PRA BOA VISTA PLANO DE RECUPERAÇÃO DO ASSENTAMENTO. Município de Camaquã, RS. COPTEC COOPERATIVA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS TÉCNICOS LTDA.

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1 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA - INCRA Superintendência Regional do Rio Grande do Sul SR-11 PRA PLANO DE RECUPERAÇÃO DO ASSENTAMENTO BOA VISTA Município de Camaquã, RS. COPTEC COOPERATIVA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS TÉCNICOS LTDA. 2010

2 SUMÁRIO EQUIPE TÉCNICA... 4 Núcleo Operacional Eldorado do Sul... 4 Núcleo Sede Porto Alegre... 4 LISTA DE FIGURAS... 5 LISTA DE GRÁFICOS... 5 LISTA DE TABELAS... 6 LISTA DE FOTOS CARACTERIZAÇÃO DO ASSENTAMENTO Geral Específica DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO ASSENTAMENTO Localização e acesso Características do meio natural Geologia Relevo Hidrografia Clima Solos Vegetação Fauna Diagnóstico sócio-econômico do município População Economia Condição do produtor Saúde Educação Domicílios Políticas públicas Indicadores de pobreza e desigualdade DIAGNÓSTICO DO PROJETO DE ASSENTAMENTO Condições físicas e edafo-climáticas do assentamento Solos Relevo Recursos hídricos Flora, fauna, uso do solo e cobertura vegetal; Reserva Legal e estratificação ambiental Capacidade de uso do solo Análise sucinta dos potenciais e limitações dos recursos e da situação ambiental do assentamento Organização espacial atual Situação do meio sócio-econômico e cultural Histórico da mesorregião ou da microrregião Histórico da luta pela terra na mesorregião Histórico do assentamento Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 2

3 6.4. População do assentamento Organização social do assentamento Estrutura social Estrutura econômica Infra-estrutura física, social e econômica Sistemas produtivos Serviços de apoio à produção Serviços sociais básicos Educação Saúde e saneamento Lazer e cultura Habitação PLANOS Organização territorial Serviços sociais básicos Plano produtivo Meio ambiente Desenvolvimento organizacional e gestão do plano Assistência técnica no acompanhamento à implantação do plano PROGRAMAS Programas regionais Programa organizativo dos assentamentos da região Programa de educação da região Enio Gutierrez Programa de saúde da regional Enio Gutierrez Programa das hortas e plantas medicinais Programa do leite da região Enio Gutierrez Programa do arroz agroecológico da região Enio Gutierrez Programa social Programa de produção de alimentos para autoconsumo Programa ambiental PAUTA QUALIFICADA DE REIVINDICAÇÃO Consolidação de infra-estrutura de estrada e água para as famílias Construção do centro comunitário para o assentamento Programa de recuperação de solo Unidade de beneficiamento de aipim REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 3

4 EQUIPE TÉCNICA Núcleo Operacional Eldorado do Sul Antonio Carlos Cardoso Halinski Eng. Agrônomo CREA - pr32095/d. Antonio Carlos Silveira Pereira Tec. Agropecuária - CREA Celso Alves da Silva Tec. Em Agricultura CREA TD. Cleuza de Oliveira Reichembach Professora Licenciatura Plena 9394/96. Marcos Vanderlei dos Santos Administrador CRA Silvia Andréa Gomes Dias Médica Veterinária - CRMV RS Núcleo Sede Porto Alegre Adalberto Floriano Greco Martins Eng. Agrônomo CREA RS Luis Alejandro Lasso Gutierrez, M.Sc. Eng. Agrônomo. Rafael Ken Palandi Yanaga Economista CRE Egon Klamt, PhD. Eng. Agrônomo Consultor Solos. Paulo Schneider, M.Sc. Eng. Agrônomo Consultor Solos. Themis Alcmena da Silveira Soares Consultora Geoprocessamento. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 4

5 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Localização do município de Camaquã no Estado do Rio Grande do Sul. Figura 2: Região Hidrográfica da Bacia do Camaquã. Figura 3: Grupos de solos do município de Camaquã Figura 4: Mapa de recursos hídricos no PA Boa Vista. Figura 5: Mapa das classes de capacidade de uso das terras no PA Boa Vista. Figura 6: Organograma da Região Enio Gutierrez. Figura 7: Organograma do grupo Gestor do Arroz Ecológico, Porto Alegre, LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Evolução populacional do município de Camaquã, entre 1991 e Gráfico 2: População residente no meio rural e urbano do município de Camaquã entre 1970 e Gráfico 3: Renda dos habitantes com idade maior que 10 anos do município de Camaquã, em Gráfico 4: Renda dos habitantes com idade maior que 10 anos do município de Camaquã em 2000 (%). Gráfico 5: Renda dos habitantes com idade maior que 10 anos do Rio Grande do Sul em 2000 (%). Gráfico 6: Composição do PIB do município em Gráfico 7: Condição do produtor, segundo o número de estabelecimentos. Gráfico 8: Condição do produtor, segundo a área ocupada. Gráfico 9: Número de estabelecimentos em Camaquã, segundo a condição do produtor. Gráfico10: Área total ocupada pelos estabelecimentos em Camaquã, segundo a condição do produtor. Gráfico 11: Área média ocupada pelos estabelecimentos em Camaquã, segundo a condição do produtor. Gráfico 12: Médicos residentes no município de Camaquã para cada mil habitantes. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 5

6 Gráfico 13: Número de alunos matriculados em escolas públicas e privadas em Gráfico 14: Número de docentes em escolas públicas e privadas em Gráfico 15: Relação alunos por professor em escolas públicas e privadas em 2008 Gráfico 16: Escolas públicas e privadas em Gráfico 17: Condições domiciliares do município de Camaquã entre 1970 e Gráfico 18: Índice de Desenvolvimento Humano do Município de Camaquã Gráfico 19: Histórico da evolução em número de famílias no Grupo Gestor do Arroz Agroecológico, Porto Alegre, 2009 Gráfico 20: Histórico da evolução em área no Grupo Gestor do Arroz Agroecológico, Porto Alegre, 2009.Gráfico 11: Áreas totais e de Arroz por status de certificação safra , Porto Alegre, Gráfico 21: Quantidade de arroz por status de certificação safra , Porto Alegre, Gráfico 22: Áreas totais e de Arroz por status de certificação safra , Porto Alegre, Gráfico 23: Quantidade de arroz por status de certificação safra , Porto Alegre, LISTA DE TABELAS Tabela 1: Área ocupada pelas diferentes classes de solo no município de Camaquã. Tabela 2: Pessoal ocupado e coeficiente locacional das seções de classificação de atividades do município de Camaquã. Tabela 3: Coeficiente locacional dos setores da Indústria extrativa e de transformação do município de Camaquã. Tabela 4: Produção pecuária do município de Camaquã. Tabela 5: Coeficientes de produtividade (QPH e QPA) da lavoura permanente do município de Camaquã. Tabela 6: Coeficientes de produtividade (QPH e QPA) da lavoura temporária do município de Camaquã. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 6

7 Tabela 7: Coeficientes de produtividade (QPH e QPA) da extração vegetal e silvicultura do município de Camaquã Tabela 8: Agroindústrias rurais. Tabela 9: Equipamentos hospitalares no município. Tabela 10: Estabelecimentos de saúde com atendimento ambulatorial. Tabela 11: Estabelecimentos de saúde com atendimento emergencial. Tabela 12: Estimativa de consumo de produtos alimentícios para o município de Camaquã. Tabela 13: PROGER no município de Camaquã em Tabela 14: Superfície ocupada pelos diferentes usos no PA Boa Vista em 04/09/2003. Tabela 15: Superfície ocupada pelos diferentes usos nas APP do PA Boa Vista em 04/09/2003. Tabela 16: Área ocupada pelas diferentes faixas de altitude no PA Boa Vista. Tabela 17: Área ocupada pelas diferentes faixas de declividade no PA Boa Vista. Tabela 18: Classes, subclasses e unidades de capacidade de uso, suas respectivas áreas e fatores limitantes no PA Boa Vista Tabela 19: População no PA. Tabela 20: Infra estruturas no PA Tabela 21: Organização Social Tabela 22: Estrutura esportiva Tabela 23: Atividades Produtivas no PA. Tabela 24: Escolarização no PA. Tabela 25: Saneamento Tabela 26: Serviços de acesso a Saúde Tabela 27: Atividades de lazer no PA. Tabela 28: Condições das Habitações Tabela 26: Assentamentos da região Enio Gutierrez Tabela 27: plano de execução das metas, ações e propostas do programa da saúde regional. Tabela 28: dados gerais da produção de Arroz Ecológico da região Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 7

8 Tabela 29: capacidade de armazenagem e beneficiamento das agroindústrias do Grupo gestor do arroz ecológico, Porto Alegre, Tabela 30: Planejamento estratégico do Grupo gestor do Arroz Ecológico, porto Alegre, Tabela 31: Dados preliminares sobre a localização das unidades e estimativas de produção de arroz ecológico, porto alegre, Tabela 32: Planejamento de Investimentos PAS novos. Tabela 32: Metas, prazos e público responsável pelo programa ambiental. LISTA DE FOTOS Foto 1: Pastagem nativa. Foto 2: Pastagem no PA. Foto 3: Terra removida no PA. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 8

9 4. CARACTERIZAÇÃO DO ASSENTAMENTO 4.1. Geral Denominação do imóvel: Projeto de Assentamento Boa Vista Código SNCR: Processo de desapropriação: /96 Processo do projeto de criação: /96 Data da criação: 19/4/1996 Código SIPRA: RS Específica Área total do projeto: 637,60 hectares Número de famílias assentadas: 32 famílias Área média dos lotes: 19,30 hectares Número de módulos fiscais: 39,81 Município: Camaquã/RS Zoneamento agroecológico: O zoneamento agrícola (SA/RS, 1978) aponta como culturas preferenciais para o município de Camaquã: arroz irrigado, cebola e alho (no sul), citros (bergamota e limão no centro-sul); pessegueiro, sorgo e videira americana. Áreas de preservação permanente: Área de 36,07, ou seja, 5,66% da área total do projeto. Área de reserva florestal legal exigida por lei: 20% sendo necessário 126 hectares para entrar em conformidade com a lei. Área de reserva florestal legal averbada: zero. Capacidade de assentamento do imóvel em termos das famílias: 32 famílias. Área média das parcelas: 19, 30 hectares. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 9

10 Número de famílias atual x capacidade de assentamento prevista a portaria de criação: 32 famílias. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 10

11 Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 11

12 5. DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO ASSENTAMENTO 5.1. Localização e acesso O município de Camaquã localiza-se na região sudeste do Rio Grande do Sul, na microrregião Camaquã e dista 130 km de Porto Alegre. Limita-se a norte com São Jerônimo, Barão do Triunfo, Cerro Grande do Sul e Sentinela do Sul, a leste com Arambaré, ao sul com a Laguna dos Patos, e a oeste com Dom Feliciano, Chuvisca, Amaral Ferrador, Cristal e São Lourenço. Pertence ao Corede Centro-Sul e enquadrase na divisão fisiográfica do Estado na região Encosta do Sudeste. O acesso ao município se dá pela BR 116 conforme Figura 1 (INCRA, 2009, p. 3). Sul. Figura 1: Localização do município de Camaquã no Estado do Rio Grande do Fonte: INCRA, 2009, p. 3. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 12

13 5.2. Características do meio natural Geologia O norte do município de Camaquã encontra-se no Domínio Morfoestrutural dos Embasamentos em Estilos Complexos, mais especificamente na região geomorfológica do Planalto Sul-riograndense e o sul está inserido no Domínio Morfoestrutural dos Depósitos Sedimentares, na Planície Costeira Interna. (IBGE, 1986 Apud. INCRA2009). A região geomorfológica do Planalto Sul-rio-grandense corresponde à área de ocorrência do chamado Escudo Sul-rio-grandense. Limita-se ao norte e oeste pela Depressão Central Gaúcha, a leste pela Planície Costeira Interna e a sul adentra o Uruguai. É uma região de estrutura geológica complexa devida principalmente às rochas pré-cambrianas do Complexo Canguçu, refletindo num relevo intensamente dissecado em formas de topo convexo e vales profundos, que apresentam uma certa orientação de sudeste para noroeste e sudoeste. A região foi dividida em duas unidades geomorfológicas: Planaltos Residuais Canguçu que corresponde aos relevos mais elevados; e o Planalto Rebaixado Marginal de superfície mais dissecada, em que se situa a porção norte do município de Camaquã. Já a região geomorfológica Planície Costeira Interna constitui uma área baixa entre a Unidade Planície Marinha à leste e os relevos planálticos a oeste, onde se encontram os lagos costeiros. Essa região é dominada pelos modelados esculpidos em depósitos de origemcontinental, com ocorrência em pequenos trechos - em geral às margens da laguna dos Patos - de modelados derivados do remanejamento eólico, dando origem às dunas. Abrange duas unidades: Planície Lagunar, área plana, homogênea, sem dissecação; e Planície Alúviocoluvionar,de superfície plana, rampeada suavemente para leste, em alguns trechos descontínuas, na qual se localiza a porção sul do referido município. (INCRA, 2009) Relevo No relatório ambiental do INCRA (2009) aparece registrado que o relevo de Camaquã varia de plano a forte-ondulado, o que é característico do contato a da Planície Costeira Interna (ao sul) com a região geomorfológica do Planalto Sulriograndense (ao norte). As altitudes no município variam de aproximadamente 1 m até Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 13

14 cerca de 586 m, com declividades pouco acentuadas ao sul, estando as áreas mais declivosas geralmente associadas às encostas das partes mais altas (ao norte) Hidrografia A Bacia Hidrográfica do rio Camaquã localizada na porção sul do Estado do Rio Grande do Sul, é tributário direto da Laguna dos Patos, possuindo formato alongado na direção leste-oeste, com extensão máxima de 270 km e largura média de 100 km. Suas nascentes estão situadas na porção sudoeste do Estado, próximas às localidades de Torquato Severo e Tabuleiro, município de Bagé assentam-se basicamente no Escudo Sul Rio-grandense e Planície Costeira, sendo que sua drenagem principal desenvolve-se por 430 km desembocando na Laguna dos Patos ao norte do município de São Lourenço do Sul, na Planície Costeira. A área total da bacia de contribuição do Rio Camaquã é de aproximadamente ,90 Km². Fazem parte desta bacia 26 municípios e sua população é de habitantes. É nesta bacia hidrográfica que fica mais da metade da mata nativa dos míseros 2,5 % restantes do nosso estado. Além disso, seu ecossistema se interliga com o ecossistema maior da Laguna dos Patos. A irrigação na produção do arroz é a cultura mais representativa, tendo uma área anual plantada na bacia de hectares, é a principal usuária, com uma situação atual de 96% da demanda total da bacia, vindo em segundo a dessedentação animal e depois o abastecimento humano e industrial, como usos consuntivos da água superficial. Destacam-se também nos usos não consuntivos, a recreação, lazer e turismo através dos balneários, a piscicultura, a pesca no Rio Camaquã e a navegação através das balsas que operam 24 horas/dia (INCRA 2009). Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 14

15 Figura 2: Região Hidrográfica da Bacia do Camaquã. Fonte: FEPAM, Clima A posição geográfica do município, associada a um relevo plano a forte ondulado, proporciona uma homogeneidade na distribuição da maioria dos elementos climáticos no município. Com base no período normal publicado no Atlas agroclimático do estado do Rio Grande do Sul (IPAGRO, 1989 apud INCRA 2009), a estação meteorológica mais adequada para descrever o clima de Camaquã situa-se em Tapes. Esta registra uma temperatura média anual de 19 C, janeiro o mês mais quente, com temperatura média de 24,2 C, e julho o mês mais frio, com temperatura média de 13,2 C. A precipitação total anual é de mm, não havendo grandes diferenças de distribuição entre as estações do ano. A diferença entre a estação mais seca, o verão e a mais chuvosa, o inverno, é de apenas 69 mm. O mês que registra a maior precipitação é setembro, com 123 mm e o de menor precipitação é novembro, com 67 mm. Comprova-se a existência de um déficit hídrico de 87 mm entre os meses de novembro e março, sendo dezembro o mês mais crítico, com um déficit de 27 mm. A associação entre as altas temperaturas destes meses, a diminuição dos índices de precipitação e a baixa capacidade de armazenamento de água no solo explicam a ocorrência desta indisponibilidade de água no verão. Durante o período de maio a outubro há excedente hídrico. A soma do excedente no ano resulta num saldo de 392 mm. (INCRA, 2009) Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 15

16 Solos A maior parte do município é constituída de Planossolos (53,43% do território) e Argissolos (em torno de 34%). Com menor expressão, encontra-se ainda os Neossolos (cerca de 9% do território). Figura 3. Grupos de solos do município de Camaquã Fonte: INCRA, Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 16

17 Tabela 1. Área ocupada pelas diferentes classes de solo no município de Camaquã. Classe área (%) Grupo Área (ha) Área (%) PBe1 ARGISSOLO ,66 PVd2 ARGISSOLO ,07 15,93 PVd3 ARGISSOLO 3.062,61 1,82 PVd5 ARGISSOLO ,43 1,16 PVd14 ARGISSOLO ,58 14,75 Ae1 NEOSSOLO ,38 5,20 Rd10 1 NEOSSOLO 6.839,64 4,07 PLS4 PLANOSSOLO ,99 53,43 Água Água 4.139,91 2,46 Urbano Urbano 2 851,31 0,51 Fonte: INCRA, Vegetação Segundo o INCRA (2009) o município de Camaquã está inserido no Bioma Pampa e possuía, originalmente, 51,5% de Áreas de Formações Pioneiras e 48,5% de Floresta Estacional Semidecidual. As Áreas de Formações Pioneiras deste município têm influência fluvial ou lacustre, enquanto que a Floresta Estacional Semidecidual é do tipo Montana, Submontana ou Aluvial. As formações florestais encontram-se na região norte, noroeste e sudoeste do Município. A Floresta Estacional Semidecidual apresenta de 20% a 50% de árvores caducifólias no conjunto florestal na estação climática desfavorável. Esta região fitoecológica pode ser subdividida em quatro tipos principais: Floresta Aluvial, Floresta das Terras Baixas, Floresta Sub-Montana e Floresta Montana. Dessas apenas as três primeiras estão presentes nos PA dos municípios de Camaquã, Tapes e Arambaré (Encosta do Sudeste), com destaque para a Floresta Aluvial e a Floresta de Terras Baixas... A composição florística da região caracterizase pela ausência quase total de endemismos e, pela presença de fanerófitos comuns a outras formações fitoeológicas, como Floresta Estacional Decidual, Floresta Ombrófila Mista e Floresta Ombrófila Densa (INCRA, 2009) Fauna Segundo o relatório Ambiental do INCRA (2009), torna-se difícil fazer inferências sobre a fauna original que habitava a região, bastante deteriorada pela alteração e perda de hábitat, com a conseqüente baixa conectividade e perda de qualidade dos hábitats remanescentes potencialmente capazes de abrigar a fauna. Atualmente, entre Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 17

18 os fatores responsáveis pela perda e alteração de hábitat na Encosta do Sudeste é a substituição das áreas úmidas para o plantio de arroz. A maneira de exemplo são referenciadas algumas espécies que ainda apresentam registros na região. O grupo dos marsupiais é representado no estado por espécies como Didelphis albiventris (gambá-de-orelha-branca), por exemplo. A maioria das espécies que compõe o grupo dos Xenarthros (tatús e tamanduás) possui ampla distribuição e registros comuns para a região. Para a família DASIPODIDAE podemos citar Dasypus novemcinctus (tatú-galinha), D. hybridus (mulitinha-orelhuda), A família MYRMECOPHAGIDAE está representada atualmente na Encosta do Sudeste pela espécie Tamandua tetradactyla (tamanduá mirim) Em relação aos primatas, este grupo é representado na Encosta do Sudeste pela espécie Alouatta guariba clamitans (bugioruivo, ATELIDAE). Os membros da família FELIDAE mais comumente registrados na Encosta do Sudeste estão representados por cinco espécies: Puma yagouaroundi (gato-mourisco), Leopardus tigrinus (gato-do-mato-pequeno), Leopardus wiedii (gato-maracajá), Oncifelis geoffroyi (gato-do-matogrande) e Leopardus pardalis (jaguatirica). Galictis cuja (furão), Conepatus chinga (zorrilho) constituem-se nas espécies da famíliamustelidae de ocorrência comum em quase todas as regiões do estado. A família PROCYONIDAE possui como representante comumente registrado Procyon cancrivorous (mão-pelada) Para o grupo dos roedores de médio e grande porte podemos destacar a ocorrência de Hydrochaeris hydrochaeris (capivara, HYDROCHAERIDAE), Myocastor coypus (ratãodobanhado, MYOCASTORIDAE) e Ctenomys torquatus (tuco-tuco, CTENOMYDAE) (INCRA, 2009) Diagnóstico sócio-econômico do município População Em 2007, foram contabilizados habitantes no município de Camaquã (IBGE, 2009g), o que resultou em uma densidade demográfica de 36,04 habitantes por km². Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, em 2000, 22% dos Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 18

19 habitantes viviam no meio rural enquanto 78% estavam no meio urbano (IPEA, 2009). Conforme o Gráfico 1, de 1991 até 2007, a população decresceu 1,8%. Como pode ser observado no Gráfico 2, o decréscimo da população a partir de 1991 é resultado da diminuição da população rural no período. A distribuição da renda no município está representada no Gráfico 3, indica de concentração da riqueza maior que a média do Estado do Rio Grande do Sul, em 2000, conforme os Gráficos 4 e 5. Em Camaquã, 74,64% da população encontra-se no nível de renda que vai desde sem renda até 2 salários mínimos, enquanto que no Rio Grande do Sul a porcentagem de população no mesmo nível de renda é de 67,94%. Gráfico 1: Evolução populacional do município de Camaquã, entre 1991 e nº de habitantes Fonte: IBGE, 2009d, 2009e, 2009f e 2009g. evolução populacional Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 19

20 Gráfico 2: População residente no meio rural e urbano do município de Camaquã entre 1970 e nº de habitantes População residente rural População residente urbana Fonte: IPEA, Gráfico 3: Renda dos habitantes com idade maior que 10 anos do município de Camaquã, em nº de habitantes sem rendimento até 1 nº de habitantes por faixa de renda mais de 1 a 2 mais de 2 a 3 mais de 3 a 5 mais de 5 a 10 mais de 10 a 20 mais de 20 salários Fonte: IBGE, 2009e. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 20

21 Gráfico 4: Renda dos habitantes com idade maior que 10 anos do município de Camaquã em 2000 (%). % da população 40,00 35,00 30,00 25,00 20,00 15,00 10,00 5,00 0,00 sem rendimento 36,23 proporção de habitantes por faixa de renda 21,65 16,76 8,30 7,54 6,06 2,43 1,01 até 1 mais de 1 a 2 mais de 2 a 3 mais de 3 a 5 salários mais de 5 a 10 mais de 10 a 20 mais de 20 Fonte: IBGE, 2009e. Gráfico 5: Renda dos habitantes com idade maior que 10 anos do Rio Grande do Sul em 2000 (%). % pop ulação 40,00 35,00 30,00 25,00 20,00 15,00 10,00 5,00 0,00 34,98 15,93 17,04 8,84 9,44 8,44 3,52 1,82 sem rendimento até 1 mais de 1 a 2 mais de 2 a 3 mais de 3 a 5 mais de 5 a 10 mais de 10 a 20 mais de 20 Renda (nº de salários) Fonte: IBGE, 2009e. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 21

22 Economia - Produto Interno Bruto No ano de 2006, o município de Camaquã apresentou um PIB de R$ ,00 e um PIB per capita de R$ ,00 (IBGE, 2009l). O PIB do município, em 2006, foi composto conforme o Gráfico 6. Gráfico 6: Composição do PIB do município em Composição do PIB 10% 13% 25% 52% Valor adicionado na agropecuária Valor adicionado no Serviço Valor adicionado na Indústria Impostos sobre produtos líquidos de subsídios Fonte: IBGE, 2009l. - Atividades Econômicas As seções de classificação de atividades econômicas do município estão descritas na Tabela 2. Para identificar as principais atividades econômicas do município, apresenta-se na Tabela 2, além do pessoal ocupado, o coeficiente locacional. O coeficiente locacional (QL) indica a concentração relativa de uma determinada indústria numa região ou município comparativamente à participação desta mesma indústria no espaço definido como base (SUZIGAN et al 2003, p. 46) 1. No caso 1 Passos do cálculo do QL em Suzigan et al (2003, p. 46). Em suma o coeficiente locacional indica o grau de concentração do pessoal ocupado nas diferentes atividades econômicas o que pode ser um indicador Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 22

23 da Tabela 2 indica a concentração relativa do pessoal ocupado em determinada seção de atividades econômicas no município de Camaquã comparativamente à concentração do pessoal ocupado nas seções de atividade econômica no Estado do Rio Grande do Sul. Como se pode observar, o município de Camaquã apresenta concentração de pessoal ocupado relativamente maior que o Estado do Rio Grande do Sul nas seções de atividade: Comércio, reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos; e Agricultura, pecuária, silvicultura e exploração florestal. Tabela 2: Pessoal ocupado e coeficiente locacional das seções de classificação de atividades do município de Camaquã 2. Pessoal Seção de classificação de atividades ocupado QL A Agricultura, pecuária, silvicultura e exploração florestal 139 1,24 B Pesca X - C Indústrias extrativas 2 0,07 D Indústrias de transformação ,86 E Produção e distribuição de eletricidade, gás e água 167 2,58 F Construção 266 0,36 G Comércio; reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos ,69 H Alojamento e alimentação 370 0,93 I Transporte, armazenagem e comunicações 489 0,83 J Intermediação financeira, seguros, previdência complementar e serviços relacionados 154 0,69 K Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas 389 0,39 L Administração pública, defesa e seguridade social ,87 M Educação 233 0,69 N Saúde e serviços sociais 357 0,81 O Outros serviços coletivos, sociais e pessoais 413 0,96 P Serviços domésticos - - Q Organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais - - Fonte: Elaboração com base em IBGE, 2009b e Suzigan et al, A partir de dados da Rais 2000, a Redesist (2009) apresenta o QL em termos de número de estabelecimentos/unidades locais para indústrias extrativas e de transformação, conforme Tabela 3. Estes dados indicam especialização espacial relativa do município, para o ano de 2000, nos setores de arroz, óleos vegetais, de especialização nesta atividade. Um QL igual a 1 indica que relativamente ao espaço base, não há concentração relativa, ou seja o município possui a mesma proporção de pessoas ocupadas nesta atividade que o Estado. Um QL elevado indica especialização setorial (nos caso de análise de setores industriais) ou concentração de pessoal ocupado relativamente ao espaço base e, inversamente um QL abaixo de 1 indica que o município é menos especializado em determinada atividade do que a média do Estado. 2 Os dados com menos de 3 (três) informantes estão desidentificados com o caracter X. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 23

24 moagem de trigo, rações, pecuária e derivados, extração de minerais não metálicos, mobiliário, café, máquinas, equipamentos e instalações e fumo. Tabela 3: Coeficiente locacional dos setores da Indústria extrativa e de transformação do município de Camaquã. Setores de atividades Ind. Extrativa e de Transformação QL Arroz Óleos Vegetais Moagem de Trigo Rações 3.15 Pecuária e Derivados 2.57 Extração Minerais Não Metálicos 2.42 Mobiliário 1.56 Café 1.25 Máquinas, Equipamentos e Instalações 1.14 Fumo 1.05 Conservas, Sucos e Codimentos 0.83 Siderurgia 0.67 Farmacêutica 0.65 Outras Indústrias Alimentares 0.50 Calçados 0.50 Borracha 0.42 Editorial e Gráfica 0.33 Vestuário e Acessórios 0.30 Madeira 0.27 Automobilística 0.23 Fonte: Redesist, Zoneamento agroecológico Segundo a Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul (1994 apud INCRA, 2009, p. 8), o zoneamento agrícola aponta como culturas preferenciais para o município arroz irrigado, cebola e alho (no sul), citrus (bergamota e limão no centro-sul); pessegueiro, sorgo e videira americana. São toleradas para o cultivo alfafa, batatinha (no norte-noroeste), cebola e alho (na maior parte), citrus (laranja no centro-sul), feijão, mandioca (norte-nordeste), milho (oeste-noroeste), soja, trigo (norte-nordeste) e forrageiras (norte-sul). Entretanto, o déficit hídrico pode ser um empecilho para culturas de verão que necessitem de quantidades razoáveis de água entre os meses de dezembro e fevereiro. Culturas tradicionais como mandioca e milho (no centro-sul), citrus e forrageiras de clima temperado (aveia, azevém, centeio, etc, no noroeste) e Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 24

25 videira européia (vinho) são consideradas marginais. O município é inapto para abacaxi, banana, batatinha (no centro-sul), fumo (no norte e no sul, exceto no centro onde é marginal), trigo (no centro-sul) e forrageiras (no sudoeste). - Atividades Agropecuárias As principais atividades agropecuárias do município de Camaquã foram consideradas sob três aspectos, para cada setor agropecuário (pecuária, lavoura permanente, lavoura temporária e, extrativismo e silvicultura): valor da produção 3 ; coeficiente de produtividade por habitantes 4 (QPH); e coeficiente de produtividade por área 5 (QPA). Na Tabela 4 apresentam-se as quantidades produzidas, o QPH e o QPA da produção pecuária do município de Camaquã. Pode-se observar que há especialização comparativamente ao Estado do Rio Grande do Sul na produção de bubalinos,eqüinos e caprinos. 3 O IBGE não apresenta valores monetários para a produção pecuária. 4 O coeficiente de produtividade por habitantes (QPH) está baseado na metodologia do cálculo do QL. A fórmula para seu cálculo é: QPH= (quantidade produzida do produto X no município Y / nº de habitantes do município Y) / (quantidade produzida do produto X no Estado do Rio Grande do Sul / nº de habitantes do Rio Grande do Sul). Por exemplo, um QPH de índice 2 significa dizer que a quantidade produzida por habitantes no município é 100% maior que a mesma relação para o Estado, inversamente, índice 0,5 é equivalente a dizer que a produtividade por habitantes do município é 50% menor do que esta relação para o Estado. 5 O coeficiente de produtividade por área (QPA) está baseado na metodologia do cálculo do QL. A fórmula para seu cálculo é: QPH= (quantidade produzida do produto X no município Y / área do município Y) / (quantidade produzida do produto X no Estado do Rio Grande do Sul / área do Rio Grande do Sul). Por exemplo, um QPA de índice 2 significa dizer que a quantidade produzida por área total do município é 100% maior que a mesma relação para o Estado, inversamente, índice 0,5 é equivalente a dizer que a produtividade por área total do município é 50% menor do que esta relação para o Estado. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 25

26 Tabela 4: Produção pecuária do município de Camaquã. Pecuária do município Unidade Quantidade QPH QPA Bovinos - efetivo dos rebanhos cabeças ,70 0,67 Eqüinos - efetivo dos rebanhos cabeças ,11 2,03 Bubalinos - efetivo dos rebanhos cabeças ,47 2,37 Asininos - efetivo dos rebanhos cabeças 6 0,66 0,63 Muares - efetivo dos rebanhos cabeças 6 0,27 0,26 Suínos - efetivo dos rebanhos cabeças ,30 0,29 Caprinos - efetivo dos rebanhos cabeças 700 1,29 1,24 Ovinos - efetivo dos rebanhos cabeças ,26 0,25 Galos, frangas, frangos e pintos - efetivo dos rebanhos cabeças ,10 0,10 Galinhas - efetivo dos rebanhos cabeças ,11 0,11 Codornas - efetivo dos rebanhos cabeças 63 0,03 0,03 Coelhos - efetivo dos rebanhos cabeças 450 0,85 0,81 Vacas ordenhadas - quantidade cabeças ,18 0,17 Ovinos tosquiados - quantidade cabeças ,25 0,24 Leite de vaca - produção - quantidade Mil litros ,12 0,11 Ovos de galinha - produção - quantidade Mil dúzias 245 0,15 0,14 Ovos de codorna - produção - quantidade Mil dúzias 0 0,00 0,00 Mel de abelha - produção - quantidade Kg ,57 0,54 Casulos do bicho-da-seda - produção - quantidade Kg Lã - produção - quantidade Kg ,18 0,17 Fonte: Elaboração a partir de IBGE, 2009k. As principais atividades agrícolas 6, em valor, do município em 2008 foram: - Lavoura permanente: Laranja (R$ ,00), Limão (R$ ,00) e Tangerina (R$ ,00); - Lavoura temporária: Soja (R$ ,00), Trigo (R$ ,00) e Milho (R$ ,00); - Extração vegetal e silvicultura: Lenha (R$ ,00), Madeira em tora (R$ ,00) e Madeira em tora para papel e celulose (R$ ,00). Como se pode observar na Tabela 5, o município de Camaquã, em termos de lavoura permanente, é especializado comparativamente ao Estado do Rio Grande do Sul na produção de goiaba. 6 Serão apresentados apenas os 3 principais produtos, em valor, de cada categoria, quando houver 3 ou mais produtos em cada categoria que são produzidos no município. São elas: Lavoura permanente, Lavoura temporária (IBGE, 2009) e Extração vegetal e silvicultura (IBGE, 2009). Portanto, podem não aparecer nesta listagem produtos com valor monetário mais acentuados do que os que aparecem em categorias diferentes. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 26

27 Tabela 5: Coeficientes de produtividade (QPH e QPA) da lavoura permanente do município de Camaquã. Lavoura Permanente do município QPH QPA Abacate 0,09 0,09 Banana (cacho) 0,04 0,04 Caqui 0,07 0,07 Figo 0,03 0,03 Goiaba 1,45 1,39 Laranja 0,25 0,24 Limão 0,46 0,44 Pêra 0,40 0,38 Pêssego 0,02 0,02 Tangerina 0,17 0,16 Uva 0,01 0,01 Fonte: IBGE, 2009i. Na Tabela 6, pode-se observar que comparativamente à produção de lavoura temporária do Estado do Rio Grande do Sul, o município de Camaquã apresenta especialização na produção de ervilha, aveia (em grão), soja (em grão), trigo (em grão), girassol (em grão). Tabela 6: Coeficientes de produtividade (QPH e QPA) da lavoura temporária do município de Camaquã. Lavoura Temporária do município QPH QPA Alho 0,08 0,08 Amendoim (em casca) 0,05 0,05 Arroz (em casca) 0,00 0,00 Aveia (em grão) 7,70 7,39 Batata doce 0,13 0,12 Batata inglesa 0,01 0,01 Cana-de-açúcar 0,03 0,03 Cebola 0,04 0,04 Ervilha (em grão) 16,69 16,01 Feijão (em grão) 0,08 0,07 Fumo (em folha) 0,07 0,07 Girassol (em grão) 2,26 2,17 Linho (semente) 0,74 0,71 Mandioca 0,33 0,32 Melancia 0,03 0,02 Melão 0,05 0,05 Milho (em grão) 0,58 0,56 Soja (em grão) 7,43 7,13 Sorgo (em grão) 0,72 0,69 Tomate 0,04 0,04 Trigo (em grão) 5,02 4,82 Fonte: IBGE, 2009i. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 27

28 A extração vegetal e silvicultura do município de Camaquã apresenta especialização, em termos de produtividade comparada com a do Estado do Rio Grande do Sul, na produção de madeira em tora para papel e celulose, lenha, madeira em tora, conforme a Tabela 7. Tabela 7: Coeficientes de produtividade (QPH e QPA) da extração vegetal e silvicultura do município de Camaquã. Extração vegetal e silvicultura do município QPH QPA Madeiras - lenha 0,03 0,03 Produtos da Silvicultura - carvão vegetal 0,00 0,00 Produtos da Silvicultura - lenha 3,23 3,10 Produtos da Silvicultura - madeira em tora 2,60 2,49 Produtos da Silvicultura - madeira em tora para papel e celulose 7,01 6,73 Produtos da Silvicultura - madeira em tora para outras finalidades 0,20 0,19 Produtos da Silvicultura - acácia-negra - casca 0,31 0,30 Fonte: IBGE, 2009j. - Agroindústrias rurais No município de Camaquã pode-se observar que há agroindústrias rurais de produção de queijo e requeijão, doces e geléias, rapadura e embutidos. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 28

29 Tabela 10: Agroindústrias rurais 7. Agroindústria Estabelecimentos Produção com matéria-prima Quantidade vendida ( t ) Valor da produção (1 000 R$) Própria ( t ) Adquirida ( t ) Arroz em grão Fubá Café torrado em grão Café torrado e moído Farinha de mandioca Tapioca e/ou goma Algodão em caroço Algodão em pluma Queijo e/ou requeijão Manteiga Aguardente de cana Rapadura 1 x x x x Polpa de frutas Doces e geleias 2 x x x x Carne tratada Embutidos 1 x x x x Carvão vegetal Produtos derivados de madeira Fonte: IBGE, 2009c. Como as atividades principais do assentamento são o fumo e a acácia, além de outros de menor intensidade, existem diversos agentes econômicos de pequeno porte que circulam no assentamento. Em relação ao fumo, algumas famílias fazem parte de um processo de integração vertical, outras plantam por conta, adquirindo apenas alguns insumos com as empresas, ou em casas agropecuárias locais que giram suas atividades em torno da atividade do fumo. A atividade fumageira necessita de grandes investimentos. Isto que forças as famílias realizarem altos investimentos ocasionando, em alguns casos, dívidas junto às empresas. Desta forma muitas famílias ficaram em situação de inadimplência, em muitos casos as estufas ficaram interditadas ou em processo judiciário. Com relação às vendas, as famílias que financiaram a plantação são obrigadas a entregar para as mesmas empresas. As demais famílias procuram entregar para as 7 Os dados com menos de 3 (três) informantes estão desidentificados com o caracter X. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 29

30 empresas que estão com a tabela de preço melhor. As famílias relatam que quem tem o controle de classificação e preço são as empresas. Com relação à atividade de plantação de acácia, as famílias realizam investimentos mais baixos. Basicamente, o preparo do solo, mudas e controle das formigas. A comercialização é feita com compradores intermediários que compram das famílias e revendem para terceiros (olarias, padarias, demais empresas) Condição do produtor Os dados apresentados no Censo Agropecuário 2006 permitem observar que o município de Camaquã possui uma proporção de estabelecimentos cujo produtor é assentado sem titulação (0,62%) menor que a proporção desta condição de produtor referente ao Estado do Rio Grande do Sul (1,5%). A área ocupada cujo produtor é assentado sem titulação no município de Camaquã (0,21%), é menor que a proporção ocupada no Estado (0,8%). Conforme Gráficos 7 e 8. A maior parte dos estabelecimentos do município pertencem a proprietários privados (7.182 estabelecimentos). Somando os estabelecimentos de assentados sem titulação e ocupantes obtem-se 874, o que representa mais de 9% do número de estabelecimentos, conforme o Gráfico 9. No entanto, a área ocupada por produtores nestas condições é muito baixa (somados representam menos de 2,44% da área ocupada) comparativamente a estabelecimentos cujo produtor está em situação diferente (proprietários, arrendatários e parceiros), conforme o Gráfico 10. Isto pode ser notado com mais clareza no Gráfico 11 que apresenta a área média dos estabelecimentos, pode se notar que, em média, as áreas média ocupadas por proprietários, arrendatários e parceiros, chegam a ser 3,5 vezes maior que a dos assentados sem titulação e 5 vezes maior que a dos ocupantes. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 30

31 Gráfico 7: Condição do produtor, segundo o número de estabelecimentos. (%) Próprias Assentado sem titulação definitiva Arrendadas Parceria Ocupadas Rio Grande do Sul Camaquã Fonte: IBGE, 2009c. Gráfico 8: Condição do produtor, segundo a área ocupada. (%) Próprias Assentado sem titulação definitiva Arrendadas Parceria Ocupadas Rio Grande do Sul Camaquã Fonte: IBGE, 2009c. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 31

32 Gráfico 9: Número de estabelecimentos em Camaquã, segundo a condição do produtor. Número de estabelecimentos nº de estabelecimentos Próprias Assentado sem titulação definitiva Arrendadas Parceria Ocupadas número de estabelecimentos Fonte: IBGE, 2009c. Gráfico 10: Área total ocupada pelos estabelecimentos em Camaquã, segundo a condição do produtor. Área ocupada hectares Próprias Fonte: IBGE, 2009c. Assentado sem titulação definitiva Arrendadas Parceria Ocupadas área ocupada Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 32

33 Gráfico 11: Área média ocupada pelos estabelecimentos em Camaquã, segundo a condição do produtor. Área média dos estabelecimentos hectares/estabelecimento 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 52,68 Próprias 15,92 Assentado sem titulação definitiva 27,61 22,30 11,85 Arrendadas Parceria Ocupadas área média dos estabelecimentos Fonte: IBGE, 2009c Saúde Segundo o IBGE (2009a), em 2005, contabilizava-se 41 estabelecimentos de saúde no município de Camaquã, 24 públicos municipais, 15 privados com fins lucrativos e 2 privados sem fins lucrativos. Há 130 leitos para internação no município em estabelecimentos privados, mas que prestam serviço ao SUS. Faltam poucos equipamentos hospitalares essenciais no município, como pode ser observado na Tabela 9. Há 28 estabelecimentos com atendimento ambulatorial, 25 com atendimento médico em especialidades básicas, 6 com atendimento médico em outras especialidades e 5 com atendimento odontológico com dentista, conforme Tabela 10. Há 1 estabelecimento que presta atendimento emergencial com 5 especialidades (pediatria, obstetrícia, clínica, cirurgia e traumato ortopedia), Tabela 11. Há 27 estabelecimentos que prestam serviço ao SUS Ambulatorial, 1 que oferece serviço para o SUS Emergência, 1 que oferece serviço ao SUS Internação e 1 que oferece serviços para o SUS Diálise. O número de médicos residentes para cada mil habitantes passou de 0,678, em 1991, para 0,878, em 2000, mais que o dobro da Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 33

34 média do Estado em 2000 e com variação mais acentuda, conforme o Gráfico 12 (IPEA, 2009). Tabela 9: Equipamentos hospitalares no município. Mamógrafo com comando simples 2 Mamógrafo com estéreo-taxia 0 Raio X para densitometria óssea 1 Tomógrafo 1 Ressonância magnética 0 Ultrassom doppler colorido 3 Eletrocardiógrafo 7 Eletroencefalógrafo 0 Equipamento de hemodiálise 18 Raio X até 100mA 0 Raio X de 100 a 500mA 2 Raio X mais de 500mA 0 Fonte: IBGE, 2009a. Tabela 10: Estabelecimentos de saúde com atendimento ambulatorial. Estabelecimentos de Saúde com atendimento ambulatorial total 28 Estabelecimentos de Saúde com atendimento ambulatorial sem atendimento médico 0 Estabelecimentos de Saúde com atendimento ambulatorial com atendimento médico em especialidades básicas 25 Estabelecimentos de Saúde com atendimento ambulatorial com atendimento médico em outras especialidades 6 Estabelecimentos de Saúde com atendimento ambulatorial com atendimento odontológico com dentista 5 Fonte: IBGE, 2009a. Tabela 11: Estabelecimentos de saúde com atendimento emergencial. Estabelecimentos de Saúde com atendimento de emergência total 1 Estabelecimentos de Saúde com atendimento de emergência Pediatria 1 Estabelecimentos de Saúde com atendimento de emergência Obstetrícia 1 Estabelecimentos de Saúde com atendimento de emergência Psiquiatria 0 Estabelecimentos de Saúde com atendimento de emergência Clínica 1 Estabelecimentos de Saúde com atendimento de emergência Cirurgia 1 Estabelecimentos de Saúde com atendimento de emergência Traumato Ortopedia 1 Estabelecimentos de Saúde com atendimento de emergência Neuro Cirurgia 0 Estabelecimentos de Saúde com atendimento de emergência Cirurgia Buco Maxilofacial 0 Estabelecimentos de Saúde com atendimento de emergência Outros 0 Fonte: IBGE, 2009a. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 34

35 Gráfico 12: Médicos residentes no município de Camaquã para cada mil habitantes. Médicos residentes (por mil habitantes) 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0, Camaquã Rio Grande do Sul Fonte: IPEA, Educação No município de Camaquã, em 2008, 93% dos estudantes do nível pré-escolar ao ensino médio freqüentaram escolas públicas e 88% dos professores lecionam e escolas públicas. A relação alunos por professor é bem maior nas escolas públicas do que nas particulares, principalmente no ensino médio, onde a relação chega a ser de 19,74 alunos por professor. Há 23 pré-escolas, 39 escolas de ensino fundamental e 5 de ensino médio, públicas e 1 pré-escola, 2 escola de ensino fundamental e 2 escola de ensino médio privadas. Há 2 instituições de ensino superior privadas no município, 388 alunos matriculados e 51 docentes. A relação de alunos matriculados em escolas públicas e privadas pode ser observada no Gráfico 13. O número de docentes em escolas públicas e privadas está apresentado no Gráfico 14. A relação alunos por professor em escolas públicas e privadas, no Gráfico 15. E, o número de escolas públicas e privadas no Gráfico 16. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 35

36 2008. Gráfico 13: Número de alunos matriculados em escolas públicas e privadas em nº de alunos matriculados Pré-Escola Ensino Fundamental Ensino Médio Ensino Superior escolas públicas escolas privadas Fonte: INEP, 2009a e 2009b. Gráfico 14: Número de docentes em escolas públicas e privadas em nº de docentes Pré-Escola Ensino Fundamental Ensino Médio Ensino Superior escolas públicas escolas privadas Fonte: INEP, 2009a e 2009b. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 36

37 2008. Gráfico 15: Relação alunos por professor em escolas públicas e privadas em 25 nº de alunos por professor Pré-Escola Ensino Fundamental Ensino Médio Ensino Superior escolas públicas escolas privadas Fonte: INEP, 2009a e 2009b. Gráfico 16: Escolas públicas e privadas em nº de escolas Pré-Escola 39 Ensino Fundamental Ensino Médio Ensino Superior escolas públicas escolas privadas Fonte: INEP, 2009a e 2009b. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 37

38 Domicílios - Condições domiciliares No município de Camaquã, o número de domicílios aumentou em 65% entre 1970 e O número de domicílios particulares permanentes, em 2000, foi muito próximo do total de domicílios. O número de domicílios com instalações elétricas atingiu 95% do total de domicílios, em Já o número de domicílios instalações sanitárias atingiu apenas 52% do total de domicílios, em 2000(IPEA, 2009). No Gráfico 17 podemse observar as condições dos domicílios de Camaquã. Gráfico 17: Condições domiciliares do município de Camaquã entre 1970 e nº de domicílios total dedomicílios dom. com instalações elétricas dom. particulares permanentes dom. com instalações sanitárias Fonte: IPEA, Padrão de consumo Baseado na metodologia de pesquisa participativa de mercado (ASSUMPÇÃO, 2009, p ), calculou-se a estimativa de consumo de produtos alimentícios no município de Camaquã, utilizando dados da POF e do Censo demográfico de A estimativa abrange mais de 400 produtos, porém selecionou-se apenas aqueles de maior destaque ou aqueles que são reconhecidos como produtos rotineiros da alimentação. A elaboração desta estimativa deverá servir futuramente para dar parâmetros às famílias para fazerem o planejamento de sua produção. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 38

39 Tabela 12: Estimativa de consumo de produtos alimentícios para o município de Camaquã. Produtos alimentícios tn/ano Arroz 926,6 Milho 185,6 Feijão 364,2 Hortaliças folhosas e florais 116,4 Hortaliças frutosas (inclui cebola e tomate) 373,1 Cebola 132,4 Tomate 123,6 Hortaliças tuberosas (inclui alho, batatas, cenoura e mandioca) 707,6 Alho 3,4 Batata inglesa 294,2 Batata doce 51,5 Cenoura 43,3 Mandioca 254,8 Abacate 3,1 Abacaxi 7,1 Banana 259,0 Goiaba 0,1 Laranja 148,4 Limão 4,2 Mamão 41,0 Manga 17,9 Maracujá 1,9 Melancia 94,9 Melão 11,2 Tangerina 66,9 Caqui 3,7 Maçã 73,9 Pêra 4,1 Pêssego 17,3 Uva 21,0 Carnes bovinas de primeira 121,1 Carnes bovinas de segunda 361,0 Carnes bovinas outras 235,1 Carnes suínas com osso e sem osso 187,8 Carnes suínas outras 142,4 Carnes de outros animais 68,8 Pescados de água salgada 13,3 Pescados de água doce 7,3 Pescados não-especificados 15,8 Aves 566,5 Ovos 124,9 Leite de vaca fresco 664,5 Leite de vaca pasteurizado 1115,3 Queijos e requeijão 57,8 Iogurte 69,2 Manteiga 4,9 Mel de abelha 9,9 Fonte: Elaboração a partir de Assumpção, 2009, IBGE, 2009e e 2009h Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 39

40 Políticas públicas - Bolsa família Segundo o IPEA (2009), em Camaquã, o número de famílias beneficiadas, em dezembro, com transferências de renda pelo Programa Bolsa Família passou de 3469, em 2006, caiu para 2915, em dezembro de 2007, subindo para 3059, em dezembro de As transferências são mensais, assim como as variações no número de famílias, mas os dados apresentados no IPEADATA referem-se somente às famílias beneficiadas no mês de dezembro de cada ano de referência. Já valor nominal total, em dezembro, dos benefícios de transferência de renda pelo Programa Bolsa Família aumentou 20% entre 2006 e Em dezembro de 2008 o valor médio pago por beneficiário foi de R$ 69,59. O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome (MDS, 2009) divulgou que em maio de 2009, no município de Camaquã, 3276 famílias foram beneficiadas pelo Programa Bolsa Família e o valor total nominal dos benefícios foi de R$ ,00, 7% maior do que valor nominal total de dezembro de Neste período o valor médio pago por beneficiário foi de R$ 70,11. - Proger Os Programas de Geração de Emprego e Renda (PROGER) são um conjunto de linhas especiais de crédito que tem por objetivo gerar e manter emprego e renda. Faz parte do Programa do Seguro-Desemprego, complementando outras ações integradas da Política Pública de Emprego, como a qualificação profissional e a intermediação ao emprego. Os recursos são provenientes do Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT, e este, por sua vez, advém, em sua maioria, das contribuições devidas ao PIS e ao PASEP. O relatório estatítico do PROGER para o município de Camaquã para o ano de 2007 está apresentado na Tabela 15. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 40

41 Tabela 13: PROGER no município de Camaquã em Agente Programa Modelo de Qtd de Valor Público Alvo financiamento operações contratado BB FAT-MATERIAL DE Aquisição de mat. CONSTRUÇÃO de constr. Pessoas físicas ,19 BB PROGER RURAL Investimento Agrícola PMEs ,00 BB PROGER URBANO Capital de Giro PMEs ,96 BB PROGER URBANO Capital de Giro PMEs ,08 BB PROGER URBANO Capital de Giro PMEs ,77 BB PROGER URBANO Capital de Giro PMEs ,64 BB PROGER URBANO Investimento Coop e assoc. de prod ,00 BB PROGER URBANO Investimento PMEs ,80 BB PROGER URBANO Investimento PMEs ,00 BB PROGER URBANO Investimento PMEs ,83 BB PROGER URBANO Investimento Professores ,00 BB PROGER URBANO Investimento Professores ,00 BB PRONAF Investimento Agrícola PMEs ,00 BB PRONAF Investimento Pecuário PMEs ,00 BNDES PRONAF Investimento Agrícola PMEs ,00 CAIXA FAT - GIRO SETORIAL Investimento PMEs ,00 CAIXA PROGER URBANO Capital de Giro PMEs ,00 CAIXA PROGER URBANO Capital de Giro PMEs ,59 CAIXA PROGER URBANO Capital de Giro PMEs ,03 CAIXA PROGER URBANO Investimento PMEs ,47 CAIXA PROGER URBANO Investimento PMEs ,59 CAIXA PROGER URBANO Investimento Profissionais liberais ,95 Total ,90 Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego (MTE, 2009). No município de Camaquã não há tanta desigualdade nas linhas de crédito do Proger como geralmente se observa em outros municípios Indicadores de pobreza e desigualdade O índice de Gini 8 do município de Camaquã, que mede o grau de desigualdade existente na distribuição de indivíduos segundo a renda domiciliar per capita, era 0,41 8 Seu valor varia de 0, quando não há desigualdade (a renda de todos os indivíduos tem o mesmo valor), a 1, quando a desigualdade é máxima (apenas um um indivíduo detém toda a renda da sociedade e a renda de todos os outros indivíduos é nula). Disponível em Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 41

42 em 2003 (IBGE, 2009e e 2009h). O índice de desenvolvimento humano (IDH) 9 do município de Camaquã era 0,702 em 1991, passou a ser de 0,768 em 2000, que correspondem a um nível médio de desenvolvimento, conforme o Gráfico 18. Gráfico 18: Índice de Desenvolvimento Humano do Município de Camaquã. Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) 0,78 0,76 0,768 0,74 0,72 0,7 0,702 0,68 0, Fonte: IPEA, É obtido pela média aritmética simples de três subíndices, referentes a Longevidade (IDH- Longevidade), Educação (IDH-Educação) e Renda (IDH-Renda). Além de computar o PIB per capita, depois de corrigi-lo pelo poder de compra da moeda de cada país, o IDH também leva em conta dois outros componentes: a longevidade e a educação. Para aferir a longevidade, o indicador utiliza números de expectativa de vida ao nascer. O item educação é avaliado pelo índice de analfabetismo e pela taxa de matrícula em todos os níveis de ensino. A renda é mensurada pelo PIB per capita, em dólar PPC (paridade do poder de compra, que elimina as diferenças de custo de vida entre os países). Essas três dimensões têm a mesma importância no índice, que varia de zero a um. Disponível em O IDH até 0,499 expressa baixo desenvolvimento humano. Índices entre 0,5 e 0,799 são considerados de médio desenvolvimento humano. IDH superior a 0,8 indica desenvolvimento humano alto. Disponível em Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 42

43 6. DIAGNÓSTICO DO PROJETO DE ASSENTAMENTO 6.1. Condições físicas e edafo-climáticas do assentamento Solos Segundo informações contidas no Relatório Ambiental do assentamento (INCRA, 2007), os tipos de solos encontrados no município de Camaquã são: Argissolo Bruno Acinzentado; Argissolo Vermelho-Amarelo, Neossolo Litólico e Planossolo. Argissolo Bruno Acinzentado Pbe1 - Podzólico Bruno Acinzentado eutrófico Ta A moderado textura méd.casc./arg. casc. relevo ondulado. Argissolo Vermelho-Amarelo PVd2 - Podzólico Vermelho-Amarelo distrófico Tb abrupto e não abrupto A moderado textura méd./arg. e méd./arg. casc. relevo ondulado e suave ondulado. PVd3 - Podzólico Vermelho-Amarelo distrófico e eutrófico Tb abrupto e não abrupto A moderado textura méd./arg. relevo suave ondulado. PVd5 - Podzólico Vermelho-Amarelo distrófico Tb plíntico A moderado textura méd./arg. Relevo suave ondulado + Planossolo eutrófico Ta A moderado aren./méd. relevo plano. PVd14 Podzólico Vermelho-Amarelo distrófico e álico Tb A moderado textura méd.casc./arg. casc. + Podzólico Bruno Acinzentado distrófico Tb A moderada textura méd.casc/arg. + Associação Complexa de Solos litólicos distróficos A moderada textura méd.casc. granito com Cambissolos distrófico Tb A moderado textura arg. e méd.casc. relevo ondulado a forte ondulado + Afloramento de Rocha. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 43

44 Neossolo Litólico Ae1 Solos Aluviais eutróficos e distróficos A moderado textura indisc. relevo plano. Rd10 Associação Complexa de Solos Litólicos distróficos A moderado e proeminente textura média casc. Migmatito com Cambissolo distrófico Tb A moderado e proeminente textura média e arg. casc + Podzólico Vermelho-Amarelo distrófico Tb A moderado textura média casc./arg. casc. + Podzólico Bruno-Acinzentado distrófico e eutrófico Tb. A. moderado textura média casc./arg. relevo forte ondulado + floramentos de Rocha. Planossolo PLS4 Planossolo Solódico Ta A moderado textura areno/média e média/argilosa + Planossolo eutrófico Ta A moderado textura aren./méd. e méd./arg. + Glei Pouco Húmico eutrófico Ta A moderado textura méd. e arg. relevo plano. No assentamento Boa Vista pela sua grande diversidade de paisagem encontrada no assentamento, existe uma grande variação de solos existindo diversos destes solos encontrados no município de Camaquã, a situação de grande elevação do relevo contribui para a existência de diversos tipos de solo do assentamento. As classes de uso e cobertura do solo identificadas no PA Boa Vista são mostradas na Figura 15 e a área ocupada pelas diferentes classes é listada nas Tabelas 14 e 15. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 44

45 Tabela 14: Superfície ocupada pelos diferentes usos no PA Boa Vista em 04/09/2003. Classe de uso Nº de manchas Área (ha) Área (%) Agricultura / solo exposto 21 78,52 12,32 Água 4 13,57 2,13 Arroz 1 41,98 6,58 Campo seco 6 257,1 40,32 Campo úmido 4 106,8 16,75 Mata nativa ,25 16,66 Pousio 13 29,75 4,67 Subsolo exposto 1 3,61 0,57 TOTAL 637, Fonte: INCRA, Tabela 15: Superfície ocupada pelos diferentes usos nas APP do PA Boa Vista em 04/09/2003. Classe de uso Nº de manchas Área (ha) Área (%) Agricultura / solo exposto 3 0,28 0,78 Água 1 0,33 0,91 Campo seco ,95 Campo úmido 6 4,09 11,34 Mata nativa 5 21,6 59,88 Pousio 1 0,06 0,17 Subsolo exposto 1 0,71 1,97 Fonte: INCRA, A partir do ano de 2003 onde foi feito o levantamento de dados usados na tabela anterior, nota no ano de 2010 uma grande mudança, existindo uma área grande destinada para a silvicultura, podendo estimular que está atividade pode chegar até mesmo de 7 a 10% da área total do assentamento. Diminuindo principalmente nos itens campo seco e pousio. Outro fator importante a ressaltar é que atividade de agricultura tem a sua maior área sendo ocupada hoje pela cultura do fumo. As atividades que utilizam mais espaço de solo no assentamento são as atividades de campo seco e úmido, seguido pela mata nativa e agricultura e silvicultura, tendo em menor quantidade o solo ocupado por arroz, pousio e água. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 45

46 Em relação á ocupação da área de APP no assentamento não se nota mudanças significativas na ocupação, podendo considerar que aumentou ligeiramente a mata nativa (capoeirão) e campo úmido Relevo Segundo INCRA, 2007, o relevo do PA Boa Vista foi analisado a partir de dados altimétricos das cartas em escala 1: da DSG, utilizados para a elaboração de um Modelo Numérico do Terreno (MNT) e cálculo das declividades. A á Tabela 16 mostra, respectivamente, a distribuição espacial e a superfície ocupada por diferentes faixas altimétricas no imóvel. Tabela 16. Área ocupada pelas diferentes faixas de altitude no PA Boa Vista. Faixa de altitude (m) Área (ha) Área (%) 40 a 60 m 343,67 53,90 60 a 80 m 121,04 18,98 80 a 100 m 124,44 19, a 120 m 43,88 6, a 140 m 4,55 0,71 Total 637,58 100,00 Fonte: INCRA, Como mostrado na tabela anterior o assentamento possui um alto índice de variedade do relevo sendo que a altitude de 40 a 80m correspondem a 92,4% de toda a área do PA, sendo que de 80 a 120 existe ainda 7,6% do total da área do assentamento. Ficando evidente a necessidade de cuidados na forma para utilizar o solo, para evitar erosões, enfraquecimento do solo devido á falta de cobertura e vegetação no mesmo. As declividades se distribuem de forma relativamente homogênea no imóvel, com a predominância de inclinações muito suaves conforme tabela 18. A maior parte da área apresenta inclinações inferiores a 5%, constituindo pendentes bastante suaves que totalizam aproximadamente 473,03 ha, 74,19% da superfície total do imóvel. As áreas com mais de 5% de inclinação são menos expressivas, constituindo principalmente áreas de relevo suave ondulado a forte ondulado que totalizam em torno de 164,55 ha, 25,81 % da superfície total do imóvel. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 46

47 Portanto, o assentamento possui um relevo predominante plano, mas com áreas com declividades consideradas que necessitam de cuidados especiais para sua utilização e para poder tirar do solo os resultados esperados. Tabela 17. Área ocupada pelas diferentes faixas de declividade no PA Boa Vista. Faixa de declividade (%) Área (ha) Área (%) 0 a 5% 473,03 74,19 5 a 10% 77,28 12,12 10 a 15% 49,61 7,78 15 a 25% 33,79 5,30 25 a 47% 3,87 0,61 Total 637,58 100,00 Fonte: INCRA, Recursos hídricos As famílias assentadas possuem duas associações de água, onde cada comunidade tem 16 famílias, sendo estas por a proximidade. A água é canalizada de poços até a caixa d água, que distribui a todas as famílias por gravidade. Sendo feito pela prefeitura municipal o controle da água, aplicando quando necessário cloro, e fazendo limpeza. Muitos lotes têm dificuldade de acesso á água para os animais, sendo lotes mais no alto, sem córregos e sem açudes. As famílias reconhecem a preocupação em ter áreas de reserva legal, principalmente ao redor das nascentes, sendo grande parte delas bem protegidas. Recursos hídricos: A Figura 5 mostra a rede de drenagem superficial do PA Boa Vista com base nas cartas em escala 1: da Diretoria de Serviço Geográfico do Exército (DSG), Folha SH.22-Y-B-V-4 (Santa Rita). O PA Boa Vista encontra-se entre o arroio Velhaco, a leste, o arroio Duro e o Rio Camaquã a oeste, importantes cursos d água que banham a região, todos confluindo para a Laguna dos Patos distante do PA em torno de 23 km (INCRA, 2007). O assentamento tem em seu espaço dois cursos d água que passam em seus domínios sendo que um faz divisas e outros cortam alguns lotes do assentamento. Que são os arroios Tigre e arroio Bonito que acabam desembocando no arroio Velhaco. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 47

48 Ainda existem três açudes oriundos desde o início do assentamento, sendo que um, é são onde as famílias utilizam a água para irrigação das lavouras de arroz. Existe nos arroios uma boa proteção formada quase toda ela por mata nativa e alguns perímetros por campo úmido, em relação aos açudes, estes possuem proteção normalmente onde é a nascente de água para o açude e ficando as demais laterais sem proteção de mata, existindo apenas campo úmido ou seco. Figura 4: Mapa de recursos hídricos no PA Boa Vista. Fonte: Relatório Ambiental do INCRA, Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 48

49 Flora, fauna, uso do solo e cobertura vegetal; Reserva Legal e estratificação ambiental Abaixo segue a listagem de espécies campestres registradas através do método do caminhamento nos Projetos de Assentamento do município de Arambaré, Tapes e Camaquã (PA Caturrita, PA Capão do Leão, PA Fazenda Santa Marta, PA Fazenda Boa Vista, PA Lagoa do Junco) desenvolvido no relatório ambiental do INCRA, Foram encontradas 43 espécies campestres, ocorrendo muitas outras, porém com menor freqüência. Centella asiática, (Eryngium horridum) gravatá, (Eryngium pandanifolium) gravatá, (ARECACEAE) Butiá (capitata) butiá, (ASTERACEAE Baccharis trimera) carqueja, (Senecio brasiliensis) maria-mole, (Soliva pterosperma roseta) (CARYOPHYLLACEAE) (Cerastium glomeratum), CONVOLVULACEAE) (Dichondra sericea) orelha de rato, (CYPERACEAE Cyperus sp.) Tiririca, (Eleocharis SP, Killinga sp.) (FABACEAE Arachis burkartii) amendoim, (Desmodium adscendens, Desmodium incanum) pega-pega, (Rhynchosia sp, HYPOXIDACEAE Hypoxis decumbens MALVACEAE) Sida (rhombifolia) guanxuma, (OXALIDACEAE Oxalis sp. Oxalis) azedinho, (POACEAE Axonopus affinis) grama tapete, (Briza sp.) capim treme-treme, (Cynodon dactylon3) paulistinha, (Eragrostis plana3) capim-annoni, (Erianthus angustifolius) macega estaladeira, (Ischaemum minus) grama do banhado, (Leersia hexandra) grama boiadeira, (Lolium multiflorum3) azevém. (Luziola peruviana) grama boiadeira, (Paspalum lividum), (Paspalum modestum), (Paspalum notatum) grama forquilha, (Paspalum paniculatum), (Paspalum pauciciliatum) capim sanduva, (Paspalum pumilum) grama baixa, (Paspalum urvillei) capim das roças, (Piptochaetium montevidense) cabelo de porco, (Poa annua) pastinho de inverno, (Schizachyrium sp.) cola de burro, (Setaria parviflora) cola de raposa, (Sporobolus inducus) capim touceirinha, (Stenotaphum secundatum) grama de jardim, (Stipa sp. Flechilha, Sporobulos indicus) capim touceirinha. Informações relatório ambiental UFRGS. Lista de espécies campestres, registradas para o conjunto de PA onde está inserido o PA Boa Vista. 1 SEMA (2002); 2 arbu= arbustivo; herb.= herbáceo; 3 espécies introduzidas. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 49

50 Predomina neste PA a fisionomia de campo (57,07%), onde a vegetação campestre nativa é composta por diversas espécies, entre as quais existem muitas utilizadas como alimento pelos herbívoros, ou seja, são forrageiras. Estas espécies forrageiras são utilizadas tanto pela fauna nativa (capivara e veado), quanto pelos herbívoros domésticos (bovinos, ovinos e eqüinos). Existindo nos últimos anos uma implementação de algumas variedades de gramas e pastagens de verão e inverno para melhorar a pastagem nativa em algumas áreas que eram insuficientes para dar condições com que as famílias utilizassem essas áreas com a pastagem nativa para a criação dos animais principalmente bovinos. Segundo o INCRA (2007) a pastagem nativa no PA Fazenda Boa Vista apresenta-se constituída por grama forquilha (Paspalum notatum), capim touceirinha (Sporobolus indicus), P. pauciciliatum e P. paniculatum, entre as gramíneas, e, azedinho (Oxalis sp.), Eleocaris sp. e tiririca (Cyperus sp.). Este tipo de campo, quando manejado adequadamente, sem excesso de carga animal, deve apresentar espécies mais arbustivas como carqueja (Baccharis trimera), caraguatá (Eringium horridum), rabo de burro (Schizachyrium sp.), maria-mole (Senecio brasiliensis) e macega estaladeira (Erianthus angustifolius) formando um segundo estrato. Portanto, existe uma grande diversidade de materiais que compõem a vegetação dos campos do assentamento, tendo a tendência de se ficar sem controle havendo um avanço muito grande da carqueja, caraguatá, rabo de burro, Maria mole e macega estaladeira sob as gramíneas do campo, tornando este de pouca capacidade para a criação de animais. Foram encontradas as espécies nativas hibernais Piptochaetium montevidense e Stipa sp. Outras dos gêneros Briza e Poa também podem estar presente nas pastagens do PA Fazenda Boa Vista. A presença destas espécies está associada principalmente ao uso menos intenso da pastagem nativa durante o período de florescimento, na primavera. A maioria das áreas ainda tem presente a pastagem nativa encontra-se super pastoreada, tanto em áreas úmidas (Foto 1) quanto secas (Foto 2). Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 50

51 Foto 1: Pastagem nativa. Fonte: Arquivo COPTEC. Foto 2: Pastagem no PA. Fonte: Arquivo COPTEC. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 51

52 Dentre as leguminosas, o pega-pega (Desmodium incanum), é a mais freqüente, ocorrendo também D. adscendens, ambas tem crescimento estival. As leguminosas são importantes para alimentação animal e para fixação de nitrogênio no solo. A vegetação campestre do PA Fazenda Boa Vista encontra-se impactada principalmente pela implantação de lavouras (Foto 3). Esta prática implica na supressão permanente de muitas espécies nativas, muitas delas com excelente qualidade forrageira. Foto 3: Terra removida no PA. Fonte: Arquivo COPTEC. Entre as espécies de origem de fora da região, conseqüentemente invasoras a que mais preocupa é o capim-annoni (Eragrostis plana) que está presente em todos os potreiros, tendo em alguns pontos de beira de estrada uma concentração muito grande, sendo motivo de preocupação, devido á capacidade de capim se sobrepor sobre as gramíneas nativas da região. A presença de capim-annoni (Eragrostis plana) nas estradas pode á médio e longo prazo tornar-se um problema. O capim-annoni é uma gramínea perene originada Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 52

53 da África e introduzida no Estado do Rio Grande do Sul na década de Muitas famílias já estão preocupadas com o controle do capim annoni, na qual as mesmas estão roçadas no campo seguidamente, deixando o pasto sempre baixo e novo, sendo bem aceito para consumo pelos animais. Mas existe em alguns locais que estão sem os cuidados devidos e com uma grande quantidade de capim annoni, onde ficou difícil de fazer controle, podendo ocasionar problema no futuro Capacidade de uso do solo As famílias do PA Boa Vista relataram que em sua grande maioria nunca utilizaram calcário e nem fizeram análise do solo para saber sua qualidade e deficiência, sendo utilizado de diferentes formas ao longo do histórico do assentamento. Segundo o INCRA (2007) a classificação do solo do PA, foi feito a partir dos critérios definidos na resolução 387, que se aplicam ao PA Boa Vista a delimitação de uma área em torno das nascentes (50 m), das faixas ao longo dos cursos d água (30 m) e em torno dos corpos d água naturais ou construídos pelo homem (50 m no presente caso). Não ocorrem no imóvel, áreas declividades o suficiente para serem enquadradas como APP. O resultado quantitativo da avaliação da capacidade de uso do PA Boa Vista pode ser visto na Figura 5 e na Tabela 18. Tabela 18: Classes, subclasses e unidades de capacidade de uso, suas respectivas áreas e fatores limitantes no PA Boa Vista. Classes de capacidade de uso Fator limitante Unidade de uso Área (ha) Área (%) III e, ab Erosão Abrúptico 73,52 11,53 IV e, t Erosão Declividade 178,87 28,05 IV a, hi Hidromorfismo Inundação 268,12 42,05 VI e, t Erosão Declividade 81 12,7 VIII, app Legislação Áreas de Preservação Permanente 36,07 5,66 Total 637, Fonte: INCRA, O mapa apresentado na Figura 6 e os dados da Tabela 19 mostram que as terras da classe III e, ab, que com maior ou menor intensidade permitem uso com Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 53

54 culturas anuais, ocupando uma área do imóvel de 73, 52 ha, o que representa (11,53% do total). O maior grupo de terras no imóvel é representado por terras das classes IV (IV e, t; e IV a, hi), totalizando ha, o que representa quase 70.1% da área. Nas terras IV e, t, as limitações devem-se a declividade, requerendo práticas intensivas de conservação do solo em função da sua suscetibilidade à erosão. A classe IV a, hi, é própria para tipos de exploração específicos como a cultura do arroz devido ao risco de inundações e drenagem deficiente no perfil do solo. O restante da terra deste imóvel pertence à classe VI e, t, totalizando 81,00 ha, o que representa (12,70%). Nessa classe, a topografia é o principal fator restritivo de uso, requerendo práticas intensivas de conservação do solo em função da suscetibilidade à erosão. As terras da classe VIII l, app (Áreas de Preservação Permanente), que não admitem nenhum tipo de uso, ocupam em torno de 36, 07 ha o que representa em torno de 5,66% do total. Portanto, o PA possui terras aptas para a agricultura em sua grande maioria tendo em alguns espaços a necessidade de haver um cuidado maior devido ao risco de erosão, havendo também a necessidade de preservação da área de APP, que é fundamental no assentamento devido aos riachos existentes e por o assentamento ter dificuldade de armazenamento de água em diversos lotes. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 54

55 Figura 5: Mapa das classes de capacidade de uso das terras no PA Boa Vista. Fonte: INCRA, Análise sucinta dos potenciais e limitações dos recursos e da situação ambiental do assentamento Quanto às possibilidades ambientais observa-se que a área não apresenta grandes problemas principalmente porque existe pouca área com declividade Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 55

56 acentuada, mas existe a necessidade de tomar medidas de preparo do solo no sentido de evitar a erosão, pois são solos suscetíveis principalmente nas áreas de coxilha altas com composição mais arenosa e com fragilidade. Sendo que muitos agricultores tem como principal atividade o plantio de fumo que exige um preparo intensivo que expõe o solo a degradação. Com relação á preservação da área de reserva legal e APP, estão sendo feito trabalho educativo visando á preservação da mesma. Devido o solo ser arenoso em muitos locais se faz necessário a utilização de cobertura verde no solo, atividade pouca desenvolvida pelas famílias no PA Organização espacial atual O assentamento é dividido por uma estrada principal que dá acesso a todos os lotes, sendo está estreita e em alguns lugares em situação precárias. Muitos lotes nas estradas secundárias têm condições precárias, por exemplo, o caminhão do leite parou de pegar leite, pois não consegui entrar até as casas dos produtores, pois maioria das estradas secundárias dentro do assentamento ser um risco de trilhas. As famílias assentadas todas ficaram em lotes inteiros, sendo algumas mais próximas outras mais distantes, mais todas acabaram fazendo suas casas perto da estrada principal que corta o assentamento ao meio. As famílias se organizam por duas associações hídricas, por a proximidade dos lotes/casas. Sendo que a água encanada chega a todas as famílias, mas existe uma das associações que vem enfrentando um problema sério com falta de água, segundo as famílias quando ligada a bomba toca apenas a cerca de meia hora e acaba a água do poço, ficando as famílias em muitos momentos do dia sem água encanada. Não existe escola no assentamento os filhos/as de assentados têm que se dirigir ao distrito de São Carlos ou a Camaquã, para poder estudar. O assentamento possui mais que uma religião, tem uma igreja católica que fica no espaço da sede do assentamento, onde é realizado as atividades coletivas, reuniões, na qual o médico vêm atender as famílias. Se existir algum problema grave no assentamento, este é discutido e segue os princípios do regimento interno (anexo 1). Até o momento não teve nenhuma estrutura significa coletiva, e nem alguma experiência de produção coletiva. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 56

57 6.3. Situação do meio sócio-econômico e cultural Histórico da mesorregião ou da microrregião A região é uma das primeiras a ser colonizadas do Rio Grande do Sul, existem registros de 10 povos colonizador já no ano de Segundo relatos por volta de 1763 diversos casais açorianos foram descendo para o Sul, localizando-se na margem esquerda do Estuário Guaíba e margem direita da Laguna dos Patos, fundando fazendas e charqueadas até o rio Camaquã. Na história há registros que a colonização teve início em 1815, quando foi concedida a licença para a criação da Capela Curada de São João Batista de Camaquã. O sistema de distribuição de terras adotados na região no período que era as sesmarias, tendo registros que os primeiros sesmeeiros que se estabeleceram na região foram o Sargento Mor Boaventura José Centeno, o Sr. Antônio Lopes Duro e o Capitão Joaquim Gonçalves da Silva. A população da região foi aumentando principalmente com a chegada dos imigrantes que eram, portugueses, franceses, poloneses, alemães, espanhóis e negros. É bom lembram que os primeiros habitantes desta região foram os índios tendo sua presença em todo o território brasileiro. A religião era muito forte no local. Em 1844, foi erguida uma nova Capela, onde se criou logo um vilarejo onde hoje está localizada a cidade. A região apresentava um grande desenvolvimento por suas granjas, tendo até telefone e pista de pouso de avião da Varig em A região foi espaço onde passaram muitos heróis da história tradicional do Estado como o General Bento Gonçalves da Silva, o general Antonio de Souza Netto, proclamador da República Rio-Grandense, assim como o Revolucionário Italiano Giuseppe Garibaldi e Anita Garibaldi. Com o passar do tempo e emancipação dos municípios que eram distrito o município perdeu território. Atualmente, o município é dividido pela BR 116, possui duas áreas de topografias distintas. A zona da várzea, onde predominam as grandes e médias propriedades, dedicadas á pecuária e as lavouras de arroz e soja; e a zona da 10 Segundo Jornal O Colonial de Camaquã. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 57

58 serra, onde se localiza o assentamento, onde predominam as pequenas e médias propriedades dedicadas ao plantio da soja, milho, feijão, fumo, mandioca, e no último período com reflorestamento comercial Histórico da luta pela terra na mesorregião A região até os dias atuais é conhecida como uns dos berços, dos latifúndios, ou seja, de fazendeiros, mais ao mesmo é conhecida na história agrária por possuir primeira experiência de reforma Agrária do Rio Grande do Sul. No governo Estadual do então governador Leonel Brizola, fez a distribuição de terras entorno de 12 mil hectares de lavouras aptas para o arroz, sendo até hoje conhecido o local como banhado do colégio. No entanto, com o surgimento do movimento de maior expressão até os dias atuais na Luta pela terra conhecido de Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terras MST, a região voltou a ser palco de luta pela terra e por desapropriação de grandes latifúndios improdutivos existentes na região. Tendo vários acampamentos e alguns assentamentos nesta região, como Lagoa do Junco em Tapes, os assentamentos Fazenda Santa Marta, Caturritas, Capão do Leão, Arambaré e Camaquã o assentamento Boa Vista, composto por 32 famílias, que hoje já estão inseridas no cotidiano do município Histórico do assentamento O Assentamento Boa Vista se constituiu com a chegada das famílias acampadas no dia 14 de fevereiro de 1996, sendo legalizado em 14 de maio de Na área havia apenas 150 Búfalos (bubalinos), algumas quadras de arroz, animais de pequeno porte e uma casa velha. No início, a vida das famílias no assentamento foi muito difícil, pois as famílias vieram fora do tempo de plantio e não tinham nenhuma estrutura e recursos financeiros. As famílias contaram com doações de outras que já estavam assentadas na região, para se manterem no assentamento. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 58

59 As famílias são originárias do médio e alto Uruguai, e iniciaram os primeiros plantios com milho, feijão e outras culturas da sua região de origem. Foram quatro anos de frustrações, não conseguindo atingir uma boa produtividade e desgastando ainda mais o solo que já fraco (conforme análise de solo realizada no período, apresentava a demanda de 7 toneladas de calcário por hectare, relatam as famílias). Conseguiram manter se porque todas plantavam culturas para a subsistência, como batata-doce, mandioca, abóbora, etc. Muitas famílias não se adaptaram a região e fizeram trocas de lotes, o que é comum e legítimo, no sentido de preservar sua identidade cultural. Desta forma, cinco famílias novas vieram do assentamento de São Gabriel. Outras acabaram desistindo de viver no assentamento e abandonaram os lotes. O assentamento criou um regimento interno de convivência que é registrado em cartório, no INCRA e na delegacia. Foi o balizador das decisões das famílias assentadas até os dias atuais. Capitulo III Das proibições: Artigo I - é proibido desrespeitar as pessoas, suas liberdades familiares, crenças, partidos políticos, raças, origem e inclusive a fofoca. Artigo II é proibido consumo de drogas (maconha, cocaína, cola de sapateiro e outros). Artigo III, é proibido praticar atos de violência física e moral a qualquer companheiro (a) do assentamento. Artigo IV é proibido qualquer pessoa ter em particular ter uma bodega dentro do assentamento. Artigo V é proibido consumo exagerado de bebidas alcoólicas e perturbações dentro e fora do assentamento. Artigo Único: Cada componente que exagerar seu comportamento e vier causar problemas para o assentamento, o grupo é responsável pela discussão do caso e deverá tomar as devidas providências. Em outros casos mais graves a Coordenação encaminhará para as linhas corretas. Artigo VI é Proibido caçar, pescar e depredar a natureza, não ferindo as leis do meio ambiente e sem a liberação por parte do proprietário. Artigo VII, Proibido uso indevido de armas: Inciso I: armas brancas poderão ser usadas somente a serviço agrícola. Inciso II: Armas de fogo: Proibido o uso interno e externo, as mesmas deverão ficar guardadas, em suas casas baseando-se na lei da Constituição Federal. Artigo VIII, proibido prostituição dentro do assentamento. Sendo esse regimento segundo as Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 59

60 famílias, um dos fatores onde não há incidência de grandes desentendimentos, ou agressões. As famílias se respeitam, e conseguem discutir e fazer reuniões. O assentamento realizou uma parceria com a prefeitura (não com o só com o prefeito) para instalação de Luz, Água, Estrada e manutenção dos mesmos que se mantém até os dias atuais. As famílias quando chegaram na área havia um mato de eucalipto, que foi derrubado e construído a igreja católica, que esta localizada no espaço da sede da comunidade, onde é nesta igreja ainda que são feitas as missas e reuniões do assentamento. O assentamento vêm vários anos tentando recursos para construir um centro comunitário, para poder ter espaço para fazer reuniões, integração entre as famílias, realizar festa, ser o espaço do médico atender as famílias (em sua vinda ao assentamento que hoje acontece uma vez por mês), mas até o momento o assentamento ainda não conseguiu esses recursos e não possui um centro comunitário adequado, não podendo ter assim alternativas para todos do assentamento, principalmente para os jovens. Nos lotes de terras altas, foram enfrentadas grandes secas, desde os anos 90, ocasionando assim prejuízos seguidos e gerando deste processo um grande número de assentados endividados nos bancos, não podendo mais pegar financiamento. Por causa das dividas as famílias não conseguiram acessar o recurso do governo federal para habitação, sendo essa uma grande necessidade das famílias. Na busca de alternativas para a produção as famílias, foram introduzindo o cultivo de fumo e acácia no assentamento. Hoje, existem 11 famílias irregulares no assentamento. Existe uma barragem de 14 hectares de uso coletivo dentro do assentamento População do assentamento A população do assentamento hoje, já está bem diversificada, em faixas etárias, pois tens as famílias assentadas, seus filhos e até mesmo os netos. Segue a planilha com os dados referentes à população do assentamento. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 60

61 Tabela 19: População no PA. População Composição familiar Total Idade Sexo Nº famílias Nº pessoas Crianças Jovens Adultos Idosos Masculino Feminino % 45% Fonte: Pesquisa de campo COPTEC, O assentamento possui sua população concentrada na faixa de adultos, com predominância de sexo masculino. Cabe ressaltar o grande número de crianças e jovens, que necessitam estar inseridos na produção da unidade familiar para poder se manterem no assentamento. Esse fator é fundamental em assentamentos mais velhos, a permanência dos filhos junto aos pais, para o lote ter sucesso, ser realmente produtivo e capaz de dar qualidade de vida digna para a família. A população do assentamento cultiva valores como a amizade e solidariedade, não havendo grandes problemas de relacionamento entre as pessoas da comunidade Organização social do assentamento O assentamento Boa Vista está inserido num conjunto político de luta, de ideologia, onde se busca uma vida digna, com maior autonomia das pessoas, garantia dos direitos de todos aos requisitos básicos, como saúde, alimentação, educação, habitação etc. Por isso, o assentamento está organizado e faz parte do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do Brasil MST, fazendo parte da regional de Eldorado do Sul, Grande Região de Porto Alegre/RS. O assentamento tem um representante na direção regional do MST, na qual a organização interna ocorre através do funcionamento de dois grupos, ou em assembléias. Há uma participação maior das famílias em determinadas atividades, em outras há um processo de acomodação com atividades consideradas menos importantes, como buscar solução para as péssimas estradas e a falta de água. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 61

62 Estrutura social O assentamento formalmente só possui Clube de Mães, que funciona há vários anos, alguns períodos com mais intensidade outros períodos menos. Mas existem outras atividades que se organizam por temporadas, períodos do ano, mas que tem funcionamento e envolvem bastantes pessoas do assentamento, como jogo de futebol entre os assentados, jogo de bocha. O Assentamento faz Missas uma vez por mês e culto semanalmente. O assentamento tem um regime interno de convivência interna que proibi roubos, brigas, etc. O assentamento vem a vários anos tentando buscar recursos, com o poder público local, e ao INCRA, para poder construir um centro comunitário, para desenvolver as atividades de lazer com qualidade. Existe uma descapitalização muito grande das famílias, hoje o assentamento enfrenta bastante dificuldade para estruturar outra linha de produção além do fumo, mas há uma vontade de criar um grupo e produzir para a merenda escolar e programas do PAA, porém estão encontrando bastantes dificuldades de engrenarem Estrutura econômica O assentamento nunca teve uma experiência de trabalho coletivo pleno. As famílias até cooperam, mas são em atividades pontuais. Talvez por isso enfrentam muitos problemas no assentamento ainda hoje, como falta de máquinas, infra-estrutura, canais de comercialização. Há apenas alguns tratores individuais, que as famílias utilizam em suas atividades sendo arroz e fumo as principais culturas do assentamento. Não há troca de serviços. Muitas famílias têm carência total de equipamentos e não conseguem desenvolver nenhuma atividade nova de produção. Nos lotes, as maiores estruturas são para a produção de fumo (Estufas). Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 62

63 Infra-estrutura física, social e econômica Há uma deficiência muito grande com relação à infra-estrutura básica de serviços no assentamento. Não existe escola, posto telefônico, centro comunitário, ginásio, ou posto de saúde. Há apenas coisas feitas com o poder financeiro das próprias famílias, como campo de futebol e igrejas. Segundo as famílias assentadas, esse é um grande empecilho para o futuro do assentamento, pois sem alternativa de lazer, os filhos saem do assentamento e vão para a cidade, ficando apenas os pais com pouca motivação para tocar as atividades produtivas, pois estão sozinhos no assentamento. No assentamento existe luz elétrica em todas as casas, mas as casas de muitos estão em situação ruim, ou regular e as famílias com problemas de dívida junto ao banco não conseguiram acessar o crédito auxilio moradia do governo federal. Tabela 20: Infra estruturas no PA Infra-estrutura Luz Estradas Água Elétrica Condições dos acessos Fonte Proteção Sim ou Ao Não Município Internos Aos lotes Artesiano Poço Protegido Encanada Regular e Sim boa Regular Ruim 32 Não Sim Fonte: Pesquisa de campo COPTEC, Tabela 21: Organização Social Organização social Sócio-cultural Produtiva Centro comunitário Time futebol Outro Cooperativa Associação Grupo Outro Sim Sim Sim ou Não Sim ou Não Qual ou Não Nº famílias Sim ou Não Nº famílias ou Não Nº famílias Qual Igreja Oficial não Não Sim (2 ) 16 (cada) Não Fonte: Pesquisa de campo COPTEC, Clube de mães Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 63 Nº famílias Tabela 22: Estrutura esportiva Lazer Praticados Estruturas no assentamento Futebol Vôlei Bocha Outro Ginásio Campo fut. Outro Sim Sim Sim Não Sim Fonte: Pesquisa de campo COPTEC, 2009.

64 Portanto, o assentamento necessita de grandes investimentos para consolidar estruturas básicas como estradas com qualidade, um centro comunitário, água de qualidade e encanada para todas as famílias. Bem como, o assentamento tem desafios internos como se organizar para desenvolver cooperação na produção e na busca de estratégias e canais de comercialização da produção Sistemas produtivos Foram encontrados os sistemas de produção de arroz, fumo, acácia, leite com venda direta, gado de campo e produção de alimentos para consumo familiar. Tabela 23: Atividades Produtivas no PA. Atividade Nº de famílias envolvidas Hectares Produção Arroz sacas em casca Fumo 12 Acácia metros Leite venda direta 5 Gado de Campo 31 Produção de Alimentos para 30 consumo famílias Fonte: Pesquisa de campo COPTEC, Arroz: esse sistema de produção é desenvolvido por famílias que se encontram em situação de irregularidades junto ao INCRA, o sistema de produção baseia se em arroz em sistema irrigado, com plantio direto em sistema convencional de produção, não é possível, no momento, iniciar uma experiência de produção de arroz orgânico. Fumo: essa atividade é considerada hoje a de maior rendimento pelas famílias, que vem aumentando gradativamente as famílias que estão desenvolvendo está atividade. Normalmente as empresas financiam as famílias e, após, compram a produção. Há alguns casos em que as famílias compram os insumos e as espécies de fumo exigido pela empresa fumageira. É uma atividade que exige alto custo, bastante adubação e utilização de agrotóxicos, além de grande necessidade de mão-de-obra. Acácia: as famílias preparam o solo e compram as mudas dos viveiros da região, plantando normalmente no período de agosto á outubro, havendo após somente os Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 64

65 cuidados com as formigas. As famílias, com seis anos normalmente cortam o mato, em muitos casos fazem a venda do mato em pé. Leite: as famílias possuem rota de leite dentro do assentamento, mas devido ás péssimas condições da estrada o caminhão parou de recolher a produção, ficando apenas algumas famílias que produzem o produto e fazem venda direta aos consumidores. Está em processo junto à COPTEC a busca da melhoria da condição da pastagem e aumentar a produtividade de leite. Gado de campo: algumas famílias possuem a criação de animais para servir de alternativa de ocupação de terra e para servir de renda. Mas não há um processo de planejamento das atividades agrícolas para melhorar rentabilidade das famílias. Produção de alimentos: todas as famílias possuem culturas destinadas para o consumo humano como feijão, amendoim, milho, aipim, arroz, cana, baraços, hortaliças e frutas. Situam-se em espaços pequenos, com pouca aplicação de matéria orgânica e adubação. Em alguns casos há venda do excedente da produção como feijão, aipim, milho, melancia, frutas e hortaliças Serviços de apoio à produção As famílias passaram por momentos em que a assistência técnica era bastante ausente, ficando bem desacreditada por parte das famílias. No início do ano com o novo sistema de contrato de ATES, isso começou a mudar tendo um acompanhamento mais direto as unidades de produção, bem como em atividades formativas. Mas idéias e possíveis projetos esbarram na situação de inadimplência das famílias, que se encontram descapitalizadas e não conseguem acessar novos financiamentos. As famílias acessaram apenas os créditos iniciais como Fomento e Procera, fazendo projetos de custeio de lavoura para produção de milho e feijão, no período de grandes secas e frustrações de safras. O assentamento não conseguiu evoluir no pagamento dessas dívidas e não acessaram programas de créditos como PRONAF e Mais Alimento. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 65

66 6.9. Serviços sociais básicos Educação Não existe uma política de Educação voltada para atender os estudantes do meio rural. Os alunos estudam em escolas tradicionais da cidade. Não possuindo nenhum vínculo nos estudos com a realidade prática vivenciada no dia a dia da cultura camponesa. Há escola até o 1º Grau completo na Vila São Carlos e o 2º Grau no centro da cidade de Camaquã. O assentamento ainda enfrenta problemas com o analfabetismo tendo seis pessoas nesta situação. O filhos dos assentados quase todos estão conseguindo fazer os seus estudos, mas enfrentam bastante dificuldade, pois têm que pagar as passagens. Para famílias que têm mais que um filho estudando isso se transforma num custo familiar alto. Tabela 24: Escolarização no PA. Serviços sociais básicos Educação Escolas no Instrução assentamento Escolas próximo assent. Analf. 1º G. incomp. 1º G. comp. 2ºG. Sup. Creche 2º Grau Creche 1º Grau 2º Grau Sim Sim Fonte: Pesquisa de campo COPTEC, Saúde e saneamento O assentamento não tem ainda serviço de coleta de lixo. O lixo doméstico parte é destinado aos animais como sobra de alimentos, lixos orgânicos são feitos compostagem em alguns casos e na maioria são depositados em um espaço dentro da horta que mais tarde, quando se decompõem é incorporada a terra. Demais lixo, as famílias cultivam o habito de queimar para não ter que jogar no solo. Em relação ao saneamento, segundo as informações apontadas pelas famílias, todas têm fossa não tendo esgoto ao ar livre. Os dejetos dos animais são utilizados como adubos nas hortas e lavouras cultivadas pelas famílias. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 66

67 Tabela 25: Saneamento Serviços sociais básicos Saneamento Banheiro Esgoto Completo Incompleto Fossa Ar livre Fonte: Pesquisa de campo COPTEC, O assentamento sempre enfrentou problemas para conseguir acessar aos serviços públicos de saúde, mas isso está sendo melhorada aos poucos, hoje já existe agente social dentro do assentamento, o médico vem atender uma vez por mês. As famílias quando necessitam se encaminhar á especialista recebe atenção ao atendimento. A dificuldade é a distancia ao atendimento nos postos de saúde e hospitais, tendo a distancia entre 10 a 20 km respectivamente, tendo que ir de ônibus e tendo só dois horários de ônibus de ida e volta até a cidade. Existem alguns beneficiários que enfrentam problemas com o alcoolismo, prejudicando assim o seu rendimento nas atividades produtivas. Não se teve informações se existe consumo de drogas, por pessoas do assentamento. Tabela 26: Serviços de acesso a Saúde Serviços sociais básicos Saúde UBS Hospital Assentamento Próximo Distância (km) Agente saúde distância Não* Sim 10 Sim 20 Fonte: Pesquisa de campo COPTEC, * Médico vem uma vez por mês fazer atendimento no assentamento Lazer e cultura Parte das famílias a vontade de praticar atividades de esporte, jogos em conjunto. São praticados vários esportes por crianças, jovens e adultos. Mas as condições de estruturas são precárias, com cancha de bocha ao ar livre, porém, as atividades do verão têm mais participação das famílias, entretanto o campo de futebol está precisando de nivelamento. Não existe um salão comunitário, impedindo assim a realização de festas em datas comemorativas, como o aniversário de criação do Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 67

68 assentamento. As famílias sentem falta de fazer festas comemorativas. Para conseguir melhorar a relação com a comunidade no entorno do assentamento ou para o assentamento comemorar suas conquistas como de ter a terra e da produção de alimentos. Tabela 27: Atividades de lazer no PA. Lazer Praticados Estruturas no assentamento Futebol Vôlei Bocha Outro Ginásio Campo fut. Outro Sim Sim Sim Não Sim Fonte: Pesquisa de campo COPTEC, Habitação A habitação é uma das maiores dificuldades para as famílias, no sentido de não ter uma moradia digna. As famílias se encontram com suas moradias em situação precária, ou regular, quase todas antigas. Tabela 28: Condições das Habitações. Acesso e condições de moradia Acesso Tipo de parede Tipo cobertura Condições Alvenaria Madeira Lona Telha barro Telha amianto Palha/lona Ruim Fonte: Pesquisa de campo COPTEC, Um fator que contribui para isso é o fato de as famílias não conseguirem acessar aos recursos oriundos do governo federal, nos últimos anos. As famílias se encontram em pendências com os bancos, levando até a dívida ativa da União, impossibilitando assim o acesso à esse recurso tão básico e fundamental para uma melhor qualidade de vida das famílias e sua dignidade. Muitas famílias estão com as casas de madeira em processo de decomposição, havendo a demanda imediata de acessar recurso ou financiamento para conseguir suprir essa necessidade imediata. São poucas as famílias que contém jardins junto às casas, na grande maioria existe apenas algumas árvores de sombra ou frutíferas. A falta de uma casa para ter uma vida digna de camponês, Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 68

69 atinge a auto - estimam das famílias com isso as mesmas perde a cultura cuidar o embelezamento em torno da casa, no caso o jardim de sua casa. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 69

70 7. PLANOS 7.1. Organização Territorial Os assentamentos para o MST são compreendidos como uma unidade de gestão política, onde se procura gerar práticas políticas com novos referenciais que permitam ir além da prática reivindicatória, construindo processos participativos para tomada de decisão, gerando práticas libertadoras que rompam com a dominação política, com a exploração econômica e com o controle ideológico. Assim, os assentamentos ao expressarem a luta social e a constituição de novas relações sociais e formas de organização do território, devem gerar processos de governança sobre esses territórios onde existia o latifúndio, constituindo um novo território. A identificação de conflitos pelo uso de recursos e a organização espacial atual fornecida pelo diagnóstico desenvolvido no primeiro relatório são pontos de partida para a definição dos princípios, conceitos e diretrizes orientadores da organização territorial do Assentamento. Potencialidades Através da organização interna dos assentados do PA Boa Vista hoje existe estradas em todos os lotes, mesmo sendo de péssima qualidade. Outro fator importante é o assentamento possui duas caixas d agua, sendo controladas através de associações, existindo um espaço de debate importante. Nesse sentido apesar das condições dessas infra-estruturas estarem com bastantes deficiências (devido a falta de manutenção pelos órgãos públicos competentes), mas existem condições reais de o assentamento conseguir assumir investimentos na esfera produtiva e social. As casas das famílias são próximas a estrada principal num perímetro de em torno de 3km, mas sendo casa em torno de 150 metros entre os vizinhos mais próximos, o que facilita a comunicação. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 70

71 Com o trabalho da ATES no ultimo período, vem se conseguindo dialogar com as famílias, criando condições que as terras hoje que estão em pousio possam ser utilizadas de forma produtiva e sustentável, buscando estimular a cooperação entre as famílias. Todas as famílias possuem energia elétrica em suas casas, bem como água encanada, o que garante um fator fundamental para a qualidade de vida das famílias. As famílias utilizam o solo de maneira bastante diferente, onde algumas atuam com culturas mais voltada na linha da agroecologia, como produção de alimentos, criação de animais com piquetiamentos, etc. Mas existe muitas famílias que desenvolvem a atividade do fumo, que acaba utilizando um alto grau de insumos e agrotóxicos que vão danificar e prejudicar o solo por um longo período, mas são famílias que participam dos debates da ATES e possuem potencial para mudanças. Limitações Como grande parte das obras do assentamento são feitas a partir da pressão e demanda insistentes das famílias assentadas as obras executadas no assentamento são deficitárias, não tendo um projeto técnico com maior qualificação, deixando a desejar a situação hoje principalmente das estradas e água. Em relação a água esta não possui encanamento com PVC nem para levar a água até as caixas de água muito menos para fazer a distribuição para as casas, gerando falta de água seguidamente. Em relação as estradas essa foi somente aberta, não se colocando cascalho ou outro material para deixa - lá mais firme e com qualidade, ficando em alguns períodos do ano quase impossível chegar em algumas casas, e mesmo andar em partes da estradas principal, gerando assim grandes prejuízos as famílias assentadas tanto individuais quanto coletivos, exemplo disso foi o abandono da rota do leite pela empresa em 2008, alegando que o caminhão não conseguia chegar a alguns lugares para fazer a coleta. Um fator limitante fundamental para se entender a situação do assentamento diz respeito a inadimplência das famílias, não conseguindo acessar mais recursos, ocasionando assim a não conseguir implementar ações propostas pela equipe de ATES. Um outro fator gerado a partir da inadimplência foi que as famílias não conseguiram acessar recursos ao crédito habitação, havendo hoje muitas famílias Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 71

72 morando em condições precárias e mesmo assim não tendo o acesso ao projeto nacional de Habitação desenvolvido nos assentamentos de Reforma Agrária. Condicionantes O assentamento desde sua criação conseguiu debater no coletivo questões centrais do assentamento, como leis de boa convivência internas, espaços coletivos, participação em atividades organizadas pelos assentamentos da região. Indo em busca das qualificações necessárias para seus espaços de infra-estruturas coletivos e individuais. Nesse sentido existe algumas conquistas, Exemplo: como estrada principal dando acesso a todas os lotes, energia elétrica no começo do assentamento para todas as famílias, mas que são insuficientes para sanar as demandas e limitantes colocados anteriormente, pois as conquistas quase todas foram realizadas em períodos eleitorais, mas com pouco planejamento dos executores das obras. Faltando ainda serem revistas algumas infra-estruturas como estradas, água e buscar outras nas esferas sociais e produtivas Serviços sociais básicos Este plano visa ser desenvolvido de maneira interligada ao plano de organização territorial, de modo a estabelecer as estruturas necessárias ao funcionamento dos serviços sociais básicos à comunidade. Deveremos, portanto garantir as condições básicas de um padrão civilizatório digno de uma sociedade que se pretende ser desenvolvida. A estrutura física do assentamento contribui muito sobre o êxito destas famílias. Por isto ao projetá-lo deveremos garantir áreas sociais comunitárias que viabilizem o acesso a todos que moram no assentamento à educação (preferencialmente com escola dentro do assentamento, bibliotecas ou círculos de leituras) e à saúde. Mas não só isto, pois nestas áreas sociais comunitárias deveremos garantir outros espaços que conformam a vida em comunidade como, por exemplo, espaço para o desenvolvimento Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 72

73 de atividades esportivas e de lazer, prever o local para a celebração religiosa, o local para reuniões e promoção de atividades culturais e grupais. Recriar o espaço para a comunidade é condição básica para o estimulo a convivência entre as pessoas, ganhando destaque a presença da juventude. Por isto, criar condições para o pleno desenvolvimento cultural deste jovens é essencial para o futuro do assentamento, requerendo espaços para a inclusão digital. Potencialidades O assentamento hoje disponibiliza de atendimento médico no assentamento uma vez por mês, bem como a atuação de um agente de saúde que acompanha o assentamento periodicamente, sendo isto uma grande conquista para o assentamento. Um fator relevante em relação a educação é que todas os alunos em idade escolar, estão indo a escola, havendo inclusive uma menina com necessidades especiais que vai na APAE. Algumas famílias mantém o habito de fazer cultos todos os domingos e uma vez por mês missas com o padre municipal, outras famílias se organizam na religião evangélica que também realizam suas crenças semanais, sendo um momento cultural e de interação entre as pessoas do assentamento. As famílias aos domingos se reúnem para jogar baralho e os mais jovens para jogar futebol, esse último em alguns períodos do ano, devido o trabalho no fumo exigir muita mão-de-obra diária. As famílias do assentamento possuem muito conhecimento e amizade com as demais famílias das comunidades próximas, sendo um grande potencial para a realização de festas e atividades comemorativas. Limitações Existe uma demanda muito grande por parte das famílias há muito tempo de um centro comunitário, para com que as famílias consigam realizar suas atividades de lazer e comemorativas. Hoje o que existe no espaço comunitário é uma igreja onde são realizadas todas as reuniões, atendimento médico, etc. uma cancha de bocha por não ser coberta e devido as chuvas intensas dos últimos períodos estas abandonada, bem Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 73

74 como o campo de futebol que em alguns períodos fica abandonado devido ao período de colheita do fumo, além de um bodega que só funciona nos domingos, havendo, portanto, uma demanda concreta de infra-estrutura para o espaço comunitário do assentamento. O assentamento ainda enfrenta dificuldades com o saneamento e higiene, por muita casas ainda serem bastante antigas e não existir um sistema adequado de destinação do lixo principalmente dos banheiros, bem como os lixos secos como plásticos e vidros, etc. Não se conseguiu até o momento evoluir em relação à inclusão digital, sendo este acesso praticamente aos alunos, que possuem esse serviço nas escolas. Existe uma dificuldade grande para algumas famílias manterem seus filhos na escola no momento de ensino médio, pois a passagem passa a ser pago, gerando um custo às vezes elevado para a situação econômica de algumas famílias, que possuem outras demandas reais também. Sendo assim poucos filhos de assentados conseguem fazer cursos além do ensino escolar normal. O clube de mães vem enfrentando dificuldades de se manter funcionando normalmente devido, a falta de estruturas para atividades de formação e mesmo para a realização de atividades festivas e de lazer. Condicionantes As famílias quando chegaram no assentamento investiram seus recursos em culturas da região do planalto, o que acabou não gerando resultados concretos, deixando muitas das famílias individadas até os dias atuais, o que limita muitas vezes o desenvolvimento de muitas atividades e construção de processo no assentamento, se tornando um problema que afeta o social e a comunidade do assentamento e afeta a vida econômica das famílias e conseguentemente a qualidade de vida das famílias. Um dos grandes limitantes é as famílias do PA Boa Vista não conseguirem acessar até o momento um recurso / projeto para viabilização de um centro comunitário, e como o assentamento é composto por poucas famílias e nem todas participam e fica Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 74

75 distante de outras comunidades o assentamento não consegue desenvolver atividades que consiga viabilizar melhorias no espaço comunitário. As famílias sempre se preocuparam em viver em um espaço tranqüilo e seguro, criando assim um regimento interno de boas condutas, que tem ajudado o assentamento manter sua organicidade interna, e as famílias unidas para buscar alguns direitos básicos como saúde, estradas, etc. mesmo que estes serviços conseguido não seja o suficiente Plano produtivo É importante observar que as atividades nas áreas de produção têm um amplo objetivo do Plano de Ação na dimensão produtiva que é estruturar o processo de apoio técnico ao desenvolvimento rural, a partir do fortalecimento da agricultura familiar camponesa, como segmento gerador de trabalho e renda. Sabe-se que quanto maior for a combinação dos elementos terra, trabalho e capital nos processo produtivo, maior será a complexidade de gestão e administração desta unidade de produção. Mas em contra partida, maior serão as condições de resistência econômica, num ambiente econômico de capitalismo monopolista. Além desta formas complexas de cooperação, concebe-se também formas mistas de cooperação que viabilize no mínimo o planejamento da produção e sua respectiva circulação. Logo estamos falando de uma produção que vá além da subsistência, uma produção que se oriente e se destine ao mercado. Sendo que o MST assumiu como política produtiva a promoção de processos de transição a sistemas agroecológicos, é necessário introduzir dentro das propostas produtivas as três dimensões centrais da Agroecologia: a) dimensão ecológica e técnico-agronômica; b) dimensão socioeconômica e cultural e; c) dimensão sóciopolítica. O processo de conversão da agricultura convencional para de base agroecológica é, portanto, extremamente complexo tecnorelação com outros eixos temáticos de planos. Por exemplo, a adoção de uma prática produtiva agroecológica apresenta características de preservação do meio ambiente, de organização do Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 75

76 território e de serviços sociais básicos. Os dois primeiros eixos citados apresentam uma inter-relação mais direta, o terceiro eixo pode ser abrangido pela preservação da saúde do agricultor, das relações sociais que advêm do trabalho coletivo, a organização social, dos processos de formação que se enquadram na área da educação, etc. Potencialidades As famílias que compõem o assentamento Boa Vista são de origem da agricultura, sabendo trabalhar a terra, muitos sofrendo com a dificuldade de adaptação da região do Alto Uruguai, para a região de Camaquã, mas que aos poucos vem sendo superadas essas dificuldades. As famílias mantém o habito de trocar dia de trabalho, mutirões o que acaba ajudando as famílias na troca de conhecimento e conseguentemente no avanço da produção e das técnicas de produção. Grande maioria das famílias têm uma linha de produção definida, fazendo com que sua renda principal venha de sua produção do lote, mas praticamente todas as famílias possuem produção para o auto-consumo, tendo uma grande diversidade de produtos na maioria das famílias. Muitas famílias estão fazendo o planejamento de plantar acácia e produzir gado misto para carne, num sistema intensivo, pela dificuldade de saúde ou pela idade avançada, mas não deixando o lote ocioso. As famílias mantiveram o espaço onde se demarcou como área de APP, e Reserva Legal. Algumas pessoas do assentamento estarem junto buscando alternativas para comercialização do principal potencial do assentamento que seria a produção de aipim e batata-doce. E com o trabalho da ATES e dos programas já em funcionamento vem se mostrando um grande potencial a ser explorado pelas famílias em diferentes atividades para geração de renda, sendo que o programa de geração de renda através de atividades de produção de alimentos é o que mais tem tido avanço no assentamento, ficando evidente a vontade das famílias de aumentar a renda e melhorar a qualidade de vida, o que é fundamental para poder se desenvolver qualquer processo de desenvolvimento do assentamento. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 76

77 Limitações Como as famílias vieram da região do Alto Uruguai, mantiveram as culturas de suas regiões, ocorrendo nas frustrações nas colheitas de milho e feijão nos anos de seca, que ocasionou o endividamento, fazendo com que as famílias partiram para atividade da produção de fumo, que gera alto índice de agrotóxicos. Algumas famílias estão em idade avançada ou outros terem problemas alcoólicos, e alguns casos devidos a problemas de saúde, não conseguindo desenvolver as atividades produtivas nos seus lotes. Ficando parte de alguns lotes ainda ociosos. Falta de um processo de cooperação entre as famílias que possuem equipamentos/máquinas com as demais famílias do assentamento que praticamente só possuem terra e a mão-de-obra, para conseguir fazer uma produção cooperada. Dificuldades de conseguir canais de comercialização seguros, e falta de entendimento e condições de conseguir acessar alguns projetos governamentais como merenda escolar, PAANet, entre outros. As famílias não conhecerem na prática processo de produção orgânica certificada, havendo uma cultura de utilização de insumos externos o que gera dependência das famílias nos processos produtivos. Um fator que acaba dificultando o processo de planejamento do assentamento é a situação de muitas famílias estarem em situação de irregularidades perante ao INCRA, ficando com restrições para algumas atividades produtivas. Devido ao fumo possuir uma logística de produção, financiamento e comercialização montada na região ao entorno do assentamento, muitas famílias possuem essa atividade como principal, ocasionando o contato direto com diversos agrotóxicos e uma dependência das empresas fumageiras. Condicionantes O assentamento ao longo do tempo não conseguiu obter um acompanhamento sistemático pelos agentes de Assistência Técnica, fazendo com que as famílias não conseguiram com ajuda destes construir processos alternativos de produção, buscar Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 77

78 canais de comercialização. Além das famílias terem fracassos em colheitas seguidas, gerando um alto índice de inadimplência no banco e dificuldade econômica para as famílias, sendo que muitos não tiveram mais como conseguir dar o giro de investir na produção, ficando na dependência de ajudas governamentais e pequenos cultivos para o auto-consumo. No assentamento muitas famílias estão de 4 até 10 anos internas no assentamento, mas com situação irregular no INCRA, o que ocasiona um gruo de 30% das famílias que não têm possibilidades de construir processo produtivos pensando a longo prazo, devido a possibilidade de não conseguirem a regularização e conseqüentemente terem que abandonar o assentamento. Sendo essas as famílias que hoje possuem a grande maioria das máquinas e equipamentos do assentamento. Por motivos de localização e até mesmo de participação na região do MST dos assentamentos de POA, as famílias não conseguiram ainda adotar uma estratégia de iniciar um processo de envolvimento e participação nos programas governamentais (merenda escolar ou PAANet), o que necessariamente forçaria a um processo de cooperação entre as famílias, como ocorre nos grupos gestores do arroz, leite e horta na região Meio ambiente Meio é sede de inter-relações. Ambiente é estado consciente que emerge do significado das relações. Recursos naturais, seres humanos, materiais de construção são, entre outros, componentes do meio que eventualmente podem ser fatores para a emergência de ambiente. Na presente abordagem do desenvolvimento o horizonte temporal coloca-se décadas ou mesmo séculos adiante, destacando-se a necessidade do amplo conhecimento das culturas e dos ecossistemas locais, sobretudo em como os assentados se relacionam com o ambiente e como eles enfrentam seus dilemas cotidianos; bem como, seu envolvimento no planejamento estratégico do assentamento. Assim, este plano deve objetivar ao manejo sustentável e adequado, por parte dos assentados, visando ao aproveitamento consciente dos recursos naturais Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 78

79 disponíveis, bem como a recuperação daquelas áreas degradadas, de modo a cumprir com as exigências mínimas constantes na legislação ambiental. Para isso é fundamental desenvolver um bem estruturado processo pedagógico visando a mudança de comportamentos inadequados e a incorporação da dimensão ambiental em todos os exercícios de planejamento e gestão da unidade produtiva, do assentamento e do território. Potencialidades Já haver área significativa de preservação no assentamento, havendo em torno de 20% da área total do assentamento, sendo na beira do rio, ou córrego, ou sendo açudes / barragem ou espaço de mata nativa. As famílias respeitarem esses espaços de preservação e em muitos casos as famílias possuírem espaços arborizados ao redor das casas. Ter sido desenvolvido atividades pela ATES, que estimularam o debate a cerca das questões ambientais e de tudo o que se cerca este debate. Limitações As áreas de preservação serem apenas em alguns lotes, ficando concentrada em alguns locais do assentamento. O assentamento ainda não possuir coleta de lixo. Muitas famílias terem sua produção principal o fumo, e não ter outra atividade que consiga trazer renda quanto o fumo no momento atual. Sendo que o fumo pode gerar uma série de problemas ambientais, para o solo, as pessoas e para a sociedade no geral. Um problema é a dificuldade das famílias conseguirem obter água de qualidade em suas casas, sendo que a água que vem da central de distribuição é freqüente faltar, tendo que se buscar água em outros locais, tendo uma demanda imediata em sanar esse problema. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 79

80 Condicionantes Desde o inicio o assentamento priorizou não destruir os espaços ecológicos existentes no assentamento, fazendo com que hoje exista uma situação bem tranqüila se comparada aos demais assentamentos da região, mas havendo muito o que ser avançado no sentido de buscar cumprir todas as leis hoje vigente a cerca ao meio ambiente. Como as família estão numa região onde a cultura do fumo é muito forte,esta foi introduzida no assentamento e hoje esta consolidada, trazendo graves riscos a saúde das pessoas, o que vem sendo questionada pela ATES, mas se esbarra em conseguir outras atividades que não necessitem de capital para iniciar e que traga uma renda equivalente ao fumo. O relevo do PA Boa Vista é predominante plano, as declividades distribuem de forma uniforme em toda a área do assentamento. Isto significa que precisaremos utilizar poucas praticas conservacionista para manter a estrutura adequada desse solo. Há dois arroios que cruzam o PA e são de fluxo perene o arroio do Tigre e o Bonito. Sendo que os dois de interligam dentro do assentamento e vão desaguar no arroio Velhaco, fora do PA. A vegetação entorno desses arroios encontram-se em bom estado de conservação. Existem quatro açudes no assentamento, dois deles usados mais intensivamente para a irrigação da cultura do arroz. De acordo com relatório ambiental do Projeto de Assentamento Boa Vista produzido pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul a Área de Preservação Permanente é em torno de 5,5% do total do imóvel, isto equivale a superfície ocupada de 36,00 hectares. Conforme o Código Ambiental Brasileiro que diz que: cursos de d água de até 10m deve ter no mínimo 30m de APP nascentes deve ter em seu entorno no mínimo 50m de APP açudes naturais ou artificiais até 20 hectares a APP e de no mínimo 50m. Com esses dados podemos verificar que a Área de Preservação Permanente do P.A deveria ser maior que o relatório aponta. A Área de Reserva Legal não está ainda constituída no P.A. Segundo informações do INCRA, estão sendo contratados pessoas para fazerem esses estudos nos P.A s, para posterior locação dessas reservas. È interessante que o orgão Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 80

81 responsável pelo assentamento adquira áreas fora dos assentamentos para a instalação dessas reservas, com isso as áreas útil de plantio das famílias não diminuíram e nem a reserva legal ficará isolada restrito a cada lote individualmente. As áreas de florestas apresentam uma grande interferência humana, e o ecossistema da floresta está alterado, mas isso não significa que a floresta está sendo destruída, o que há, é a presença excessiva do homem no meio e animais nesse meio. Medidas mitigadoras para amenizar esses impactos devem ser tomadas como: cercamento dessas áreas para evitar a entrada de animais, conscientização das famílias através de palestras, cursos, etc que é preciso manter essas áreas intactas para que o ecossistema se recomponha naturalmente e que as vidas lá existente se perpetue Desenvolvimento organizacional e gestão do plano Na compreensão do Movimento o desenvolvimento rural seria a garantia de progresso econômico e social para todos os que vivem no campo, de uma forma sustentável equânime, justa e respeitosa aos recursos naturais. De maneira a garantir melhorias permanentes das condições de vida, para todos, e não só para alguns, nos aspectos materiais (alimentação, moradia, transporte, etc), culturais e espirituais. Nesse sentido, pretende-se que a organização social dentro do assentamento fortaleça e gere processos de participação, diálogo e convergência de interesses, que promova uma distribuição equitativa de benefícios com prioridade aos interesses familiares e comunitários, e que estabeleça vínculos com os diferentes níveis de planificação local, regional e nacional. Um critério orientador é a dinâmica dos processos educativos inspirados na metodologia da práxis e na pedagogia de Paulo Freire. Horacio Martins de Carvalho ressalta no Método de Validação Progressiva, que os planos devem ser elaborados visando não apenas a construção participativa de documentos com diretrizes e princípios, mas, antes de tudo, que esses produtos sejam assumidos como compromissos políticos e éticos das pessoas/famílias perante os coletivos sociais onde se inserem, e destes coletivos sociais com as opções particulares das famílias que o constituem. Portanto, que se tornem produtos do processo da Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 81

82 legitimação continuada e interativa de decisões entre o nível do singular (pessoa e ou família) e o do geral (coletivo social). Sendo a promoção de processos organizativos um fundamento dentro deste plano, é aqui o espaço para orientar essa tarefa. É necessário basear-se no diagnóstico do primeiro relatório para apontar as debilidades organizativas e traçar as diretrizes gerais e os princípios que irão fundamentar as estruturas organizativas criadas para desenvolver a gestão dos planos. Potencialidades O assentamento se organiza como um espaço único de debates mais gerais e atividades de formação da ATES, mas existe outros espaços de organização, como divisão em duas associações (cada associação com 16 famílias) para cuidar da água, algumas famílias participarem da religião católica e outros evangélica, mas os dois segmentos tem espaço para as atividades religiosas. No último período com o trabalho de ATES as famílias estão participando mais, e iniciando a fazer parte de processos regionais. Existe disponibilidades de algumas famílias participarem das atividades. Limitações Muitas atividades planejadas no momento de serem executadas esbarram na questão econômica, que para muitas famílias é um problema sério, sendo que a renda atual não consegue dar condições dignas. As famílias terem uma diversidade muito grande entre suas prioridades, não se formando um processo para um devido objetivo claro e meta de todos. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 82

83 Condicionantes Algumas famílias estarem com dificuldades financeiras se desmotivando a participar de algumas atividades. Muitas as pessoas que participam não estão com uma produção no lote muito avançada, gerando um certo desgaste interno. A grande maioria das pessoas tem vontade de melhorar de qualidade de vida, estando dispostas a construir alternativas, para melhorar a situação econômica e social do assentamento. As associações desde seu inicio foram criadas por exigência para cuidar da água, não conseguindo com o passar do tempo evoluir para cooperação em outras atividades, devidos a vários problemas que ainda para a ATES não estão bem evidentes Assistência técnica no acompanhamento à implantação do plano O acompanhamento à implementação dos planos por parte das famílias e da equipe técnica é fundamental para o futuro do assentamento. Portanto, cada núcleo, juntamente com a direção da área, deve planejar as atividades a serem empregadas no assentamento para que o plano seja concretizado e monitorado. Um dos princípios orientadores do presente plano é a reconhecida postura pedagógica no duplo sentido, que a Assistência Técnica deve manter. Postura de desprendimento em sempre querer ensinar, repassar seus conhecimentos técnicos aos trabalhadores. E ao mesmo tempo de humildade em respeitar o saber popular e as experiências de vida dos trabalhadores. Outro princípio orientador neste plano é reforçar a organicidade interna dos assentamentos: coordenação do assentamento, núcleos de base e outros grupos de interesse, como jovens e mulheres e, contemplando também a escola; como forma de garantir o acompanhamento dos planos em curso. Desenhar mecanismos de retroalimentação que garantam a apropriação dos resultados das análises e avaliações prévias do andamento dos planos, pelas famílias assentadas. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 83

84 Potencialidades A Coptec vem conseguindo dialogar e interagir bem com as famílias, tendo desenvolvidos diversas atividades coletivas com todo o assentamento, bem como divido algumas atividades por interesses das famílias, como atividades na área do leite, grupo de mulheres, arroz. É fundamental que consiga manter uma aproximação com as famílias e com a direção do assentamento que é quem irá conduzir o processo de implementação e monitoramento do planejamento e desenvolvimento do assentamento. A metodologia a seguir será sempre a do trabalho coletivo das questões mais orientadoras e gerais, e conversas mais de encaminhamentos com os dirigentes que estarão a frente desses processos. Limitações Que o coletivo tenha sempre presente a importância do PRA do assentamento e que valorize isso. Que se consiga implementar todas atividades programadas, devidos a questões externas que vem e não estão programadas (exemplo do ano de 2009 projeto e editais das lavouras de arroz). Condicionantes A Coptec e assentamento conseguirem terem uma boa relação de trabalho, onde se conseguiu dividir algumas tarefas e grupos de trabalho, para a execução da melhor forma tanto do trabalho a ser desenvolvido. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 84

85 8. PROGRAMAS 8.1. Programas regionais Programa organizativo dos assentamentos da região Apresentação O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do Brasil MST só foi possível ser constituído e mantido até o momento atual pela sua capacidade de organização, que construiu e vem mantendo. Nesse sentido a Região Enio Gutierrez (onde os Núcleos Operacionais de Nova Santa Rita e Eldorado do Sul fazem parte), possui uma organicidade que busca tratar e resolver os problemas dos assentamentos, bem como construir alternativas de produção, geração de renda, educação, saúde, meio ambiente, etc. A organicidade na região teve início com a chegada dos primeiros assentamentos na mesma, com os assentamentos Itapuí, São Pedro e Padre Josimo, dando inicio a organicidade que aos poucos foi aumentando com os novos assentamentos que chegaram à região, sendo O Núcleo Operacional de Eldorado do Sul é composto por 15 assentamentos. Figura 7: Organograma da Região Enio Gutierrez. Direção regional Grupo gestor do arroz, hortas e plantas medicinais. Grupo gestor executivo Grupo de apoio orgânico. ADM Núcleos e grupos de base Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 85

86 Os assentamentos possuem sua organização buscando o envolvimento de todas as famílias no processo de construção do desenvolvimento dos assentamentos. Tendo várias instâncias de discussão e encaminhamentos e decisão, partindo dos núcleos/grupos de bases, Direção regional, e participação na direção estadual. Sendo os encaminhamentos e construção das alternativas para os assentamentos desenvolvidos e construídos na Direção Regional, como fomentar a construção e organização das atividades de produção, como algumas que já estão organizadas (arroz, leite e hortas), e outras que ainda precisam se constituir e se organizar como, atividade de piscicultura, apicultura, agroindústrias, e produção de alimentos. É importante salientar que é a direção dos assentamentos que constrói as estratégias para o desenvolvimento dos assentamentos, gerando encaminhamentos, onde muitas vezes uma pessoa vai cuidar de um assunto que diz respeito a todos os assentados da região de Porto Alegre, para conseguir assim manter o desenvolvimento das atividades produtivas, organizativas e administrativas. Objetivos - Manter organizados e em funcionamento os grupos de bases ou núcleos de bases (são formados em média por 10 famílias), sendo os vetores das discussões dos assentamentos. - Nos assentamentos maiores manter atuante as coordenações do assentamento (que é composta por representação de todos os núcleos do assentamento). - Manter atuante a direção regional, que possui um representante para cada 25 famílias dos assentamentos. Sendo a responsável pelas decisões a serem tomadas, como por exemplo, a criação do Grupo Gestor do Arroz Ecológico, criação do Grupo do Leite e criação do Grupo das Hortas e plantas medicinais. Bem como grupos de apoio. - Ter participação ativa na direção estadual dos assentamentos, com dois representantes, para poder participar das discussões, discutir e criar alternativas para as dificuldades de todos os assentamentos do Estado do Rio Grande do Sul. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 86

87 - Manter os assentamentos de forma produtiva, com divulgação do MST e embelezamento dos assentamentos. Tendo em funcionamento as atividades produtivas e sociais. Metas/ações - Reuniões nos núcleos de base 6 vezes por ano, ou por eventuais demandas extraordinárias. - Reunião da direção regional 3 vezes por ano. - Reunião da direção das micro-regionais 3 vezes por ano (sendo as micros de Nova Santa Rita e Eldorado do Sul). - Grupos Gestores produtivos (sendo arroz, leite, hortas e plantas medicianais) tendo 5 reuniões por ano. - 1 Seminário de agroecologia; - Grupo Gestor Executivo (formado por os dirigentes que tocam as atividades da região, mais os dois coordenadores de cada grupo gestor de produção, mais coordenação da equipe técnica, grupo de apoio ADM, mais grupo de apoio da Certificação) reunindo 4 vezes por ano. Justificativa Faz-se necessário manter um sistema de organização para poder desenvolver as atividades da melhor forma possível, buscando eficiência produtiva, desenvolver processos que dêem autonomia nos sistemas produtivos, sociais e culturais para as famílias assentadas. Ter cooperação para poder buscar canais de comercialização. Ter mais força para reivindicar seus direitos básicos, como estradas, luz, água e centros comunitários, etc. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 87

88 Metodologia A metodologia a ser desenvolvida para o cumprimento do programa está baseada na participação de todas as famílias interessadas a discutir sua realidade no assentamento, realidade dos demais assentamentos da região, buscando criar alternativas construtivas a serem desenvolvidas dentro dos assentamentos. Onde cada grupo de base, escolherá o seu representante para participar do processo de discussão e planejamento da regional, onde estes terão seus agentes/representantes para fazer a relação com os órgãos públicos. Responsáveis As pessoas para o acompanhamento e que terão a responsabilidade de contribuir para a execução do programa será o grupo gestor executivo regional Programa de educação da região Enio Gutierrez Introdução O papel da equipe técnica nas Escolas dos assentamentos da região de Porto Alegre é de fortalecer a concepção de Educação do Campo, atuando com os educandos, educadores e comunidade, trabalhando a vinculação da educação com a terra, com a produção da existência. Objetivos - Educar para a transformação do meio, comprometimento da educação com a vida dos sujeitos envolvidos. - Vincular escola e comunidade dos educandos e educandas. - Educar para cooperação e preservação do meio ambiente. (a importância da água, o desmatamento) Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 88

89 - Compreender a agroecologia como concepção de vida. - Apropriar-se da proposta da Educação do Campo. Metas/ações - Trabalhar com crianças e jovens a educação ambiental e formas de produção. - Discutir organicidade. - Estudar temas como: campesinato, Reforma Agrária e modelo de Agricultura. - Construir a auto-organização dos educandos, incentivando o embelezamento da comunidade. - Pesquisar recursos hídricos, realizando parceria com universidades com análise sobre tipos água, tipos de solos. - Proporcionar, através das bibliotecas das escolas, a interação com a comunidade e incentivo leitura. Justificativa O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra vem ao longo desses 25 anos discutindo e concretizando práticas de educação desde os primeiros assentamentos na região de Porto Alegre. As 84 famílias do Assentamento São Pedro vieram da Fazenda Anoni em 12 de fevereiro de 1986 sobraram 700 ha que comportou mais 24 famílias que aqui chegaram no dia 24 de Agosto de 1987, sendo que as mesmas formaram outra comunidade No mesmo assentamento. O assentamento ficou distribuído formando São Pedro I, II e III. Devido à proposta do MST de termos escolas nos assentamentos da Reforma Agrária pelo direito das crianças em ter acesso a educação em suas comunidades adaptadas na realidade. A comunidade são Pedro I conquistou a Escola Roseli Nunes através de lutas e envolvimento das famílias a qual hoje oferece 1 Ensino fundamental, ensino médio incompleto e EJA de 1 grau completo. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 89

90 A comunidade São Pedro II Conquistou a Escola Estadual Sepé Tiaraju que oferece as séries iniciais do Ensino Fundamental. A comunidade São Pedro III conquistou no ano de 1987 uma escola municipal de ensino fundamental nas séries iniciais funcionou até o ano de 2009 quando foi fechada pelos órgãos responsáveis. Aqui citamos estas três primeiras experiências de escolas de assentamentos na região de Porto Alegre cujo trazem consigo objetivos da educação do campo esta que propõe a ligação dos conhecimentos escolares a serviço da transformação da vida dos sujeitos que vivem no campo. Metodologia A Equipe técnica acompanhará as Escolas de áreas de assentamentos mensalmente onde a atuação desta será feita de forma a implementar os objetivos acima citados, deve levar em conta os projetos que as escolas desenvolvem no decorrer do ano, buscando colaborar com a formação dos educandos e educadores. Durante encontros mensais com os educandos buscando desenvolver oficinas práticas com o cultivo de produção orgânica, impulsionando práticas de organização dos educandos para com a horta e embelezamento da Escola. Impulsionar o uso da biblioteca incentivando os educandos a leitura e produção lúdica como o teatro e contação de histórias. Nos componentes curriculares contribuir nas disciplinas com o estudo sobre temas como campesinato, modelo de agricultura e Reforma Agrária. Participar do Encontro do Estado proposto pelo MST juntamente com os professores buscando aprofundar e praticar a proposta da Educação do Campo. Participar das reuniões pedagógicas de planejamento das Escolas. Construir junto as Escolas através de gincanas o embelezamento da comunidade (Aprender brincando), de forma a realizar conscientização na comunidade e construir uma melhor relação e interação entre escola e meio social dos estudantes. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 90

91 Programa de saúde da regional Enio Gutierrez Justificativa Em primeiro lugar é importante lembrar conforme mencionado no diagnóstico, que ao se falar em saúde nos assentamentos devem-se levar em conta os seus condicionantes como a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, a higiene, e os aspectos do entorno relacionado à comunidade e a natureza. Considera-se a saúde em sua dimensão mais ampla, que não diz respeito somente a hospitais e postos de saúde. Para além de ações de promoção e prevenção da saúde este programa busca potencializar e contribuir com a renda, a qualidade de vida, a participação e a integração entre as famílias assentadas da região. Para este trabalho de saúde as plantas medicinais se tornaram uma ferramenta fundamental, pois as plantas são utilizadas há séculos pelos povos e geram muito interesse, onde as receitas e conhecimentos são passadas de geração a geração, fazendo parte da herança cultural e resistência das famílias camponesas. Muitas dessas plantas medicinais são também utilizadas como alimentos, e, assim, quando falamos de plantas medicinais estamos falando de saúde, alimento, economia, meio ambiente, cultura, organização e participação social. Além destes, e outros aspectos, hoje as plantas medicinais se tornaram uma política pública do SUS Sistema Único de Saúde, pois o governo federal brasileiro aprovou a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, por meio do Decreto Presidencial Nº , de 22 de junho de Nesta perspectiva, a população da cidade e do campo pode ser atendida com remédios naturais e outras práticas complementares de saúde. Mas é preciso atenção, pois os camponeses/as não devem abdicar de suas farmácias verdes, e sua própria produção e organização. Com isto posto destaca-se a participação efetiva das mulheres, uma vez que, sem dúvida, são as camponesas as principais responsáveis pela renda gerada com a produção do entorno da casa, seja com as plantas medicinais, seja com a criação de animais de pequeno porte, hortas, agroindústrias, produção de leite e seus derivados, Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 91

92 garantindo a alimentação saudável e diversificada para o auto-sustento, e para a comercialização do excedente, fortalecendo a agricultura camponesa, e combatendo o agronegócio na ação prática. Com destaque especial às questões que envolvem a soberania alimentar, tão importante em nossos dias. A estratégia econômica do lote familiar deve passar, necessariamente, pela diversificação da produção, pela agroecologia, pela renda mensal, pelas sementes, e as mulheres, de modo geral, têm clara esta concepção. O trabalho com a saúde na regional de Porto Alegre já tem uma trajetória percorrida, com várias ações desenvolvidas nos assentamentos, e a consolidação de um coletivo regional de saúde em Nova Santa Rita. No diagnóstico foram levantadas as dificuldades das famílias no acesso a saúde, especialmente políticas públicas voltadas para a promoção e a prevenção. Hoje o atendimento nos postos é feito através de fichas, e nem sempre são disponibilizadas para o mesmo dia, além da falta de atendimento especializado, e a demora para conseguir vaga em outros municípios. Contribuindo para amenizar as dificuldades descritas acima, e buscando potencializar o que já está em processo na região é que se coloca o Programa Regional de Saúde. Objetivos Para este programa foram levantados objetivos concretos, a partir da realidade da região e da organização. 1 - Estimular o uso e a produção de plantas medicinais no cotidiano das famílias camponesas, buscando proporcionar a melhoria da qualidade de vida. 2 - Buscar alternativas de resistência e renda na terra, de forma que estimule a participação, especialmente das mulheres, em todos os espaços da produção e da organização. 3 - Organizar cursos e seminários de formação política e técnica. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 92

93 Metas Com a intenção de facilitar o acompanhamento e controle das ações, o Programa indicou Metas relativas à produção, comercialização, capacitação e organização, sendo elas: - Realizar no mínimo nove (9) oficinas ao ano, sendo uma (1) em cada assentamento, de acordo com os temas sugeridos pelos núcleos de base, seja para produção de remédios caseiros, materiais de limpeza, de higiene, de secagem, de manejo, uso das plantas, artesanato, beneficiamento de alimentos, etc.; - Buscar envolver 40% de participação das famílias nas oficinas em cada assentamento entre os dois anos; - Organizar um (1) encontro bimensal do coletivo regional ampliado de saúde, totalizando doze (12) encontros entre 2010 e 2011; - Organizar cartilha com receitas de alimentos produzidos nos assentamentos; - Comercializar a produção coletiva (cremes, xampus, pomadas, aromatizadores, plantas secas, etc.) em todos os encontros, reuniões e seminários organizados na região e no estado, garantindo a participação de representantes do coletivo de saúde regional; - Participar do processo de formação proposto pelo Programa das Hortas e Plantas Medicinais regional, garantindo até 2011 a certificação orgânica da produção e do beneficiamento das plantas medicinais. Metodologia Parte-se da compreensão que todo coletivo social é constituído por sujeitos portadores de interesses, vontades, desejos e aspirações, sejam eles pessoas, famílias, grupos sociais ou povos. E que esses interesses, vontades, desejos e aspirações devem tornar-se o objeto privilegiado da construção de propostas metodológicas. Nessa perspectiva, a metodologia de trabalho segue a estrutura organizativa da região e utiliza ferramentas participativas, dinâmicas e místicas em todos os espaços. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 93

94 Cronograma O prazo previsto para execução das metas e ações propostas é para o ano de 2010, dando continuidade em Tabela 30: Plano de execução das metas, ações e propostas do programa da saúde regional. Ações/metas de 2010 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV Dez Oficina nos assentamentos X X X X X X X X X X X X Encontro, bimestral do coletivo de saúde. X X X X X X Encontros/dias de campo do coletivo da saúde X X X X X X regional Visitas técnicas aos hortos X X X X X X Acompanhamento ao horto da regional X X X X X X X X X X X X Reuniões, dias de campo e oficinas nos PAS X X X X Beneficiamento para comercialização X X X X X X X X X X X X Seminários de Estudo entre coletivo de saúde e equipe técnica X X X X Responsáveis pelo acompanhamento e controle do programa O acompanhamento das ações propostas deverá ocorrer através de debates e informes nas reuniões da direção regional, e o controle sistemático e organizado através do grupo gestor executivo (técnicos, dirigentes regionais e estaduais, representantes das hortas e plantas medicinais, arroz ecológico, leite, saúde, Cootap) Programa das hortas e plantas medicinais A COCEARGS - Cooperativa Central dos Assentados do Rio Grande Do Sul Ltda. congrega 08 cooperativas regionais, 02 associações regionais, 09 cooperativas de produção agropecuária, 15 associações e famílias em lotes nos Assentamentos da Reforma Agrária, em 21 Regiões do Estado do Rio Grande do Sul. Juntamente com COCEARGS, o Setor de Produção Cooperação e Meio Ambiente e Assistência Técnica Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 94

95 da COPTEC, têm como um dos princípios básicos a produção de ALIMENTOS AGROECOLÓGICOS nos assentamentos, através da organização das famílias assentadas, com independência e soberania como protagonistas deste processo. A primeira experiência com produção de base ecológica, desenvolvida pelas famílias, foi com hortaliças, em pequenas unidades de áreas, comercializando nos mercados locais, entrega direta ao consumidor e em feiras. A partir desta experiência concreta, as famílias iniciaram outras atividades agrícolas com base ecológica como o arroz pré-germinado ecológico. A produção de hortaliças orgânicas nos Assentamentos de Reforma Agrária na Região da Grande Porto Alegre-RS, iniciou com experiência em pequenas áreas, no ano de 1995, basicamente nos Assentamentos da Capela e Itapui (Nova Santa Rita RS), e Integração Gaúcha em Eldorado do Sul. As experiências práticas desenvolvidas pelas três unidades, na produção de hortaliças orgânicas, levaram ao interesse de mais famílias do próprio assentamento e de outros, a produzirem ecologicamente. No ano de 2000 foi conquistado um premio de responsabilidade social através da Fundação Banco do Brasil. Também neste ano foram conquistados espaços de feiras na Região metropolitana de Porto Alegre, as quais seguem até hoje. A COCEARGS, Setor de Produção, Assistência Técnica, juntamente com o grupo das Hortas e Hortos medicinais, tem a responsabilidade de sistematizar e/ou documentar todas as experiências agroecológicas e, através de intercâmbios de troca de experiências, seminários e dias de campo, entre as famílias assentadas da região e de outras regiões, fortalecendo a produção de alimentos agroecológicos, com a independência dos agricultores e apropriação das técnicas de manejo da atividade, com menor impacto a natureza. Objetivos Proporcionar alternativas de renda e trabalho para famílias, aproveitar as oportunidades de mercado devido a proximidade do mercado consumidor, usar adequadamente o solo com maior aproveitamento e renda por área, fornecer ao Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 95

96 mercado consumidor produtos agroecológicos, de alto valor biológico, proporcionar as famílias uma alimentação mais saudável com o consumo de hortaliças, criando hábitos de alimentação mais saudável. Justificativa As unidades e o sistema de produção apresentam as características a seguir descritas, conforme normas estabelecidas pela certificação de produtos orgânicos, e princípios da produção agroecológica. Estrutura e tamanho das unidades: As famílias Assentadas da Reforma Agrária, tratando-se principalmente das que produzem hortaliças de base ecológica, buscam desenvolver suas atividades de subsistências e geradora de renda nas diferentes estruturas organizativas de produção, como: Associação, associação do grupo do Erval, no assentamento Itapuí com 5 famílias, cultivando uma área de 5 há de hortaliças. Associação 15 de Abril de Charqueadas com produção no Assentamento Trinta de Maio e venda dos produtos na cidade de Charqueadas mesmo, os produtores de Assentamento integração gaúcha de Eldorado Sul cultivam várias espécies de hortaliças para venda em feiras na Grande Porto Alegre em vários pontos em feiras Livres direto ao consumidor Fonte de água: De um modo geral a água é captada de açudes e vertentes. Culturas e métodos de produção: Subsistência em sistema de produção de base ecológica, horta ecológica, apicultura, etc. e arroz agroecológico. Basicamente os eixos centrais de produção, geradora de renda e de manutenção familiar na Região de Porto Alegre - RS estão o arroz irrigado, a bovinocultura de leite e as hortaliças, frutas e plantas medicinais. As demais culturas e criações são caracterizadas basicamente de abastecimento da família. Sistema de cultivo de hortaliças e plantas medicinais e manejo do solo. O preparo do solo é feito de forma mecanizada ou com tração animal. Requer do agricultor um diálogo com a natureza, entender o ambiente em que está sendo realizadas as práticas de preparo. O tipo de preparo do solo e os implementos Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 96

97 utilizados dependem diretamente das condições climáticas (chuva, temperatura, umidade do solo, etc.), bem como a biomassa. Preparo do solo: na maioria das unidades é realizado uma aração e/ou gradagem com o uso de enxada rotativa e sulcador para levantar os canteiros, nas pequena unidades de plantas medicinais o preparo é feito manualmente com o uso de enxada, rastelo. As famílias costumam incorporar os restos culturais, plantas espontâneas e adubação verde na construção dos canteiros. O manejo de plantas espontâneas: as plantas espontâneas desenvolvem-se durante todo o cultivo, e se renovam muitas vezes neste período, criando uma excelente biodiversidade botânica, assim como, habitat para a fauna do ambiente. Assim para controlar estas plantas são feitas capinas manuais, uso de cobertura morta e mulching. Controle de erosão: planejamento dos canteiros conforme a declividade do terreno, o uso de cobertura morta e adubação verde, reduzirem a declividade dos drenos e fazer quebra-ventos no contorno das áreas Adubação foliar: biofertilizante enriquecido com pó de rocha. É um adubo orgânico líquido proveniente da decomposição aeróbica, pelo processo fermentativo em meio líquido, com auxilio de microorganismos. Dessa fermentação resulta o biofertilizante que é usado como adubo foliar, sendo absorvido pelas plantas principalmente pelas folhas através de pulverizações. É considerado um fito protetor natural das plantas e estimulador do crescimento e desenvolvimento vegetativo, bem como estimula a florada. È um complemento orgânico do solo, fornecendo micro e macro nutrientes que são minerais essências ao metabolismo das plantas, devendo ser usado em pequenas doses, para melhor absorção. Como é um complemento na nutrição vegetal, os resultados satisfatórios só são obtidos, se ferem desenvolvidos em conjunto com outras ações de manutenção e incremento na fertilidade do sistema agroecológico. É um produto que promove a independência do agricultor, pois o mesmo é feito com produtos da propriedade no momento que o agricultor desejar. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 97

98 Comercialização A comercialização conforme já relatada é realizada em feiras municipais da Grande Porto Alegre, sendo que os produtores fazem a venda de vários produtos sendo que quem vai a feira vender leva vários produtos sendo estes de mais de um agricultor, isso facilita a logística de entrega porque o mesmo agricultor pode ter produtos em mais de um ponto na mesma hora, outro fato a destacar é que eles trabalham em feiras ecológicas, sendo o consumidor muito exigente e também conhecedor do processo de produção. Essa interação que existe entre produtor e consumidor melhora o processo de comercialização, Metodologia A partir dos grupos de produção constituídos, esses estabelecem as espécies a serem trabalhadas, e o planejamento da produção individual, os grupos se reúnem periodicamente e a cada dois meses em reunião geral do grupo gestor que trata das questões envolvendo a tecnologia de produção, mercado, certificação e Assistência técnica Programa do leite da região Enio Gutierrez Em razão da necessidade da família camponesa ter uma renda mensal e uma alimentação Saudável é impossível pensar a agricultura familiar sem produção leiteira. É graças a esta atividade que estas famílias alem da geração de renda conseguem produzir para o Autoconsumo, fazer integração lavoura pecuária e obter ainda poupança viva. Dentre a realidade da região metropolitana onde a produção leiteira está com grandes perspectivas devido a implantação da rota do leite, construção da agroindústria e venda direta para as prefeituras, no programa da merenda escolar, além de outros mercados; foi construído junto com as demandas das famílias assentadas e a assistência técnica a discussão de que algumas ações são essenciais Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 98

99 para aumentar a produção de leite na região, dentre elas temos como principais metas a serem realizadas: - Produção de leite a base de pasto utilizando o sistema de Pastoreio Racional Voisin - Este sistema é incentivado tanto nas visitas técnicas como nas reuniões com os agricultores onde é discutido os programas de recuperação dos assentamentos e os programas de desenvolvimento dos Assentamentos, pois leva a auto-sustentabilidade da família alem de garantir um alimento ecológico e a possibilidade de no futuro se chegar ao leite orgânico. Junto à nutrição animal também é de grande importância a suplementação mineral, em razão de que nossos solos não conseguem suprir todas as necessidades dos animais e devido a isso temos vários problemas na saúde do rebanho leiteiro. Então com o objetivo de sanar estes problemas, além da orientação sobre o uso do suplemento mineral durante o acompanhamento ao lote dos produtores de leite tem-se realizado oficinas de fabricação caseira do suplemento mineral como forma de integração dos grupos de produtores de leite, também uma forma de transmitir o conhecimento para que no futuro os mesmos possam se organizar e fazer seu mineral. Esta oficina tem alcançado bons resultados tanto nos aspectos nutricionais como no custo final do suplemento mineral que fica em torno de 50% do custo do produto com as mesmas características compradas no mercado. Nesse aspecto a discussão se deu na aquisição de animais com aptidão leiteira Principalmente das raças Holandesas, Jersey e também de raças mistas. Estas em razão de serem mais rústicas, além da importância sanitária, por isso o incentivo para a aquisição de animais testado para as principais doenças do rebanho bovino e adaptado ao clima e as condições do campo da nossa região, já que a maioria das áreas de assentamento são baixas e alagadas em períodos do ano. - Criação de Terneiras um desafio para as famílias camponesas é criarem as suas terneiras e assim garantirem novilhas e vacas de boa qualidade para a produção de leite, também como uma fonte de renda com a venda do excedente de novilhas criadas contribuindo na renda. Esta já é a realidade de alguns assentados da região. Para melhorar o trabalho de criação e aproveitar melhor o excesso de colostro das vacas recém paridas algumas famílias estão aderindo ao uso de silagem de Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 99

100 colostro, um produto que possibilita a criação da Terneira com um baixo custo e excelente aspecto nutricional. Esta é uma forma de também economizar no uso de leite de qualidade que seria destinado a alimentação da Terneira e que poderá ser comercializado gerando maior renda para a família. - Sanidade animal - quando se pensa na produção leiteira e na qualidade deste produto é necessário entender a importância da sanidade dos animais que vão produzir a matéria prima e o custo para manter estes animais sadios. Por isso quando este assunto é debatido com as famílias durante a realização do PRA e também em reuniões com produtores é discutimos a importância em investir na prevenção e técnicas alternativas como o uso de fitoterápicos e homeopatia veterinária. Objetivos - Aumentar e melhorar a produção leiteira das famílias camponesas garantindo uma renda mensal e melhores condições econômicas às famílias. - Garantir uma produção de base ecológica com produção de leite a pasto. - Garantir a autonomia do mercado desse produto já que quem assumirá a responsabilidade de comercializá-lo será da cooperativa dos trabalhadores assentados na região de Porto Alegre [COOTAP]. Justificativa A produção de leite nos assentamentos da região de Porto Alegre sempre foi considerada importante para o auto consumo e como fonte de renda mensal para as famílias, porém, nunca foi tratada como prioridade ficando sempre ofuscada pela produção de arroz que tem maior destaque e recebe as maiores fatias de investimento tanto por parte dos assentados como pelos programas de incentivo governamentais via INCRA, porém com o inicio da rota do leite na região metropolitana esse cenário tende a mudar isto devido às origens da maioria famílias aqui assentadas oriundas do norte Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 100

101 do estado e estas tem como características aptidão para trabalhar com a produção leiteira. Por estarem aqui na região metropolitana estas famílias já sabem identificar problemas que antes aconteceram e vieram a não receber incentivo da produção leiteira da região alta mortalidade de animais comprados, falta de adaptação a áreas baixas, alagadas e o baixo preço pago aos produtores de mato ( plantio de acácia). Juntando todos esses fatores a principal justificativa e que alem da rota do leite e a possibilidade de comercialização do produto e renda mensal, a produção de leite a pasto promove melhoramento e fertilidade do solo, maior produção por hectare, levando ao auto-sustentabilidade das famílias, melhores condições econômicas garantindo uma produção de base ecológica respeitando o bem estar animal, o ambiente e acima de tudo garantindo melhor qualidade de vida para as famílias assentadas. Metodologia As atividades realizadas terão como objetivo aumentar e melhorar a qualidade do leite nos assentamentos da região de Porto Alegre e para se alcançar essa finalidade será dado seqüência nas ações já realizadas como oficinas, cursos, reuniões técnicas e orientações na área da produção leiteira. As reuniões e oficinas serão construídas junto as famílias camponesas e as necessidades encontradas nas visitas técnicas, como Por exemplo, oficinas de sal mineral, tratamentos alternativos para o uso veterinário com fitoterápicos, uso de vacinas na prevenção de doenças e orientação no controle sanitário do rebanho. Todas essas atividades como também a de orientação e controle da qualidade do leite e seus derivados deveram ser debatidos e pautados em toda região tanto pelos técnicos como pelos camponeses que devem ser os principais gerenciadores da sua produção. Dessa forma espera-se que a região cresça na atividade leiteira e que assim essa produção continue na mão da família camponesa reforçando o projeto de reforma agrária e soberania alimentar. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 101

102 Programa do arroz agroecológico da região Enio Gutierrez A luta pela reforma agrária mobiliza um contingente de camponeses no Brasil e no mundo. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) surgiu há 25 anos, hoje presente em 23 estados brasileiros agregando trabalhadores rurais, meeiros, arrendatários, assalariados e pequenos proprietários excluídos do modelo produtivo agrícola atual. A continuidade do MST somente é possível a partir da organização interna do movimento desde o acampamento até os assentamentos. O sistema organizativo desenvolvido no Movimento prioriza a discussão e tomada de decisão a partir do coletivo resultando na formação de grupos, associações e cooperativas. Diante deste contexto, se pretende relatar uma destas experiências. A produção de arroz (Oriza sativa) orgânico nos assentamentos próximos da cidade de Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul (RS) Brasil demanda um grande esforço, no que se refere à apropriação e o entendimento dos princípios e manejos agroecológicos. Os camponeses assentados buscam se capacitar e trocar experiências entre si e com outros agricultores da região, a fim, de se apropriar de um conjunto de tecnologias e técnicas, aplicáveis a sua realidade. Este processo é desempenhado pelo Grupo Gestor do Arroz Ecológico e exige por parte dos assentados e técnicos um esforço de colocar em prática no dia-a-dia a agroecologia. A atividade orizícola pelos assentados próximos a cidade de Porto Alegre teve início em 1995 com áreas de 10 a 20 hectares por camponês organizados em cooperativas. Estes encontraram muitas dificuldades para se adaptarem às áreas baixas (várzeas), por virem de outras regiões do Estado e do país onde desenvolviam agricultura em cultivos de sequeiro. O sistema produtivo adquirido pelos camponeses nos cultivos de milho (Zea maiz), soja (Glicine max), trigo (Triticum aestivum), era o convencional. No cultivo do arroz irrigado não foi diferente. Neste período, os camponeses conquistaram uma linha de crédito para as cooperativas, incorporando tecnologias necessárias ao cultivo do arroz como a compra de colheitadeira, tratores e outros implementos e benfeitorias como silos, pelas cooperativas. No decorrer dos anos, o sistema produtivo desenvolvido Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 102

103 começou a entrar em crise, principalmente econômica. Segundo relatos de camponeses a crise ocorreu pelos altos custos de produção, desencadeados pelo uso de tecnologias altamente dependentes de energia externa a unidade produtiva. O uso de máquinas pesadas, fertilizantes químicos e pesticidas, levou ao endividamento econômico. Além dos altos custos produtivos, as primeiras safras tiveram uma baixa produtividade, devido à falta de estrutura apropriada e de experiência dos camponeses na atividade orizícola. Outro fato político-econômico relevante neste período foi o acordo do Estado brasileiro com a Argentina e o Uruguai, que em 1999, resolveu baixar as tarifas aduaneiras de alguns produtos, entre eles o arroz. Esta entrada de produto no país ajudou a baixar os preços, colaborando para o endividamento dos camponeses assentados. A qualidade de vida e a saúde dos camponeses também foram decisivas para a conversão agroecológica. Os inseticidas e fungicidas eram aplicados por aviões agrícolas, sendo os próprios camponeses encarregados de sinalizar na lavoura a rota da aeronave. Com a inalação da deriva destes agroquímicos ocorreram diversos casos de intoxicação gerando inclusive pedidos de afastamento das cooperativas. Os fatores acima descritos associados com a necessidade de se produzir um produto diferenciado, devido à escala produtiva nos assentamentos não poder competir com os monocultivos de arroz, foi determinante para a mudança de concepção das técnicas e tecnologias desenvolvidas pelos camponeses. A primeira experiência com produção de base ecológica, desenvolvida pelas famílias, foi com hortaliças, em pequenas unidades de áreas, comercializando nos mercados locais, entrega direta ao consumidor e em feiras. A partir desta experiência concreta, as famílias iniciaram a experiência com arroz pré-germinado ecológico. A produção de Arroz Ecológico nos Assentamentos de Reforma Agrária na Região da Grande Porto Alegre-RS, iniciou com experiência em pequenas áreas (3 a 4 há ), no ano de 1999, basicamente no Assentamento da Capela (Capela RS), com a Cooperativa COOPAN e no Assentamento Lagoa do Junco (Tapes RS) com a Cooperativa COPAT. As experiências práticas desenvolvidas pelas duas unidades, pioneiras, na produção de arroz ecológico, levaram ao interesse de mais famílias do próprio Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 103

104 assentamento e de outros, a produzirem arroz ecologicamente. A partir daí, iniciou as trocas de experiências entre as famílias que vinham produzindo arroz ecológico e as que estavam iniciando ou que tinham interesse na atividade. No ano de 2002 foi organizado um dia de campo entre as famílias que vinham produzindo arroz de base ecológica no Assentamento Lagoa do Junco em Tapes RS, para troca de experiência e estudos em Arroz pré-germinado Ecológico e Rizipiscicultura. A partir deste ano, consolidou-se o Grupo do Arroz Ecológico, como é mais conhecido, que é composto de famílias assentadas que trabalham de forma Cooperativa (CPAs), Associações de agricultores, grupo de agricultores e de forma familiar no lote. Neste encontro ficou definido pelas famílias a organização de dois dia de campo e um seminário por ano para trocas de experiências, estudos de todo o processos produtivos do arroz pré-germinado ecológico, da produção, secagem/armazenagem, beneficiamento/processamento, formas de comercialização. Na safra 2002/2003, iniciou o processo de certificação das unidades de produção, a partir da possibilidade de transações de arroz ecológico. A COCEARGS, Setor de Produção, Assistência Técnica, juntamente com o grupo do arroz agroecológico, tem a responsabilidade de sistematizar e/ou documentar todas as experiências agroecológicos e, através de intercâmbios de troca de experiências, seminários e dias de campo, entre as famílias assentadas da região e de outras regiões, fortalecendo a produção de alimentos agroecológica, com a independência dos agricultores e apropriação das técnicas de manejo da atividade, com menor impacto a natureza, se constituindo nisso uma cooperação de conhecimento, a fim de resolver os problemas demandados. Cabe ressaltar que a partir das experiências organizacionais do Grupo gerou-se uma demanda de planejamento estratégico das unidades e por conseqüência do Grupo Gestor do Arroz Ecológico o que solidificou ainda mais a unidade e constituição organizacional da atividade. A partir da safra , a COCEARGS assume a responsabilidade da certificação e torna-se a mandatária do processo de certificação em todas as unidades do grupo. Esse processo permite ao grupo do arroz ecológico apropriar-se de toda a parte administrativa da certificação e ter o domínio do destino do arroz produzido, secado, armazenado e beneficiado nas unidades. Além de todos os avanços em Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 104

105 autonomia do Grupo acima citados, também no campo da formação em produção ecológica foi obtido interessantes avanços. O resultado disso se observa na realização do IV Seminário do Arroz Ecológico contando com a participação de mais de 50 agricultores e técnicos. As atividades e discussões nesta plenária foram muito produtivas demandando a necessidade de fortalecimento de iniciativas de formação e troca de experiências gerando no na safra a realização de dia de campo na COOPAN em Nova Santa Rita e a seqüência de formação com o V Seminário do Arroz Ecológico da Grande Região de Porto Alegre. Durante a entressafra de 2008, o grupo do arroz ecológico, junto com as regionais, organiza o primeiro seminário em agroecologia e junta produtores agroecológicos de arroz, de hortaliças, de plantas medicinais, de frutas e de leite no centro de formação de Viamão para debater a questão da produção de base agroecológica, a formação dos diferentes grupos gestores, a capacitação e a comercialização. Após elaboração de um documento completo descrevendo o funcionamento da certificação em grupo, o sistema de controle interno (SIC) do processo de certificação da COCEARGS foi por primeira vez implementada e usada no início da safra de arroz. Mais de 100 unidades de produção de arroz ecológico foram inspecionadas e avaliadas pelos inspetores internos, agricultores do grupo capacitados para isso. Para a safra , o grupo do arroz ecológico se compõe de 180 famílias equivalentes a mais ou menos 900 pessoas, organizadas em 76 unidades de produção, numa área total de 2844 hectares de terra dos quais 1254 hectares representam a produção de arroz ecológico certificados. A estimativa de produção de arroz ecológico certificado ou em processo de certificação eleva-se a sacos de 50 kg ou 5324 toneladas. Nesta safra 2 engenhos (COOPAN e COOPAT) operam fechando a cadeia produtiva e com capacidade de absorver uma parte da produção regional. Além da projeção de 1 unidade de recepção, secagem e armazenagem de arroz ecológico em Eldorado do Sul. Nestes 10 anos de existência do Grupo do Arroz Ecológico, muitas conquistas foram alcançadas. O grupo atualmente é composto por 211 famílias de assentados, Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 105

106 resultando numa área de hectares de arroz orgânico certificado e em processo de certificação. O projeto abrange 06 municípios, envolvendo 07 assentamentos, sendo eles: Charqueadas (Assentamento 30 de Maio); Eldorado do Sul (Assentamentos Integração Gaúcha e Conquista Nonoaiense); Guaíba (Assentamento 19 de Setembro); Capela (Assentamento Capela); Tapes (Assentamento Lagoa do Junco); Viamão (Assentamento Filhos de Sepé). Deste universo há famílias em diferentes estágios de conversão, podendo comercializar arroz com selo orgânico nos mercados brasileiro, europeu, norte-americano. No decorrer do desenvolvimento deste programa aparecerá maior número de dados relevantes a produção ecológica. Este trabalho é fruto de um esforço coletivo, onde os agentes de todo o processo são os próprios camponeses, que demonstram uma perseverança aos princípios agroecológicos. Todavia, isto só foi possível por que os camponeses tomaram a decisão de lutar por um pedaço de chão, ou seja, buscar seus direitos perante o Estado. As conquistas e as derrotas obtidas durante esta jornada, também passaram por um processo de tomada de decisão, que por vezes não é fácil tomá-las. Mas, sem dúvida serviram de estímulo e aprendizado ao Grupo, que é ciente de que por mais que se faça, sempre tem o que se melhorar, consolidar, almejar e vivenciar. Isso, a fim de compartilhar o conhecimento e a experiência obtida, e possibilitar aos outros camponeses a oportunidade de oferecer alimento saudável aos seus semelhantes. Situação socioeconômica - Caracterização do Programa do Arroz A área de abrangência deste programa, conforme a estrutura organizativa do MST está dividida em três microrregiões: Nova Santa Rita, Eldorado do Sul e Viamão, composta por 23 assentamentos em 14 Municípios, envolvendo um público de famílias de assentados/as pela Reforma Agrária. O primeiro Projeto de Assentamento (PA) a ser instalado na região, em 1987, foi o PA Padre Josimo, composto por 24 famílias. O nome deste PA é uma homenagem ao religioso Padre Josimo, assassinado Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 106

107 em maio de 1986 por defender os trabalhadores e lutar pela Reforma Agrária. Os PAs e os Municípios envolvidos estão na área de abrangência do projeto. As principais atividades de produção dos Assentamentos da Região são desenvolvidas em uma área de aproximadamente hectares, estando caracterizadas: de subsistência e comercialização do excedente, sendo a produção de arroz irrigado, bovinocultura de leite, bovinocultura de corte, suinocultura, avicultura, hortaliças, milho, feijão, etc. e com maior incremento, devido as características topográficas da região e potencialidade de recursos naturais, o arroz pré-germinado agroecológico e convencional em transição. Com a chegada das famílias assentadas, potencializou a produção de alimento com menor impacto ambiental, com tecnologias sustentáveis, com destaque as hortaliças e o arroz pré-germinado agroecológico. As principais fontes de renda direta são arroz irrigado, com expressiva produção orgânica, no sistema pré-germinado em uma área de aproximadamente de 784,9 ha, horticultura e a atividade leiteira, que geram excedente de produção. - Caracterização do público beneficiário envolvido As famílias assentadas têm em sua base cultural a produção para auto-sustento, dependendo pouco do mercado externo, e vendendo o excedente. A relação com a natureza é a própria do camponês, de integração, onde se busca produzir alimentos saudáveis, que levem em consideração a saúde humana e da natureza. As famílias mantêm hábitos de fazer trocas de produtos e serviços entre vizinhos, realizam festas comemorativas, fazem reivindicações conjuntas, valorizam a cooperação e a ajuda mútua, e buscam ter presente um espírito humanitário e solidário na vida em comunidade. A forma básica de organização são os núcleos de base do Movimento Sem Terra, e congregam entre 10 a 25 famílias cada. Nestes núcleos acontecem discussões que tratam as questões política, técnica, social, cultural e econômica, bem como os problemas enfrentados pelos trabalhadores no assentamento, no município e no estado, procurando garantir a participação de toda a família. Outra forma são os grupos de produção, que podem ser informais, associações ou cooperativas legais, como a Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 107

108 COOPAN 11, COOPAC 12, COOPAT 13 e COOTAP 14. Existe uma coordenação por assentamento e uma regional. As coordenações são constituídas por uma mulher e um homem de cada núcleo de base, escolhidas pelas famílias dos assentamentos. As linhas gerais e assuntos de maior importância são tratados em assembléias. O grau de escolaridade entre os assentados da região é diversificado, desde o analfabetismo até o superior; a grande maioria tem escolaridade até a 4ª série do ensino fundamental. Os filhos de assentados estão conseguindo na sua maioria completar o 2º grau, muitos nas escolas do movimento como o Instituto Educar no município do Pontão, e o IEJC/ITERRA em Veranópolis, realizando também cursos profissionalizantes, como Técnicos em Administração de Cooperativas e Técnicas em Agroecologia. A região tem preocupação com a educação; buscando contribuir com a escolarização e formação dos assentados foi realizado um curso de EJA fundamental de segundo segmento, formando 49 pessoas, e já se prepara para executar o EJA ensino médio, para dar seguimento a estes mesmo agricultores que concluíram o fundamental; estas turmas recebem escolarização dentro da pedagogia da alternância, uma proposta do MST para garantir oportunidade de estudo aos camponeses que não podem se deslocar todos os dias até a escola. Os desafios destas famílias são sua produção de forma diversificada combinação de cultivos e criações, produzindo alimentos de qualidade e com excedente. Agregar valor na produção primária de diversas formas, principalmente com agroindústrias. Conseguir aumentar a renda direta mensal das famílias. Criar mecanismos que possam fortalecer o mercado solidário. Dominar a cadeia de produção de alguns produtos para possibilitar aos filhos que continuem trabalhando no campo com uma remuneração justa. Continuar desenvolvendo atividades que busquem um melhor desenvolvimento para a sociedade, como o saneamento ecológico, cultivo de plantas medicinais, continuar produzindo de forma ecológica, avançar no debate da necessidade da produção agroecológica, entre outros. 11 Cooperativa de Produção Agropecuária de Nova Santa Rita. 12 Cooperativa de Produção Agropecuária de Charqueadas. 13 Cooperativa de Produção Agropecuária de Tapes. 14 Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 108

109 - Caracterização da produção agrícola/pecuária: área plantada, produtividade obtida, qualidade da produção, histórico de utilização da área, potencial para crescimento na produção, agroindústrias existentes e tipos de assistência técnica existente, entre outras; A primeira experiência com produção de base ecológica, desenvolvida pelas famílias foi com hortaliças conforme colocado anteriormente, em pequenas unidades de áreas comercializando nos mercados locais, entrega direta ao consumidor e em feiras. A partir desta experiência concreta, as famílias iniciaram a experiência com arroz prégerminado agroecológico. Todos os beneficiários desse projeto têm, após praticamente 10 anos de plantar arroz, acumulado uma sólida experiência na produção de alimentos na várzea, áreas de terra baixa. A pesar da diferencia existente de conhecimento em produção agroecológica de arroz, o fluxo de informação entre os próprios produtores é grande e continuo, assim que o nível de tecnologia vem crescendo ao longo dos anos. - Análise do Mercado: potencial e existente (dimensão e abrangência): O mercado atual já é bastante amplo, pois como as unidades já possuem desde 2003 a certificação orgânica, conseguirem abrir um mercado a nível local, regional, estadual, nacional e internacional. O arroz comercializa-se tanto a granel para os mercados constitucionais (programas do governo) quanto em sacas de 25, 30 e 50 kg e em saquinhos de 1 e 5 kg para vários tipos de mercados, lojas, restaurantes, etc. O volume total comercializado em 2008 superou os sacos de 50kg (quantidade calculada em casca) nas mais diversas formas possíveis. Os produtores que ainda não têm estruturas de secagem e armazenagens têm duas opções; fazem parceria com as unidades do grupo do arroz ecológicas mais estruturadas vendem o arroz em casca para os engenhos da grande região metropolitana de Porto Alegre como orgânico (com certificado) ou como convencional quando o mercado do arroz orgânica em casca satura. As unidades mais estruturadas, que possuem secagem, armazenagem, beneficiamento e empacotamento, trabalham com o mercado de consumo direto e as empresas alimentícias que atuam como atravessadores. O mercado do arroz agroecológico está crescendo anualmente, a procura tanto por parte dos consumidores Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 109

110 quanto das empresas do setor de alimentação está cada dia mais voltada aos alimentos livre de agrotóxicos. As condições necessárias em termos de terra, clima, cultura são no Rio Grande do Sul ótima para a produção de arroz e despertam o interesse tanto dos produtores quanto dos consumidores de arroz. Todavia a produção de arroz agroecológico estadual e nacional é pequena e não consegue abastecer a demanda nacional. Por tanto existe um potencial enorme de comercialização já em nível de Brasil e isso sem contar com uma procura muito grande vindo do exterior. O fato de poder contar com uma estrutura de secagem e armazenagem a mais dentro do grupo gestor dos produtores de arroz agroecológico da Grande região de Porto Alegre permitiriam a esses produtores até agora dependentes de estruturas convencionais por um lado poderem recepcionar a própria safra em casa e abastecer as unidades existentes de beneficiamento do grupo e não terem que vender o arroz agroecológico certificado no mercado convencional por falta de espaço e por outro lado esperarem melhores momentos de comercialização. Forma e canais de comercialização: potencial e existente (venda direta, comércio eletrônico, compra antecipada, venda indireta, contratos de integração, mercados institucionais). As duas unidades do grupo que hoje conseguem fechar a cadeia produtiva do arroz agroecológico são a COOPAN e a COOPAT. Essas duas cooperativas estão em fase final de reforma das estruturas e terão a possibilidade de receber, pesar, secar, armazenar, beneficiar e empacotar arroz agroecológico. Nos dois casos, a capacidade das estruturas, o beneficiamento, é superior a capacidade de produção de arroz agroecológico da lavoura. Essas duas unidades têm capacidade de beneficiar o arroz das outras unidades de produção, mas não tem capacidade de armazená-lo, por tanto é necessário descentralizar e multiplicar as opções de secagem e armazenagem para depois poder ao longo do ano abastecer as unidades de beneficiamento com o arroz das outras unidades de produção de lavoura do grupo gestor do arroz ecológico. Essas duas unidades existentes têm desenvolvido ao longo dos últimos 3 anos vários tipos de mercado: a) Mercado de proximidade; loja da reforma agrária em Porto Alegre, lojas de produtos naturais, restaurantes, lojas de produtos convencionais, feiras no Rio Grande Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 110

111 do Sul. Nesses casos o arroz é comercializado beneficiado a granel ou em pacotes de 1 e 5 kg. b) Atravessadores; atacadistas, mini-supermercado, supermercado da reforma agrária. Nesses casos o arroz é comercializado beneficiado em sacas de 25, 30, 50 kg ou em pacotes de 1 e 5 kg. c) Mercado institucional: programas de compra direta, programa de doação, Fome Zero, Convenio com hospitais, convenio com prefeituras (creches, escolas e universidades). Nesses casos o arroz é comercializado em casca a granel ou beneficiado a granel, em sacas de 25, kg ou em pacotes de 1 e 5 kg. d) Empresas alimentícias; existe uma relação com varias empresas de comercialização de produtos orgânicos e com as quais a COOPAT e a COOPAN trabalham há 5 anos. O arroz ecológico comercializado para essas empresas é certificado orgânico para os mercados brasileiros (Normas de certificação orgânica BRO, IN N 64, do dia 18 de dezembro de 2008), europeus (Normas de certificação orgânica CEE 2092/91) e americanos (Normas de certificação orgânica NOP/USDA). O processo de certificação foi iniciado em 2003 pelo grupo a pedido de uma empresa. As perspectivas e os desafios de comercialização encontram-se na estruturação das unidades a fim de lhes permitir aproveitar dos 100% do grão colhido e não ter que vender como convencional. Os mercados ainda não trabalhados que aparecem ainda como potencial de crescimento são: a) as cooperativas de consumidores, b) as prefeituras da Grande região metropolitana de Porto Alegre, c) todas as empresas nacionais de produtos orgânicas que já solicitaram arroz ecológico (a granel, em sacas ou empacotados), d) o mercado solidário interno (assentamentos e cooperativas da reforma agrária) e) o mercado solidário externo (lojas do comercio justo). f) Uma tendência acentuada pela falta de oferta diante uma procura crescente de alimentos orgânicos é o fechamento de contrato pré-plantio. O grupo gestor do arroz ao momento de planejar as lavouras poderá contar com uma variante adicional que é a Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 111

112 Plano de Recuperação do Assentamento Boa Vista demanda especifica de produto em qualidade e quantidade por parte de alguns compradores. Isto permitirá determinar as condições de comercialização antes do plantio e contar com uma segurança maior no retorno econômico dos investimentos. Dados gerais Na seqüência desta breve contextualização regional, se pretende expressar a dimensão do programa do arroz agroecológico. O Grupo que iniciou com uma pequena área de 1,5 ha, hoje conta com mais de ha de arroz orgânico e em transição envolvendo 211 famílias num total de quase pessoas, veja abaixo. Tabela 31: Mapa regional do Grupo gestor do Arroz Ecológico, Porto Alegre, Mapa regional Assentamento Municipio N de unidades certificadas 19 de Setembro Guaiba 5 IRGA Eldorado do Sul 3 30 de Maio Charquedas 5 Lagoa do Junco Tapes 2 Filhos de Sepé Viamão 49 Capela Nova Santa Rita 9 S.R. de Cássia Nova Santa Rita 1 Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 112

113 Tabela 32: dados gerais da produção de Arroz Ecológico da região N de assentamentos 7 N de municipios 6 N de unidades de produção 147 N de familias diretamente envolvidas na atividade 211 N de pessoas envolvidas na atividade 872 Area total de arroz orgânico ou em transição Area total no processo de certificação orgânica Produção total estimada de arroz ecológico em sc safra ,6 ha 4.101,52 ha sacas Os dados acima levantados foram sistematizados a partir da documentação de certificação presente no Grupo, levantada a campo e em atividades de reuniões de capacitação e formação. O Grupo hoje conta com uma abrangência acima da esperada pelos seus participantes e o reflexo disso é a aceitação do arroz orgânico nos mercados e pelos agricultores. Um exemplo disso é no Assentamento Capela onde a 10 anos atrás não existia produção de arroz ecológico. Hoje, dos 46 agricultores que cultivam arroz, 42 estão diretamente envolvidos com a produção de arroz ecológico. Toda esta euforia gerada pelo crescimento do Grupo também traz apreensões quanto a estrutura física de poder armazenar toda a produção de sacos em estruturas próprias. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 113

114 Tabela 33: capacidade de armazenagem e beneficiamento das agroindústrias do Grupo gestor do arroz ecológico, Porto Alegre, Estruturas de secagem e armazenagem capacidade COOPAT: Secagem/armazenagem sc COPAC: secagem/armazenagem sc COOPAN: secagem/armazenagem sc COOTAP: secagem/armazenagem sc COOTAP: secagem/armazenagem sc sacas (39,1% da prod. total) Estruturas de beneficiamento e capacidade COOPAT...30sc/hora COOPAN...20sc/hora COPAC...8sc/hora 58 sc/hora Além das estruturas o Grupo fomenta a construção de silos de pequena capacidade nas unidades, bem como a construção de uma unidade de arroz parboilizado para a região pois o grupo vem crescendo em média 20% em número de famílias e em área ao ano, gráficos 19 e 20. Gráfico 19: Histórico da evolução em número de famílias no Grupo Gestor do Arroz Agroecológico, Porto Alegre, 2009 Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 114

115 Gráfico 20: Histórico da evolução em área no Grupo Gestor do Arroz Agroecológico, Porto Alegre, Os dados obtidos nas tabelas acima representam a espectativa de crescimento do Grupo que na realização do II Seminário do Arroz Agroecológico em 2004 definiu como metas estes valores. Eventos como o Seminário do arroz ecológico serve como espaço de formação, troca de experiência e planejamento estratégico do Grupo, tabela 34. Tabela 34: Planejamento estratégico do Grupo gestor do Arroz Ecológico, porto Alegre, Planejamento estratégico Objetivos estratégicos Eixos estratégicos Meios Metas 1 Motivar as Famílias à produção agroecológica como opção de vida; 2 Produção de arroz ecológico sob o controle dos assentados; Produção, secagem, armazenagem;beneficiamento; Comercialização; 3 Contraposição ao agronegócio com a afirmação do projeto camponês 4 Produção de semente de qualidade; 5 - Fazer a relação com a sociedade; 6 Cuidado com o meio ambiente; 7 Disputa por políticas públicas de incentivo a agroecologia; 8 Estratégia de certificação 9 Mercado: local, procurar outros grupos; 10 Fortalecer a organização (MST); 1 Produção de arroz ecológico numa estratégia de conversão do lote para a agroecologia 2 Certificar conforme ás normas orgânicas 3 Secar e armazenar 4 Beneficiar 5 Comercializar 1 Formação e capacitação 2 Troca de experiência 3 Articulação e parceria na formação, capacitação e comercialização 4 Planejamento estratégico da grande região de POA 5 Sistema interno de controle (GG e certificação) 6 Viabilização de recursos 7 Assistencia técnica especializada 8 O seminario anual da agroecologia 1 Arroz seco e armazenado em 7 unidades (COOPAT, COPAC, COOPAN, Viamão, Guaiba e COOTAP, Eldorado do Sul) 2 80% do arroz produzido beneficiado em 4 unidades (COOPAT, COOPAN, COPAC e COOTAP) 3 Custo de produção médio das unidades de R$ 950,00 / ha 4 Produzir 100% da semente 5 Aumentar em 20% o numero de famílias famílias capacitadas em boas práticas de produção, secagem, armazenagem, beneficiamento e comercialização de arroz agroecológico Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 115

116 A partir da safra o planejamento das atividades passou a ser um fator fundamental para o sucesso nas lavouras. A atividade orizícola envolve elevados investimentos em estrutura física e maquinários além do investimento para a viabilização da lavoura. Como passou a ser parte do cronograma de atividades do grupo a realização de um seminário por ano, na safra foi chegado aos dados preliminares citados anteriormente. A tabela 35 procura localizar geograficamente os grupos, produtividade, necessidade de sementes e local de beneficiamento. Tabela 35: Dados preliminares sobre a localização das unidades e estimativas de produção de arroz ecológico, porto alegre, Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 116

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