PRA CAPÃO DO LEÃO PLANO DE RECUPERAÇÃO DO ASSENTAMENTO. Município de Arambaré, RS. COPTEC COOPERATIVA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS TÉCNICOS LTDA.

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1 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA - INCRA Superintendência Regional do Rio Grande do Sul SR-11 PRA PLANO DE RECUPERAÇÃO DO ASSENTAMENTO CAPÃO DO LEÃO Município de Arambaré, RS. COPTEC COOPERATIVA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS TÉCNICOS LTDA. 2010

2 SUMÁRIO EQUIPE TÉCNICA... 4 Núcleo Operacional Eldorado do Sul... 4 Núcleo Sede Porto Alegre... 4 LISTA DE FIGURAS... 5 LISTA DE GRÁFICOS... 5 LISTA DE TABELAS APRESENTAÇÃO IDENTIFICAÇÃO Empreendedor Entidade Responsável METODOLOGIA Da COPTEC Procedimentos metodológicos das equipes técnicas Diagnósticos Planos e programas CARACTERIZAÇÃO DO ASSENTAMENTO Geral Específica DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO ASSENTAMENTO Localização e acesso Características do meio natural Geologia Relevo Rede de drenagem Solos Clima Vegetação Fauna Diagnóstico sócio-econômico do município População Economia Condição do produtor Saúde Educação Domicílios Políticas públicas Indicadores de pobreza e desigualdade DIAGNÓSTICO DO PROJETO DE ASSENTAMENTO Condições Físicas e Edafo-climáticas do Assentamento Solos Relevo Recursos hídricos Flora, fauna, uso do solo e cobertura vegetal; Reserva Legal e estratificação ambiental Capacidade de uso do solo Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 2

3 Análise sucinta dos potenciais e limitações dos recursos e da situação ambiental do assentamento Organização espacial atual Situação do meio sócio-econômico e cultural Histórico da luta pela terra na mesorregião Histórico do assentamento População do assentamento Organização social do assentamento Estrutura social Estrutura econômica Infra-estruturas física, social e econômica Sistemas produtivos Serviços de apoio à produção Serviços sociais básicos Educação Saúde e saneamento Lazer e cultura Habitação PLANOS Organização territorial Serviços sociais básicos Sistemas produtivos Meio ambiente Desenvolvimento organizacional e gestão do plano Assistência técnica do acompanhamento à implantação do plano PROGRAMAS Programas regionais Programa organizativo dos assentamentos da região Programa de educação da região Enio Gutierrez Programa de saúde da regional Enio Gutierrez Programa das hortas e plantas medicinais Programa do leite da região Enio Gutierrez Programa do arroz agroecológico da região Enio Gutierrez Programa produtivo Produção de Alimentos Programa ambiental PAUTA QUALIFICADA DE REIVINDICAÇÃO Recuperação de estradas Recuperação de açude para irrigação REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 3

4 EQUIPE TÉCNICA Núcleo Operacional Eldorado do Sul Antonio Carlos Cardoso Halinski Eng. Agrônomo CREA - pr32095/d. Antonio Carlos Silveira Pereira Tec. Agropecuária - CREA Celso Alves da Silva Tec. Em Agricultura CREA TD. Cleuza de Oliveira Reichembach Professora Licenciatura Plena 9394/96. Marcos Vanderlei dos Santos Administrador CRA Silvia Andréa Gomes Dias Médica Veterinária - CRMV RS Núcleo Sede Porto Alegre Adalberto Floriano Greco Martins Eng. Agrônomo CREA RS Luis Alejandro Lasso Gutierrez, M.Sc. Eng. Agrônomo. Rafael Ken Palandi Yanaga Economista CRE Egon Klamt, PhD. Eng. Agrônomo Consultor Solos. Paulo Schneider, M.Sc. Eng. Agrônomo Consultor Solos. Themis Alcmena da Silveira Soares Consultora Geoprocessamento. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 4

5 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Localização do município de Arambaré no Estado do Rio Grande do Sul. Figura 2: Faixas de altitude Arambaré Figura 3: Bacias hidrográficas no município de Arambaré Figura 4: Grupos de solos do município de Arambaré Figura 5: Faixas de altitude no PA Capão do Leão. Figura 6: Faixas de declividade no PA Capão do Leão. Figura 7: Mapa de recursos hídricos no PA Capão do Leão. Figura 8: Uso após a implantação do PA Capão do Leão. Figura 9: Mapa das classes de capacidade de uso das terras do PA Capão do Leão. Figura 10: Organograma da Região Enio Gutierrez. Figura 11: Organograma do grupo Gestor do Arroz Ecológico, Porto Alegre, LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Evolução populacional do município de Arambaré, entre 1996 e Gráfico 2: População residente no meio rural e urbano do município de Arambaré entre 1996 e Gráfico 3: Renda dos habitantes com idade maior que 10 anos do município de Arambaré, em Gráfico 4: Renda dos habitantes com idade maior que 10 anos do município de Arambaré em 2000 (%). Gráfico 5: Renda dos habitantes com idade maior que 10 anos do Rio Grande do Sul em 2000 (%). Gráfico 6: Composição do PIB do município em Gráfico 7: Condição do produtor, segundo o número de estabelecimentos. Gráfico 8: Condição do produtor, segundo a área ocupada. Gráfico 9: Número de estabelecimentos em Arambaré, segundo a condição do produtor. Gráfico 10: Área total ocupada pelos estabelecimentos em Arambaré, segundo a condição do produtor. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 5

6 Gráfico 11: Área média ocupada pelos estabelecimentos em Arambaré, segundo a condição do produtor. Gráfico 12: Médicos residentes no município de Arambaré para cada mil habitantes. Gráfico 13: Número de alunos matriculados em escolas públicas e privadas em Gráfico 14: Número de docentes em escolas públicas e privadas em Gráfico 15: Histórico da evolução em número de famílias no Grupo Gestor do Arroz Agroecológico, Porto Alegre, 2009 Gráfico 16: Histórico da evolução em área no Grupo Gestor do Arroz Agroecológico, Porto Alegre, Gráfico 17: Áreas totais e de Arroz por status de certificação safra , Porto Alegre, Gráfico 18: Quantidade de arroz por status de certificação safra , Porto Alegre, LISTA DE TABELAS Tabela 1: Dados normais ( ) mensais e anuais de temperatura e precipitação de Tapes e Arambaré. Tabela 2: Pessoal ocupado e coeficiente locacional das seções de classificação de atividades do município de Arambaré. Tabela 3: Coeficiente locacional dos setores da Indústria extrativa e de transformação do município de Arambaré. Tabela 4: Produção pecuária do município de Arambaré. Tabela 5: Coeficientes de produtividade (QPH e QPA) da lavoura permanente do município de Arambaré. Tabela 6: Coeficientes de produtividade (QPH e QPA) da lavoura temporária do município de Arambaré. Tabela 7: Coeficientes de produtividade (QPH e QPA) da extração vegetal e silvicultura do município de Arambaré. Tabela 8: Agroindústrias rurais. Tabela 9: Equipamentos hospitalares no município Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 6

7 Tabela 10: Estabelecimentos de saúde com atendimento ambulatorial. Tabela 11: Estabelecimentos de saúde com atendimento emergencial. Tabela 12: Estimativa de consumo de produtos alimentícios para o município de Arambaré. Tabela 19: Superfície ocupada pelos diferentes usos no PA Capão do Leão em 04/09/2003. Tabela 20: Superfície ocupada pelos diferentes usos nas APP do PA Capão do Leão em 04/09/2003. Tabela 21: Área ocupada pelas diferentes faixas de altitude no PA Capão do Leão. Tabela 22: Área ocupada pelas diferentes faixas de declividade no PA Capão do Leão. Tabela 23: Lista de espécies de mamíferos registradas para o conjunto de PA onde está inserido o PA Capão do Leão, em Arambaré Tabela 24: Superfície ocupada pelos diferentes usos no PA Capão do Leão em 04/09/2003. Tabela 25: Superfície ocupada pelos diferentes usos nas APP do PA Capão do Leão em04/09/2003. Tabela 26: Classes, subclasses e unidades de capacidade de uso, suas respectivas áreas e fatores Limitações no PA Capão do Leão. Tabela 27: População existente do assentamento Tabela 28: Infra Estruturas do assentamento. Tabela 29: Produção vegetal do PA Capão do Leão. Tabela 30: Produção animal no PA Capão do Leão. Tabela 31: Acesso aos créditos no PA Capão do Leão. Tabela 32: Educação e Escolaridade Tabela 33: Acesso a saúde Tabela 34: Banheiro e destino do esgoto Tabela 35: Atividades de lazer Tabela 36: Situação das moradias Tabela 37: Assentamentos da região Enio Gutierrez Tabela 38: plano de execução das metas, ações e propostas do programa da saúde regional. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 7

8 Tabela 39: Mapa regional do Grupo gestor do Arroz Ecológico, Porto Alegre, Tabela 40: capacidade de armazenagem e beneficiamento das agroindústrias do Grupo gestor do arroz ecológico, Porto Alegre, Tabela 41: Planejamento estratégico do Grupo gestor do Arroz Ecológico, porto Alegre, Tabela 42: Dados preliminares sobre a localização das unidades e estimativas de produção de arroz ecológico, porto alegre, Tabela 43: Planejamento de Investimentos PAS novos Tabela 44: Metas, Prazos e público responsável pelo programa do arroz. Tabela 45: Metas, prazos e público responsável pelo programa ambiental Tabela 46: Pontos de coleta nos assentamentos. Tabela 47: Produtores: Hortas agroecológicas da Região Enio Gutierrez Tabela 48: Produtores Hortas agroecológicas da Região Enio Gutierrez Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 8

9 1. APRESENTAÇÃO A Cooperativa de Prestação de Serviços Técnicos Ltda COPTEC é uma sociedade cooperativa de Prestação de Serviços Técnicos em áreas de Reforma Agrária, fundada em 1996, com o propósito voltado ao desenvolvimento sustentável dos assentamentos de reforma agrária existentes no Estado do Rio Grande do Sul. Ao longo da sua trajetória, a COPTEC, tem suas ações direcionadas ao apoio aos direitos das famílias assentadas, através da constante assistência técnica manifesta pela elaboração de projetos de desenvolvimento sustentável, participando entre 1997 a 2000 do Programa de Assistência Técnica LUMIAR. Entre os anos de 1999 a 2002, participou de convênio estabelecido com o Governo Estadual do Rio Grande do Sul, dando seguimento ao trabalho técnico. As atividades continuaram com apoio do INCRA através de convênio até outubro de Dentre os trabalhos que realiza, deve-se destacar o acompanhamento intensivo e a orientação aos núcleos de famílias. A elaboração de diagnósticos e projetos por meio do trabalho de assistência técnica e extensão rural das famílias assentadas no processo de reforma agrária, valendo-se sempre de metodologias participativas, com destaque para o Método de Validação Progressiva - MVP. A elaboração de programas de formação dos agricultores assentados proporciona a apropriação do conhecimento, resgate e sistematização das experiências próprias dos camponeses. O objetivo é integrar diferentes Instituições para atuar nas áreas de assentamento. Ainda, a COPTEC elabora e acompanha a execução de convênios ou de projetos de crédito que envolva as famílias beneficiadas, segundo o encaminhamento das entidades competentes. Estes visam à melhoria e o aumento da produtividade e da produção e sempre contemplam as condições climáticas de cada região do Estado, mediante linhas de produção saudáveis e respeitosas com o meio ambiente. Deste modo, o que se busca na essência de suas ações técnicas é que estas se pautem em formatos tecnológicos ambientalmente estáveis, economicamente viáveis e socialmente justos. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 9

10 A COPTEC, dentre de suas atribuições de oferecer serviço de assistência técnica, social e ambiental às famílias assentadas, participou em dezembro de 2008 da licitação pública do INCRA, estabelecendo contrato a partir de 15 de janeiro de 2009, para entre outras atividades, elaborar 15 Planos de Desenvolvimento do Assentamento e 122 Planos de Recuperação dos Assentamentos, distribuídos em 8 núcleos operacionais da ATES (Tupanciretã; Nova Santa Rita; Eldorado do Sul; Santana do Livramento; Candiota; Pinheiro Machado; São Luiz Gonzaga e São Miguel das Missões). É com satisfação que apresentamos este relatório, como produto do esforço conjunto das equipes técnicas e das famílias assentadas, em vistas da constituição de planos que apontem o real desenvolvimento sustentável dos assentamentos de reforma agrária no Estado do Rio Grande do Sul. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 10

11 2. IDENTIFICAÇÃO 2.1. Empreendedor Razão social: Ministério do Desenvolvimento Agrário Instituto de Colonização e Reforma Agrária INCRA/RS CNPJ: Endereço: Avenida José Loureiro da Silva 515, 4 andar CEP: Porto Alegre/RS. Telefone: (51) Representante legal: Mozar Artur Dietrich Superintendente Regional 2.2. Entidade Responsável Razão social: COPTEC COOPERATIVA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS TÉCNICOS LTDA. Inscrição no CNPJ: / Endereço, Telefone, Fax, Dr. Lourenço Zácaro 1078, Sala 2 CEP Nova Santa Rita/RS - Fone/Fax: (051) coptec@coptec.org.br ou coptecnonsr@yahoo.com.br Representante legal: Mauro Cibulscki - Presidente da COPTEC Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 11

12 3. METODOLOGIA 3.1. Da COPTEC A COPTEC está dividida em oito núcleos operacionais no Estado do Rio Grande do Sul, além de contar com um núcleo de coordenação central que cumpre a função de orientar as equipes técnicas na consolidação de um processo homogêneo de elaboração dos PDA e PRA nos assentamentos de Reforma Agrária. O planejamento de um assentamento da Reforma Agrária é um processo permanente de levantamento e análise de informações referentes tanto ao cenário interno, suas potencialidades, limitações e condicionantes, quanto ao externo, ambiental e sócio-econômico, numa perspectiva dinâmica e prospectiva que permita traçar um caminho, ou vários, para atingir os anseios, metas e objetivos desejados pelos assentados. O presente documento é composto por duas partes distintas, diagnóstico e planejamento. Inicialmente foi elaborado um diagnóstico ambiental e sócio-econômico da área de entorno do assentamento, mais especificamente do município em que o assentamento está localizado, e um diagnóstico ambiental e sócio-econômico do próprio assentamento. Após a elaboração dos diagnósticos eles foram apresentados às famílias para a validação e complementação das informações, mas, principalmente para o empoderamento destas informações pelos assentados e para subsidiar a elaboração participativa do planejamento. Para elaboração dos diagnósticos ambientais tanto do entorno do assentamento, quanto dos próprios assentamentos, foram utilizados os relatórios ambientais elaborados pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) contratada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), em assentamentos federais, e os relatórios ambientais elaborados pelo Gabinete de Reforma Agrária e Cooperativismo (GRAC), em assentamentos estaduais e as Licenças de Instalação e Operação (LIOs) dos assentamentos que já às obtiveram. Como alguns assentamentos não possuíam relatórios ambientais a COPTEC consolidou uma equipe de especialistas para elaborá-los. Essa equipe fora formada pelos engenheiros agrônomos Egon Klamt Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 12

13 e Paulo Schneider e pela consultora em geoprocessamento Themis Alcmena da Silveira Soares. Esta equipe contou com a colaboração dos técnicos da COPTEC em suas visitas a campo e com a equipe de coordenação dos PDAs e PRAs do Núcleo Operacional de Porto Alegre da COPTEC. Nos casos em que já existia relatório ambiental a elaboração do diagnóstico ambiental, do entorno e do assentamento, consistiu em reunir e abreviar as informações constantes nestes documentos para que os técnicos se apropriassem das informações ambientais e fisiográficas e assim pudessem apresentá-las às famílias de forma compreensível. Onde foi necessário construir os relatórios ambientais o trabalho se deu primeiramente em escritório. Foi realizada a análise e organização das informações da bibliografia especializada e análise estereoscópica de fotos aéreas, ou de satélite, dos mapas dos assentamentos para identificar as classes de capacidade de uso dos solos. Após foram realizadas visitas de campo para realizar a checagem das informações trabalhadas em escritório e levantamento de outras informações, tais como recursos hídricos, fauna e flora. O diagnóstico sócio-econômico do entorno do assentamento foi elaborado pelo Núcleo Sede de Porto Alegre a partir de bases estatísticas de institutos de pesquisa, principalmente de publicações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), informações disponibilizadas por ministérios e prefeituras, além disso, contou com o conhecimento dos próprios técnicos dos respectivos Núcleos Operacionais sobre o histórico e atividades econômicas nos municípios. Estas informações, que abrangem um amplo leque de temas como população, economia, condições do produtor no campo, serviços sociais básicos, políticas públicas e indicadores de pobreza e desigualdade, têm como finalidade informar as famílias, os técnicos e demais leitores sobre as condições do cenário sócioeconômico no qual os assentamentos estão inseridos. O diagnóstico sócio-econômico do assentamento foi elaborado pelos técnicos de cada Núcleo Operacional baseado em um roteiro sugerido pelo INCRA. Além do roteiro, o INCRA solicitou que fossem preenchidas as Planilhas Síntese. Estas planilhas consistiram em um conjunto de informações sócio-econômicas de cada assentamento abrangendo dados da população, serviços sociais básicos, infra-estruturas, organização Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 13

14 social, sistemas produtivos, habitação e crédito. Para qualificar a metodologia de levantamento das informações sócio-econômicas a COPTEC realizou atividades de formação em Sistemas Agrários, para a tipificação dos sistemas produtivos, permitindo assim uma melhor compreensão das formas de se produzir e de uso do espaço nos assentamentos, ministrada pelo médico veterinário Elenar Ferreira. Uma oficina foi realizada no assentamento Integração Gaúcha em Eldorado do Sul entre os dias 8 e 10 de julho de A segunda oficina aconteceu no assentamento Everton Pereira em Bossoroca entre os dias 21 e 23 de setembro de As equipes técnicas tiveram autonomia para decidir a forma de fazer o levantamento das informações, com as famílias durante as visitas técnicas, ou em assembléias e reuniões, ou junto às coordenações dos assentamentos. Elaborados os diagnósticos ambientais e sócio-econômicos dos municípios e dos assentamentos, eles foram apresentados às famílias para que estas se apropriassem das informações do meio em que vivem e assim começassem a apontar os problemas, os anseios e os recursos dos assentamentos. Para construção dos Planos e Programas as equipes técnicas da COPTEC participaram de uma atividade de formação em metodologia de planejamento com o engenheiro agrônomo Horácio Martins de Carvalho, no assentamento Sepé Tiarajú em Viamão nos dias 2 e 3 de outubro de Definiu-se que os Planos teriam um caráter estratégico (longo prazo) e que deveriam ser explicitadas as Potencialidades, Limitações e Condicionantes dentro de cada eixo proposto pelo INCRA (Organização Territorial; Serviços Sociais Básicos; Sistemas Produtivos; Meio Ambiente; Desenvolvimento Organizacional e Gestão do Plano; e Assistência Técnica). Os Programas, de caráter tático (médio prazo), seriam elaborados a partir do que as famílias se dispusessem a realizar, ou na forma de um planejamento das ações de assistência técnica. Também ficou definido que no caso de haver anseios que estivessem fora do controle das famílias (construção de estradas, instalação de redes de energia elétrica, demarcação de áreas, construção de escolas, etc.) seriam construídos programas que descrevessem as demandas, mas que apontassem os órgãos responsáveis. Esses programas foram chamados de Pauta Qualificada de Reivindicação. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 14

15 As informações obtidas neste longo trabalho, foram divididas em três momentos. Foi entregue um primeiro relatório com o diagnóstico (área de influência e do assentamento). O segundo relatório continha os planos e programas e o terceiro, denominado de relatório final, que reuniu os dois primeiros com as devidas correções sugeridas pela entidade empreendedora (Incra), acrescidos do mapa de ocupação territorial, denominado aqui de Mapa Pôster. Além do presente documento cada PDA ou PRA é acompanhado de sua Planilha Síntese e de um Mapa Pôster que contêm o mapa do assentamento com o loteamento e as classes de capacidade de uso dos solos com descrição e indicações de uso, além do georreferenciamento das habitações e estruturas físicas do assentamento Procedimentos metodológicos das equipes técnicas Diagnósticos Sensibilização Em geral as equipes técnicas dos diferentes Núcleos Operacionais da COPTEC aproveitaram as reuniões Bimestrais nos assentamentos, pactuadas nas metas do contrato de prestação de serviço, para realizar a tarefa de sensibilização das famílias para o processo dos Planos de Desenvolvimento/Recuperação dos Assentamentos (PDAs/PRAs). A sensibilização consistiu em reuniões com as coordenações ou assembléias, onde foram apresentados os objetivos dos PDAs/PRAs, o método de trabalho e os resultados esperados. Em alguns casos (Núcleos Operacionais Nova Santa Rita e Eldorado do Sul) foram constituídas coordenações internas para conduzir o processo. A mobilização para essas reuniões ocorreu através de articulação com as lideranças internas dos assentamentos, visitas dos técnicos às famílias e, no caso do Núcleo Operacional Candiota, pela Rádio Comunitária. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 15

16 Coleta de dados primários Os primeiros levantamentos de dados primários foram realizados através de reuniões nas coordenações e em assembléias, nas quais as informações eram coletadas com os assentados presentes. Nestas reuniões algumas equipes técnicas buscaram identificar os sistemas produtivos e tipologias de sistemas produtivos em unidades de produção (lotes). As equipes técnicas de São Miguel das Missões e São Luiz Gonzaga utilizaram questionários previamente formulados para orientar as entrevistas. O Núcleo Operacional Santana do Livramento adotou dinâmicas dividindo os presentes em dois grupos, um que montou as informações estruturais do assentamento e outro que levantou os sistemas produtivos existentes. No Núcleo Operacional Nova Santa Rita, em alguns assentamentos foram definidos grupos compostos por lideranças e jovens para realizar as coletas de dados. Os Núcleos Nova Santa Rita, Pinheiro Machado e São Miguel das Missões vários assentamentos realizaram, também, reuniões nos grupos, bolsões e núcleos de base para aprofundar o debate e o levantamento das informações. Os Núcleos Tupanciretã, Candiota, Santana do Livramento e Eldorado do Sul realizaram, após as reuniões e assembléias, visitas aos agricultores tipo 1 para qualificar as informações dos sistemas produtivos. Organização de dados secundários Além da organização dos dados secundários com base nos materiais fornecidos pelo INCRA e pelo Departamento de Desenvolvimento Agrário da Secretaria de Agricultura, Pecuária, Pesca e Agronegócio do Rio Grande do Sul (DDA-SEAPPA), dos dados disponíveis em sites da internet, as equipes realizaram visitas às prefeituras e outros órgãos públicos para qualificar esses dados. 1 Refere-se à metodologia de Sistemas Agrários que procura tipificar os agricultores, ou seja, identificar as unidades de produção que seriam modelos representativos dos sistemas produtivos dos assentamentos. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 16

17 Validação dos diagnósticos A validação dos diagnósticos foi realizado junto às famílias em reuniões das coordenações e em assembléias. Além da apresentação e debate em torno do diagnóstico, em muitos casos foram elencadas as principais demandas internas para dar início à confecção dos Planos e Programas e Pautas Qualificadas de Reivindicação Planos e programas Houve rodadas de reuniões com as coordenações dos assentamentos, assembléias e diálogos com lideranças para elaborar os Planos e Programas. Nestas reuniões o debate iniciava do que havia sido discutido na Validação do Diagnóstico, ou de uma síntese do diagnóstico construído. A partir desta apresentação refletiu-se sobre os Eixos de Trabalho (Planos) e sobre as demandas (Pauta Qualificada de Reivindicação). Em alguns casos foram elaborados Programas nestas mesmas reuniões. Em sua maioria, as equipes técnicas elaboraram propostas de Programas e em novas reuniões dialogaram com as coordenações, lideranças, grupos de produção e/ou assentados reunidos em assembléias sobre os tópicos dos Programas (ações e atividades, prazos e responsáveis). O Núcleo de Santana do Livramento trabalhou com a metodologia da Matriz Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças (FOFA), em reuniões com as coordenações. Após a formulação deste relatório final, as equipes técnicas foram a campo, como meta pactuada no contrato de prestação de serviço, para avaliar e ajustar os planos e programas estabelecidos. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 17

18 4. CARACTERIZAÇÃO DO ASSENTAMENTO 4.1. Geral Denominação do imóvel: Projeto de Assentamento Capão do Leão. Código SNCR: Processo de desapropriação: /96 Processo do projeto de criação: /96 Data da criação: 11/4/1996 Código SIPRA: RS Específica Área total do projeto: 278, 41 hectares Número de famílias assentadas: 15 famílias Área média dos lotes: 18,56 hectares Número de módulos fiscais: 17,40 Município: Arambaré/RS Zoneamento agroecológico: O zoneamento agrícola (SA/RS, 1978) aponta como culturas preferenciais para o município de Arambaré: arroz irrigado, sorgo, videira americana, citros (bergamotas e limões), pessegueiro, 15 famílias cebola e alho. Áreas de preservação permanente: hoje o assentamento possui 23,23 hectares. Áreas de preservação permanente preservada (mata nativa): Áreas de preservação permanente a recuperar: Área de reserva florestal legal exigida por lei: 20% sendo necessário 55, 68 hectares para entrar em conformidade com a lei. Área de reserva florestal legal averbada: zero. Capacidade de assentamento do imóvel em termos das famílias: 15 famílias. Área média das parcelas: 18, 56 hectares. Número de famílias atual x capacidade de assentamento prevista a portaria de criação: 13 famílias hoje, com capacidade de 15 famílias. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 18

19 5. DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO ASSENTAMENTO 5.1. Localização e acesso O município de Arambaré localiza-se na região sul do Rio Grande do Sul, na microrregião de Camaquã e dista 160 km de Porto Alegre. Limita-se a sudoeste, oeste e noroeste com Camaquã, ao norte por uma curta extensão com Sentinela do Sul, a nordeste com Tapes e a leste e sul com a Laguna dos Patos. Pertence ao Corede Centro-Sul e enquadra-se na divisão fisiográfica do Estado na Encosta do Sudeste. O acesso ao município se dá pela BR 116 e RS 350 conforme Figura 1 (INCRA, 2007, p. 3). Figura 1: Localização do município de Pinheiro Machado no Estado do Rio Grande do Sul. Fonte: INCRA, 2007, p. 3. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 19

20 5.2. Características do meio natural Geologia Arambaré esta inserido na Planície costeira Interna com leques coluvio aluvionares na forma de rampas suaves. No centro do município acontecem terraços lagunares da laguna dos Patos e alguns terraços fluviais pelos aluviões do arroio Velhaco. O Modelado é de acumulação e a dinâmica do relevo, tanto nas rampas suaves quanto nos terraços lagunares, mostra escoamento freático superficial difuso de intensidade fraca, conferindo estabilidade ao relevo, o que favorece as atividades pecuárias. INCRA (2007) Relevo Segundo o relatório ambiental INCRA (2007), o Relevo de Arambarpe é plano e ondulado suave, característica da encosta Sudeste e litoral do Estado. As altitudes variam entre 2 m até 60 m. A média de altitude é 20m e as declividades são inferiores a 5% Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 20

21 Figura 2. Faixas de altitude Arambaré Fonte INCRA, Rede de drenagem O município possui um padrão heterogêneo de dristribuição hídrida através de sua rede de drenagem. Por outro lado apresenta muitas intervenções feitas pelo homem, na forma de canais, açudes, barragens, etc. O município encontra-se integralmente na bacia hidrográfica rio Camaquã, de acordo com o Departamento de Recursos Hídricos (DRH) do Estado do Rio Grande do Sul. A Figura 2 mostra os principais cursos e corpos d água da rede de drenagem superficial no município de Arambaré, com base nas cartas topográficas em escala 1: da região. Todos os Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 21

22 projetos de assentamento de Arambaré localizam-se na porção norte do município, sobre as sub-bacias hidrográficas dos arroios Butiá e Velhaco. O município é banhado 100% pela bacia hidrográfica do rio Camaquã. Figura 3. Bacias hidrográficas no município de Arambaré Fonte: INCRA, Solos Segundo o relatório ambiental do INCRA (2007) Neste item são apresentadas as principais classes de solos que ocorrem no Município de Arambaré com base nos estudos disponíveis no Estado até o presente: Levantamento de Reconhecimento dos Solos do Rio Grande do Sul (Ministério da Agricultura, 1973) na escala 1: e Levantamento Exploratório de Solos (IBGE, 1986) na escala 1: Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 22

23 A Figura 3 mostra os grupos de unidades de mapeamento de solos ocorrentes no município de Arambaré. Verifica-se que a maior parte do município é constituída de Planossolos (aproximadamente 87,3% do território) e Neossolos (aproximadamente 8,56% do território). Com pequena expressão, encontram-se ainda Argissolos, que ocupam cerca de 0,37% do município e estão associados às áreas mais altas. Figura 4. Grupos de solos do município de Arambaré Fonte INCRA, Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 23

24 Clima Segundo informações do Relatório Ambiental do INCRA (2007), o município de Arambaré encontra-se praticamente todo entre os paralelos 30 S e 31 S, e está a cerca de 50 km do oceano Atlântico. Esta posição geográfica, associada a um relevo plano, proporciona uma homogeneidade na distribuição da maioria dos elementos climáticos no município. Com base no período normal publicado no Atlas agroclimático do estado do Rio Grande do Sul (INCRA, 2007) (Tabela 1), a temperatura média anual é de 19 C, janeiro é mês mais quente, com temperatura média de 24,2 C, e julho o mês mais frio, com temperatura média de 13,2 C. A precipitação total anual é de mm, sem grandes diferenças de distribuição entre as estações do ano. A diferença entre a estação mais seca, o verão e a mais chuvosa, o inverno, é de apenas 69 mm. O mês que registra a maior precipitação é setembro, com 123 mm e o de menor precipitação é novembro, com 67 mm. Tabela 1. Dados normais ( ) mensais e anuais de temperatura e precipitação de Tapes e Arambare. jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez ano Temp média ( C) Precipitação (mm) Fonte: INCRA, Segundo a classificação proposta por Köppen (1948), estes dados indicam um clima do tipo Cfa. Esse tipo climático é característico das regiões de menor altitude do Estado, evidenciando condições subtropicais. Uma característica marcante da região da encosta da Lagoa dos Patos são os fortes ventos, que deixam uma sensação térmica sempre mais elevada, do que a real Vegetação Segundo o INCRA (2007) o município de Arambaré encontra-se inserido em duas regiões fitoecológicas, a Região Fitoecológica da Floresta Estacional Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 24

25 Semidecidual e as Áreas de Formações Pioneiras. As Áreas de Formações Pioneiras deste município têm influência fluvial ou lacustre. Muita da perca da diversidade da vegetação nativa se deve ao grande aumento das áreas de plantio de arroz em sistema convencional. Porém, as oscilações econômicas fizeram com que muitas das áreas naturais transformadas em cultivo fossem abandonadas, passando a serem cobertas por vegetação secundária, gerando assim uma paisagem altamente fragmentada em diferentes estágios sucessionais, fortemente antropizada e com uma importante perda de elementos da sua biodiversidade original. A Floresta Estacional Semidecidual apresenta de 20% a 50% de árvores caducifólias no conjunto florestal na estação climática desfavorável. Esta região fitoecológica pode ser subdividida em quatro tipos principais: Floresta Aluvial, Floresta das Terras Baixas, Floresta Sub-Montana e Floresta Montana. Dessas apenas as três primeiras estão presentes nos PA dos municípios de Camaquã, Tapes e Arambaré (Encosta do Sudeste), com destaque para a Floresta Aluvial e a Floresta de Terras Baixas. A composição florística da região caracteriza-se pela ausência quase total de endemismos e, pela presença de fanerófitos comuns a outras formações fitoeológicas, como Floresta Estacional Decidual, Floresta Ombrófila Mista e Floresta Ombrófila Densa. As áreas de Floresta Aluvial e de Terras Baixas apresentaram uma marcada influência de elementos atlânticos como as figueiras do gênero Ficus, a canelaferrugem (Nectandra oppositifolia), o cinzeiro (Hirtella hebeclada) além de espécies características das restingas e de ampla dispersão, como o branquilho (Sebastiana commersoniana), o chá-de-bugre (Casearia sylvestris) e o aguaí-mirim (Chrysophyllum marginatum). (INCRA, 2007) Fauna A paisagem caracteriza-se pela formação de um gradiente de vegetação, com o predomínio de formações pioneiras (remanescentes de floresta de restinga e vegetação herbácea) sobre cordões arenosos à leste, na borda da Laguna dos Patos, e predomínio de campos arenosos e florestas ciliares nas porções continentais. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 25

26 Dadas as alterações antrópicas na região principalmente devidas à agricultura de subsistência, a paisagem é altamente fragmentada, em diferentes estágios sucessionais, com escassos remanescentes florestais. Existem fatores responsáveis pela perda e alteração de hábitat na Encosta do Sudeste, como a substituição das áreas úmidas para o plantio de arroz,. Os problemas se agravam por muitas fazendas ao fazer seus reservatórios de água para o cultivo do arroz, usando as partes mais baixas de suas áreas que são o habitat para os animais. (INCRA 2007) 5.3. Diagnóstico sócio-econômico do município População Em 2007, foram contabilizados habitantes no município de Arambaré (IBGE, 2009g), o que resultou em uma densidade demográfica de 7,4 habitantes por km². Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, em 2000, 30% dos habitantes viviam no meio rural enquanto 70% estavam no meio urbano (IPEA, 2009). Conforme o Gráfico 1, de 1996 até 2007, a população cresceu 14%. Enquanto a população rural do município entre 1996 e 2000 diminuiu 25%, a população urbana aumentou 50% no mesmo período. A distribuição da renda no município está representada no Gráfico 3, indica de concentração da riqueza maior que a média do Estado do Rio Grande do Sul, em 2000, conforme os Gráficos 4 e 5. Em Arambaré, 83,5% da população encontra-se no nível de renda que vai desde sem renda até 2 salários mínimos, enquanto que no Rio Grande do Sul a porcentagem de população no mesmo nível de renda é de 67,94%. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 26

27 Gráfico 1: Evolução populacional do município de Arambaré, entre 1996 e nº de habitantes Fonte: IBGE, 2009d, 2009e, 2009f e 2009g. evolução populacional Gráfico 2: População residente no meio rural e urbano do município de Arambaré entre 1996 e nº de habitantes População residente rural População residente urbana Fonte: IPEA, Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 27

28 Gráfico 3: Renda dos habitantes com idade maior que 10 anos do município de Arambaré, em nº de habitantes por faixa de renda nº de habitantes sem rendimento até 1 mais de 1 a 2 mais de 2 a 3 mais de 3 a 5 mais de 5 a 10 mais de 10 a 20 mais de 20 salários Fonte: IBGE, 2009e. Gráfico 4: Renda dos habitantes com idade maior que 10 anos do município de Arambaré em 2000 (%). % da população 45,00 40,00 35,00 30,00 25,00 20,00 15,00 10,00 5,00 0,00 sem rendimento 39,32 proporção de habitantes por faixa de renda 22,49 21,66 4,80 6,09 3,54 1,02 1,08 até 1 mais de 1 a 2 mais de 2 a 3 mais de 3 a 5 salários mais de 5 a 10 mais de 10 a 20 mais de 20 Fonte: IBGE, 2009e. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 28

29 Gráfico 5: Renda dos habitantes com idade maior que 10 anos do Rio Grande do Sul em 2000 (%). % pop ulação 40,00 35,00 30,00 25,00 20,00 15,00 10,00 5,00 0,00 34,98 15,93 17,04 8,84 9,44 8,44 3,52 1,82 sem rendimento até 1 mais de 1 a 2 mais de 2 a 3 mais de 3 a 5 mais de 5 a 10 mais de 10 a 20 mais de 20 Renda (nº de salários) Fonte: IBGE, 2009e Economia Histórico Inicialmente chamava-se "Barra do Velhaco", por estar situada na Foz do Arroio Velhaco. Em 1938 passou a denominar-se "Paraguaçu" e, em 1945, adotou o nome de "Arambaré", que quer dizer "o sacerdote que espalha luz". Localidade, conhecida desde os tempos coloniais de 1714, moravam índios com costumes especiais - pescadores e comerciantes de peles que tinham mãos e pés bem desenvolvidos. Eram os índios Arachas, também conhecidos como Arachanes ou Arachãs, que na língua tupi significa "patos". Por volta de 1763 casais açorianos vindos para o sul estabeleceram-se na margem esquerda do estuário do Guaíba e na margem direita da Lagoa dos Patos, fundando fazendas e charqueadas até o rio Camaquã. Desde essa época, os habitantes do então distrito de Arambaré uniram-se na busca do desenvolvimento através da agricultura, da pecuária e, sobretudo pelo grande potencial turístico e pela beleza natural da localidade, emancipada em 20 de março de 1992 do município de Camaquã e de parte do município de Tapes. 2 2 Disponível em Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 29

30 O município mantém as características dos municípios a que pertenciam anteriormente, com uma cultura muito forte de grandes propriedades. Arambaré possui basicamente, exceto os assentamentos, grandes fazendas produtoras de gado de corte. A agricultura é centrada na produção de arroz irrigado. Em alguns locais, porém em menor escala, a soja. Produto Interno Bruto No ano de 2006, o município de Arambaré apresentou um PIB de R$ ,00 e um PIB per capita de R$ 9.217,00 (IBGE, 2009l). O PIB do município, em 2006, foi composto conforme o Gráfico 6. Gráfico 6: Composição do PIB do município em Composição do PIB 4% 43% 45% Valor adicionado na agropecuária Valor adicionado no Serviço 8% Valor adicionado na Indústria Impostos sobre produtos líquidos de subsídios Fonte: IBGE, 2009l. Atividades Econômicas As seções de classificação de atividades econômicas do município estão descritas na Tabela 2. Para identificar as principais atividades econômicas do município, apresenta-se na Tabela 2, além do pessoal ocupado, o coeficiente locacional. O coeficiente locacional (QL) indica a concentração relativa de uma Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 30

31 determinada indústria numa região ou município comparativamente à participação desta mesma indústria no espaço definido como base (SUZIGAN et al 2003, p. 46) 3. No caso da Tabela 2 indica a concentração relativa do pessoal ocupado em determinada seção de atividades econômicas no município de Arambaré comparativamente à concentração do pessoal ocupado nas seções de atividade econômica no Estado do Rio Grande do Sul. Como se pode observar, o município de Arambaré apresenta concentração de pessoal ocupado relativamente maior que o Estado do Rio Grande do Sul nas seções de atividade: Agricultura, pecuária, silvicultura e exploração florestal; Alojamento e alimentação; Comércio, reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos; e Outros serviços coletivos, sociais e pessoais. 3 Passos do cálculo do QL em Suzigan et al (2003, p. 46). Em suma o coeficiente locacional indica o grau de concentração do pessoal ocupado nas diferentes atividades econômicas o que pode ser um indicador de especialização nesta atividade. Um QL igual a 1 indica que relativamente ao espaço base, não há concentração relativa, ou seja o município possui a mesma proporção de pessoas ocupadas nesta atividade que o Estado. Um QL elevado indica especialização setorial (nos caso de análise de setores industriais) ou concentração de pessoal ocupado relativamente ao espaço base e, inversamente um QL abaixo de 1 indica que o município é menos especializado em determinada atividade do que a média do Estado. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 31

32 Tabela 2: Pessoal ocupado e coeficiente locacional das seções de classificação de atividades do município de Arambaré 4. Pessoal Seção de classificação de atividades ocupado QL A Agricultura, pecuária, silvicultura e exploração florestal 47 13,17 B Pesca - - C Indústrias extrativas X - D Indústrias de transformação 21 0,25 E Produção e distribuição de eletricidade, gás e água X - F Construção 5 0,21 G Comércio; reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos 214 2,35 H Alojamento e alimentação 45 3,54 I Transporte, armazenagem e comunicações 4 0,21 J Intermediação financeira, seguros, previdência complementar e serviços relacionados X - K Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas 3 0,09 L Administração pública, defesa e seguridade social X - M Educação X - N Saúde e serviços sociais X - O Outros serviços coletivos, sociais e pessoais 30 2,17 P Serviços domésticos - - Q Organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais - - Fonte: Elaboração com base em IBGE, 2009b e Suzigan et al, A partir de dados da Rais 2000, a Redesist (2009) apresenta o QL em termos de número de estabelecimentos/unidades locais para indústrias extrativas e de transformação, conforme Tabela 3. Estes dados indicam especialização espacial relativa do município, para o ano de 2000, nos setores de madeira e cimento. 4 Os dados com menos de 3 (três) informantes estão desidentificados com o caracter X. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 32

33 Tabela 3: Coeficiente locacional dos setores da Indústria extrativa e de transformação do município de Arambaré. Setores de atividades Ind. Extrativa e de Transformação QL Madeira Cimento Açúcar e Álcool 0.00 Pecuária e Derivados 0.00 Abate e Preparação de Aves 0.00 Rações 0.00 Óleos Vegetais 0.00 Café 0.00 Beneficiamento Prod. Vegetais 0.00 Conservas, Sucos e Codimentos 0.00 Bebidas 0.00 Arroz 0.00 Fumo 0.00 Moagem de Trigo 0.00 Outras Indústrias Alimentares 0.00 Têxtil 0.00 Vestuário e Acessórios 0.00 Calçados 0.00 Borracha 0.00 Petróleo 0.00 Fonte: Redesist, Zoneamento agroecológico Segundo a Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul (1994 apud INCRA, 2007, p. 7), o zoneamento agrícola aponta como culturas preferenciais para o município arroz irrigado, sorgo, videira americana, citros (bergamotas e limões), pessegueiro, cebola e alho. É tolerado o os cultivos da alfafa, citros (laranja), feijão, fumo, soja, forrageiras de clima temperado (aveia, azevém, centeio, etc) e forrageiras de clima tropical e subtropical. Entretanto, o déficit hídrico pode ser um empecilho para culturas de verão que necessitem de quantidades razoáveis de água no mês de dezembro. O município é considerado marginal ou inapto para culturas como mandioca, milho, batatinha, abacaxi, banana, trigo e videira européia. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 33

34 Atividades Agropecuárias As principais atividades agropecuárias do município de Arambaré foram consideradas sob três aspectos, para cada setor agropecuário (pecuária, lavoura permanente, lavoura temporária e, extrativismo e silvicultura): valor da produção 5 ; coeficiente de produtividade por habitantes 6 (QPH); e coeficiente de produtividade por área 7 (QPA). Na Tabela 4 apresentam-se as quantidades produzidas, o QPH e o QPA da produção pecuária do município de Arambaré. Pode-se observar que há especialização comparativamente ao Estado do Rio Grande do Sul na produção de eqüinos. O município apresenta também QPH superior ao Estado na produção de bovinos, asininos, ovinos, mel, caprinos e lã, porém, deve-se notar que o município tem densidade demográfica inferior ao Estado, que resulta na não especialização produtiva revelada em termos de área comparativamente ao Estado. 5 O IBGE não apresenta valores monetários para a produção pecuária. 6 O coeficiente de produtividade por habitantes (QPH) está baseado na metodologia do cálculo do QL. A fórmula para seu cálculo é: QPH= (quantidade produzida do produto X no município Y / nº de habitantes do município Y) / (quantidade produzida do produto X no Estado do Rio Grande do Sul / nº de habitantes do Rio Grande do Sul). Por exemplo, um QPH de índice 2 significa dizer que a quantidade produzida por habitantes no município é 100% maior que a mesma relação para o Estado, inversamente, índice 0,5 é equivalente a dizer que a produtividade por habitantes do município é 50% menor do que esta relação para o Estado. 7 O coeficiente de produtividade por área (QPA) está baseado na metodologia do cálculo do QL. A fórmula para seu cálculo é: QPH= (quantidade produzida do produto X no município Y / área do município Y) / (quantidade produzida do produto X no Estado do Rio Grande do Sul / área do Rio Grande do Sul). Por exemplo, um QPA de índice 2 significa dizer que a quantidade produzida por área total do município é 100% maior que a mesma relação para o Estado, inversamente, índice 0,5 é equivalente a dizer que a produtividade por área total do município é 50% menor do que esta relação para o Estado. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 34

35 Tabela 4: Produção pecuária do município de Arambaré. Pecuária do município Unidade Quantidade QPH QPA Bovinos - efetivo dos rebanhos cabeças ,51 0,88 Eqüinos - efetivo dos rebanhos cabeças ,39 1,65 Bubalinos - efetivo dos rebanhos cabeças 10 0,39 0,08 Asininos - efetivo dos rebanhos cabeças 2 3,46 0,68 Muares - efetivo dos rebanhos cabeças Suínos - efetivo dos rebanhos cabeças 510 0,27 0,05 Caprinos efetivo dos rebanhos cabeças 50 1,46 0,29 Ovinos - efetivo dos rebanhos cabeças ,10 0,61 Galos, frangas, frangos e pintos - efetivo dos rebanhos cabeças ,10 0,02 Galinhas efetivo dos rebanhos cabeças 900 0,12 0,02 Codornas - efetivo dos rebanhos cabeças 20 0,14 0,03 Coelhos - efetivo dos rebanhos cabeças 18 0,54 0,11 Vacas ordenhadas quantidade cabeças 100 0,19 0,04 Ovinos tosquiados quantidade cabeças ,88 0,56 Leite de vaca - produção quantidade Mil litros 136 0,11 0,02 Ovos de galinha - produção quantidade Mil dúzias 18 0,17 0,03 Ovos de codorna - produção quantidade Mil dúzias 0 0,00 0,00 Mel de abelha - produção quantidade Kg ,05 0,40 Casulos do bicho-da-seda - produção quantidade Kg Lã - produção quantidade Kg ,13 0,42 Fonte: Elaboração a partir de IBGE, 2009k. As principais atividades agrícolas 8, em valor, do município em 2008 foram: - Lavoura permanente: Laranja (R$ 3.000,00) e Banana (R$ 1.000,00); - Lavoura temporária: Arroz (R$ ,00), Soja (R$ ,00) e Milho (R$ ,00); - Extração vegetal e silvicultura: Lenha (R$ ,00), Madeira em tora (R$ ,00) e Madeira em tora para outras finalidades (R$ ,00). Como se pode observar na Tabela 5, o município de Arambaré, em termos de lavoura permanente, não é especializado comparativamente ao Estado do Rio Grande do Sul. 8 Serão apresentados apenas os 3 principais produtos, em valor, de cada categoria, quando houver 3 ou mais produtos em cada categoria que são produzidos no município. São elas: Lavoura permanente, Lavoura temporária (IBGE, 2009) e Extração vegetal e silvicultura (IBGE, 2009). Portanto, podem não aparecer nesta listagem produtos com valor monetário mais acentuados do que os que aparecem em categorias diferentes. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 35

36 Tabela 5: Coeficientes de produtividade (QPH e QPA) da lavoura permanente do município de Arambaré. Lavoura Permanente do município QPH QPA Banana (cacho) 0,07 0,01 Laranja 0,07 0,01 Fonte: IBGE, 2009i. Na Tabela 6, pode-se observar que comparativamente à produção de lavoura temporária do Estado do Rio Grande do Sul, o município de Arambaré apresenta especialização na produção de arroz (em casca). Tabela 6: Coeficientes de produtividade (QPH e QPA) da lavoura temporária do município de Arambaré. Lavoura Temporária do município QPH QPA Arroz (em casca) 35,00 6,87 Feijão (em grão) 0,19 0,04 Mandioca 0,10 0,02 Milho (em grão) 0,10 0,02 Soja (em grão) 0,35 0,07 Fonte: IBGE, 2009i. A extração vegetal e silvicultura do município de Arambaré não apresenta especialização, em termos de produtividade comparada com a do Estado do Rio Grande do Sul, conforme a Tabela 7. Tabela 7: Coeficientes de produtividade (QPH e QPA) da extração vegetal e silvicultura do município de Arambaré. Extração vegetal e silvicultura do município QPH QPA Produtos da Silvicultura lenha 0,38 0,07 Produtos da Silvicultura - madeira em tora 0,10 0,02 Produtos da Silvicultura - madeira em tora para outras finalidades 0,15 0,03 Fonte: IBGE, 2009j. Agroindústrias rurais No município de Arambaré pode-se observar que há apenas agroindústrias rurais de produção de arroz em grão. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 36

37 Tabela 8: Agroindústrias rurais 9. Agroindústria Estabelecimentos Produção com matéria-prima Própria ( t ) Adquirida ( t ) Quantidade vendida ( t ) Valor da produção (1 000 R$) Arroz em grão Fubá Café torrado em grão Café torrado e moído Farinha de mandioca Tapioca e/ou goma Algodão em caroço Algodão em pluma Queijo e/ou requeijão Manteiga Aguardente de cana Rapadura Polpa de frutas Doces e geléias Carne tratada Embutidos Carvão vegetal Produtos derivados de madeira Fonte: IBGE, 2009c. A atividade principal do assentamento é o arroz irrigado. Onde o comércio na sua grande maioria é feito com os engenhos de arroz do município de Tapes, o engenho JB, tendo o comerciante da região, Licério, como um agente importante. Esse comerciante, de grandes proporções, fornece diversos insumos para os assentados da região, desde semente, adubo, uréia, agrotóxicos. Conforme o relato de alguns assentados, esse comerciante inclusive financia a passada de veneno de avião. Mas todas essas operações são cobradas com altos juros. Segundo a informação de um assentado esse juro pode chegar a 30%. Com as fortes secas ocorridas na ultima década, muitas famílias acabaram se endividando com esse comerciante e estão pagando com prestações anuais sempre acrescidas com juros. Outro agravante é que o pagamento deve ser em arroz, e faturado ao preço do dia do engenho. 9 Os dados com menos de 3 (três) informantes estão desidentificados com o caracter X. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 37

38 Condição do produtor Os dados apresentados no Censo Agropecuário 2006 permitem observar que o município de Arambaré possui uma proporção de estabelecimentos cujo produtor é assentado sem titulação (0,64%) muito abaixo da proporção desta condição de produtor referente ao Estado do Rio Grande do Sul (1,5%). A área ocupada cujo produtor é assentado sem titulação no município de Arambaré não é identificada pelo Censo Agropecuário Conforme Gráficos 7 e 8. A maior parte dos estabelecimentos do município pertencem a proprietários privados (103 estabelecimentos). Somando os estabelecimentos de assentados sem titulação e ocupantes obtem-se 4, o que representa 2,7% do número de estabelecimentos, conforme o Gráfico 9. No entanto, a área ocupada por produtores nestas condições é muito baixa (somados representam 2,7% da área ocupada) comparativamente a estabelecimentos cujo produtor está em situação diferente (proprietários, arrendatários e parceiros), conforme o Gráfico 10. Apesar de que o Gráfico 11 apresenta uma área média para produtores na condição de ocupantes acima da média dos produtores em outras condições, a informação é questionável pelo fato de que o Censo Agropecuário 2006 identificou apenas 3 estabelecimentos desta categoria no município. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 38

39 Gráfico 7: Condição do produtor, segundo o número de estabelecimentos. (%) Próprias Assentado sem titulação definitiva Arrendadas Parceria Ocupadas Rio Grande do Sul Arambaré Fonte: IBGE, 2009c. Gráfico 8: Condição do produtor, segundo a área ocupada. (%) Próprias Assentado sem titulação definitiva Arrendadas Parceria Ocupadas Rio Grande do Sul Arambaré Fonte: IBGE, 2009c. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 39

40 Gráfico 9: Número de estabelecimentos em Arambaré, segundo a condição do produtor. Número de estabelecimentos nº de estabelecimentos Próprias Assentado sem titulação definitiva Arrendadas Parceria Ocupadas número de estabelecimentos Fonte: IBGE, 2009c. Gráfico 10: Área total ocupada pelos estabelecimentos em Arambaré, segundo a condição do produtor. Área ocupada hectares Próprias Assentado sem titulação definitiva Arrendadas Parceria Ocupadas Fonte: IBGE, 2009c. área ocupada Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 40

41 Gráfico 11: Área média ocupada pelos estabelecimentos em Arambaré, segundo a condição do produtor. Área média dos estabelecimentos hectares/estabelecimento 400,00 350,00 300,00 250,00 200,00 150,00 100,00 50,00 0,00 308,56 0,00 157,74 0,00 363,33 Próprias Assentado sem titulação definitiva Arrendadas Parceria Ocupadas área média dos estabelecimentos Fonte: IBGE, 2009c Saúde Segundo o IBGE (2009a), em 2005, contabilizava-se 2 estabelecimentos de saúde no município de Arambaré, ambos públicos municipais. Não há leitos hospitalares no município. Faltam praticamente todos equipamentos hospitalares essenciais no município, como pode ser observado na Tabela 9. Há 2 estabelecimentos com atendimento ambulatorial, ambos com atendimento médico em especialidades básicas, 1 com atendimento médico em outras especialidades e ambos com atendimento odontológico com dentista, conforme Tabela 10. Há apenas 1 estabelecimento que presta atendimento emergencial com 1 especialidade (clínica), Tabela 11. Há 2 estabelecimentos que prestam serviço ao SUS Ambulatorial e 1 que oferecem serviço para o SUS Emergência. Não foram identificados médicos residentes no município, conforme o Gráfico 12 (IPEA, 2009). Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 41

42 Tabela 9: Equipamentos hospitalares no município. Mamógrafo com comando simples 0 Mamógrafo com estéreo-taxia 0 Raio X para densitometria óssea 0 Tomógrafo 0 Ressonância magnética 0 Ultrassom doppler colorido 0 Eletrocardiógrafo 1 Eletroencefalógrafo 0 Equipamento de hemodiálise 0 Raio X até 100mA 0 Raio X de 100 a 500mA 0 Raio X mais de 500mA 0 Fonte: IBGE, 2009a. Tabela 10: Estabelecimentos de saúde com atendimento ambulatorial. Estabelecimentos de Saúde com atendimento ambulatorial total 2 Estabelecimentos de Saúde com atendimento ambulatorial sem atendimento médico 0 Estabelecimentos de Saúde com atendimento ambulatorial com atendimento médico em especialidades básicas 2 Estabelecimentos de Saúde com atendimento ambulatorial com atendimento médico em outras especialidades 1 Estabelecimentos de Saúde com atendimento ambulatorial com atendimento odontológico com dentista 2 Fonte: IBGE, 2009a. Tabela 11: Estabelecimentos de saúde com atendimento emergencial. Estabelecimentos de Saúde com atendimento de emergência total 1 Estabelecimentos de Saúde com atendimento de emergência Pediatria 0 Estabelecimentos de Saúde com atendimento de emergência Obstetrícia 0 Estabelecimentos de Saúde com atendimento de emergência Psiquiatria 0 Estabelecimentos de Saúde com atendimento de emergência Clínica 1 Estabelecimentos de Saúde com atendimento de emergência Cirurgia 0 Estabelecimentos de Saúde com atendimento de emergência Traumato Ortopedia 0 Estabelecimentos de Saúde com atendimento de emergência Neuro Cirurgia 0 Estabelecimentos de Saúde com atendimento de emergência Cirurgia Buco Maxilofacial 0 Estabelecimentos de Saúde com atendimento de emergência Outros 0 Fonte: IBGE, 2009a. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 42

43 Gráfico 12: Médicos residentes no município de Arambaré para cada mil habitantes. Médicos residentes (por mil habitantes) 0,4 0,35 0,3 0,25 0,2 0,15 0,1 0, Arambaré Rio Grande do Sul Fonte: IPEA, Educação No município de Arambaré, em 2008, todos os estudantes freqüentaram escolas públicas. Não há estudantes ou escolas de nível superior. A relação alunos por professor varia de 2 a 41. Há 2 pré-escolas, 4 escolas de ensino fundamental e 1 de ensino médio. A relação de alunos matriculados em escolas públicas e privadas pode ser observada no Gráfico 13. O número de docentes em escolas públicas e privadas está apresentado no Gráfico 14. A relação alunos por professor em escolas públicas e privadas, no Gráfico 15. E, o número de escolas públicas e privadas no Gráfico 16. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 43

44 2008. Gráfico 13: Número de alunos matriculados em escolas públicas e privadas em nº de alunos matriculados Pré-Escola Ensino Fundamental Ensino Médio Ensino Superior escolas públicas escolas privadas Fonte: INEP, 2009a e 2009b. Gráfico 14: Número de docentes em escolas públicas e privadas em nº de docentes Pré-Escola Ensino Fundamental 13 Ensino Médio Ensino Superior escolas públicas escolas privadas Fonte: INEP, 2009a e 2009b. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 44

45 2008. Gráfico 15: Relação alunos por professor em escolas públicas e privadas em 30 nº de alunos por professor Pré-Escola Ensino Fundamental Ensino Médio Ensino Superior escolas públicas escolas privadas Fonte: INEP, 2009a e 2009b. Gráfico 16: Escolas públicas e privadas em nº de escolas 4,5 4 3,5 3 2,5 2 1,5 1 0,5 0 2 Pré-Escola Ensino Fundamental 1 Ensino Médio Ensino Superior escolas públicas escolas privadas Fonte: INEP, 2009a e 2009b Domicílios Condições domiciliares No município de Arambaré o número de domicílios particulares permanentes, em 2000, foi muito próximo do total de domicílios. O número de domicílios com instalações Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 45

46 elétricas atingiu quase a totalidade de domicílios, em Já o número de domicílios com instalações sanitárias não atingiu 1% do total de domicílios, em 2000 (IPEA, 2009). No Gráfico 17 podem-se observar as condições dos domicílios de Arambaré. Gráfico 17: Condições domiciliares do município de Arambaré entre 1970 e número de domicílios número de domicílios total domicílios com instalação elétrica domicílios particulares permanentes domicílios com instalações sanitárias Fonte: IPEA, Padrão de consumo Baseado na metodologia de pesquisa participativa de mercado (ASSUMPÇÃO, 2009, p ), calculou-se a estimativa de consumo de produtos alimentícios no município de Arambaré, utilizando dados da POF e do Censo demográfico de A estimativa abrange mais de 400 produtos, porém selecionou-se apenas aqueles de maior destaque ou aqueles que são reconhecidos como produtos rotineiros da alimentação. A elaboração desta estimativa deverá servir futuramente para dar parâmetros às famílias para fazerem o planejamento de sua produção. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 46

47 Tabela 12: Estimativa de consumo de produtos alimentícios para o município de Arambaré. Produtos alimentícios tn/ano Arroz 59,6 Milho 11,2 Feijão 23,0 Hortaliças folhosas e florais 6,8 Hortaliças frutosas (inclui cebola e tomate) 22,3 Cebola 7,9 Tomate 7,3 Hortaliças tuberosas (inclui alho, batatas, cenoura e mandioca) 42,4 Alho 0,2 Batata inglesa 17,4 Batata doce 3,1 Cenoura 2,3 Mandioca 16,2 Abacate 0,2 Abacaxi 0,4 Banana 14,9 Goiaba 0,0 Laranja 8,4 Limão 0,2 Mamão 2,1 Manga 1,0 Maracujá 0,1 Melancia 5,3 Melão 0,6 Tangerina 3,5 Caqui 0,2 Maçã 4,2 Pêra 0,2 Pêssego 0,9 Uva 1,2 Carnes bovinas de primeira 6,5 Carnes bovinas de segunda 22,4 Carnes bovinas outras 14,3 Carnes suínas com osso e sem osso 11,0 Carnes suínas outras 8,5 Carnes de outros animais 4,0 Pescados de água salgada 0,7 Pescados de água doce 0,4 Pescados não-especificados 1,0 Aves 35,0 Ovos 7,3 Leite de vaca fresco 40,4 Leite de vaca pasteurizado 64,0 Queijos e requeijão 3,1 Iogurte 4,0 Manteiga 0,3 Mel de abelha 0,6 Fonte: Elaboração a partir de Assumpção, 2009, IBGE, 2009e e 2009h Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 47

48 Políticas públicas Bolsa família Segundo o IPEA (2009), em Arambaré, o número de famílias beneficiadas, em dezembro, com transferências de renda pelo Programa Bolsa Família passou de 308, em 2006, para 290, em dezembro de 2007, caindo para 232, em dezembro de As transferências são mensais, assim como as variações no número de famílias, mas os dados apresentados no IPEADATA referem-se somente às famílias beneficiadas no mês de dezembro de cada ano de referência. Já valor nominal total, em dezembro, dos benefícios de transferência de renda pelo Programa Bolsa Família aumentaram 12% entre 2006 e Em dezembro de 2008 o valor médio pago por beneficiário foi de R$ 77,13. O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome (MDS, 2009) divulgou que em maio de 2009, no município de Arambaré, 273 famílias foram beneficiadas pelo Programa Bolsa Família e o valor total nominal dos benefícios foi de R$ ,00, 17% maior do que valor nominal total de dezembro de Neste período o valor médio pago por beneficiário também foi de R$ 76,93. Proger Os Programas de Geração de Emprego e Renda (PROGER) são um conjunto de linhas especiais de crédito que tem por objetivo gerar e manter emprego e renda. Faz parte do Programa do Seguro-Desemprego, complementando outras ações integradas da Política Pública de Emprego, como a qualificação profissional e a intermediação ao emprego. Os recursos são provenientes do Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT, e este, por sua vez, advém, em sua maioria, das contribuições devidas ao PIS e ao PASEP. O relatório estatítico do PROGER não apresenta informações sobre o município de Arambaré para o ano de 2007 (MTE, 2009). Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 48

49 Indicadores de pobreza e desigualdade O índice de Gini 10 do município de Arambaré, que mede o grau de desigualdade existente na distribuição de indivíduos segundo a renda domiciliar per capita, era 0,38 em 2003 (IBGE, 2009e e 2009h). O índice de desenvolvimento humano (IDH) 11 do município de Arambaré era 0,627 em 1991, passou a ser de 0,743 em 2000, que correspondem a um nível médio de desenvolvimento, conforme o Gráfico 18. Gráfico 18: Índice de Desenvolvimento Humano do Município de Arambaré. Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) 0,76 0,74 0,72 0,7 0,68 0,66 0,64 0,62 0,6 0,58 0,56 0, ,743 Fonte: IPEA, Seu valor varia de 0, quando não há desigualdade (a renda de todos os indivíduos tem o mesmo valor), a 1, quando a desigualdade é máxima (apenas um um indivíduo detém toda a renda da sociedade e a renda de todos os outros indivíduos é nula). Disponível em 11 É obtido pela média aritmética simples de três subíndices, referentes a Longevidade (IDH- Longevidade), Educação (IDH-Educação) e Renda (IDH-Renda). Além de computar o PIB per capita, depois de corrigi-lo pelo poder de compra da moeda de cada país, o IDH também leva em conta dois outros componentes: a longevidade e a educação. Para aferir a longevidade, o indicador utiliza números de expectativa de vida ao nascer. O item educação é avaliado pelo índice de analfabetismo e pela taxa de matrícula em todos os níveis de ensino. A renda é mensurada pelo PIB per capita, em dólar PPC (paridade do poder de compra, que elimina as diferenças de custo de vida entre os países). Essas três dimensões têm a mesma importância no índice, que varia de zero a um. Disponível em O IDH até 0,499 expressa baixo desenvolvimento humano. Índices entre 0,5 e 0,799 são considerados de médio desenvolvimento humano. IDH superior a 0,8 indica desenvolvimento humano alto. Disponível em Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 49

50 6. DIAGNÓSTICO DO PROJETO DE ASSENTAMENTO 6.1. Condições Físicas e Edafo-climáticas do Assentamento Solos Neossolo Ae2 Solos aluviais eutróficos e distróficos A moderado textura indisc. + Podzóis indiscriminados A moderado textura arenosa relevo plano. Planossolo PLS4 Planossolo solódico Ta A moderado textura arenosa/média e média/argilosa + Planossolo eutrófico Ta A moderado textura arenosa/média e média/argilosa + Glei pouco húmico eutrófico Ta A moderado textura média e argilosa relevo plano. Argissolo Vermelho-Amarelo PVd2 Podzólico Vermelho-Amarelo distrófico Tb abrúptico e não abrúptico A moderado textura média/argilosa e média/argilosa casc. relevo ondulado e suave ondulado. As classes de uso e cobertura do solo identificado para o período posterior à implantação do PA são mostradas na Figura 4 e a área ocupada pelas diferentes classes é listada nas Tabelas 19 e 20. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 50

51 Tabela 19. Superfície ocupada pelos diferentes usos no PA Capão do Leão em 04/09/2003. Classe de uso Nº manchas Área (ha) Área (%) Agricultura / solo exposto 5 7,78 2,92 Água 3 34,31 12,88 Arroz 1 42,12 15,81 Campo seco 3 54,76 20,55 Campo úmido 4 77,9 29,24 Mata nativa 6 5,47 2,05 Pousio 7 42,33 15,89 Silvicultura 1 1,76 0,66 Total 266,4 100 Fonte: INCRA, Tabela 20. Superfície ocupada pelos diferentes usos nas APP do PA Capão do Leão em 04/09/2003. Classe de uso Nº manchas Área (ha) Área (%) Campo seco 3 4,52 19,46 Campo úmido 3 15,36 66,12 Pousio 3 3,35 14,42 Total 23, Fonte: INCRA, Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 51

52 Figura 4: Uso após a implantação PA Capão do Leão. Fonte: INCRA, O assentamento enfrenta um problema grave que pode ser importante para entender a ocupação do solo no assentamento, esse problema é a falta de água para irrigação do arroz, outro problema que diminuiu o espaço de campo seco e úmido e aumentou a área de pousio é o furto de gado, sendo que muitas famílias abandonaram Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 52

53 essa atividade depois de feito a tomada de informações da tabela 19. Outro fator importante é o aumento da área de produção de arroz que pode se considerar que triplicou em relação a informações da tabela 19. A área de mata nativa do assentamento em 2003 era de 5,47 hectares sendo que essa área não sofreu grandes mudanças, a que esta acontecendo é um aumento em capoeirões ao redor dos açudes e locais úmidos. O assentamento tem três açudes considerados com capacidade para irrigação e com boa capacidade de armazenamento de água, totalizando 34,12 hectares o que representa 12,88% da área total do assentamento, havendo uma necessidade de reparação no açude maior para poder aumentar sua capacidade para irrigação da área de arroz Relevo A grande maioria do assentamento tem muita semelhança em sua área e conseqüentemente nos lotes entre as famílias, sendo que a inclinações do assentamento em 98,07% são inferiores a 5%. Tabela 21. Área ocupada pelas diferentes faixas de altitude no PA Capão do Leão. Faixa de altitude (m) Área (ha) Área (%) 0 a 20 m 48,69 18,27 20 a 40 m 174,36 65,44 40 a 60 m 38,91 14,6 60 a 80 m 4,47 1,68 Total 266, Fonte: INCRA, Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 53

54 Figura 5: Faixas de altitude no PA Capão do Leão. Fonte: INCRA, Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 54

55 Tabela 22: Área ocupada pelas diferentes faixas de declividade no PA Capão do Leão. Faixa de declividade (%) Área (há) Área (%) 0 a 5 % 261,28 98,07 5 a 10 % 1,49 0,56 10 a 15 % 2,94 1,1 15 a 25 % 0,54 0,2 25 a 47 % 0,18 0,07 Total 266, Fonte: INCRA, Figura 6: Faixas de declividade no PA Capão do Leão. Fonte: INCRA, O assentamento é cortado pela BR 116, sendo a maior parte da área ficando no lado da sede do município de Arambaré, sendo nesse espaço que são cultivados as lavouras de arroz, sendo a parte mais plana do assentamento. No outro lato da BR fica alguns lotes de moradias, e lotes de solos mais secos, tendo relevo mais elevado, com Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 55

56 variação marcante de declividade nos lotes e em relação a outra parte do assentamento Recursos hídricos A Figura 7 mostra a rede de drenagem superficial do PA Capão do Leão com base nas cartas em escala 1: da Diretoria de Serviço Geográfico do Exército (DSG), Folha SH.22-Y-B-V- 4 (Santa Rita). O PA Capão do Leão está localizado entre o arroio Velhaco, a leste e o arroio Duro e Rio Camaquã, a oeste, importantes cursos d água que banham a região, todos confluindo para a Laguna dos Patos distante do PA em torno de 23 km. Analisando a rede de drenagem do PA Capão do Leão no mapa da Figura 7 mostra que existe uma boa distribuição entre os espaços de reservatórios de água, ficando os maiores ao Sul do assentamento onde estão presentes as áreas de arroz irrigado. O assentamento tem bons espaços de reservatório de água que totalizando 12,88% da área total do assentamento, tendo disponibilidade de água em todos os lotes, para consumo animal e muitos com grande capacidade de irrigação para hortas e pequenas quantidades de lavouras sequeiras, além dos açudes de grande porte, que canalizam suas águas para irrigação da cultura do arroz. A maioria das casas tem poços, de onde retiram a água para o consumo humano, tendo encanamentos para as casas. O assentamento possui algumas áreas de banhados que existe proteção, e no verão são utilizadas para a pastagem dos bovinos. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 56

57 Figura 7: Mapa de recursos hídricos no PA Capão do Leão. Fonte: INCRA, Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 57

58 Flora, fauna, uso do solo e cobertura vegetal; Reserva Legal e estratificação ambiental Flora As informações contidas no Relatório Ambiental apresentam uma redução expressiva (48%) da área ocupada pela vegetação florestal, no PA Fazenda Capão do Leão, desde a sua implantação. Deve-se destacar que o levantamento de campo não pode identificar a presença de impactos antrópicos, sobre a vegetação florestal, após a implantação do assentamento, uma vez que praticamente inexistiam áreas florestais para serem avaliadas. São destacados os seguintes impactos em ordem decrescente de importância: (i) Supressão da cobertura vegetal em APP e fora destas. (ii) conversão de áreas anteriormente cobertas por vegetação nativa em áreas destinadas ao aproveitamento agro-pastoril. A supressão total da cobertura vegetal arbórea elimina importantes áreas capazes de fornecer alimentação, abrigo e locais de reprodução à fauna nativa. Devido a área ser pequena de mata nativa fica muito comprometida a flora e fauna do PA, sendo essa uma característica não só do assentamento como também da região. Fauna O assentamento por ser pequeno, e utilizar grande parte de sua área, fica restrito o espaço para habitat dos animais, possuindo apenas algumas espécies. Segundo o Relatório Ambiental, considerando as características intrínsecas de algumas espécies de mamíferos, como a necessidade de grandes áreas de vida em busca de recursos, por exemplo, a avaliação adequada do impacto deste assentamento sobre a masto fauna regional implicou numa avaliação conjunta com os demais PA de Arambaré. As espécies de mamíferos terrestres registradas, com base na metodologia utilizada, para esse conjunto de assentamentos onde o PA Capão do Leão está inserido, estão listadas na tabela 23. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 58

59 Tabela 23: Lista de espécies de mamíferos registradas para o conjunto de PA onde está inserido o PA Capão do Leão, em Arambaré. Forma de Satutus de Nome popular registro ameaça RS Hábitat FAMÍLIA / Espécie DIDELPHIDAE Gambá-de-orelha branca R + P Floresta/campo Didelphis albiventris DASYPODIDAE Dasypus sp. Tatu-mulita P + R Floresta/campo CAVIDAE Cavia aperea Preá/preá V + R Campo MYOCASTORIDAE Myocastor coypus Ratão-do-banhado R Área Úmida HYDROCHAERIDAE Hydrocharis hydrochaeris Capivara/capincho P + F + R Área Úmida LEPORIDAE Lepus capensis Lebre européia V + R - CANIDAE Cerdocyon thous Fonte: INCRA, Uso do solo Graxaim - do mato/ zorro F Floresta/campo As classes de uso e cobertura do solo identificado para o período posterior à implantação do PA são mostradas na Figura 9 e a área ocupada pelas diferentes classes é listada nas Tabelas 24 e 25. Tabela 24: Superfície ocupada pelos diferentes usos no PA Capão do Leão em 04/09/2003. Classe de uso Nº de manchas Área (ha) Área (%) Agricultura / solo exposto 5 7,78 2,92 Água 3 34,31 12,88 Arroz 1 42,12 15,81 Campo seco 3 54,76 20,55 Campo úmido 4 77,9 29,24 Mata nativa 6 5,47 2,05 Pousio 7 42,33 15,89 Silvicultura 1 1,76 0,66 Total 266, Fonte: INCRA, Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 59

60 Tabela 25: Superfície ocupada pelos diferentes usos nas APP do PA Capão do Leão em 04/09/2003. Classe de uso Nº de manchas Área (ha) Área (%) Campo seco 3 4,52 19,46 Campo úmido 3 15,36 66,12 Pousio 3 3,35 14,42 Total 23, Fonte: INCRA, Figura 8: Uso após a implantação do PA Capão do Leão. Fonte: INCRA, Como visto nas tabelas anteriores no período de 2003 a maior parte da área do assentamento era ocupada por campo seco e úmido, que totalizavam junto cerca de 49, Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 60

61 79% da área total do assentamento. Havendo uma mudança considerável para esse ano de 2010 onde a atividade de arroz e pousio assumem a grande parte da ocupação do solo, devido a expansão da cultura do arroz para os campos úmidos e terras baixas, e a diminuição da atividade de criação de animais no assentamento devido aos furtos, sendo que muitos campo secos hoje se encontram abandonados como pousio. Segundo as informações do relatório ambiental a área de APP do assentamento era de 23,23 hectares, sendo que em 2003, 3,35 hectares encontravam se impactava pela ação do assentamento, mas essa situação hoje se inverte tendo mais áreas com potencial para ser de APP, mas que não existe demarcação oficial. Cobertura Vegetal As informações mais aprofundadas que se tem desta estratificação vegetal no assentamento Capão do Leão esta contida em relatório ambiental do INCRA, 2007, onde aponta uma diversidade de espécies encontradas no PA desde forrageiras, pastagens e com mais diversidades nas áreas de APP ou em áreas de banhados. Segundo as informações contidas no relatório a pastagem nativa no PA Capão do Leão apresenta-se constituída por grama forquilha (Paspalum notatum), capim das roças (P. urvillei), capim cola de raposa (Setaria parviflora), capim touceirinha (Sporobolus indicus), grama de jardim (Stenotaphrum secundatum), entre as gramíneas, e orelha de rato (Dicondra sericea), Centella asiática, Eleocaris sp., tiririca (Cyperus sp.), Cerastium glomeratum e Killinga sp. Espécies mais arbustivas como caraguatá (Eryngium horridum e E. pandanifolium) e carqueja (Baccharis trimera) também ocorrem na pastagem nativa deste PA. As famílias estão impactando em alguns locais essa vegetação para a utilização de lavouras, principalmente para as culturas de arroz e fumo, mas também existem diversas manchas de solo sendo utilizado como repouso, o que é fundamental para a permanência das espécies nativas e mesmo para a recuperação de muitas que são mais suscetíveis aos impactos. A presença de capim-annoni (Eragrostis plana) e a paulistinha (Cynodon dactylon) são espécies invasoras indesejáveis, pois tomam facilmente o lugar de espécies nativas de melhor qualidade quando o campo é mal manejado. Podendo se Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 61

62 desenvolver de maneira incontrolável acabando se tornar praga e tomando conta da vegetação do local, sendo uma preocupação maior nos campos de pastagem para os animais, sendo que principalmente o capim annoni consegue abafar as demais gramíneas que os animais mais consomem ficando somente o capim e os animais a partir de certo tamanho acabam não ingerindo mais esse alimento, sendo que o campo fica de pouca capacidade de reprodução para os animais. Nesse sentido, faz faltou um planejamento mais adequado das famílias para o controle dessas plantas invasoras de impacto forte, bem como ainda não tem um processo amplo de estudo e aplicação de gramíneas que possam se adaptar a realidade do assentamento tendo uma boa produtividade de leite ou peso para os animais, o que é importante para essas duas atividades a pastagem de qualidade para um aumento da renda Capacidade de uso do solo O assentamento tem em sua área terras que tem capacidade para diferentes usos, as informações contidas na tabela 26, são originarias do estudo ambiental do INCRA, 2007, onde aponta que 20,95 hectares de terra são mais adequadas para culturas anuais o que representa 7,86% do total do assentamento, sendo um segundo grupo formado pelas terras de classe Ive,t e IV a, hi totalizam um total de 221,9 hectares, correspondente a 83,28% da área total do assentamento. Que são utilizadas no presente momento para a cultura do fumo, algumas com plantação de alimentos, e principalmente com a cultura do arroz irrigado ou campo úmido. Sendo que 23,23 da área do assentamento constam como área de APP que não deve ser utilizada para as atividades de agricultura ou pecuária. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 62

63 Tabela 26: Classes, subclasses e unidades de capacidade de uso, suas respectivas áreas e fatores Limitações no PA Capão do Leão. Classe de capacidade de uso Fator limitante Unidade de Uso Área (ha) Área (%) III e, ab Erosão Abrúptico 20,95 7,86 Iv e, t Erosão Declividade 17,25 6,47 IV a, hi Hidromorfismo Inundação 204,65 76,81 VI e, t Erosão Declividade 0,34 0,13 VIII I, app Legislação Áreas de Preservação Permanente 23,23 8,72 Total 266, Fonte: INCRA, Os restantes das terras desse imóvel pertencem à classe VI e, t, totalizando 0, 34 ha o que representa (0,13%). Nessa classe, a topografia é o principal fator restritivo de uso, requerendo práticas intensivas de conservação do solo em função da suscetibilidade à erosão. Além dessas 0,34 hectares existe diversas manchas de solo que é necessário um cuidado grande para evitar a erosão e o enfraquecimento do solo, sendo fundamental a adoção de medidas de conservação e recuperação do solo,que podem ser feitas com introdução de plantas recuperadoras do solo, possibilitando uma cobertura e melhora da matéria orgânica do solo, dando possibilidade de vida aos microorganismo e conseqüentemente uma qualidade no todo do solo. Nas áreas de preservação permanente (APP), cuja delimitação obedeceu à Resolução CONAMA 387 (CONAMA, 2006a), de 27 de dezembro de 2006, que trata do licenciamento de projetos de assentamento da reforma agrária. A delimitação das APP baseou-se em levantamentos de campo e na cartografia em escala 1: existente para a área em análise. Dos critérios definidos na Resolução CONAMA 387 (CONAMA, 2006a), de 27 de dezembro de 2006, aplicam-se ao PA Capão do Leão a delimitação de uma área em torno dos corpos d água naturais ou construídos pelo homem (50 e 100 m no presente caso). Não ocorrem no imóvel, áreas declividades o suficiente para serem enquadradas como APP. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 63

64 Leão. Figura 9: Mapa das classes de capacidade de uso das terras do PA Capão do Fonte: INCRA, Análise sucinta dos potenciais e limitações dos recursos e da situação ambiental do assentamento O Assentamento é rico em termos ambientais tendo recursos hídricos favoráveis com abundância de água para o cultivo de Arroz em algumas manchas de área do assentamento, que fica represada uma barragem dentro do assentamento, também dispõe de áreas próprias para cultivo com plantas de seco, com varias fontes de água Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 64

65 para abastecimento das famílias, e também dispõe de bosques de árvores nativas que estão preservados. Fatores potenciais no assentamento Capão do Leão são de muitas famílias serem originarias da região. Bem como o assentamento estar bem localizado, sendo dividido pela BR 116, e estar próximo a cidade de Camaquã. O assentamento tem como fator limitante, sua própria história, onde já houve varias discordância entre as famílias, ocorrendo alguns assassinatos. Sendo que o assentamento não consegue ter trabalho em coletivo, muito menos atividades sociais em conjunto. O que seria fundamental o trabalho coletivo para a utilização racional e economicamente correta da água, e para evitar problemas como os existentes re roubo de gado, que acaba deixando bastante área do assentamento em repouso Organização espacial atual O assentamento é dividido pela BR 116, ficando parte das famílias com lotes em áreas mais elevadas, aptas mais para o cultivo de feijão, aipim etc., e algumas famílias com lotes de 1, 5 hectares para moradia e ficando com o restante da área em local apto para arroz do outro lado da BR, todas as famílias possuem acesso a estrada seja ela a BR 116 ou a estrada principal que corta o assentamento. Com relação à água cada família tem um poço para consumo humano e açudes para os animais. Alguns açudes têm potencial para irrigação de culturas para terra seca. O assentamento possui grande dificuldade em construir experiência no coletivo, devido a divergências internas, que já acarretou na morte de um assentado e abandono de lotes. Não possuindo nada de atividade de integração entre as famílias, não tendo espaços de uso coletivo, o que se tem é um espaço abandonado de uma área comunitária, que antes era utilizada para reuniões, o que em alguns casos ainda ocorrem. No assentamento não há escola, devido ao reduzido número de alunos e proximidade com a Vila São Carlos, onde há escola e transporte para os alunos. No assentamento não existe igreja. Algumas famílias cooperam para utilização de algumas máquinas e nos cuidados com a água na cultura do arroz. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 65

66 6.3. Situação do meio sócio-econômico e cultural Histórico da luta pela terra na mesorregião Histórico da Microrregião de Camaquã Nos anos antes da ditadura militar havia muitos movimentos sociais em funcionamento um deles era o MASTER Movimento dos Agricultores Sem Terra. Esse movimento tinha o apoio dos governantes. Como esse movimento era de abrangência estadual o primeiro fruto da Reforma Agrária do período, ocorreu na região de Camaquã, sendo desapropriadas terras de várzeas, local conhecido como Banhado do Colégio no município de Camaquã, sendo esse um marco histórico para os dias atuais Com o período da ditadura militar os movimentos sociais foram perseguidos e todos desconstituídos. Mas no final do período da ditadura militar e com a organização de pequenos agricultores com a ajuda fundamental da CPT ressurge as lutas por terra no Rio Grande do Sul. Com a constituição do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra MST, as lutas voltam a se constituir em todo o Estado, sendo a grande região de Camaquã, por características de grandes latifúndios improdutivos, a ser alvo de ocupação de terra e retomada da luta pela Reforma Agrária. Sendo que até hoje, vários acampamentos se passaram na região, sendo constituídos os assentamentos Capão do Leão, Caturritas e Santa Marta em Arambaré, assentamento Boa Vista em Camaquã, assentamento Lagoa do Junco em Tapes e assentamento Recanto da Natureza em Sentinela do Sul. Porém, hoje os assentamentos transformaram as paisagens e a produção dos antigos latifúndios, sendo esses espaços de convívio social de várias pessoas e sendo espaço de produção e soberania das famílias assentadas nestes assentamentos. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 66

67 Histórico do assentamento O histórico do assentamento Capão do Leão é marcado por abandonos de lotes, brigas e morte entre as famílias. Sendo um assentamento de 15 famílias hoje restando apenas três famílias origem de chegada do assentamento. Hoje, a maioria das famílias assentadas no assentamento é de origem da localidade, ou seja, de Camaquã. Tendo algumas famílias que vieram da região das Missões. Contudo, hoje, existem dois lotes abandonados no assentamento, que estiveram diretamente ou indiretamente envolvidas nas mortes de assentados que ocorreram nos últimos períodos no assentamento. As famílias não comentam muito sobre o assunto. Não conseguem se relacionar muito bem entre si, mas são bem receptivos ao trabalho da assistência técnica em suas propriedades População do assentamento Parte da população do assentamento não fica tempo integral no assentamento. A população do assentamento é marcada por faixa etária 82% são adultas das pessoas do assentamento. Sendo 10% de pessoas de jovens e 8% da faixa etária de crianças. Sendo esse fator de poucas crianças e mais adultos justifica se a falta de atividades de lazer no assentamento. Tabela 27: População existente do assentamento População Composição familiar Total Idade Sexo Nº famílias Nº pessoas Crianças Jovens Adultos Idosos Masculino Feminino % 45% Fonte: Pesquisa de campo COPTEC. Existe parte das famílias que só os homens vêm para o assentamento o restante da família fica na cidade de Camaquã ou em outro local de origem. Alguns lotes ficam com presença de pessoas somente no tempo da atividade do trabalho no arroz. Mas as famílias que moram diretamente no assentamento em alguns casos são bastante grandes, tendo em torno de 5 a 7 membros na família. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 67

68 Organização social do assentamento O assentamento não se organiza internamente como grupo de base. O que acontece são reuniões em forma de assembléia, normalmente motivadas pela equipe de ATES. O assentamento tem um representante no Conselho Regional de ATES. No momento o assentamento não tem representantes na direção regional do MST, mas por relatos das famílias vão tirar um representante para o assentamento. Os assentamentos fazem parte da microrregião de Camaquã e da regional Enio Gutierrez do MST, também conhecida de regional de Eldorado do Sul. Não há manifestação de interesse das famílias, por diversos motivos, em criar grupo de mulheres ou jovens Estrutura social O assentamento hoje não consegue ter clima para nenhuma organização social mais expressiva, não tendo grupo de mulheres, nem de jovens. O que acontece é que as crianças e jovens se organizam para fazer brincadeiras como jogar bola, nas casas um dia, em outra casa outra dia. É bom salientar que já ocorreram várias brigas entre as famílias, havendo inclusive diversas mortes, tendo como conseqüência disso hoje, dois lotes abandonados. E ninguém gosta de assumir nenhuma responsabilidade em nome do assentamento devido está situação Estrutura econômica São poucas atividades que existe cooperação no assentamento, o que existe são apenas ajuda entre as famílias, principalmente o cultivo é do arroz. Existem algumas famílias que são sócias da associação regional dos assentados dos municípios de Arambaré e Camaquã, mais são minorias das famílias. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 68

69 6.4. Infra-estruturas física, social e econômica O assentamento fica perto da Vila São Carlos, distrito do município de Camaquã, na qual as pessoas vão até este local caminhando, de bicicleta ou em veículos, tendo uma distância aproximadamente de 1,5 quilometro que se encontram as estruturas, como posto de saúde, escola, telefones públicos, campo de futebol e centros esportivos. O assentamento enfrenta problemas com as estradas internas de acessos aos lotes produtivos e até mesmo aos lotes residenciais, sendo feita muitas vezes a manutenção pelas próprias famílias com plaina e trator. Todas as famílias possuem energia elétrica. O assentamento tem uma barragem que é de uso coletivo para a produção de arroz, mas mesma está necessitando de manutenção em suas taipas. As famílias desenvolvem suas atividades produtivas individualmente, não havendo grupos de produção ou experiência semelhante. Tabela 28: Infra-estruturas do assentamento. Infra-estrutura Luz Estradas Água Elétrica Condições dos acessos Fonte Proteção Sim ou não Ao município Internos Aos lotes Artesiano Poço Protegido? Encanada Sim Bom Regular Ruim 15 Não Sim Fonte: Pesquisa de campo COPTEC, O assentamento não tem nenhuma estrutura física para produção no coletivo, o que existe são galpões, chamados de estufas para a produção de fumo, sendo estas estruturas individuais Sistemas produtivos Os principais produtos gerados no assentamento hoje no assentamento são: arroz irrigado, fumo, banana, e produção de alimentos (feijão, aipim, batata-doce, hortaliças e frutas). Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 69

70 O cultivo de arroz irrigado, acontece no sistema de plantio semi direto com plantação com plantadeira, utilização de inseticida para combater as plantas invasoras, utilização de adubo e uréia. A cultura do fumo é desenvolvida por algumas famílias, sendo que trabalham com financiamentos das empresas fumageiras seguindo os modelos e orientações das empresas de fumos. Produção de bananas é desenvolvida por uma família, sendo está atividade a principal fone de renda da família. O cultivo é em sistema agroecológico e integrado com outras culturas em alguns espaços. A produção de alimentos, este sistema de produção existe de forma muita diversidade nas variedades cultivadas ou criadas, mas existe um princípio básico nesta realidade, que é a produção para consumo da família, vendendo o excedente normalmente para os vizinhos ou consumidor direto. Tabela 29: Produção vegetal do PA Capão do Leão. Atividade Nº de famílias Hectares (total) Produção total na última safra: sacas 60 kg Milho Feijão Arroz Horta auto consumo 4 Pomar auto consumo 7 Fumo 8 6 Fonte: Pesquisa de campo COPTEC, Atividade Tabela 30: Produção animal no PA Capão do Leão. Nº de famílias Nº total de animais do rebanho leiteiro Nº de animais produzindo leite Produção (L/dia) no assentamento Leite Suínos 4 Bovino de corte 10 Fonte: Pesquisa de campo COPTEC, Serviços de apoio à produção O assentamento vem á bastante tempo enfrentando dificuldade na continuidade de um mesmo profissional na assistência técnica de ATES, o que foi solucionado com o Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 70

71 novo contrato de ATES, tendo dois profissionais que acompanham o assentamento. Existe uma dificuldade de participação das pessoas nas atividades de capacitação, sendo estas poucas também. As famílias já acessaram até o presente momento os primeiros créditos de Fomento e Apoio vindo pelo INCRA, passando por Pronaf, sendo um o de custeio 1999, por falta de pagamento de algumas famílias, as mesmas estão com dificuldades hoje de acessar mais recursos. Algumas que não pegaram este crédito estão acessando o custeio para o cultivo de arroz. Apoio Inicial Tabela 31: Acesso aos créditos no PA Capão do Leão. Número de famílias que acessaram os seguintes tipos de crédito Adicional Reforma Fomento de Habitação habitação inicial fomento PROCERA A PRONAF PRONAF C 13 Sim Fonte: Pesquisa de campo COPTEC, Serviços sociais básicos Educação O assentamento por ter poucas crianças e jovens em período escolar, não tem escola no assentamento, sendo que as crianças têm acesso ao transporte escolar. A maioria das pessoas deste assentamento estudou até o primeiro grau, sendo 90% das pessoas do assentamento. O assentamento ainda enfrenta um sério problema da nossa sociedade que é o analfabetismo, sendo que 4% das pessoas são analfabetas. E apenas uma pessoa tem o segundo grau completo. A dificuldade de completar o segundo grau é por não existir escola próxima, existindo apenas na cidade. Tabela 32: Educação e Escolaridade Educação Instrução Escolas no assentamentoescolas próximo assent. Analf. 1º G. incomp. 1º G. comp. 2ºG. Sup.Creche 1º Grau 2º Grau Creche 1º Grau 2º Grau Sim Sim Fonte: Pesquisa de campo COPTEC, Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 71

72 Saúde e saneamento O assentamento tem o acompanhamento de uma agente de saúde, tem atendimento médico perto do assentamento, tendo posto de saúde a 10 km, bem como hospital. Não houve relatos de pessoas com problemas sérios de alcoolismo e nem de drogas. Tabela 33: Acesso a saúde Saúde UBS Hospital Assentamento Próximo Distância (km) Agente saúde Distância 10 Sim 10 km Fonte: Pesquisa de campo COPTEC, O assentamento tem uma família que encontra dificuldade em conseguir obter um banheiro de qualidade, sendo que mesma não tem um sistema de esgoto adequado (essa família não conseguiu acessar o programa nacional de habitação para os assentamentos), ocasionando problemas ao meio ambiente. As outras casas estão com sistemas de esgoto ecológico implantado no projeto de habitação do governo Federal. Tabela 34: Banheiro e destino do esgoto Saneamento Banheiro Esgoto Completo Incompleto Fossa Ar livre Fonte: Pesquisa de campo COPTEC, Lazer e cultura Conforme informações fornecidas pelas famílias, o assentamento não tem atividades de lazer e nem de atividades culturais, não comentando muito o assunto. Nas visitas individuais as famílias relatam que tem amizades com famílias da vila e também com famílias da cidade, onde desenvolvem suas atividades fora do assentamento, considerando que no assentamento é muito difícil existir um processo de relação diferente da atualidade entre as famílias. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 72

73 Tabela 35: Atividades de lazer Lazer Praticados Estruturas no assentamento Futebol Vôlei Bocha Outro Outro Ginásio Campo fut. Cancha bocha Outro Fonte: Pesquisa de campo COPTEC, Habitação O assentamento conseguiu melhorar bastante sua condição de moradia das famílias, com o acesso aos recursos do governo federal no sistema de habitação rural. Dando condições das famílias fazerem tratamento de fossas ecológicas. Uma família não conseguiu acessar o recurso, sendo está encontrada em situação difícil. Existindo duas famílias que no primeiro momento optaram em não acessar o recurso do programa de habitação, mas são famílias que não moram diretamente no assentamento. Tabela 36: Situação das moradias Acesso e condições de moradia Acesso Condição geral da moradia Tipo de parede Tipo cobertura Alvenaria Madeira Lona Telha barro Telha amianto Palha/lona Boa Ruim Fonte: Pesquisa de campo COPTEC, Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 73

74 7. PLANOS 7.1. Organização territorial Os assentamentos para o MST são compreendidos como uma unidade de gestão política, onde se procura gerar práticas políticas com novos referenciais que permitam ir além da prática reivindicatória, construindo processos participativos para tomada de decisão, gerando práticas libertadoras que rompam com a dominação política, com a exploração econômica e com o controle ideológico. Assim, os assentamentos ao expressarem a luta social e a constituição de novas relações sociais e formas de organização do território, devem gerar processos de governança sobre esses territórios onde existia o latifúndio, constituindo um novo território. A identificação de conflitos pelo uso de recursos e a organização espacial atual fornecida pelo diagnóstico desenvolvido no primeiro relatório são pontos de partida para a definição dos princípios, conceitos e diretrizes orientadores da organização territorial do Assentamento. Potencialidades O assentamento conseguiu pensar sua organização conforme a potencialidade da área e a vontade das famílias iniciais do assentamento. Sendo o assentamento dividido em duas situações, de um lado as famílias que pegaram os lotes inteiros na grande maioria terra seca, para culturas sem irrigação, de outro lado as famílias que dividiram suas terras em duas hectares em terras secas, sendo esses os lotes de moradia e ficando com o restante do lote na área de arroz. Quantas famílias em cada? Pela dificuldade de irrigação, muitas famílias organizam suas lavouras, plantando conforme condição da água. Existe uma demanda muito grande na reforma do açude de reservatório existente no PA, para uma melhor condição de lavoura e de renda da atividade predominante no assentamento que é o arroz irrigado. Praticamente todas as Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 74

75 famílias acessaram o projeto de habitação oriunda do governo federal, sendo um fator positivo na aparência do assentamento. Limitações Como o assentamento estas dividido pela BR116, ficando a estrada de acesso aos lotes pequenos pedaços, essas nunca foram contempladas para uma reforma, estando de precárias condições, bem como as estradas secundarias do município que cruzam no assentamento, sendo a condição precária, dificultando muito o transporte da produção e mesmo locomoção das famílias. O assentamento ter baixa capacidade de irrigação, sendo que todos necessitam plantar para conseguir obter sua renda, muitas vezes a perda de produção devido a falta de irrigação, ocasionando diversos problemas. Existe uma famílias que não conseguiu acessar o recurso de habitação pq? e tem sua casa com necessidades concretas de reforma imediata. Outro fator negativo é que devido há uma briga interna, a casa de um assentado foi incendiada provocando um prejuízo que supera os R$ ,00 para a famílias que abandonou o assentamento Existe outra casa em boas condições que o assentado abandonou o assentamento e que hoje esta sofrendo ações de vandalismo, como vidros e portas quebrados, furto de foro e outros materiais. Condicionantes Conforme apresentado no diagnóstico e retomado anteriormente o assentamento, possui uma diversidade grande de condições, sendo que muitas casas existem no assentamento, mas não tem moradores quantas?, e existe morador que necessita de reforma, mas não conseguiu acessar o projeto de habitação. Outra realidade é que como não existe uma organização interna forte, todos enfrentam alguns problemas comuns, como estradas, dificuldades de irrigação, mas não consegue avançar na solução desses problemas. O assentamento possui uma vantagem é ser próximo a BR 116. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 75

76 7.2. Serviços sociais básicos Este plano visa ser desenvolvido de maneira interligada ao plano de organização territorial, de modo a estabelecer as estruturas necessárias ao funcionamento dos serviços sociais básicos à comunidade. Deveremos, portanto garantir as condições básicas de um padrão civilizatório digno de uma sociedade que se pretende ser desenvolvida. A estrutura física do assentamento diz muito sobre o êxito destas famílias. Potencialidades Existe uma dificuldade imensa em conseguir desenvolver atividades nessa esfera no assentamento no coletivo. O que são feita é otimizar o espaço nas famílias, sempre fortalecendo questões que digam respeito a cidadania da família, estimulo a incentivo ao estudo de todos principalmente das crianças, bem como conversado sob a importância de cuidar da prevenção na saúde e o uso de plantas medicinais que as famílias possuem em seu conhecer popular e empírico. Existe o acompanhamento de uma agente de saúde municipal. Na grande maioria das famílias possuem suas atividades de produção definidas conforme ocupação da mão-de-obra, sendo onde há disponibilidade essa ta sendo utilizada em trabalho fora do assentamento muitos casos? O que fazem?. Os filhos dos assentados estudam na vila são Carlos próximo do assentamento, sendo fácil o acompanhamento dos pais ao andamento dos filhos na escola. Bem como algumas atividades de lazer serem desenvolvida nesse espaço. As famílias possuem sistema de fossas sépticas e aproveitam o lixo orgânico para adubação na horta. Limitações O grande limitante das famílias no assentamentos são de relações entre as famílias, não conseguindo haver um acumulo de forças para criar um espaço coletivo Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 76

77 no assentamento, para o desenvolvimento de reuniões e atividades de lazer, integração entre as crianças. Hoje cada família vive exilada em sua cada, sendo que algumas se relacionam bem, se visitando e convivendo mais proximamente, mas existindo os que são também totalmente isolados. Condicionantes O assentamento ao logo de sua caminhada foi escrevendo uma história que segundo as famílias não permitem fazer com que se possa pensar as coisas na coletividade, e como o assentamento é muito pequeno as famílias que tem afinidade não conseguem sozinhas realizarem praticamente nenhuma atividade Sistemas produtivos É importante observar que as atividades nas áreas de produção têm um amplo objetivo do Plano de Ação na dimensão produtiva que é estruturar o processo de apoio técnico ao desenvolvimento rural, a partir do fortalecimento da agricultura familiar camponesa, como segmento gerador de trabalho e renda. Sabe-se que quanto maior for a combinação dos elementos terra, trabalho e capital nos processo produtivo, maior será a complexidade de gestão e administração desta unidade de produção. Mas em contra partida, maior serão as condições de resistência econômica, num ambiente econômico de capitalismo monopolista. Além desta formas complexas de cooperação, concebe-se também formas mistas de cooperação que viabilize no mínimo o planejamento da produção e sua respectiva circulação. Logo estamos falando de uma produção que vá além da subsistência, uma produção que se oriente e se destine ao mercado. Sendo que o MST assumiu como política produtiva a promoção de processos de transição a sistemas agroecológicos, é necessário introduzir dentro das propostas produtivas as três dimensões centrais da Agroecologia: a) dimensão ecológica e Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 77

78 técnico-agronômica; b) dimensão socioeconômica e cultural e; c) dimensão sóciopolítica. O processo de conversão da agricultura convencional para de base agroecológica é, portanto, extremamente complexo tecnorelação com outros eixos temáticos de planos. Por exemplo, a adoção de uma prática produtiva agroecológica apresenta características de preservação do meio ambiente, de organização do território e de serviços sociais básicos. Os dois primeiros eixos citados apresentam uma inter-relação mais direta, o terceiro eixo pode ser abrangido pela preservação da saúde do agricultor, das relações sociais que advêm do trabalho coletivo, a organização social, dos processos de formação que se enquadram na área da educação, etc. Potencialidades As famílias por serem de origem da agricultura, na sua grande maioria (as que moram no assentamento) desenvolvem diversas atividades em seus lotes para destinação da alimentação da família. Sendo as atividades que são geradoras de renda no assentamento, pode se consideram duas como principais, sendo o arroz irrigado e a produção de fumo, existe outras atividades mais especificas de algumas famílias como a produção de bananas, feijão, etc, que acabam gerando renda também. Como a grande maioria das famílias são de origem de Camaquã e já desenvolviam a atividade do arroz conseguiram desenvolver a atividade no assentamento, apesar de haver dificuldades em alguns anos. Existe uma família especificamente que desenvolve sua produção de bananas de forma ecológica, fazendo diversos tratamentos para obter uma produção de qualidade, tendo um grande conhecimento, inclusive conseguiu se planejar algumas atividades dessa propriedade. Limitações As famílias são de uma região que produz tradicionalmente arroz convencional, e as isso as famílias reproduziram no assentamento, existindo o fator da água que Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 78

79 praticamente condiciona a esse modelo de plantio. Como em outros assentamentos da região existe a experiência do arroz ecológico seria fundamental que o assentamento desenvolve-se uma experiência, para tentar sair desse modelo que traz diversos prejuízos a saúde. Um grande fator que impedi muitas das preposições realizadas pelas ATES e construídas mesmo pelas famílias é a situação de crédito das famílias, onde na sua grande maioria não conseguem mais acessar, ficando impossibilitadas de desenvolver diversos projetos de produção. Condicionantes O grande fator a considerar é que todas as famílias possuem ao menos uma atividade bem definida de produção. As famílias que residem permanentemente no assentamento possuem uma boa quantidade de produtos destinados a alimentação da família. Outro fator importante é existir uma família que desenvolve a experiência da agroecologia dentro do assentamento, principalmente na produção de frutas. Como existe a dificuldade de água as famílias utilizam, cada vez mais sementes que se adaptam ao uso de agrotóxicos para combater a plantas invasoras. Sendo que internalizaram esse modelo de produção ficando muito difícil a convencer da necessidade da produção orgânica e que esse tem demonstrada na região que é viável Meio ambiente Meio é sede de inter-relações. Ambiente é estado consciente que emerge do significado das relações. Recursos naturais, seres humanos, materiais de construção são, entre outros, componentes do meio que eventualmente podem ser fatores para a emergência de ambiente. Na presente abordagem do desenvolvimento o horizonte temporal coloca-se décadas ou mesmo séculos adiante, destacando-se a necessidade do amplo conhecimento das culturas e dos ecossistemas locais, sobretudo em como os Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 79

80 assentados se relacionam com o ambiente e como eles enfrentam seus dilemas cotidianos; bem como, seu envolvimento no planejamento estratégico do assentamento. Assim, este plano deve objetivar ao manejo sustentável e adequado, por parte dos assentados, visando ao aproveitamento consciente dos recursos naturais disponíveis, bem como a recuperação daquelas áreas degradadas, de modo a cumprir com as exigências mínimas constantes na legislação ambiental. Para isso é fundamental desenvolver um bem estruturado processo pedagógico visando a mudança de comportamentos inadequados e a incorporação da dimensão ambiental em todos os exercícios de planejamento e gestão da unidade produtiva, do assentamento e do território. Potencialidades O assentamento através do tempo manteve o limitado espaço de área de preservação permanente, bem como a arborização existente em pequenos matos, mas beiras de estradas e nascentes de águas e pequenos açudes. Muitas famílias destinaram parte de suas terras para plantio de arvores tanto nativa quanto frutíferas. Existindo hoje no assentamento uma grande diversidade de formas de vidas naturais encontradas no meio. Outro fator importante é que além do açude grande destinado há irrigação existe outros diversos açudes de pequenos porte, que são fonte de diversidade e conservação. Limitações Como á área é pequena as famílias ainda encontram dificuldades em preservar alguns espaços importantes e que são utilizados para agricultura e pecuária, como banhados e aos arredores dos açudes. Existe o desenvolvimento de duas atividades que exigem um alto grau de concentração de agrotóxicos, que são a cultura do arroz e do fumo. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 80

81 No assentamento ainda não existi uma coleta de lixo publica, para dar os devidos fins aos lixos que são inorgânicos e que as famílias não conseguem reaproveitar. Condicionantes Existe uma situação diferente as pessoas tem a preocupação com a preservação dos recursos naturais, principalmente perto da casa, mas desenvolvem a atividades de alto impacto forte ao meio ambiente nas atividades produtivas de arroz e fumo. O assentamento por possuir lotes pequenos, e por no seu inicio não disponibilizar de grande área de preservação permanente, não conseguiu avançar o necessário nessa esfera ambiental para conseguir esta mais perto das leis vigentes que tratam do assunto Desenvolvimento organizacional e gestão do plano Na compreensão do Movimento o desenvolvimento rural seria a garantia de progresso econômico e social para todos os que vivem no campo, de uma forma sustentável equânime, justa e respeitosa aos recursos naturais. De maneira a garantir melhorias permanentes das condições de vida, para todos, e não só para alguns, nos aspectos materiais (alimentação, moradia, transporte, etc), culturais e espirituais. Nesse sentido, pretende-se que a organização social dentro do assentamento fortaleça e gere processos de participação, diálogo e convergência de interesses, que promova uma distribuição equitativa de benefícios com prioridade aos interesses familiares e comunitários, e que estabeleça vínculos com os diferentes níveis de planificação local, regional e nacional. Um critério orientador é a dinâmica dos processos educativos inspirados na metodologia da práxis e na pedagogia de Paulo Freire. Horacio Martins de Carvalho ressalta no Método de Validação Progressiva, que os planos devem ser elaborados visando não apenas a construção participativa de documentos com diretrizes e princípios, mas, antes de tudo, que esses produtos sejam assumidos como compromissos políticos e éticos das pessoas/famílias perante os Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 81

82 coletivos sociais onde se inserem, e destes coletivos sociais com as opções particulares das famílias que o constituem. Portanto, que se tornem produtos do processo da legitimação continuada e interativa de decisões entre o nível do singular (pessoa e ou família) e o do geral (coletivo social). Sendo a promoção de processos organizativos um fundamento dentro deste plano, é aqui o espaço para orientar essa tarefa. É necessário basear-se no diagnóstico do primeiro relatório para apontar as debilidades organizativas e traçar as diretrizes gerais e os princípios que irão fundamentar as estruturas organizativas criadas para desenvolver a gestão dos planos. Potencialidades Nas reuniões feitas ao longo do ano de 2009, muitas famílias traziam sempre presente a organização que conseguiram ter no inicio do assentamento e que aos poucos foram perdendo, sendo que hoje o assentamento possui apenas uma família que representa o assentamento nas reuniões do conselho regional de ATES e nas reuniões do MST. Portanto, as famílias sabem que as coisas podem funcionar mais organizadamente, e se buscar objetivos comum no coletivo. Muitos sempre nas visitas dizem que poderia ser construído uma organização diferente para o assentamento, desde que houve pequenas mudanças nas famílias, ou na forma de algumas agir dentro do assentamento. Limitações O assentamento já possui um assentado com o curso técnico agrícola, possui um dirigente que segunda as famílias era quem conseguiu puxar e organizar o assentamento por um longo período, mas ambos não moram mais no assentamento. Segundo que as famílias deixaram o assentamento por se envolverem em brigas e indiretamente em casos de morte ocorrido no PA. Havendo um medo muito grande das famílias se envolverem e puxarem certas coisas no assentamento, pois não concordância nunca entre as famílias assentadas e muitas famílias, colocaram que se Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 82

83 sentem ameaçadas e muitas vezes com medo até mesmo de participar das reuniões e saírem delas marcados, com inimizades. Muito confuso a redação Condicionantes O assentamento hoje possui parte das famílias que moram no assentamento e outras que possuem suas casas, mais devidos a diversos fatores optam em não morar no assentamento, vindo trabalhar nele no período da lavoura de arroz. E onde moram? No assentamento muitas famílias já se envolveram em brigas internas, inclusive já houveram varias mortes dentro do assentamento, sendo que algumas famílias sempre gostam de dizer, eu gosto é de cuidar das minhas atividades na lavoura, venho nas atividades de vocês, por consideração, mas não por acreditar mais no assentamento. Mesmo havendo atividades da ATES que busca trabalhar o lado social do assentamento, encontra um limite muito forte, em incentivar atividades coletivas, mas sendo bem recebido nas visitas individuais, ficando claro que as famílias são de origem da agricultura, e que buscam viver e fazer suas atividades com sua própria família e desenvolver atividades externas do assentamento. Sendo que a coordenação e execução das atividades do PRA do assentamento vai depender muito da ATES ficar buscando motivar algumas pessoas do assentamento para puxar o processo Assistência técnica do acompanhamento à implantação do plano O acompanhamento à implementação dos planos por parte das famílias e da equipe técnica é fundamental para o futuro do assentamento. Portanto, cada núcleo, juntamente com a direção da área, deve planejar as atividades a serem empregadas no assentamento para que o plano seja concretizado e monitorado. Um dos princípios orientadores do presente plano é a reconhecida postura pedagógica no duplo sentido, que a Assistência Técnica deve manter. Postura de desprendimento em sempre querer ensinar, repassar seus conhecimentos técnicos aos Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 83

84 trabalhadores. E ao mesmo tempo de humildade em respeitar o saber popular e as experiências de vida dos trabalhadores. Outro princípio orientador neste plano é reforçar a organicidade interna dos assentamentos: coordenação do assentamento, núcleos de base e outros grupos de interesse, como jovens e mulheres e, contemplando também a escola; como forma de garantir o acompanhamento dos planos em curso. Desenhar mecanismos de retroalimentação que garantam a apropriação dos resultados das análises e avaliações prévias do andamento dos planos, pelas famílias assentadas. Potencialidades A prestadora de serviços de ATES, COPTEC possui uma grande experiência na produção de alimentos orgânicos. Conseguindo fazer algumas discussões importantes da necessidade do assentamento se estimular a desenvolver experiências alternativas a das atividades convencionais. Limitações Algumas famílias não estarem com disposição há participar de processos novos, estão acomodados na vivencia do dia a dia. Condicionantes Hoje muitas famílias não têm motivações de participar de processos cooperados e de planejamento. As pessoas participação das reuniões mas não se consegue fazer encaminhamentos produtivos. Ficando muitos assuntos num vazio muito grande, ficando a assistência técnica de mãos amaradas. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 84

85 8. PROGRAMAS 8.1. Programas regionais Programa organizativo dos assentamentos da região Apresentação O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do Brasil MST só foi possível ser constituído e mantido até o momento atual pela sua capacidade de organização, que construiu e vem mantendo. Nesse sentido a Região Enio Gutierrez (onde os Núcleos Operacionais de Nova Santa Rita e Eldorado do Sul fazem parte), possui uma organicidade que busca tratar e resolver os problemas dos assentamentos, bem como construir alternativas de produção, geração de renda, educação, saúde, meio ambiente, etc. A organicidade na região teve início com a chegada dos primeiros assentamentos na mesma, com os assentamentos Itapuí, São Pedro e Padre Josimo, dando inicio a organicidade que aos poucos foi aumentando com os novos assentamentos que chegaram à região, sendo O Núcleo Operacional de Eldorado do Sul é composto por 15 assentamentos. Figura 7: Organograma da Região Enio Gutierrez. Direção regional Grupo gestor do arroz, hortas e plantas medicinais. Grupo gestor executivo Grupo de apoio orgânico. ADM Núcleos e grupos de base Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 85

86 Os assentamentos possuem sua organização buscando o envolvimento de todas as famílias no processo de construção do desenvolvimento dos assentamentos. Tendo várias instâncias de discussão e encaminhamentos e decisão, partindo dos núcleos/grupos de bases, Direção regional, e participação na direção estadual. Sendo os encaminhamentos e construção das alternativas para os assentamentos desenvolvidos e construídos na Direção Regional, como fomentar a construção e organização das atividades de produção, como algumas que já estão organizadas (arroz, leite e hortas), e outras que ainda precisam se constituir e se organizar como, atividade de piscicultura, apicultura, agroindústrias, e produção de alimentos. É importante salientar que é a direção dos assentamentos que constrói as estratégias para o desenvolvimento dos assentamentos, gerando encaminhamentos, onde muitas vezes uma pessoa vai cuidar de um assunto que diz respeito a todos os assentados da região de Porto Alegre, para conseguir assim manter o desenvolvimento das atividades produtivas, organizativas e administrativas. Objetivos - Manter organizados e em funcionamento os grupos de bases ou núcleos de bases (são formados em média por 10 famílias), sendo os vetores das discussões dos assentamentos. - Nos assentamentos maiores manter atuante as coordenações do assentamento (que é composta por representação de todos os núcleos do assentamento). - Manter atuante a direção regional, que possui um representante para cada 25 famílias dos assentamentos. Sendo a responsável pelas decisões a serem tomadas, como por exemplo, a criação do Grupo Gestor do Arroz Ecológico, criação do Grupo do Leite e criação do Grupo das Hortas e plantas medicinais. Bem como grupos de apoio. - Ter participação ativa na direção estadual dos assentamentos, com dois representantes, para poder participar das discussões, discutir e criar alternativas para as dificuldades de todos os assentamentos do Estado do Rio Grande do Sul. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 86

87 - Manter os assentamentos de forma produtiva, com divulgação do MST e embelezamento dos assentamentos. Tendo em funcionamento as atividades produtivas e sociais. Metas/ações - Reuniões nos núcleos de base 6 vezes por ano, ou por eventuais demandas extraordinárias. - Reunião da direção regional 3 vezes por ano. - Reunião da direção das micro-regionais 3 vezes por ano (sendo as micros de Nova Santa Rita e Eldorado do Sul). - Grupos Gestores produtivos (sendo arroz, leite, hortas e plantas medicianais) tendo 5 reuniões por ano. - 1 Seminário de agroecologia; - Grupo Gestor Executivo (formado por os dirigentes que tocam as atividades da região, mais os dois coordenadores de cada grupo gestor de produção, mais coordenação da equipe técnica, grupo de apoio ADM, mais grupo de apoio da Certificação) reunindo 4 vezes por ano. Justificativa Faz-se necessário manter um sistema de organização para poder desenvolver as atividades da melhor forma possível, buscando eficiência produtiva, desenvolver processos que dêem autonomia nos sistemas produtivos, sociais e culturais para as famílias assentadas. Ter cooperação para poder buscar canais de comercialização. Ter mais força para reivindicar seus direitos básicos, como estradas, luz, água e centros comunitários, etc. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 87

88 Metodologia A metodologia a ser desenvolvida para o cumprimento do programa está baseada na participação de todas as famílias interessadas a discutir sua realidade no assentamento, realidade dos demais assentamentos da região, buscando criar alternativas construtivas a serem desenvolvidas dentro dos assentamentos. Onde cada grupo de base, escolherá o seu representante para participar do processo de discussão e planejamento da regional, onde estes terão seus agentes/representantes para fazer a relação com os órgãos públicos. Responsáveis As pessoas para o acompanhamento e que terão a responsabilidade de contribuir para a execução do programa será o grupo gestor executivo regional Programa de educação da região Enio Gutierrez Introdução O papel da equipe técnica nas Escolas dos assentamentos da região de Porto Alegre é de fortalecer a concepção de Educação do Campo, atuando com os educandos, educadores e comunidade, trabalhando a vinculação da educação com a terra, com a produção da existência. Objetivos - Educar para a transformação do meio, comprometimento da educação com a vida dos sujeitos envolvidos. - Vincular escola e comunidade dos educandos e educandas. - Educar para cooperação e preservação do meio ambiente. (a importância da água, o desmatamento) Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 88

89 - Compreender a agroecologia como concepção de vida. - Apropriar-se da proposta da Educação do Campo. Metas/ações - Trabalhar com crianças e jovens a educação ambiental e formas de produção. - Discutir organicidade. - Estudar temas como: campesinato, Reforma Agrária e modelo de Agricultura. - Construir a auto-organização dos educandos, incentivando o embelezamento da comunidade. - Pesquisar recursos hídricos, realizando parceria com universidades com análise sobre tipos água, tipos de solos. - Proporcionar, através das bibliotecas das escolas, a interação com a comunidade e incentivo leitura. Justificativa O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra vem ao longo desses 25 anos discutindo e concretizando práticas de educação desde os primeiros assentamentos na região de Porto Alegre. As 84 famílias do Assentamento São Pedro vieram da Fazenda Anoni em 12 de fevereiro de 1986 sobraram 700 ha que comportou mais 24 famílias que aqui chegaram no dia 24 de Agosto de 1987, sendo que as mesmas formaram outra comunidade No mesmo assentamento. O assentamento ficou distribuído formando São Pedro I, II e III. Devido à proposta do MST de termos escolas nos assentamentos da Reforma Agrária pelo direito das crianças em ter acesso a educação em suas comunidades adaptadas na realidade. A comunidade são Pedro I conquistou a Escola Roseli Nunes através de lutas e envolvimento das famílias a qual hoje oferece 1 Ensino fundamental, ensino médio incompleto e EJA de 1 grau completo. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 89

90 A comunidade São Pedro II Conquistou a Escola Estadual Sepé Tiaraju que oferece as séries iniciais do Ensino Fundamental. A comunidade São Pedro III conquistou no ano de 1987 uma escola municipal de ensino fundamental nas séries iniciais funcionou até o ano de 2009 quando foi fechada pelos órgãos responsáveis. Aqui citamos estas três primeiras experiências de escolas de assentamentos na região de Porto Alegre cujo trazem consigo objetivos da educação do campo esta que propõe a ligação dos conhecimentos escolares a serviço da transformação da vida dos sujeitos que vivem no campo. Metodologia A Equipe técnica acompanhará as Escolas de áreas de assentamentos mensalmente onde a atuação desta será feita de forma a implementar os objetivos acima citados, deve levar em conta os projetos que as escolas desenvolvem no decorrer do ano, buscando colaborar com a formação dos educandos e educadores. Durante encontros mensais com os educandos buscando desenvolver oficinas práticas com o cultivo de produção orgânica, impulsionando práticas de organização dos educandos para com a horta e embelezamento da Escola. Impulsionar o uso da biblioteca incentivando os educandos a leitura e produção lúdica como o teatro e contação de histórias. Nos componentes curriculares contribuir nas disciplinas com o estudo sobre temas como campesinato, modelo de agricultura e Reforma Agrária. Participar do Encontro do Estado proposto pelo MST juntamente com os professores buscando aprofundar e praticar a proposta da Educação do Campo. Participar das reuniões pedagógicas de planejamento das Escolas. Construir junto as Escolas através de gincanas o embelezamento da comunidade (Aprender brincando), de forma a realizar conscientização na comunidade e construir uma melhor relação e interação entre escola e meio social dos estudantes. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 90

91 Programa de saúde da regional Enio Gutierrez Justificativa Em primeiro lugar é importante lembrar conforme mencionado no diagnóstico, que ao se falar em saúde nos assentamentos devem-se levar em conta os seus condicionantes como a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, a higiene, e os aspectos do entorno relacionado à comunidade e a natureza. Considera-se a saúde em sua dimensão mais ampla, que não diz respeito somente a hospitais e postos de saúde. Para além de ações de promoção e prevenção da saúde este programa busca potencializar e contribuir com a renda, a qualidade de vida, a participação e a integração entre as famílias assentadas da região. Para este trabalho de saúde as plantas medicinais se tornaram uma ferramenta fundamental, pois as plantas são utilizadas há séculos pelos povos e geram muito interesse, onde as receitas e conhecimentos são passadas de geração a geração, fazendo parte da herança cultural e resistência das famílias camponesas. Muitas dessas plantas medicinais são também utilizadas como alimentos, e, assim, quando falamos de plantas medicinais estamos falando de saúde, alimento, economia, meio ambiente, cultura, organização e participação social. Além destes, e outros aspectos, hoje as plantas medicinais se tornaram uma política pública do SUS Sistema Único de Saúde, pois o governo federal brasileiro aprovou a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, por meio do Decreto Presidencial Nº , de 22 de junho de Nesta perspectiva, a população da cidade e do campo pode ser atendida com remédios naturais e outras práticas complementares de saúde. Mas é preciso atenção, pois os camponeses/as não devem abdicar de suas farmácias verdes, e sua própria produção e organização. Com isto posto destaca-se a participação efetiva das mulheres, uma vez que, sem dúvida, são as camponesas as principais responsáveis pela renda gerada com a produção do entorno da casa, seja com as plantas medicinais, seja com a criação de animais de pequeno porte, hortas, agroindústrias, produção de leite e seus derivados, Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 91

92 garantindo a alimentação saudável e diversificada para o auto-sustento, e para a comercialização do excedente, fortalecendo a agricultura camponesa, e combatendo o agronegócio na ação prática. Com destaque especial às questões que envolvem a soberania alimentar, tão importante em nossos dias. A estratégia econômica do lote familiar deve passar, necessariamente, pela diversificação da produção, pela agroecologia, pela renda mensal, pelas sementes, e as mulheres, de modo geral, têm clara esta concepção. O trabalho com a saúde na regional de Porto Alegre já tem uma trajetória percorrida, com várias ações desenvolvidas nos assentamentos, e a consolidação de um coletivo regional de saúde em Nova Santa Rita. No diagnóstico foram levantadas as dificuldades das famílias no acesso a saúde, especialmente políticas públicas voltadas para a promoção e a prevenção. Hoje o atendimento nos postos é feito através de fichas, e nem sempre são disponibilizadas para o mesmo dia, além da falta de atendimento especializado, e a demora para conseguir vaga em outros municípios. Contribuindo para amenizar as dificuldades descritas acima, e buscando potencializar o que já está em processo na região é que se coloca o Programa Regional de Saúde. Objetivos Para este programa foram levantados objetivos concretos, a partir da realidade da região e da organização. 1 - Estimular o uso e a produção de plantas medicinais no cotidiano das famílias camponesas, buscando proporcionar a melhoria da qualidade de vida. 2 - Buscar alternativas de resistência e renda na terra, de forma que estimule a participação, especialmente das mulheres, em todos os espaços da produção e da organização. 3 - Organizar cursos e seminários de formação política e técnica. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 92

93 Metas Com a intenção de facilitar o acompanhamento e controle das ações, o Programa indicou Metas relativas à produção, comercialização, capacitação e organização, sendo elas: - Realizar no mínimo nove (9) oficinas ao ano, sendo uma (1) em cada assentamento, de acordo com os temas sugeridos pelos núcleos de base, seja para produção de remédios caseiros, materiais de limpeza, de higiene, de secagem, de manejo, uso das plantas, artesanato, beneficiamento de alimentos, etc.; - Buscar envolver 40% de participação das famílias nas oficinas em cada assentamento entre os dois anos; - Organizar um (1) encontro bimensal do coletivo regional ampliado de saúde, totalizando doze (12) encontros entre 2010 e 2011; - Organizar cartilha com receitas de alimentos produzidos nos assentamentos; - Comercializar a produção coletiva (cremes, xampus, pomadas, aromatizadores, plantas secas, etc.) em todos os encontros, reuniões e seminários organizados na região e no estado, garantindo a participação de representantes do coletivo de saúde regional; - Participar do processo de formação proposto pelo Programa das Hortas e Plantas Medicinais regional, garantindo até 2011 a certificação orgânica da produção e do beneficiamento das plantas medicinais. Metodologia Parte-se da compreensão que todo coletivo social é constituído por sujeitos portadores de interesses, vontades, desejos e aspirações, sejam eles pessoas, famílias, grupos sociais ou povos. E que esses interesses, vontades, desejos e aspirações devem tornar-se o objeto privilegiado da construção de propostas metodológicas. Nessa perspectiva, a metodologia de trabalho segue a estrutura organizativa da região e utiliza ferramentas participativas, dinâmicas e místicas em todos os espaços. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 93

94 Cronograma O prazo previsto para execução das metas e ações propostas é para o ano de 2010, dando continuidade em Tabela 30: Plano de execução das metas, ações e propostas do programa da saúde regional. Ações/metas de 2010 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV Dez Oficina nos assentamentos X X X X X X X X X X X X Encontro, bimestral do coletivo de saúde. X X X X X X Encontros/dias de campo do coletivo da saúde X X X X X X regional Visitas técnicas aos hortos X X X X X X Acompanhamento ao horto da regional X X X X X X X X X X X X Reuniões, dias de campo e oficinas nos PAS X X X X Beneficiamento para comercialização X X X X X X X X X X X X Seminários de Estudo entre coletivo de saúde e equipe técnica X X X X Responsáveis pelo acompanhamento e controle do programa O acompanhamento das ações propostas deverá ocorrer através de debates e informes nas reuniões da direção regional, e o controle sistemático e organizado através do grupo gestor executivo (técnicos, dirigentes regionais e estaduais, representantes das hortas e plantas medicinais, arroz ecológico, leite, saúde, Cootap) Programa das hortas e plantas medicinais A COCEARGS - Cooperativa Central dos Assentados do Rio Grande Do Sul Ltda. congrega 08 cooperativas regionais, 02 associações regionais, 09 cooperativas de produção agropecuária, 15 associações e famílias em lotes nos Assentamentos da Reforma Agrária, em 21 Regiões do Estado do Rio Grande do Sul. Juntamente com COCEARGS, o Setor de Produção Cooperação e Meio Ambiente e Assistência Técnica Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 94

95 da COPTEC, têm como um dos princípios básicos a produção de ALIMENTOS AGROECOLÓGICOS nos assentamentos, através da organização das famílias assentadas, com independência e soberania como protagonistas deste processo. A primeira experiência com produção de base ecológica, desenvolvida pelas famílias, foi com hortaliças, em pequenas unidades de áreas, comercializando nos mercados locais, entrega direta ao consumidor e em feiras. A partir desta experiência concreta, as famílias iniciaram outras atividades agrícolas com base ecológica como o arroz pré-germinado ecológico. A produção de hortaliças orgânicas nos Assentamentos de Reforma Agrária na Região da Grande Porto Alegre-RS, iniciou com experiência em pequenas áreas, no ano de 1995, basicamente nos Assentamentos da Capela e Itapui (Nova Santa Rita RS), e Integração Gaúcha em Eldorado do Sul. As experiências práticas desenvolvidas pelas três unidades, na produção de hortaliças orgânicas, levaram ao interesse de mais famílias do próprio assentamento e de outros, a produzirem ecologicamente. No ano de 2000 foi conquistado um premio de responsabilidade social através da Fundação Banco do Brasil. Também neste ano foram conquistados espaços de feiras na Região metropolitana de Porto Alegre, as quais seguem até hoje. A COCEARGS, Setor de Produção, Assistência Técnica, juntamente com o grupo das Hortas e Hortos medicinais, tem a responsabilidade de sistematizar e/ou documentar todas as experiências agroecológicas e, através de intercâmbios de troca de experiências, seminários e dias de campo, entre as famílias assentadas da região e de outras regiões, fortalecendo a produção de alimentos agroecológicos, com a independência dos agricultores e apropriação das técnicas de manejo da atividade, com menor impacto a natureza. Objetivos Proporcionar alternativas de renda e trabalho para famílias, aproveitar as oportunidades de mercado devido a proximidade do mercado consumidor, usar adequadamente o solo com maior aproveitamento e renda por área, fornecer ao Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 95

96 mercado consumidor produtos agroecológicos, de alto valor biológico, proporcionar as famílias uma alimentação mais saudável com o consumo de hortaliças, criando hábitos de alimentação mais saudável. Justificativa As unidades e o sistema de produção apresentam as características a seguir descritas, conforme normas estabelecidas pela certificação de produtos orgânicos, e princípios da produção agroecológica. Estrutura e tamanho das unidades: As famílias Assentadas da Reforma Agrária, tratando-se principalmente das que produzem hortaliças de base ecológica, buscam desenvolver suas atividades de subsistências e geradora de renda nas diferentes estruturas organizativas de produção, como: Associação, associação do grupo do Erval, no assentamento Itapuí com 5 famílias, cultivando uma área de 5 há de hortaliças. Associação 15 de Abril de Charqueadas com produção no Assentamento Trinta de Maio e venda dos produtos na cidade de Charqueadas mesmo, os produtores de Assentamento integração gaúcha de Eldorado Sul cultivam várias espécies de hortaliças para venda em feiras na Grande Porto Alegre em vários pontos em feiras Livres direto ao consumidor Fonte de água: De um modo geral a água é captada de açudes e vertentes. Culturas e métodos de produção: Subsistência em sistema de produção de base ecológica, horta ecológica, apicultura, etc. e arroz agroecológico. Basicamente os eixos centrais de produção, geradora de renda e de manutenção familiar na Região de Porto Alegre - RS estão o arroz irrigado, a bovinocultura de leite e as hortaliças, frutas e plantas medicinais. As demais culturas e criações são caracterizadas basicamente de abastecimento da família. Sistema de cultivo de hortaliças e plantas medicinais e manejo do solo. O preparo do solo é feito de forma mecanizada ou com tração animal. Requer do agricultor um diálogo com a natureza, entender o ambiente em que está sendo realizadas as práticas de preparo. O tipo de preparo do solo e os implementos Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 96

97 utilizados dependem diretamente das condições climáticas (chuva, temperatura, umidade do solo, etc.), bem como a biomassa. Preparo do solo: na maioria das unidades é realizado uma aração e/ou gradagem com o uso de enxada rotativa e sulcador para levantar os canteiros, nas pequena unidades de plantas medicinais o preparo é feito manualmente com o uso de enxada, rastelo. As famílias costumam incorporar os restos culturais, plantas espontâneas e adubação verde na construção dos canteiros. O manejo de plantas espontâneas: as plantas espontâneas desenvolvem-se durante todo o cultivo, e se renovam muitas vezes neste período, criando uma excelente biodiversidade botânica, assim como, habitat para a fauna do ambiente. Assim para controlar estas plantas são feitas capinas manuais, uso de cobertura morta e mulching. Controle de erosão: planejamento dos canteiros conforme a declividade do terreno, o uso de cobertura morta e adubação verde, reduzirem a declividade dos drenos e fazer quebra-ventos no contorno das áreas Adubação foliar: biofertilizante enriquecido com pó de rocha. É um adubo orgânico líquido proveniente da decomposição aeróbica, pelo processo fermentativo em meio líquido, com auxilio de microorganismos. Dessa fermentação resulta o biofertilizante que é usado como adubo foliar, sendo absorvido pelas plantas principalmente pelas folhas através de pulverizações. É considerado um fito protetor natural das plantas e estimulador do crescimento e desenvolvimento vegetativo, bem como estimula a florada. È um complemento orgânico do solo, fornecendo micro e macro nutrientes que são minerais essências ao metabolismo das plantas, devendo ser usado em pequenas doses, para melhor absorção. Como é um complemento na nutrição vegetal, os resultados satisfatórios só são obtidos, se ferem desenvolvidos em conjunto com outras ações de manutenção e incremento na fertilidade do sistema agroecológico. É um produto que promove a independência do agricultor, pois o mesmo é feito com produtos da propriedade no momento que o agricultor desejar. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 97

98 Comercialização A comercialização conforme já relatada é realizada em feiras municipais da Grande Porto Alegre, sendo que os produtores fazem a venda de vários produtos sendo que quem vai a feira vender leva vários produtos sendo estes de mais de um agricultor, isso facilita a logística de entrega porque o mesmo agricultor pode ter produtos em mais de um ponto na mesma hora, outro fato a destacar é que eles trabalham em feiras ecológicas, sendo o consumidor muito exigente e também conhecedor do processo de produção. Essa interação que existe entre produtor e consumidor melhora o processo de comercialização, Metodologia A partir dos grupos de produção constituídos, esses estabelecem as espécies a serem trabalhadas, e o planejamento da produção individual, os grupos se reúnem periodicamente e a cada dois meses em reunião geral do grupo gestor que trata das questões envolvendo a tecnologia de produção, mercado, certificação e Assistência técnica Programa do leite da região Enio Gutierrez Em razão da necessidade da família camponesa ter uma renda mensal e uma alimentação Saudável é impossível pensar a agricultura familiar sem produção leiteira. É graças a esta atividade que estas famílias alem da geração de renda conseguem produzir para o Autoconsumo, fazer integração lavoura pecuária e obter ainda poupança viva. Dentre a realidade da região metropolitana onde a produção leiteira está com grandes perspectivas devido a implantação da rota do leite, construção da agroindústria e venda direta para as prefeituras, no programa da merenda escolar, além de outros mercados; foi construído junto com as demandas das famílias assentadas e a assistência técnica a discussão de que algumas ações são essenciais Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 98

99 para aumentar a produção de leite na região, dentre elas temos como principais metas a serem realizadas: - Produção de leite a base de pasto utilizando o sistema de Pastoreio Racional Voisin - Este sistema é incentivado tanto nas visitas técnicas como nas reuniões com os agricultores onde é discutido os programas de recuperação dos assentamentos e os programas de desenvolvimento dos Assentamentos, pois leva a auto-sustentabilidade da família alem de garantir um alimento ecológico e a possibilidade de no futuro se chegar ao leite orgânico. Junto à nutrição animal também é de grande importância a suplementação mineral, em razão de que nossos solos não conseguem suprir todas as necessidades dos animais e devido a isso temos vários problemas na saúde do rebanho leiteiro. Então com o objetivo de sanar estes problemas, além da orientação sobre o uso do suplemento mineral durante o acompanhamento ao lote dos produtores de leite tem-se realizado oficinas de fabricação caseira do suplemento mineral como forma de integração dos grupos de produtores de leite, também uma forma de transmitir o conhecimento para que no futuro os mesmos possam se organizar e fazer seu mineral. Esta oficina tem alcançado bons resultados tanto nos aspectos nutricionais como no custo final do suplemento mineral que fica em torno de 50% do custo do produto com as mesmas características compradas no mercado. Nesse aspecto a discussão se deu na aquisição de animais com aptidão leiteira Principalmente das raças Holandesas, Jersey e também de raças mistas. Estas em razão de serem mais rústicas, além da importância sanitária, por isso o incentivo para a aquisição de animais testado para as principais doenças do rebanho bovino e adaptado ao clima e as condições do campo da nossa região, já que a maioria das áreas de assentamento são baixas e alagadas em períodos do ano. - Criação de Terneiras um desafio para as famílias camponesas é criarem as suas terneiras e assim garantirem novilhas e vacas de boa qualidade para a produção de leite, também como uma fonte de renda com a venda do excedente de novilhas criadas contribuindo na renda. Esta já é a realidade de alguns assentados da região. Para melhorar o trabalho de criação e aproveitar melhor o excesso de colostro das vacas recém paridas algumas famílias estão aderindo ao uso de silagem de Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 99

100 colostro, um produto que possibilita a criação da Terneira com um baixo custo e excelente aspecto nutricional. Esta é uma forma de também economizar no uso de leite de qualidade que seria destinado a alimentação da Terneira e que poderá ser comercializado gerando maior renda para a família. - Sanidade animal - quando se pensa na produção leiteira e na qualidade deste produto é necessário entender a importância da sanidade dos animais que vão produzir a matéria prima e o custo para manter estes animais sadios. Por isso quando este assunto é debatido com as famílias durante a realização do PRA e também em reuniões com produtores é discutimos a importância em investir na prevenção e técnicas alternativas como o uso de fitoterápicos e homeopatia veterinária. Objetivos - Aumentar e melhorar a produção leiteira das famílias camponesas garantindo uma renda mensal e melhores condições econômicas às famílias. - Garantir uma produção de base ecológica com produção de leite a pasto. - Garantir a autonomia do mercado desse produto já que quem assumirá a responsabilidade de comercializá-lo será da cooperativa dos trabalhadores assentados na região de Porto Alegre [COOTAP]. Justificativa A produção de leite nos assentamentos da região de Porto Alegre sempre foi considerada importante para o auto consumo e como fonte de renda mensal para as famílias, porém, nunca foi tratada como prioridade ficando sempre ofuscada pela produção de arroz que tem maior destaque e recebe as maiores fatias de investimento tanto por parte dos assentados como pelos programas de incentivo governamentais via INCRA, porém com o inicio da rota do leite na região metropolitana esse cenário tende a mudar isto devido às origens da maioria famílias aqui assentadas oriundas do norte Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 100

101 do estado e estas tem como características aptidão para trabalhar com a produção leiteira. Por estarem aqui na região metropolitana estas famílias já sabem identificar problemas que antes aconteceram e vieram a não receber incentivo da produção leiteira da região alta mortalidade de animais comprados, falta de adaptação a áreas baixas, alagadas e o baixo preço pago aos produtores de mato ( plantio de acácia). Juntando todos esses fatores a principal justificativa e que alem da rota do leite e a possibilidade de comercialização do produto e renda mensal, a produção de leite a pasto promove melhoramento e fertilidade do solo, maior produção por hectare, levando ao auto-sustentabilidade das famílias, melhores condições econômicas garantindo uma produção de base ecológica respeitando o bem estar animal, o ambiente e acima de tudo garantindo melhor qualidade de vida para as famílias assentadas. Metodologia As atividades realizadas terão como objetivo aumentar e melhorar a qualidade do leite nos assentamentos da região de Porto Alegre e para se alcançar essa finalidade será dado seqüência nas ações já realizadas como oficinas, cursos, reuniões técnicas e orientações na área da produção leiteira. As reuniões e oficinas serão construídas junto as famílias camponesas e as necessidades encontradas nas visitas técnicas, como Por exemplo, oficinas de sal mineral, tratamentos alternativos para o uso veterinário com fitoterápicos, uso de vacinas na prevenção de doenças e orientação no controle sanitário do rebanho. Todas essas atividades como também a de orientação e controle da qualidade do leite e seus derivados deveram ser debatidos e pautados em toda região tanto pelos técnicos como pelos camponeses que devem ser os principais gerenciadores da sua produção. Dessa forma espera-se que a região cresça na atividade leiteira e que assim essa produção continue na mão da família camponesa reforçando o projeto de reforma agrária e soberania alimentar. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 101

102 Programa do arroz agroecológico da região Enio Gutierrez A luta pela reforma agrária mobiliza um contingente de camponeses no Brasil e no mundo. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) surgiu há 25 anos, hoje presente em 23 estados brasileiros agregando trabalhadores rurais, meeiros, arrendatários, assalariados e pequenos proprietários excluídos do modelo produtivo agrícola atual. A continuidade do MST somente é possível a partir da organização interna do movimento desde o acampamento até os assentamentos. O sistema organizativo desenvolvido no Movimento prioriza a discussão e tomada de decisão a partir do coletivo resultando na formação de grupos, associações e cooperativas. Diante deste contexto, se pretende relatar uma destas experiências. A produção de arroz (Oriza sativa) orgânico nos assentamentos próximos da cidade de Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul (RS) Brasil demanda um grande esforço, no que se refere à apropriação e o entendimento dos princípios e manejos agroecológicos. Os camponeses assentados buscam se capacitar e trocar experiências entre si e com outros agricultores da região, a fim, de se apropriar de um conjunto de tecnologias e técnicas, aplicáveis a sua realidade. Este processo é desempenhado pelo Grupo Gestor do Arroz Ecológico e exige por parte dos assentados e técnicos um esforço de colocar em prática no dia-a-dia a agroecologia. A atividade orizícola pelos assentados próximos a cidade de Porto Alegre teve início em 1995 com áreas de 10 a 20 hectares por camponês organizados em cooperativas. Estes encontraram muitas dificuldades para se adaptarem às áreas baixas (várzeas), por virem de outras regiões do Estado e do país onde desenvolviam agricultura em cultivos de sequeiro. O sistema produtivo adquirido pelos camponeses nos cultivos de milho (Zea maiz), soja (Glicine max), trigo (Triticum aestivum), era o convencional. No cultivo do arroz irrigado não foi diferente. Neste período, os camponeses conquistaram uma linha de crédito para as cooperativas, incorporando tecnologias necessárias ao cultivo do arroz como a compra de colheitadeira, tratores e outros implementos e benfeitorias como silos, pelas cooperativas. No decorrer dos anos, o sistema produtivo desenvolvido Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 102

103 começou a entrar em crise, principalmente econômica. Segundo relatos de camponeses a crise ocorreu pelos altos custos de produção, desencadeados pelo uso de tecnologias altamente dependentes de energia externa a unidade produtiva. O uso de máquinas pesadas, fertilizantes químicos e pesticidas, levou ao endividamento econômico. Além dos altos custos produtivos, as primeiras safras tiveram uma baixa produtividade, devido à falta de estrutura apropriada e de experiência dos camponeses na atividade orizícola. Outro fato político-econômico relevante neste período foi o acordo do Estado brasileiro com a Argentina e o Uruguai, que em 1999, resolveu baixar as tarifas aduaneiras de alguns produtos, entre eles o arroz. Esta entrada de produto no país ajudou a baixar os preços, colaborando para o endividamento dos camponeses assentados. A qualidade de vida e a saúde dos camponeses também foram decisivas para a conversão agroecológica. Os inseticidas e fungicidas eram aplicados por aviões agrícolas, sendo os próprios camponeses encarregados de sinalizar na lavoura a rota da aeronave. Com a inalação da deriva destes agroquímicos ocorreram diversos casos de intoxicação gerando inclusive pedidos de afastamento das cooperativas. Os fatores acima descritos associados com a necessidade de se produzir um produto diferenciado, devido à escala produtiva nos assentamentos não poder competir com os monocultivos de arroz, foi determinante para a mudança de concepção das técnicas e tecnologias desenvolvidas pelos camponeses. A primeira experiência com produção de base ecológica, desenvolvida pelas famílias, foi com hortaliças, em pequenas unidades de áreas, comercializando nos mercados locais, entrega direta ao consumidor e em feiras. A partir desta experiência concreta, as famílias iniciaram a experiência com arroz pré-germinado ecológico. A produção de Arroz Ecológico nos Assentamentos de Reforma Agrária na Região da Grande Porto Alegre-RS, iniciou com experiência em pequenas áreas (3 a 4 há ), no ano de 1999, basicamente no Assentamento da Capela (Capela RS), com a Cooperativa COOPAN e no Assentamento Lagoa do Junco (Tapes RS) com a Cooperativa COPAT. As experiências práticas desenvolvidas pelas duas unidades, pioneiras, na produção de arroz ecológico, levaram ao interesse de mais famílias do próprio Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 103

104 assentamento e de outros, a produzirem arroz ecologicamente. A partir daí, iniciou as trocas de experiências entre as famílias que vinham produzindo arroz ecológico e as que estavam iniciando ou que tinham interesse na atividade. No ano de 2002 foi organizado um dia de campo entre as famílias que vinham produzindo arroz de base ecológica no Assentamento Lagoa do Junco em Tapes RS, para troca de experiência e estudos em Arroz pré-germinado Ecológico e Rizipiscicultura. A partir deste ano, consolidou-se o Grupo do Arroz Ecológico, como é mais conhecido, que é composto de famílias assentadas que trabalham de forma Cooperativa (CPAs), Associações de agricultores, grupo de agricultores e de forma familiar no lote. Neste encontro ficou definido pelas famílias a organização de dois dia de campo e um seminário por ano para trocas de experiências, estudos de todo o processos produtivos do arroz pré-germinado ecológico, da produção, secagem/armazenagem, beneficiamento/processamento, formas de comercialização. Na safra 2002/2003, iniciou o processo de certificação das unidades de produção, a partir da possibilidade de transações de arroz ecológico. A COCEARGS, Setor de Produção, Assistência Técnica, juntamente com o grupo do arroz agroecológico, tem a responsabilidade de sistematizar e/ou documentar todas as experiências agroecológicos e, através de intercâmbios de troca de experiências, seminários e dias de campo, entre as famílias assentadas da região e de outras regiões, fortalecendo a produção de alimentos agroecológica, com a independência dos agricultores e apropriação das técnicas de manejo da atividade, com menor impacto a natureza, se constituindo nisso uma cooperação de conhecimento, a fim de resolver os problemas demandados. Cabe ressaltar que a partir das experiências organizacionais do Grupo gerou-se uma demanda de planejamento estratégico das unidades e por conseqüência do Grupo Gestor do Arroz Ecológico o que solidificou ainda mais a unidade e constituição organizacional da atividade. A partir da safra , a COCEARGS assume a responsabilidade da certificação e torna-se a mandatária do processo de certificação em todas as unidades do grupo. Esse processo permite ao grupo do arroz ecológico apropriar-se de toda a parte administrativa da certificação e ter o domínio do destino do arroz produzido, secado, armazenado e beneficiado nas unidades. Além de todos os avanços em Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 104

105 autonomia do Grupo acima citados, também no campo da formação em produção ecológica foi obtido interessantes avanços. O resultado disso se observa na realização do IV Seminário do Arroz Ecológico contando com a participação de mais de 50 agricultores e técnicos. As atividades e discussões nesta plenária foram muito produtivas demandando a necessidade de fortalecimento de iniciativas de formação e troca de experiências gerando no na safra a realização de dia de campo na COOPAN em Nova Santa Rita e a seqüência de formação com o V Seminário do Arroz Ecológico da Grande Região de Porto Alegre. Durante a entressafra de 2008, o grupo do arroz ecológico, junto com as regionais, organiza o primeiro seminário em agroecologia e junta produtores agroecológicos de arroz, de hortaliças, de plantas medicinais, de frutas e de leite no centro de formação de Viamão para debater a questão da produção de base agroecológica, a formação dos diferentes grupos gestores, a capacitação e a comercialização. Após elaboração de um documento completo descrevendo o funcionamento da certificação em grupo, o sistema de controle interno (SIC) do processo de certificação da COCEARGS foi por primeira vez implementada e usada no início da safra de arroz. Mais de 100 unidades de produção de arroz ecológico foram inspecionadas e avaliadas pelos inspetores internos, agricultores do grupo capacitados para isso. Para a safra , o grupo do arroz ecológico se compõe de 180 famílias equivalentes a mais ou menos 900 pessoas, organizadas em 76 unidades de produção, numa área total de 2844 hectares de terra dos quais 1254 hectares representam a produção de arroz ecológico certificados. A estimativa de produção de arroz ecológico certificado ou em processo de certificação eleva-se a sacos de 50 kg ou 5324 toneladas. Nesta safra 2 engenhos (COOPAN e COOPAT) operam fechando a cadeia produtiva e com capacidade de absorver uma parte da produção regional. Além da projeção de 1 unidade de recepção, secagem e armazenagem de arroz ecológico em Eldorado do Sul. Nestes 10 anos de existência do Grupo do Arroz Ecológico, muitas conquistas foram alcançadas. O grupo atualmente é composto por 211 famílias de assentados, Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 105

106 resultando numa área de hectares de arroz orgânico certificado e em processo de certificação. O projeto abrange 06 municípios, envolvendo 07 assentamentos, sendo eles: Charqueadas (Assentamento 30 de Maio); Eldorado do Sul (Assentamentos Integração Gaúcha e Conquista Nonoaiense); Guaíba (Assentamento 19 de Setembro); Capela (Assentamento Capela); Tapes (Assentamento Lagoa do Junco); Viamão (Assentamento Filhos de Sepé). Deste universo há famílias em diferentes estágios de conversão, podendo comercializar arroz com selo orgânico nos mercados brasileiro, europeu, norte-americano. No decorrer do desenvolvimento deste programa aparecerá maior número de dados relevantes a produção ecológica. Este trabalho é fruto de um esforço coletivo, onde os agentes de todo o processo são os próprios camponeses, que demonstram uma perseverança aos princípios agroecológicos. Todavia, isto só foi possível por que os camponeses tomaram a decisão de lutar por um pedaço de chão, ou seja, buscar seus direitos perante o Estado. As conquistas e as derrotas obtidas durante esta jornada, também passaram por um processo de tomada de decisão, que por vezes não é fácil tomá-las. Mas, sem dúvida serviram de estímulo e aprendizado ao Grupo, que é ciente de que por mais que se faça, sempre tem o que se melhorar, consolidar, almejar e vivenciar. Isso, a fim de compartilhar o conhecimento e a experiência obtida, e possibilitar aos outros camponeses a oportunidade de oferecer alimento saudável aos seus semelhantes. Situação socioeconômica - Caracterização do Programa do Arroz A área de abrangência deste programa, conforme a estrutura organizativa do MST está dividida em três microrregiões: Nova Santa Rita, Eldorado do Sul e Viamão, composta por 23 assentamentos em 14 Municípios, envolvendo um público de famílias de assentados/as pela Reforma Agrária. O primeiro Projeto de Assentamento (PA) a ser instalado na região, em 1987, foi o PA Padre Josimo, composto por 24 famílias. O nome deste PA é uma homenagem ao religioso Padre Josimo, assassinado Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 106

107 em maio de 1986 por defender os trabalhadores e lutar pela Reforma Agrária. Os PAs e os Municípios envolvidos estão na área de abrangência do projeto. As principais atividades de produção dos Assentamentos da Região são desenvolvidas em uma área de aproximadamente hectares, estando caracterizadas: de subsistência e comercialização do excedente, sendo a produção de arroz irrigado, bovinocultura de leite, bovinocultura de corte, suinocultura, avicultura, hortaliças, milho, feijão, etc. e com maior incremento, devido as características topográficas da região e potencialidade de recursos naturais, o arroz pré-germinado agroecológico e convencional em transição. Com a chegada das famílias assentadas, potencializou a produção de alimento com menor impacto ambiental, com tecnologias sustentáveis, com destaque as hortaliças e o arroz pré-germinado agroecológico. As principais fontes de renda direta são arroz irrigado, com expressiva produção orgânica, no sistema pré-germinado em uma área de aproximadamente de 784,9 ha, horticultura e a atividade leiteira, que geram excedente de produção. - Caracterização do público beneficiário envolvido As famílias assentadas têm em sua base cultural a produção para auto-sustento, dependendo pouco do mercado externo, e vendendo o excedente. A relação com a natureza é a própria do camponês, de integração, onde se busca produzir alimentos saudáveis, que levem em consideração a saúde humana e da natureza. As famílias mantêm hábitos de fazer trocas de produtos e serviços entre vizinhos, realizam festas comemorativas, fazem reivindicações conjuntas, valorizam a cooperação e a ajuda mútua, e buscam ter presente um espírito humanitário e solidário na vida em comunidade. A forma básica de organização são os núcleos de base do Movimento Sem Terra, e congregam entre 10 a 25 famílias cada. Nestes núcleos acontecem discussões que tratam as questões política, técnica, social, cultural e econômica, bem como os problemas enfrentados pelos trabalhadores no assentamento, no município e no estado, procurando garantir a participação de toda a família. Outra forma são os grupos de produção, que podem ser informais, associações ou cooperativas legais, como a Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 107

108 COOPAN 12, COOPAC 13, COOPAT 14 e COOTAP 15. Existe uma coordenação por assentamento e uma regional. As coordenações são constituídas por uma mulher e um homem de cada núcleo de base, escolhidas pelas famílias dos assentamentos. As linhas gerais e assuntos de maior importância são tratados em assembléias. O grau de escolaridade entre os assentados da região é diversificado, desde o analfabetismo até o superior; a grande maioria tem escolaridade até a 4ª série do ensino fundamental. Os filhos de assentados estão conseguindo na sua maioria completar o 2º grau, muitos nas escolas do movimento como o Instituto Educar no município do Pontão, e o IEJC/ITERRA em Veranópolis, realizando também cursos profissionalizantes, como Técnicos em Administração de Cooperativas e Técnicas em Agroecologia. A região tem preocupação com a educação; buscando contribuir com a escolarização e formação dos assentados foi realizado um curso de EJA fundamental de segundo segmento, formando 49 pessoas, e já se prepara para executar o EJA ensino médio, para dar seguimento a estes mesmo agricultores que concluíram o fundamental; estas turmas recebem escolarização dentro da pedagogia da alternância, uma proposta do MST para garantir oportunidade de estudo aos camponeses que não podem se deslocar todos os dias até a escola. Os desafios destas famílias são sua produção de forma diversificada combinação de cultivos e criações, produzindo alimentos de qualidade e com excedente. Agregar valor na produção primária de diversas formas, principalmente com agroindústrias. Conseguir aumentar a renda direta mensal das famílias. Criar mecanismos que possam fortalecer o mercado solidário. Dominar a cadeia de produção de alguns produtos para possibilitar aos filhos que continuem trabalhando no campo com uma remuneração justa. Continuar desenvolvendo atividades que busquem um melhor desenvolvimento para a sociedade, como o saneamento ecológico, cultivo de plantas medicinais, continuar produzindo de forma ecológica, avançar no debate da necessidade da produção agroecológica, entre outros. 12 Cooperativa de Produção Agropecuária de Nova Santa Rita. 13 Cooperativa de Produção Agropecuária de Charqueadas. 14 Cooperativa de Produção Agropecuária de Tapes. 15 Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 108

109 - Caracterização da produção agrícola/pecuária: área plantada, produtividade obtida, qualidade da produção, histórico de utilização da área, potencial para crescimento na produção, agroindústrias existentes e tipos de assistência técnica existente, entre outras; A primeira experiência com produção de base ecológica, desenvolvida pelas famílias foi com hortaliças conforme colocado anteriormente, em pequenas unidades de áreas comercializando nos mercados locais, entrega direta ao consumidor e em feiras. A partir desta experiência concreta, as famílias iniciaram a experiência com arroz prégerminado agroecológico. Todos os beneficiários desse projeto têm, após praticamente 10 anos de plantar arroz, acumulado uma sólida experiência na produção de alimentos na várzea, áreas de terra baixa. A pesar da diferencia existente de conhecimento em produção agroecológica de arroz, o fluxo de informação entre os próprios produtores é grande e continuo, assim que o nível de tecnologia vem crescendo ao longo dos anos. - Análise do Mercado: potencial e existente (dimensão e abrangência): O mercado atual já é bastante amplo, pois como as unidades já possuem desde 2003 a certificação orgânica, conseguirem abrir um mercado a nível local, regional, estadual, nacional e internacional. O arroz comercializa-se tanto a granel para os mercados constitucionais (programas do governo) quanto em sacas de 25, 30 e 50 kg e em saquinhos de 1 e 5 kg para vários tipos de mercados, lojas, restaurantes, etc. O volume total comercializado em 2008 superou os sacos de 50kg (quantidade calculada em casca) nas mais diversas formas possíveis. Os produtores que ainda não têm estruturas de secagem e armazenagens têm duas opções; fazem parceria com as unidades do grupo do arroz ecológicas mais estruturadas vendem o arroz em casca para os engenhos da grande região metropolitana de Porto Alegre como orgânico (com certificado) ou como convencional quando o mercado do arroz orgânica em casca satura. As unidades mais estruturadas, que possuem secagem, armazenagem, beneficiamento e empacotamento, trabalham com o mercado de consumo direto e as empresas alimentícias que atuam como atravessadores. O mercado do arroz agroecológico está crescendo anualmente, a procura tanto por parte dos consumidores Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 109

110 quanto das empresas do setor de alimentação está cada dia mais voltada aos alimentos livre de agrotóxicos. As condições necessárias em termos de terra, clima, cultura são no Rio Grande do Sul ótima para a produção de arroz e despertam o interesse tanto dos produtores quanto dos consumidores de arroz. Todavia a produção de arroz agroecológico estadual e nacional é pequena e não consegue abastecer a demanda nacional. Por tanto existe um potencial enorme de comercialização já em nível de Brasil e isso sem contar com uma procura muito grande vindo do exterior. O fato de poder contar com uma estrutura de secagem e armazenagem a mais dentro do grupo gestor dos produtores de arroz agroecológico da Grande região de Porto Alegre permitiriam a esses produtores até agora dependentes de estruturas convencionais por um lado poderem recepcionar a própria safra em casa e abastecer as unidades existentes de beneficiamento do grupo e não terem que vender o arroz agroecológico certificado no mercado convencional por falta de espaço e por outro lado esperarem melhores momentos de comercialização. Forma e canais de comercialização: potencial e existente (venda direta, comércio eletrônico, compra antecipada, venda indireta, contratos de integração, mercados institucionais). As duas unidades do grupo que hoje conseguem fechar a cadeia produtiva do arroz agroecológico são a COOPAN e a COOPAT. Essas duas cooperativas estão em fase final de reforma das estruturas e terão a possibilidade de receber, pesar, secar, armazenar, beneficiar e empacotar arroz agroecológico. Nos dois casos, a capacidade das estruturas, o beneficiamento, é superior a capacidade de produção de arroz agroecológico da lavoura. Essas duas unidades têm capacidade de beneficiar o arroz das outras unidades de produção, mas não tem capacidade de armazená-lo, por tanto é necessário descentralizar e multiplicar as opções de secagem e armazenagem para depois poder ao longo do ano abastecer as unidades de beneficiamento com o arroz das outras unidades de produção de lavoura do grupo gestor do arroz ecológico. Essas duas unidades existentes têm desenvolvido ao longo dos últimos 3 anos vários tipos de mercado: a) Mercado de proximidade; loja da reforma agrária em Porto Alegre, lojas de produtos naturais, restaurantes, lojas de produtos convencionais, feiras no Rio Grande Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 110

111 do Sul. Nesses casos o arroz é comercializado beneficiado a granel ou em pacotes de 1 e 5 kg. b) Atravessadores; atacadistas, mini-supermercado, supermercado da reforma agrária. Nesses casos o arroz é comercializado beneficiado em sacas de 25, 30, 50 kg ou em pacotes de 1 e 5 kg. c) Mercado institucional: programas de compra direta, programa de doação, Fome Zero, Convenio com hospitais, convenio com prefeituras (creches, escolas e universidades). Nesses casos o arroz é comercializado em casca a granel ou beneficiado a granel, em sacas de 25, kg ou em pacotes de 1 e 5 kg. d) Empresas alimentícias; existe uma relação com varias empresas de comercialização de produtos orgânicos e com as quais a COOPAT e a COOPAN trabalham há 5 anos. O arroz ecológico comercializado para essas empresas é certificado orgânico para os mercados brasileiros (Normas de certificação orgânica BRO, IN N 64, do dia 18 de dezembro de 2008), europeus (Normas de certificação orgânica CEE 2092/91) e americanos (Normas de certificação orgânica NOP/USDA). O processo de certificação foi iniciado em 2003 pelo grupo a pedido de uma empresa. As perspectivas e os desafios de comercialização encontram-se na estruturação das unidades a fim de lhes permitir aproveitar dos 100% do grão colhido e não ter que vender como convencional. Os mercados ainda não trabalhados que aparecem ainda como potencial de crescimento são: a) as cooperativas de consumidores, b) as prefeituras da Grande região metropolitana de Porto Alegre, c) todas as empresas nacionais de produtos orgânicas que já solicitaram arroz ecológico (a granel, em sacas ou empacotados), d) o mercado solidário interno (assentamentos e cooperativas da reforma agrária) e) o mercado solidário externo (lojas do comercio justo). f) Uma tendência acentuada pela falta de oferta diante uma procura crescente de alimentos orgânicos é o fechamento de contrato pré-plantio. O grupo gestor do arroz ao momento de planejar as lavouras poderá contar com uma variante adicional que é a Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 111

112 Plano de Recuperação do Assentamento Capão do Leão demanda especifica de produto em qualidade e quantidade por parte de alguns compradores. Isto permitirá determinar as condições de comercialização antes do plantio e contar com uma segurança maior no retorno econômico dos investimentos. Dados gerais Na seqüência desta breve contextualização regional, se pretende expressar a dimensão do programa do arroz agroecológico. O Grupo que iniciou com uma pequena área de 1,5 ha, hoje conta com mais de ha de arroz orgânico e em transição envolvendo 211 famílias num total de quase pessoas, veja abaixo. Tabela 31: Mapa regional do Grupo gestor do Arroz Ecológico, Porto Alegre, Mapa regional Assentamento Municipio N de unidades certificadas 19 de Setembro Guaiba 5 IRGA Eldorado do Sul 3 30 de Maio Charquedas 5 Lagoa do Junco Tapes 2 Filhos de Sepé Viamão 49 Capela Nova Santa Rita 9 S.R. de Cássia Nova Santa Rita 1 Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 112

113 Tabela 32: dados gerais da produção de Arroz Ecológico da região N de assentamentos 7 N de municipios 6 N de unidades de produção 147 N de familias diretamente envolvidas na atividade 211 N de pessoas envolvidas na atividade 872 Area total de arroz orgânico ou em transição Area total no processo de certificação orgânica Produção total estimada de arroz ecológico em sc safra ,6 ha 4.101,52 ha sacas Os dados acima levantados foram sistematizados a partir da documentação de certificação presente no Grupo, levantada a campo e em atividades de reuniões de capacitação e formação. O Grupo hoje conta com uma abrangência acima da esperada pelos seus participantes e o reflexo disso é a aceitação do arroz orgânico nos mercados e pelos agricultores. Um exemplo disso é no Assentamento Capela onde a 10 anos atrás não existia produção de arroz ecológico. Hoje, dos 46 agricultores que cultivam arroz, 42 estão diretamente envolvidos com a produção de arroz ecológico. Toda esta euforia gerada pelo crescimento do Grupo também traz apreensões quanto a estrutura física de poder armazenar toda a produção de sacos em estruturas próprias. Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 113

114 Tabela 33: capacidade de armazenagem e beneficiamento das agroindústrias do Grupo gestor do arroz ecológico, Porto Alegre, Estruturas de secagem e armazenagem capacidade COOPAT: Secagem/armazenagem sc COPAC: secagem/armazenagem sc COOPAN: secagem/armazenagem sc COOTAP: secagem/armazenagem sc COOTAP: secagem/armazenagem sc sacas (39,1% da prod. total) Estruturas de beneficiamento e capacidade COOPAT...30sc/hora COOPAN...20sc/hora COPAC...8sc/hora 58 sc/hora Além das estruturas o Grupo fomenta a construção de silos de pequena capacidade nas unidades, bem como a construção de uma unidade de arroz parboilizado para a região pois o grupo vem crescendo em média 20% em número de famílias e em área ao ano, gráficos 19 e 20. Gráfico 19: Histórico da evolução em número de famílias no Grupo Gestor do Arroz Agroecológico, Porto Alegre, 2009 Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 114

115 Gráfico 20: Histórico da evolução em área no Grupo Gestor do Arroz Agroecológico, Porto Alegre, Os dados obtidos nas tabelas acima representam a espectativa de crescimento do Grupo que na realização do II Seminário do Arroz Agroecológico em 2004 definiu como metas estes valores. Eventos como o Seminário do arroz ecológico serve como espaço de formação, troca de experiência e planejamento estratégico do Grupo, tabela 34. Tabela 34: Planejamento estratégico do Grupo gestor do Arroz Ecológico, porto Alegre, Planejamento estratégico Objetivos estratégicos Eixos estratégicos Meios Metas 1 Motivar as Famílias à produção agroecológica como opção de vida; 2 Produção de arroz ecológico sob o controle dos assentados; Produção, secagem, armazenagem;beneficiamento; Comercialização; 3 Contraposição ao agronegócio com a afirmação do projeto camponês 4 Produção de semente de qualidade; 5 - Fazer a relação com a sociedade; 6 Cuidado com o meio ambiente; 7 Disputa por políticas públicas de incentivo a agroecologia; 8 Estratégia de certificação 9 Mercado: local, procurar outros grupos; 10 Fortalecer a organização (MST); 1 Produção de arroz ecológico numa estratégia de conversão do lote para a agroecologia 2 Certificar conforme ás normas orgânicas 3 Secar e armazenar 4 Beneficiar 5 Comercializar 1 Formação e capacitação 2 Troca de experiência 3 Articulação e parceria na formação, capacitação e comercialização 4 Planejamento estratégico da grande região de POA 5 Sistema interno de controle (GG e certificação) 6 Viabilização de recursos 7 Assistencia técnica especializada 8 O seminario anual da agroecologia 1 Arroz seco e armazenado em 7 unidades (COOPAT, COPAC, COOPAN, Viamão, Guaiba e COOTAP, Eldorado do Sul) 2 80% do arroz produzido beneficiado em 4 unidades (COOPAT, COOPAN, COPAC e COOTAP) 3 Custo de produção médio das unidades de R$ 950,00 / ha 4 Produzir 100% da semente 5 Aumentar em 20% o numero de famílias famílias capacitadas em boas práticas de produção, secagem, armazenagem, beneficiamento e comercialização de arroz agroecológico Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 115

116 A partir da safra o planejamento das atividades passou a ser um fator fundamental para o sucesso nas lavouras. A atividade orizícola envolve elevados investimentos em estrutura física e maquinários além do investimento para a viabilização da lavoura. Como passou a ser parte do cronograma de atividades do grupo a realização de um seminário por ano, na safra foi chegado aos dados preliminares citados anteriormente. A tabela 35 procura localizar geograficamente os grupos, produtividade, necessidade de sementes e local de beneficiamento. Tabela 35: Dados preliminares sobre a localização das unidades e estimativas de produção de arroz ecológico, porto alegre, Cooperativa Prestação de Assistência Técnica Ltda. COPTEC 116

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