % CE Fortaleza % GO Aparecida de Goiânia % SP Diadema % MG Belo Horizonte % SP Santos % SP Carapicuíba % AM Manaus % SP Diadema % SP São Vicente % PR Curitiba % SP São Vicente % PE Caruaru % PE Recife % PE Caruaru % SP Franca % RS Porto Alegre % RJ Petrópolis % SP Guarujá % PA Belém % SP Guarujá % SP Praia Grande % SP Guarulhos % SP Praia Grande % SP Suzano % SP Campinas % RJ Volta Redonda % SP São Carlos % MA São Luís % BA Camaçari % SP Indaiatuba % RJ São Gonçalo % SP Taboão da Serra % SP Rio Claro % AL Maceió % PE Cabo de Santo Agostinho % RS Passo Fundo % PI Teresina % GO Luziânia % SP Ferraz de Vasconcelos % RN Natal % RJ Angra dos Reis % RJ Teresópolis % MS Campo Grande % RJ Teresópolis % GO Águas Lindas de Goiás % RJ Nova Iguaçu % GO Águas Lindas de Goiás % MG Ibirité % SP São Bernardo do Campo % SP São Caetano do Sul % SP Bragança Paulista % SP Santo André % SP Bragança Paulista % RJ Maricá % SP Osasco % GO Valparaíso de Goiás % SP Jaú % PE Jaboatão dos Guararapes % RJ Maricá % SP Atibaia % SP São José dos Campos % BA Porto Seguro % RS Bagé % SP Ribeirão Preto % SP Cubatão % SP Ribeirão Pires % MG Contagem % SP Santana de Parnaíba % SP Catanduva % SP Sorocaba % SC Balneário Camboriú % SP Barretos % SE Aracaju % RJ Itaguaí % SC Balneário Camboriú % BA Feira de Santana % Média % Média % Média % Brasil -25% Brasil -52% Brasil 161%
26 Singularidades do IPTU Regressividade do IPTU: tendência a avaliações imobiliárias regressivas, que tem como causa a ausência de aplicação de critérios técnicos. Revisão dos valores venais na PGV depende de aprovação legislativa. Boa evolução recente, inclusive nos municípios menores: Em 2006, 20% dos 3970 municípios com menos de habitantes não tinham cadastro imobiliário informatizado (em 1999 eram 48%). Já dentre os municípios com mais de habitantes, 9% não o tinham (em 1999 eram 26%). Muitos municípios têm cadastro imobiliário. O problema é a qualidade...
27 Singularidades do IPTU Vantagem da tributação patrimonial em relação à tributação sobre o consumo: Permite considerar a capacidade contributiva do consumidor e, se eficiente, pode ser uma maneira de reduzir a regressividade da carga tributária, significativa no Brasil. Desafios: Frágil capacidade arrecadatória dos municípios menores. Por si só mina equidade. Combater inadimplência Reformas constitucionais/alterações no federalismo fiscal Há espaço para aumentar a arrecadação de impostos sobre o patrimônio imóvel sem necessariamente aumentar alíquotas, investindo na melhoria da qualidade da tributação: tecnologia e capital humano.
28 O Cadastro e a Planta O Cadastro Registro das características dos imóveis tamanho, localização, padrão de construção Identificação dos contribuintes do imposto Requisitos para bons cadastros = equipe técnica especializada e recursos tecnológicos sofisticados, p. ex., imagens via satélite para obter informações relativas ao georreferenciamento da zona urbana da cidade Obstáculos para alcançar edificações localizadas nas áreas marginalizadas da cidade = alta informalidade Alto índice de edificações irregulares existentes no país tanto de baixa quanto de alta renda Baixo grau de cobertura = 50% a 60% dos imóveis do país são cadastrados (Carvalho Jr., 2001) A Planta Informa o valor do metro quadrado onde estão inseridos os imóveis da cidade Instrumento através do qual o fisco determina a base de cálculo do IPTU Para progressividade fiscal = fundamental que o valor venal dos imóveis seja o mais próximo possível do seu preço de mercado Fatores dinâmicos afetam o preço de mercado dos imóveis = imprescindível que a planta seja periodicamente revista Tendência para avaliações regressivas... propriedades mais valorizadas com maior defasagem em relação ao seu preço de mercado dos que os imóveis de valor mais baixo Problema = revisão da planta depende de decisões políticas
29 Potencial do IPTU E se a arrecadação de IPTU fosse aumentada até alcançar a arrecadação de IPVA ou de ISS, nos municípios onde fora menos arrecadado que estes? IPTU=IPVA IPTU=ITBI % Municípios em que IPTU é menor 93,3% 93,7% 42,0% 43,0% Aumento da arrecadação (R$ milhões) Aumento da arrecadação (%) 45,2% 48,2% 1,7% 2,2% Carga tributária 0,616% 0,646% 0,431% 0,445% Fonte: Elaboração própria (Finbra, STN).
30 REFORMA TRIBUTÁRIA (Sem) propostas para tributos patrimoniais Tributação mobiliária esteve fora da agenda da reforma tributária (quando muito, se discutiu alguma mudança no ITR). Nunca despertou menor interesse nos diferentes projetos do governo federal e debates políticos evitam ao máximo mudanças nas competências municipais: desconhecido caso de transferência para município da cobrança do ITR dupla e paradoxal resistência ao ITR: dos proprietários de terra, nada pagam hoje, aos dos defensores da reforma agrária, esperam cobrar ) projetos recorrentes para reformar o ICMS estadual mas evitaram até discutir ISS em um IVA (difícil fronteira entre mercadoria e serviço) hipótese remota em debates técnicos de compensar uma fusão do ISS ao ICMS com transferência do IPVA para competência municipal (possível desinteresse estadual que arca com todo custo de fiscalização, pois repassa 50%; mas municipalização exigiria nacionalizar/estadualizar alíquotas, isenções e cobrança para evitar guerra fiscal entre localidades próximas)
31 PROPOSTA SENADO (Rara) Proposta para tributos patrimoniais? Projeto do Senado para novo sistema tributário (comissão 2008/2010) foi um caso raro a tratar no tema em meio às mudanças profundas nas competências tributárias e no sistema de transferências: um objetivo pré-definido de concentrar os impostos sobre propriedade na competência dos Municípios proposta transferência da União para Municípios do ITR e, também, dos foro/laudêmio (patrimônio federal, como áreas costeiras) consolidação de imposto único sobre propriedade territorial e predial, com legislação e cobrança integralmente municipal também proposta transferência do imposto estadual sobre herança e doações para competência municipal criação de um imposto único sobre transmissão de bens imóveis e doações (lei complementar regularia ativos financeiros e fronteiras)
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33 José Roberto Afonso é economista, especialista em finanças públicas. Opiniões de exclusiva responsabilidade do palestrante. Kleber Castro, Julia Morais e Felipe de Azevedo deram apoio para a elaboração desta análise. Mais trabalhos sobre o tema no site do autor :
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