DECISÃO MONOCRÁTICA. decisum. Recurso manifestamente improcedente. ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

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1 ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DECISÃO MONOCRÁTICA Apelação Cível nq /001 Relator : Desembargador Frederico Martinho da Nóbrega Coutinho Apelante : Hélio Gonçalves da Silva (Adv. Lincon Bezerra de Abrantes) Apelado : Município de Sousa, representado por seu Procurador, Sebastião Fernandes Botelho APELAÇÃO CÍVEL. Mandado de Segurança. Servidor Público. Município de Sousa. Salários retidos pela Edilidade. Cobrança de valor pretérito. Via processual inadequada. Substituição da Ação de Cobrança por Mandado de Segurança. Descabimento. Aplicação das Súmulas nq 269 e riq 271, do STF. Precedentes do STJ. Manutenção do decisum. Recurso manifestamente improcedente. Inteligência do art. 557, capta, do CPC. Seguimento negado. - "O mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança" (Súmula n" 269, do STF). - "Concessão de mandado de segurança nã produz efeitos patrimoniais em rela, ãe a períodi pretérito, os quais devem s lamados administrativamente ou pela via judicial

2 .4 (Súmula n (2 271, do STF). - O Relator negará seguimento, por meio de decisão monocrática, a recurso manifestamente improcedente. Vistos. Trata-se de APELAÇÃO CÍVEL, fls. 40/44, desafiando sentença, fls. 36/37, proferida pela Juíza de Direito da 9 Vara da Comarca de Sousa que, nos autos do Mandado de Segurança impetrado por Helio Gonçalves da Silva em face de ato dito ilegal do Prefeito Municipal de Sousa, extinguiu o processo sem resolução do mérito, com espeque no art. 267, VI, do CPC. Irresignado com o teor do édito judicial, o autor interpôs recurso apelatório, pleiteando a reforma da decisão vergastada, para que a autoridade coatora determine o pagamento do salário de dezembro de 2008, bem como o 13 9 salário de 2008, por ter efetivamente trabalhado, durante esse período. Contra-razões ofertadas, fls. 46/51. A Procuradoria de Justiça, em Parecer da lavra do Dr. José Raimundo de Lima, fls. 60/62, opinou pelo desprovimento do recurso apelatório, para manter integralmente a sentença vergastada. É o RELATÓRIO. DECIDO Da análise do histórico fático descrito na preambular, percebe-se que a parte impetrante está se insurgindo cont ir -a ato do Prefeito Constitucional de Sousa, Fábio Tayrone Braga de Oliveira, n sent do de que este promova o pagamento do salário de dezembro de 2008, bem I omo, salário do mesmo ano, que deixou de receber.

3 Ocorre que, consoante se depreende da exordial, o impetrante, ora apelante, ingressou com a presente via mandamental, com o intuito de receber verbas salarias relativas a período anterior à propositura da ação, que foi manejada em 26 de janeiro de 2009, sendo, portanto, pretérita ao ajuizamento do nimidarmis. Acerca do tema, é importante destacar que, de acordo com o teor das Súmulas nq 269 e n 9 271, do Supremo Tribunal Federal, é indevida a utilização do writ, como substitutivo de Ação de Cobrança, quando deveria o requerente valer-se das vias ordinárias, para o recebimento de vencimentos pretéritos à impetração, in verbis: Súmula 269/STF - "O mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança." Súmula 269/STF - "Concessão de mandado de segurança não produz efeitos patrimoniais em relação a período pretérito, os quais devem ser reclamados administrativamente ou pela via judicial própria." A jurisprudência emanada pelo Superior Tribunal de Justiça perfilha o entendimento delineado, na esteira dos seguintes precedentes. "PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. IMPETRAÇÃO QUE OBJETIVA COMPELIR O ENTE ESTATAL A EFETUAR O PAGAMENTO EM ATRASO DE MEDICAMENTOS FORNECIDOS A HOSPITAIS. IMPOSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO D WRIT COMO SUBSTITUTIVO DE AÇ O DE COBRANÇA E VISANDO

4 PRETÉRITOS. INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS N. 269 E 271 DO STF. 1. "O mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança" (Súmula n. 269/STF) e por isso mesmo "A concessão de mandado de segurança não produz efeitos patrimoniais em relação a período pretérito" (Súmula n. 271/STF). 2. No caso em foco, infere-se que a pretensão da impetrante respeita a compelir o Estado do Rio de Janeiro a pagar quantia em atraso decorrente do fornecimento de medicamentos à rede hospitalar pública daquele Estado. Ou seja, a impetrante almeja obrigar o ente público a desembolsar importância para saldar divida, cujo vencimento, conforme os autos indicam, remonta os idos do ano de 2006; à toda evidência, há o afã de cobrar débito pretérito à impetração. Logo, subjaz o descabimento do wvit em face do enunciado sumular do Supremo Tribunal Federal (Precedentes: RMS /GO, Relatora Ministra Denise Arruda, Primeira Turma, DJ de 17 de dezembro de 2008; AgRg no RMS /DF, Relator Ministro Og Fernandes, Sexta Turma, DJ de 8 de setembro de 2008; e RMS /RJ, Relator Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJ de 19 de dezembro de 2008). 3. Recurso ordinário não-provido". (RMS /RJ, Rel. Min. Benedito Gonçalves, Primeiro istro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/03/2009, DJe 30/03/2009) negritei. E, "RECURSO ORDINÁRIO EM MAN

5 SEGURANÇA. CONTRIBUIÇÃO SINDICAL. DESCONTO EM FOLHA DE PAGAMENTO. SERVIDORES ESTADUAIS. COBRANÇA DE VALORES PRETÉRITOS POR MANDADO DE SEGURANÇA. IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS 269 E 271/STF, POR ANALOGIA. 1. Hipótese em que se pleiteia o desconto em folha de pagamento da contribuição sindical referente ao exercício de 2006, vencida no mês de março do mesmo ano. 2. Entretanto, o Mandado de Segurança foi impetrado após o vencimento, para recebimento de valores pretéritos. Dessa forma, configura-se a impropriedade da via eleita, uma vez que o writ não é substitutivo de ação de cobrança (Súmula 269/STF), nem produz efeitos patrimoniais em relação a período anterior (Súmula 271/STF). Precedentes: REsp /RS, Rel. Min. João Otávio de Noronha, Segunda Turma, DJ ; RMS 14032/RJ, Rel. Min. Francisco Peçanha Martins, Segunda Turma, DJ ; REsp /RS, Rel. MM. José Delgado, Primeira Turma, DJ ; RMS 18822/MT, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJ Recurso Ordinário não provido." (RMS /RJ, Rel. Min.: Herman Benjamin, Segunda Turma, DJ de 19 de dezembro de 2008) grifei. Nesta ordem de idéias, demonstrado o afã de se cobrar débito pretérito à impetração do mandamus, não há como reform vergastada, por inadequação da via eleita. Devendo-se, pois, o impetr valer-se de ação própria de cobrança, para pleitar o recebimento das indevidamente.

6 Por fim, ressalta-se que o art. 557, do Código de Processo Civil permite ao Relator negar seguimento a recurso, através de decisão monocrática, quando este estiver em confronto com Súmula ou com Jurisprudência dominante do respectivo Tribunal, do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior, em plena consonância com o princípio constitucional da razoável duração do processo, à luz do art. 5, inciso LXXIII, da Constituição da República. Ante o exposto, NEGO SEGUIMENTO À APELAÇÃO CINTEL, para manter a decisão de primeiro grau, em todos os seus termos, prescindindo-se da apreciação do presente pelo Órgão Colegiado deste Tribunal, por tratar-se de hipótese que revela o ensinamento trazido pelo art. 557, caput, do CPC. P. I. João Pess 07 de aby - Frederi Nó rgador Coutinho

7 -:!ZrilUNAL. DE Coordenadoria Judiciária,