UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO"

Transcrição

1 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO E s c o l a d e E n g e n h a r i a d e L o r e n a EEL PEDRO HENRIQUE DAMIÃO DALÓ Medicamentos Biológicos: Estudo da produção e comércio de hormônios e anticorpos monoclonais no Brasil Área de Concentração: Engenharia Química/ Produção de Fármacos Lorena - SP 2015

2 PEDRO HENRIQUE DAMIÃO DALÓ Medicamentos Biológicos: Estudo da produção e comércio de hormônios e anticorpos monoclonais no Brasil Projeto de monografia apresentado à Escola de Engenharia de Lorena Universidade de São Paulo como requisito parcial para obtenção de título de Engenheiro Industrial Químico. Orientadora: Profª. Drª. Elisângela de Jesus Cândido Moraes Lorena - SP 2015

3 AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Automatizado da Escola de Engenharia de Lorena, com os dados fornecidos pelo(a) autor(a) Daló, Pedro Henrique Damião Medicamentos Biológicos: Estudo da produção e comércio de hormônios e anticorpos monoclonais no Brasil / Pedro Henrique Damião Daló; orientadora Elisângela de Jesus Cândido Moraes. - Lorena, p. Monografia apresentada como requisito parcial para a conclusão de Graduação do Curso de Engenharia Industrial Química - Escola de Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo OrientadorA: Elisângela de Jesus Cândido Moraes 1. Engenharia química. 2. Produção de fármacos. 3. Medicamentos biológicos. 4. Hormônios. 5. Anticorpos monoclonais. I. Título. II. Moraes, Elisângela de Jesus Cândido, orient.

4 4 RESUMO DALÓ, P. H. D. Medicamentos Biológicos: Estudo da produção e comércio de hormônios e anticorpos monoclonais no Brasil f. Monografia (Trabalho de Graduação em Engenharia Industrial Química) Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena, O mercado farmacêutico tem se modernizado a fim de suprir as necessidades da população e oferecer melhor tratamento às doenças que atualmente são fatais. Uma notável forma dessa modernização são os medicamentos biológicos, produzidos a partir de biotecnologia, como os hormônios e anticorpos monoclonais, ambos apresentados neste trabalho. Hormônios produzidos a partir da técnica de DNA recombinante têm propiciado melhora da qualidade de vida de pacientes com Diabetes Mellitus e têm ajudado pacientes com dificuldade de reprodução a gerarem filhos, ao suprirem a deficiência de hormônios que normalmente são produzidos de forma natural no organismo humano. Além disso, os anticorpos monoclonais apresentam grande potencial no tratamento de doenças autoimunes e de câncer, ao serem produzidos para ligar-se a antígenos específicos, aumentando a eficácia do tratamento. Neste trabalho será apresentada uma revisão da literatura dos hormônios e anticorpos monoclonais que nos dias atuais são comercializados no Brasil, suas estatísticas de vendas e crescimento, além de um esclarecimento sobre os procedimentos de testes clínicos e registro junto à agência regulamentadora (Agência Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA). Palavras-chave: Medicamentos biológicos, biomedicamentos, anticorpos monoclonais, hormônios, proteína recombinante.

5 5 ABSTRACT DALÓ, P. H. D. Biomedicines: A study about the production and market of hormones and monoclonal antibodies in Brazil p. Monograph (Research Project for Graduation in Industrial Chemical Engineering) Engineering College of Lorena, University of São Paulo, Lorena, The pharmaceutical market has been modernized to fulfill the needs of the population and to provide a better treatment for diseases that are currently fatal. A remarkable fact of this modernization is the introduction of the biomedicines, produced from biotechnology, such as hormones and monoclonal antibodies, both presented in this work. Hormones produced by the technique of recombinant DNA have led to an improved quality of life on patients with Diabetes Mellitus and have helped patients with reproductive health issues to bear children, by overcoming the deficiency of hormones that are produced naturally in the human body. Moreover, monoclonal antibodies have a great potential in the treatment of autoimmune diseases and cancer, being produced to bind to specific antigens, increasing the efficacy of treatment. This study presents a literature review of hormones and monoclonal antibodies that are currently marketed in Brazil, as well as their sales statistics and growth, and a clarification on clinical trials and registration procedures with the regulatory agency (National Health Surveillance Agency - ANVISA). Key words: biomedicines, biological drugs, monoclonal antibodies, hormones, recombinant protein.

6 6 AGRADECIMENTOS À minha família, Laércio, Ângela, Maria Fernanda, Ana Beatriz e Helena, por serem a base da minha vida, por me incentivarem a ser melhor a cada dia e pela eterna confiança depositada em mim. Aos meus amigos da EEL, que caminharam comigo nessa jornada e que compartilham da mesma luta e dos mesmos desafios. À Profª. Dra. Elisângela de Jesus Cândido Moraes por ter gentilmente aceitado me orientar nesse trabalho, e por tê-lo feito com maestria. Às Srtas. Minji Kang (Daewoong Pharmaceutical) e Juliana Mazza Reis (Eurofarma) pelos valiosos dados fornecidos, indispensáveis para o enriquecimento do meu trabalho. Aos colegas da Daewoong Pharmaceutical Co. Ltd., empresa onde realizei o meu estágio e que contribuiu para a minha escolha do tema deste trabalho, por todos os ensinamentos e companheirismo com que me acolheram. Aos professores da Escola de Engenharia de Lorena, em especial às professoras Dra. Larissa de Freitas Teixeira e Dra. Patrícia Caroline Molgero da Rós, por todos os conhecimentos transmitidos, essenciais para a minha formação e crescimento. E a todos que, de uma forma direta ou indireta, contribuíram para a minha formação e realização deste trabalho.

7 7 LISTA DE FIGURAS Figura 1 Estrutura de alguns aminoácidos encontrados em proteínas Figura 2 Conformações α-hélice e β-folhas Figura 3 Síntese de proteína Figura 4 Ação dos hormônios no fígado, músculo e tecido adiposo Figura 5 Diferenças entre anticorpos policlonais e monoclonais Figura 6 Método Hibridoma com células murinas Figura 7 Estrutura de um anticorpo Figura 8 Classes de anticorpos monoclonais existentes hoje no mercado Figura 9 Atuação da enzima de restrição no DNA e no plasmídeo Figura 10 Estrutura do plasmídeo Figura 11 Esquema da Ultrafiltração Figura 12 Cromatografia em coluna Figura 13 Cromatografia por exclusão

8 8 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 Mercado de Hormônios e Anticorpos Monoclonais no Brasil Gráfico 2 Registros de Anticorpos Monoclonais no Brasil, EUA e Europa... 49

9 9 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Pesos moleculares de moléculas sintéticas e biológicas Tabela 2 Hormônios registrados no Brasil Tabela 3 Anticorpos Monoclonais registrados no Brasil Tabela 4 Dados coletados do IMS Health Tabela 5 Requerimentos para registro

10 10 LISTA DE SIGLAS ANVISA BHK CHO DDCM DMCD DNA EU EUA FDA FSH GnRH hcg hgh HIV LH mrna NPH ORPC PBC PTM RDC RNA TNF trna Agência Nacional de Vigilância Sanitária Rim de Hamster Bebê Ovário de Hamster Chinês Dossiê de Desenvolvimento Clínico de Medicamento Drogas Modificadoras do Curso da Doença Ácido Desoxirribonucleico União Européia Estados Unidos da América Food and Drug Administration Hormônio Folículo Estimulante Hormônio de Liberação das Gonadotropinas Gonadotropina Coriônica Humana Hormônio do Crescimento Humano Vírus da Imunodeficiência Humana Hormônio Luteinizante RNA Mensageiro Protamina Neutra Hagedorn Organização Representativa de Pesquisa Clínica Produto Biológico Comparador Modificação Pós-Translacional Resolução da Diretoria Colegiada Ácido Ribonucleico Fator de Necrose Tumoral RNA Transportador

11 11 SUMÁRIO OBJETIVO Introdução Metodologia Experimental Revisão Bibliográfica Medicamentos Biológicos Definição Histórico Proteínas Síntese de proteínas Modificação pós-translacional de proteínas Hormônios Insulina Diabetes Mellitus tipos 1 e Produção de Insulina Hormônio do Crescimento Humano Deficiência do hgh Uso terapêutico do hgh Gonadotropinas Deficiência e uso terapêutico Produção comercial de Gonadotropinas Anticorpos Monoclonais Método de produção hibridoma Anticorpos monoclonais de primeira geração Anticorpos monoclonais de segunda geração Anticorpos monoclonais inteiramente humanos Tratamentos com anticorpos monoclonais Anticorpos monoclonais no tratamento de artrite reumatóide Anticorpos monoclonais em tratamentos oncológicos Técnica de DNA Recombinante Processo Upstream Processo Downstream Recuperação Concentração Purificação Mercado Brasileiro Diferentes tipos de Insulina no mercado... 45

12 Diferentes tipos de Gonadotropinas no mercado Evolução do mercado de hormônios e anticorpos monoclonais Ensaios Clínicos no Brasil Registro de Medicamentos Biológicos no Brasil Conclusão REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 56

13 13 OBJETIVO O presente trabalho tem por objetivo realizar um estudo através da pesquisa bibliográfica sobre os medicamentos biológicos da classe dos hormônios e anticorpos monoclonais no Brasil, sua produção e comércio, bem como dados estatísticos de venda e crescimento. Além disso, será abordado como são feitos os estudos sobre a eficácia desses medicamentos no Brasil e o processo de registro na agência reguladora (ANVISA), a fim de oferecer um esclarecimento sobre procedimentos de testes e registros no país.

14 14 1. Introdução As terapias medicinais têm sua base nas substâncias farmacêuticas. Atualmente, grande parte dos princípios ativos dos medicamentos é obtida por via sintética. Esses medicamentos são denominados químicos. No entanto, com o diagnóstico de novas doenças, com difícil tratamento (ou sem tratamento ainda), as indústrias farmacêuticas tentam se adaptar, e os setores de pesquisa e desenvolvimento estão em constante trabalho, a fim de oferecer tratamento a essas doenças. Com a descoberta da técnica de DNA recombinante, em 1973, as empresas farmacêuticas passaram a ter mais um recurso em suas pesquisas e desenvolvimento, até 1982, quando o primeiro medicamento produzido a partir dessa técnica foi aprovado pela FDA. Esse medicamento é indicado para pacientes com Diabetes Mellitus, e seu princípio ativo é a insulina humana. 1 A partir de então, outros medicamentos foram produzidos utilizando essa técnica. Esses medicamentos são denominados medicamentos biológicos, e são produzidos a partir da biotecnologia. Outros biomedicamentos podem ser gonadotropinas, interleucinas, fatores de crescimento, e os potenciais anticorpos monoclonais que são fonte de inúmeras pesquisas atualmente, principalmente contra doenças como câncer ou doenças autoimunes. 2 Neste trabalho, é apresentada uma revisão bibliográfica dos medicamentos biológicos da classe dos hormônios e anticorpos monoclonais produzidos e comercializados no Brasil. Além disso, são apresentados dados estatísticos sobre venda e crescimento, além de um esclarecimento sobre como são feitos os estudos de eficácia e o registro desses medicamentos no Brasil.

15 15 2. Metodologia Experimental Este estudo foi desenvolvido a partir de uma pesquisa bibliográfica, utilizando publicações de artigos e livros referentes ao tema proposto. Inicialmente, foi realizada uma revisão bibliográfica sobre o que são os medicamentos biológicos, seu histórico e também sobre as proteínas e sua síntese. Em seguida foram apresentados os produtos foco deste trabalho, hormônios e anticorpos monoclonais, suas definições, sintomas e causas de suas deficiências, e tratamentos. Além disso, foi feita uma revisão bibliográfica também sobre o método de proteína recombinante, amplamente utilizado na produção dos medicamentos biológicos. Depois desta revisão, foram analisados o mercado e a produção atual dos hormônios e anticorpos monoclonais no país, seu crescimento ao longo dos anos, e por último os requerimentos para testes clínicos e registro desses produtos no país. As pesquisas da primeira parte, desde a definição dos medicamentos biológicos até o processo de DNA recombinante foram feitas em bancos de dados acadêmicos, como ScienceDirect, Scielo, e Google Acadêmico. Para isso foram usadas palavras-chave, em inglês, pertinentes ao assunto pesquisado, por exemplo: recombinant human insulin ou monoclonal antibody hybridoma. Além disso, foram utilizadas publicações da Interfarma e da ANVISA. Para a lista dos hormônios e anticorpos monoclonais registrados no Brasil, foi consultado o meio de busca de medicamentos registrados do sítio eletrônico da ANVISA e a Lista de Preços de Medicamentos, que é disponibilizada no site da agência, e atualizada constantemente. A partir dessa lista de moléculas, os dados sobre a produção e mercado brasileiro foram coletados da plataforma de pesquisa da IMS Health, e então analisados. Algumas empresas foram consultadas, porém poucas se dispuseram a fornecer informações. Por último, o sítio eletrônico da ANVISA foi novamente consultado, dessa vez com foco em suas normas para registro de medicamentos biológicos e para a realização de testes clínicos no Brasil, na finalização do trabalho de pesquisa. A conclusão foi feita analisando-se as perspectivas do mercado desses produtos no Brasil para o futuro.

16 16 3. Revisão Bibliográfica 3.1. Medicamentos Biológicos Definição Medicamentos produzidos a partir de biossíntese em sistemas vivos são denominados medicamentos biológicos. No geral são proteínas, e podem ser extraídos de órgãos ou tecidos de origem animal, ou podem ser produzidos em células geneticamente modificadas, utilizando-se de biotecnologia, em escala industrial. 1 Esses medicamentos são mais complexos que os medicamentos denominados sintéticos (de origem química), devido aos seus componentes ativos terem mecanismo de ação heterogêneo, podendo variar no corpo humano; além de terem difíceis replicação e caracterização, e possuírem peso molecular de 100 a 1000 vezes maiores que as moléculas sintéticas, conforme listado na Tabela 1. 2 Tabela 1 Pesos moleculares de moléculas sintéticas e biológicas. Químicos Biológicos Composto Massa molar (u) Ác. Acetilsalicílico 180 Meropenem 383 Rituximabe Somatropina Fonte: Encyclopedia of Ind. Biotech.: Bioprocess, Bioseparation and Cell Technology 3 De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), e de sua resolução RDC nº 55 4, e também de acordo com Walsh 1, os medicamentos de origem biológica podem ser divididos em diferentes categorias. Abaixo estão listadas as categorias, seguidas de exemplos. Fatores de coagulação sanguínea: Fator VIII e Fator IX; Agentes trombolíticos: Alteplase, Reteplase; Hormônios: Insulina, Somatropina, Gonadotropina; Fatores de Crescimento: Eritropoietina (EPO), Fator estimulante de colônias (CSF);

17 17 Citocinas: Interferona-α (IFN-α), Interleucina-2 (IL-2); Anticorpos Monoclonais: Adalimumabe, Bevacizumabe; Vacinas: vacina recombinante contra Hepatite B Histórico A indústria farmacêutica, durante quase todo o século XX esteve fundamentada nos medicamentos químicos, que são moléculas de baixo peso molecular, produzidas a partir de sínteses químicas. Esses produtos dominaram o mercado e atingiram um valor estimado de 100 bilhões de dólares nos anos No entanto, métodos de terapias utilizando moléculas extraídas de fontes biológicas já haviam sido estudados. Em 1922, Frederick Banting e Charles Best obtiveram sucesso ao utilizar insulina coletada do pâncreas de um animal no tratamento de um paciente com diabetes, doença fatal na época. 5 Também, em 1958, Raben extraiu hormônio do crescimento (hgh) da hipófise de um cadáver, e o utilizou para tratar um garoto de 17 anos. 6 Com isso, essas duas moléculas foram, por muitos anos, utilizadas no tratamento de deficiência hormonal como únicas opções. 2 Com a descoberta da estrutura dupla hélice do DNA, por James Watson e Francis Crick em , algumas proteínas que eram produzidas naturalmente pelo corpo humano, e suas aplicações terapêuticas foram pesquisadas. Porém, apesar de terem grande potencial, devido ao fato de serem produzidas naturalmente em pouca quantidade, o estudo e prováveis aplicações terapêuticas tornaram-se inviáveis. 8 Então, em 1973, Stanley Cohen e Herbert Boyer realizaram o primeiro experimento de engenharia genética, introduzindo a técnica de criação de DNA recombinante. 9 Esse método se tornou foco de grandes estudos na área de biomedicamentos, e fundamenta os principais produtos baseados em proteínas recombinantes que são produzidos em escala industrial atualmente. 8 O primeiro produto aprovado pela FDA (Food and Drugs Administration), para comércio produzido a partir da técnica de proteína recombinante, em 1982, foi

18 o Humulin, insulina humana recombinante, idêntica à insulina humana nativa, produzida em Escherichia coli No Brasil o Humulin foi aprovado em 1983 (segundo informação fornecida pela fabricante Eli Lilly), e desde então vários outros biomedicamentos têm conseguido aprovação. Esses medicamentos são na sua maioria importados, e em 2013 a ANVISA autorizou a produção do primeiro biomedicamento totalmente nacional, o etanercepte, utilizado no tratamento de artrite reumatóide Proteínas A maior parte dos biomedicamentos, já comercializados ou ainda em estudos, é baseada em proteínas, e são na sua maioria produzidos através da tecnologia de proteína recombinante. 1 Proteínas são cadeias poliméricas consistindo de séries, que podem ser curtas ou longas, de aminoácidos (aminoácidos esses que podem ser de vinte tipos diferentes, porém cada tipo pode aparecer várias vezes na cadeia), que estão ligados entre si por ligações peptídicas. 11 Os aminoácidos são compostos orgânicos, sintetizados a partir da junção de três nucleotídeos (denominados códons, formados por ácido fosfórico, açúcar e uma base que pode ser citosina, adenina, guanina, tiamina ou uracila), e têm em sua estrutura um grupo amina (-NH2) e um grupo carboxílico (-COOH), e uma cadeia ramificada específica. A Figura 1 exemplifica alguns tipos de aminoácidos e suas estruturas químicas. 12 Figura 1 Estrutura de alguns aminoácidos encontrados em proteínas. Fonte: Lehninger's Principles of Biochemistry, adaptado. 11

19 Ao ligar-se na cadeia peptídica, os aminoácidos recebem a denominação de resíduos de aminoácidos porque perdem o elemento água ao ligarem-se em outro aminoácido por ligação peptídica. Dois aminoácidos formam um dipeptídeo, três formam um tripeptídeo, e muitos aminoácidos ligados entre si por ligações peptídicas formam um polipeptídeo. Usualmente os termos proteína e polipetídeo são usados no mesmo sentido, porém cientistas assumem que polipeptídeos têm um peso molecular menor que as proteínas. 11 Ao ligarem-se entre si, e formarem as proteínas, os aminoácidos assumem uma conformação específica tridimensional. Essa conformação depende da cadeia de aminoácidos (com os vinte diferentes aminoácidos possíveis, pode-se sintetizar proteínas imensamente diferentes, específicas para determinada função na célula), e é estabilizada por fracas interações não covalentes. Se essas interações forem desfeitas, por algum agente externo, a conformação tridimensional da proteína também é desfeita, causando a desnaturação da proteína e consequente perda da sua função. 1, Segundo Murray 12, as estruturas das proteínas podem ter quatro diferentes aspectos, dependendo dos aminoácidos presentes: Estrutura primária: Nível estrutural mais simples da cadeia, dado pela sequencia de aminoácidos, de onde deriva o arranjo espacial. 1 Estrutura secundária: É dada pela conformação espacial dos aminoácidos da cadeia principal da proteína, excluindo as cadeias ramificadas. Na sequencia principal podem-se observar padrões de conformação que se repetem. Os padrões mais comumente observados são α-hélice e β-folhas, conforme ilustrados na Figura 2, que são estabilizados por pontes de hidrogênio entre os aminoácidos próximos nas cadeias Estrutura terciária: É a estrutura tridimensional exata da proteína, indicando a posição no espaço de todos os polipeptídios presentes. É resultado das α-hélice e β-folhas enoveladas, e mantida por ligações hidrofóbicas. 13 Estrutura quaternária: Estrutura adotada pela união de um número de moléculas protéicas, por ligações não covalentes, agindo como um único complexo de proteínas

20 20 Em adição, as estruturas das proteínas não são rígidas. Elas podem adquirir diferentes conformações enquanto desempenham as suas funções. 12 Figura 2 Conformações α-hélice e β-folhas. Fonte: Molecular biology of the cell, adaptado Síntese de proteínas A síntese de proteínas ocorre dentro das células. Ela inicia-se no núcleo, onde os genes de uma fita da dupla hélice do DNA são lidos pela enzima RNAúnica fita, de polimerase, que sintetiza o RNA mensageiro (mrna), uma acordo com os genes copiados do DNA. No mrna está o código genético formado pelos nucleotídeos, e que dará origem aos aminoácidos da proteína. Esse processo é denominado transcrição. O mrna então é transportado para o citoplasma, onde ocorrerá o processo de tradução. 14 Na Figura 3 estão ilustrados os passos da síntese de proteína. No citoplasma encontram-se os ribossomos, que participam da síntese protéica, ligando-se ao códon inicial do mrna. Toda célula tem em seu citoplasma os RNA transportadores (trna), cada um com um anticódon para a a tradução de um aminoácido específico. No instante em que o ribossomo liga-se ao códon inicial do mrna, esse códon é reconhecido por um trna com o anticódon específico, que liga-se ao mrna, formando uma base complementar e traduzindo em um aminoácido. Esse processo continua ao longo da molécula

21 do mrna até que encontre-se um códon terminal. Então um fator de liberação se liga ao códon terminal, liberando a cadeia polipeptídica finalizada Figura 3 Síntese de proteína. Fonte: Protein Synthesis, disponível em svg/640px-protein_synthesis.svg.png Modificação pós-translacional de proteínas Após a síntese da proteína (ou durante, em poucos casos), os polipeptídeos podem sofrer modificações covalentes que são denominadas modificações pós-translacionais (PTM). Essas modificações podem alterar a função biológica e/ou estruturas das proteínas, e são de grande importância no ramo dos biomedicamentos. 1 Seguem as mais importantes PTMs para os biomedicamentos: Glicosilação: É o processo de anexar carboidratos às proteínas. Essas glicoproteínas podem ter a sua meia-vida ou atividade biológica alterada, melhorada. Além disso, a glicosilação pode melhorar a conformação da estrutura tridimensional das proteínas. 15 Carboxilação e hidroxilação: Processos usados nos produtos de fatores sanguíneos VII e IX. A carboxilação converte resíduos de aminoácido glutamato em carboxiglutamato, enquanto que a hidroxilação converte os resíduos de aspartato em hidroxiaspartato. Ambos os processos ajudam na ligação de íons de cálcio, essenciais para o funcionamento dos fatores sanguíneos. 1, 15

22 22 Existem vários tipos de proteínas no corpo humano que são usadas em medicamentos biológicos. Um tipo dessas proteínas são os hormônios, grupo no qual se inclui o primeiro medicamento biológico produzido a partir de DNA recombinante, a insulina Hormônios De acordo com a US National Library of Medicine, hormônios são substâncias que regulam a atividade de órgãos específicos do corpo. São produzidos principalmente pelas glândulas endócrinas, como a Insulina produzida pelo pâncreas, que liberam os hormônios na rede sanguínea até que cheguem à sua célula de destino. Na célula, os hormônios ligam-se a seus receptores, e ativam funções específicas. 16 Baseado em sua natureza química, os hormônios podem ser classificados em peptídicos (proteínas) e não peptídicos. Os hormônios peptídicos são os de maior número, e seu tamanho pode variar de três a mais de duzentos aminoácidos. Os hormônios são essenciais para o crescimento e desenvolvimento dos organismos eucariontes, e sua deficiência pode causar sérias doenças. 17 Os hormônios que estão em foco neste trabalho são a insulina, o hormônio do crescimento (Somatropina) e as gonadotropinas. Esses três hormônios são produzidos por glândulas endócrinas e são comercializados mundialmente, produzidos pelo método de proteína recombinante ou coletados de fonte animal Insulina Insulina é um hormônio, com massa molecular de 5.800Da, produzido pelas células Beta das Ilhotas de Langerhans, que são um grupo especial de células localizadas no pâncreas. Esse hormônio é responsável pela captação e utilização dos nutrientes dos alimentos ingeridos, regulando assim o nível de glicose no sangue. Apesar de muitas células no corpo expressarem o receptor da insulina, sua ação principal é no fígado, músculos e tecido adiposo, onde começam a agir a partir de poucos minutos após a ingestão do alimento. 18

23 23 Quando o alimento é ingerido, o nível de glicose no sangue aumenta, devido aos carboidratos. Esse aumento da glicose estimula a liberação de insulina pelo pâncreas, que é liberada na rede sanguínea. Ao atingir as células do fígado, a insulina liga-se a seus receptores na superfície celular, e assim estimula a síntese de glicogênio, que é armazenado, a partir da glicose. 1 Além disso, nos músculos e tecidos adiposos, a insulina estimula a absorção da glicose que será convertida em glicogênio no primeiro, em ácidos graxos para ser armazenada como triglicérides no segundo. A Figura 4 ilustra a ação desses hormônios nos órgãos e tecidos citados. 19 Figura 4 Ação dos hormônios no fígado, músculo e tecido adiposo. Fonte: Endocrinology: an integrated approach, adaptado. 19 O glucagon é um hormônio produzido pelas células Alfa das ilhotas de Langerhans, e tem mecanismo de ação contrário à insulina. Enquanto a insulina ativa as vias anabólicas, como a síntese de glicogênio (ao estimular a enzima glicogênio sintase e inibir a enzima glicogênio fosforilase) 19, o glucagon ativa as vias catabólicas, sintetizando a glicose a partir do glicogênio, a liberando na rede sanguínea. O glucagon é liberado pelo pâncreas quando o nível de glicose no sangue está baixo. 1

24 Diabetes Mellitus tipos 1 e 2 O diabetes mellitus tipo 1 caracteriza-se pela deficiência de produção de insulina no pâncreas. Isso ocorre devido à destruição das células β das ilhotas de Langerhans, que são responsáveis pela produção de insulina, que são atacadas pelo próprio sistema imunológico do indivíduo. Normalmente ocorre na infância ou adolescência. 18 A destruição das células produtoras de insulina pode se dar por fatores genéticos, ambientais, ou acredita-se ainda que pode ser desencadeado por uma invasão viral. Neste caso, o sistema imunológico atacaria as células infectadas pelo vírus, e juntamente as células β do pâncreas. 20 Essa condição pode ser controlada pela administração de insulina, que nos dias atuais é produzida e comercializada mundialmente pelo método de DNA recombinante, normalmente por injeções subcutâneas. 1 O diabetes mellitus tipo 2 é uma condição que ocorre mais comumente em pessoas com mais de 40 anos e obesas. Nesse tipo, a insulina ainda é produzida pelo corpo, porém sua ação é dificultada, causando uma resistência do corpo à insulina. Esse tipo não pode ser tratado com injeções de insulina Produção de Insulina A insulina para uso comercial, tradicionalmente era extraída diretamente de animais (porcos e gado de casas de abate), e passavam por processos cromatográficos de purificação. Essa insulina, segundo Walsh 1, derivada de animais, possuía algumas desvantagens, como a baixa disponibilidade para tratar as 200 milhões de pessoas com diabetes no mundo. Além disso, a insulina bovina possui três aminoácidos diferentes da humana, o que pode causar uma resposta imunológica. Com os avanços da técnica de DNA recombinante, cientistas passaram a produzir a insulina com essa técnica, e em 1982 o primeiro biomedicamento produzido por DNA recombinante foi aprovado para uso médico. Atualmente, há diversos fabricantes comercializando a insulina idêntica à humana, além de

25 insulinas modificadas geneticamente, que podem ter um efeito prolongado ou mais rápido Hormônio do Crescimento Humano O hormônio do crescimento humano (hgh), também conhecido por Somatropina ou Somatotropina, é um hormônio polipeptídico, contendo 191 resíduos de aminoácidos e massa molecular igual a 22kDa, sintetizado na glândula adeno-hipófise. Sua síntese e liberação são reguladas por dois fatores hormonais, a somatorelina para a liberação, e somatostatina para inibição. 18 Esse hormônio é o principal responsável pelo crescimento e desenvolvimento do corpo em humanos e animais, além do crescimento e regeneração celular e crescimento das células dos ossos, músculos e cartilagens. Seu mecanismo de ação, como outros hormônios, baseia-se na ligação a um receptor específico na superfície celular. 1, Deficiência do hgh Durante os anos de crescimento corporal, a deficiência na produção e/ou liberação do hgh pode ocasionar nanismo pituitário, caracterizado pela altura 20% menor do que as pessoas que não apresentam nanismo. Por outro lado, produção acima da média desse hormônio pode causar gigantismo e acromegalia, caracterizados por alargamento de mãos, pés e do maxilar e estatura acima da média. 21 Outros problemas causados pela deficiência do hgh podem ser o atraso da maturidade sexual em jovens, e em adultos, pode causar um aumento da massa gordurosa e relativa perda da massa muscular Uso terapêutico do hgh O hgh foi usado terapeuticamente em 1958 no tratamento de nanismo pituitário. 6 O tratamento com o hormônio difundiu-se desde então, e em meados dos anos 80 ele era usado em grande escala. Nessa época, o hormônio usado nos tratamentos era extraído de cadáveres humanos. Em 1985, o uso desse hormônio extraído de cadáveres foi terminado devido à

26 ligação do uso dessa substância, para tratar um paciente quinze anos antes, com a doença de Creutzfeld-Jakob, condição rara, porém fatal que afeta o cérebro. 23 A partir desse caso, diversos outros casos dessa doença foram ligadas à administração de hgh nos pacientes, o que causou o fim da produção e comércio desse hormônio nas condições em que eram realizados. 24, Nesse mesmo período, os primeiros hgh recombinantes estavam começando a surgir, o que pôde suprir as necessidades dos pacientes com deficiência desse hormônio, após o término do hgh extraído de cadáveres. 1 Nos dias atuais, todo o hgh comercializado é produzido pela técnica recombinante. Ele tem se mostrado efetivo também no tratamento de outras condições, incluindo Sindrome de Turner, insuficiência renal crônica, e como anabolizante. Ainda assim, o tratamento contra nanismo é o principal motivo de uso dessa substância Gonadotropinas Esta família de hormônios é denominada gonadotropina devido a seus alvos de ação serem as gônadas (ovários e testículos), e estão ligados diretamente à produção de gametas e consequentemente à reprodução. Existem três hormônios dessa família que são usados terapeuticamente: o hormônio luteinizante (LH) e o hormônio folículo estimulante (FSH) que são produzidos na adeno-hipófise e ocorrem tanto em homens quanto em mulheres; e a gonadotropina coriônica (hcg), hormônio sintetizado por trofoblastos extra-embrionários e por células da placenta apenas em mulheres grávidas. 18 O hormônio hcg é liberado pelos trofoblastos durante o inicio da gravidez, e garante a manutenção do corpo lúteo no ovário nesse período, liberando progesterona e garantindo a continuidade da gravidez. A partir da décima/décima primeira semana, esse hormônio passa a ser liberado pela placenta. 26 A produção e liberação do LH e do FSH na adeno-hipófise são controladas pelo hormônio de liberação das gonadotropinas (GnRH). Esse

27 27 hormônio é considerado como um neuro hormônio, por ser sintetizado em células neurais e sua liberação é regulada pelo hipotálamo. Quando liberado, esse hormônio liga-se ao seu receptor nas células da adeno-hipófise, estimulando a secreção dos hormônios. A atividade do GnRH é baixa durante a infância, porém atinge alto índice durante a maturidade sexual e nos períodos de ovulação. 27 O FSH em homens atinge as células de Sertoli, encontradas nos testículos, onde vai estimular a espermatogênese. Nas mulheres, esse hormônio atinge as células do folículo ovariano. O FSH estimula o desenvolvimento e crescimento folicular, e com isso a ovulação. 1 O LH tem seus receptores nas células de Leydig, localizadas nos testículos, e nas células da teça e da granulosa nas mulheres. Ele estimula a síntese de testosterona e progesterona, além de romper o folículo dominante durante ovulação e ser necessário para a expressão do receptor do FSH nas mulheres Deficiência e uso terapêutico A deficiência dessa família de hormônios pode causar infertilidade, tanto em homens quanto em mulheres, devido à falta de maturação dos gametas. 18 O uso de gonadotropinas na estimulação de ovários para a ovulação dáse desde o começo dos anos 60. De lá para cá, o tratamento evoluiu, com a tecnologia recombinante, e formas mais puras e modificadas dos hormônios para obtenção de melhores resultados. 28 A principal indicação das gonadotropinas é para a indução da ovulação em mulheres que não ovulam devido à disfunção da hipófise, ou que tenham síndrome do ovário policístico. Mulheres que apresentam infertilidade, apesar de não apresentarem nenhuma das duas condições citadas e apresentarem ovulação normal, também podem ser tratadas com esses hormônios. 18, 29 Em homens, esses hormônios são usados em tratamentos de fertilidade para iniciar a espermatogênese. Homens com hipogonadismo hipogonadotrópico, condição causada pela diminuição do funcionamento das gônadas e consequentemente baixa taxa de produção de hormônios sexuais,

28 são submetidos a esse tratamento, que tem mostrado resultados satisfatórios em estudo Além disso, o hcg é a base dos testes de gravidez vendidos em farmácia. No início da gravidez a mulher produz esse hormônio, que ao serem detectados na urina durante o teste indicam resultado positivo para a gravidez Produção comercial de Gonadotropinas Os hormônios dessa classe são comercializados desde meados dos anos 60. Nessa época, havia apenas uma fonte, eles eram extraídos da urina de mulheres na pós-menopausa, obtendo-o FSH. Esse tipo de FSH, que também contém níveis variáveis de LH, é chamado de Menotropina. O hcg é extraído da urina de mulheres grávidas. 31 Esse processo persiste ainda atualmente. Há padrões a serem seguidos, como coleta de urina apenas de países com baixa incidência de HIV e ausência da doença de Creutzfeld-Jakob (para evitar o ocorrido com o hgh, citado anteriormente). A urina, que contém aproximadamente 2% de FSH passa por múltiplos processos de purificação por cromatografia para remover qualquer vírus, e ainda passa por um processo de desativação viral. O produto final contém mais de 95% de FSH puro, e é aprovado pela FDA. 32 Em 1995, tornaram-se disponíveis no mercado as gonadotropinas recombinantes, porém as que são produzidas a partir da urina não deixaram de existir. 31 Os hormônios FSH recombinante recebem a denominação rhfsh, e são clinicamente efetivos na estimulação do crescimento folicular em mulheres. São produzidos em células ovarianas de hamsters e apesar de exibirem sequencia de aminoácidos idêntica à humana, possuem glicosilação levemente diferenciada. Essa preparação é bem tolerada quando administrada em humanos, sem efeitos adversos inesperados Anticorpos Monoclonais Anticorpos monoclonais são anticorpos específicos idênticos, que são clonados a partir de uma única célula imunizada. Esse conceito foi

29 29 primeiramente desenvolvido por Kohler e Milstein em 1975, ao fundirem com sucesso uma célula de mieloma (tipo de câncer que atinge os linfócitos-b no sangue) com linfócito-b (no caso essa célula foi clonada de linfócitos-b de ratos imunizados), que são células produtoras de anticorpos e principais agentes do sistema imunológico. 33 Figura 5 Diferenças entre anticorpos policlonais e monoclonais. Fonte: Pharmaceutical Biotechnology: Concepts and Applications, adaptado. 1 Os linfócitos-b, um tipo de glóbulo branco, são as células responsáveis por produzirem os anticorpos na presença de um antígeno, regulando assim a imunidade humoral. A região no antígeno onde se ligam os anticorpos é denominada epítopo, e um antígeno tem centenas de epítopos diferentes em sua molécula. As células de linfócito-b, assim como os antígenos, são específicas e produzem diferentes anticorpos que se ligarão ao seu epítopo especifico no antígeno. Os anticorpos policlonais são produzidos de clones celulares contendo anticorpos que se ligarão a epítopos diferentes. Os anticorpos monoclonais são produzidos de forma que apenas um tipo de anticorpo especifico para apenas um antígeno esteja presente, aumentando a eficácia terapêutica ao atacar o epítopo específico que destruirá o antígeno. 1 A

30 Figura 5 ilustra a diferença entre os anticorpos produzidos no corpo humano, e os monoclonais, de única especificidade. 30 Hoje, esses anticorpos monoclonais são assunto de inúmeras pesquisas e estudos, pois representam grande potencial no tratamento de doenças como câncer, doenças autoimunes e inflamatórias Método de produção hibridoma O experimento de Kohler e Milstein, em 1975, que gerou o processo hibridoma, consistiu em uma linha celular produzida a partir da fusão de células de mieloma de ratos (células essas que não produziam anticorpos), com células do baço de rato previamente imunizado. Essas células do baço produzem linfócitos-b, e consequentemente anticorpos. Ao serem fundidas, essas células formam um hibridoma, que mantém características de célula imortal do mieloma, e produzem anticorpos por um longo tempo (diferente das células B isoladas, que têm um curto tempo de vida in vitro). Assim, como ilustrado pela Figura 6, podem-se produzir anticorpos monoclonais ao isolar os linfócitos-b de interesse e formar os hibridomas desses linfócitos. 33, 34 Figura 6 Método Hibridoma com células murinas. Fonte: Culture Cell Dish Website, adaptado. 35

31 31 No entanto, esses anticorpos, apesar do grande potencial no tratamento de doenças autoimunes e tumores, mostraram-se ineficientes durante testes clínicos, e em alguns casos provocaram reações adversas indesejadas Anticorpos monoclonais de primeira geração Os anticorpos produzidos a partir do método original de Kohler e Milstein são denominados de anticorpos monoclonais de primeira geração. Eles eram produzidos totalmente de células murinas (células de ratos), e durante testes clínicos demonstraram grande ineficácia em humanos. Por serem proteínas derivadas de células de camundongos, esses anticorpos provocaram, em 50 a 75% dos receptores, resposta imunológica indesejada. Além disso, eles apresentaram penetração insuficiente nos tumores, e baixa meia-vida em humanos. A partir de então, buscaram-se outras técnicas para criar os anticorpos monoclonais sem as inconveniências das células totalmente murinas. 2 O primeiro anticorpo monoclonal, produzido inteiramente de células murinas, aprovado para uso clinico em humanos pela FDA foi o Muromomabe, em Esse medicamento pode desencadear desde reações alérgicas até encefalopatias ou edemas pulmonares, além da produção de anticorpos humanos anti-camundongo (HAMA human anti-mouse antibodies), o que levaria a uma posterior eliminação do anticorpo monoclonal murino. A indicação do muromomabe era para o tratamento de rejeição em transplante de órgãos Anticorpos monoclonais de segunda geração Para contornar o problema das células murinas, cientistas criaram em 1984 uma forma de anticorpo monoclonal denominada quimérica, utilizando de técnicas de DNA recombinante. Neste modelo, o anticorpo consistia de uma parte de célula murina variável e específica (a parte que se liga ao antígeno), e uma parte fixa, de célula humana. 37 Pela estrutura do anticorpo, na Figura 7, podem-se notar duas regiões diferentes: Fc e Fab. A região hipervariável é a região que se liga ao antígeno,

32 32 sendo especifica para cada epítopo existente. A região Fc é fixa e não se altera nos anticorpos. A partir de técnicas de DNA recombinante, clona-se o domínio Fab murino e o acopla a regiões de Fc humano, originando assim os anticorpos monoclonais quiméricos, que possuem maior meia vida no organismo humano e melhor capacidade de ativar os mecanismos de defesa. 38 Figura 7 Estrutura de um anticorpo. Fonte: Medicamentos biológicos na prática médica. 2 Além do quimérico, desenvolveu-se outro tipo de anticorpo monoclonal, o humanizado, tentando assim aproximar-se ao máximo possível do anticorpo produzido em humanos. Neste tipo de anticorpo, as regiões Fc e Fab são derivadas de anticorpos humanos, e apenas a região hipervariável da área Fab é descendente de células murinas, obtendo-se assim uma melhor aceitação pelo sistema imune do corpo humano Anticorpos monoclonais inteiramente humanos A partir dos anticorpos monoclonais quiméricos e humanizados, cientistas tentaram criar anticorpos monoclonais inteiramente humanos, para minimizar ainda mais o risco de imunogenicidade que as células murinas poderiam causar. Duas abordagens de sucesso foram identificadas: utilização de ratos transgênicos, e a técnica de Phage Display. 40 Na Figura 8 estão os diferentes anticorpos monoclonais atualmente produzidos.

33 33 O método de utilização de ratos transgênicos consiste em transferir genes de imunoglobina humana no genoma do animal, que é vacinado em seguida contra o antígeno específico para o qual se deseja produzir os anticorpos monoclonais. Ao ser vacinado, os linfócitos B do rato produzem anticorpos com a região hipervariável idêntica à humana, diminuindo assim os riscos de resposta imunológica ao serem administrados nos pacientes humanos. Essa técnica tem grande sucesso na produção de anticorpos monoclonais humanos, sendo usada em sete dos nove produtos que são comercializados (outros dois usando técnica de Phage Display). 41 A técnica de Phage Display consiste em uso de bacteriófagos para determinar interações proteína proteína ou proteína DNA. Nessa técnica, insere-se o código de uma proteína de interesse no fago, que vai exibir essa proteína em seu exterior e ter o código genético dela no seu interior. Esses fagos passam então por uma varredura em uma biblioteca de proteínas, peptídeos e DNA, para detectar possíveis interações. Assim, pôde-se criar uma biblioteca de fagos exibindo anticorpos, que podem ser acessados para coletar o anticorpo de interesse para a posterior síntese. 41 Figura 8 Classes de anticorpos monoclonais existentes hoje no mercado. Fonte: Monoclonal antibody therapeutics: history and future, adaptado. 39

34 Tratamentos com anticorpos monoclonais Anticorpos monoclonais no tratamento de artrite reumatóide A artrite reumatóide atinge aproximadamente 25 homens e 54 mulheres a cada , e se apresenta entre os 30 e 50 anos de idade. É uma doença sistêmica autoimune, inflamatória e crônica, que causa inflamação de tecidos e órgãos, principalmente das juntas, causando dor e debilitando os movimentos. A doença caracteriza-se por uma inflamação da membrana sinovial (membrana que envolve as juntas), seguida de inchaço, secreção de altas quantidades de fluidos sinoviais, e desenvolvimento de tecido fibroso. A patologia leva à destruição da cartilagem envolvendo essas áreas e fusão das juntas. 42 A falha na identificação de pacientes com artrite em estagio inicial pode levar ao subseqüente desenvolvimento de artrite reumatóide. Pacientes apresentando inchaço, dor e endurecimento poliarticular, em padrões simétricos podem ser clinicamente diagnosticados com artrite reumatóide, o que pode ser posteriormente confirmado com radiografias e exames laboratoriais. 43 Os anticorpos monoclonais que são comercializados atualmente para o tratamento da artrite reumatóide são: adalimumabe, certolizumabe, golimumabe e infliximabe. Esses medicamentos têm a função de bloquear o fator de necrose tumoral (TNF), que é uma citocina inflamatória encontrada no fluido sinovial de pacientes com artrite reumatóide, cuja inibição tem se mostrado eficiente no tratamento dessa doença. Usualmente, o tratamento demonstra resultados superiores se a droga for administrada em associação com outras drogas modificadoras do curso da doença (DMCD) Anticorpos monoclonais em tratamentos oncológicos Atualmente, alguns tipos de câncer estão sendo tratados com anticorpos monoclonais, caso do câncer colorretal, câncer de mama e de pulmão. Como um grande número de pacientes só tem a doença diagnosticada já em estágio avançado, fazendo da cirurgia inviável, as drogas de ação neoplásica são o único tratamento disponível, porém apresentam grande inconveniente por comprometerem os tecidos saudáveis, além dos patológicos. 2

35 35 Os anticorpos monoclonais são direcionados para células específicas, aumentando assim a eficácia e diminuindo os efeitos adversos devidos à destruição de células saudáveis. Medicamentos como bevacizumabe, nimotuzumabe e cetuximabe já são comercializados no Brasil no tratamento de câncer, apresentando melhor controle da doença, diminuindo a progressão e o risco de morte Técnica de DNA Recombinante A técnica de DNA recombinante consiste basicamente em inserir, no DNA de outro organismo, o gene da proteína humana de interesse, fazendo com que esse organismo que recebeu o gene produza a proteína idêntica à humana em cultivos laboratoriais ou industriais. 16 Para os medicamentos biológicos, os organismos que recebem o gene para produzir a proteína podem ser Escherichia coli (bactéria), Saccharomyces cerevisiae (levedura), ou células animais como células de ovário de hamster chinês (CHO), ou células de rim de hamster bebê (BHK). 1 As primeiras publicações descrevendo com sucesso a replicação intracelular de DNA recombinante apareceram entre 1972 e 1973, e nesses estudos foram utilizadas colônias de E. coli para a produção da proteína recombinante. 9, 44 Figura 9 Atuação da enzima de restrição no DNA e no plasmídeo. Fonte: Diagram of molecular cloning with bacteria and plasmids, disponível em 20px-Gene_cloning.svg.png O primeiro passo desse processo é identificar e isolar o código genético da proteína de interesse. Isso ocorre pela utilização das enzimas de restrição

36 (usualmente endonucleases de restrição). 45 Essas enzimas reconhecem e cortam sequências de DNA definidas, normalmente deixando extremidades coesivas (Sticky ends), as quais serão preenchidas ao se inserir esse fragmento de DNA no vetor, conforme ilustrado na Figura 9. Atualmente, cerca de 800 enzimas de restrição já foram identificadas, cada uma cortando o DNA em um gene específico. Nesta etapa, um mrna com o código da proteína também pode ser um ponto de partida. Nesse caso, através de enzimas, o código contido no mrna é transcrito reversamente, gerando DNA complementar (cdna). 1, Em seguida, coletam-se os vetores, usualmente plasmídeos, que são pequenos segmentos de DNA contendo código necessário para a replicação. Na Figura 10 pode-se ver a estrutura de um plasmídeo, onde há um gene denominado LacZ, que é responsável por sua cor azul. Dentro do LacZ, estão os locais de clonagem, e os locais da restrição, que é onde atuará a mesma endonuclease de restrição que atuou no DNA, abrindo a estrutura do plasmídeo e deixando-o com extremidades coesivas. Como foi utilizada a mesma enzima de restrição, as extremidades coesivas terão as mesmas bases do gene de DNA previamente isolado, fazendo com que o gene de interesse seja incluído nos plasmídeos. Alguns vetores, porém, se fecham logo após serem abertos, não recebendo gene nenhum. 45 Figura 10 Estrutura do plasmídeo. Fonte: Diagram of molecular cloning with bacteria and plasmids, disponível em 20px-Gene_cloning.svg.png Posteriormente os plasmídeos são introduzidos no meio junto com a bactéria. Algumas bactérias são preenchidas com plasmídeo que foi

37 modificado, enquanto outras são preenchidas com plasmídeo sem o gene da proteína de interesse, e outras não tomam plasmídeo nenhum. Como o gene LacZ foi interrompido, no caso dos plasmídeos modificados, a bactéria mantém sua cor original, enquanto que nos outros casos ela fica azul. A esse meio introduz-se um antibiótico, fazendo com que as bactérias que não foram introduzidas com plasmídeo nenhum não sobrevivam. 1, Em laboratórios, essas células são colocadas em placas de Petri de ágar, e incubadas, a fim de começarem a formar colônias. Essas colônias podem ser diferenciadas pela sua coloração, já que as bactérias com plasmídeos sem o gene clonado formarão colônias azuis. As células contendo o plasmídeo com o código da proteína recombinante de interesse são coletadas e formam um banco de células de trabalho, o qual será multiplicado e usado continuamente conforme as necessidades do fabricante. Em processos industriais, devido ao alto nível de expressão heteróloga de proteínas que se podem alcançar, essas células contendo o código da proteína humana normalmente são células de S. cerevisiae ou E. coli. Elas passam então pelos processos Upstream e Downstream, para a obtenção do produto final. 1, Processo Upstream Um frasco é coletado do banco de células de trabalho, mantendo o banco para produções futuras. As células desse frasco são utilizadas para inocular um pequeno volume de meio de cultura estéril, gerando as culturas iniciais em escalas de laboratório. Essa cultura inicial será então utilizada para inocular o biorreator, para a produção dos lotes desejados, onde ocorrerá a fermentação. 1 O biorreator deve ser especificado para controlar os parâmetros do processo a valores pré-determinados pelo fabricante. Parâmetros a serem manipulados podem ser temperatura, pressão e volume, ph do meio, oxigênio dissolvido, taxa de agitação, concentração celular, entre outros pertinentes ao processo. As condições presentes no ambiente interno do reator dependem não só da manipulação pelo operador, mas também das interações celulares com o ambiente, e podem interferir no crescimento celular e na síntese de proteínas. 46

Ácidos Nucléicos Duplicação do DNA e Síntese de PROTEÍNAS. Paulo Dutra

Ácidos Nucléicos Duplicação do DNA e Síntese de PROTEÍNAS. Paulo Dutra Ácidos Nucléicos Duplicação do DNA e Síntese de PROTEÍNAS Paulo Dutra ÁCIDOS NUCLEICOS Nucleotídeos É a unidade formadora dos ácidos nucléicos: DNA e RNA. É composto por um radical fosfato, uma pentose

Leia mais

Proteínas. Dra. Flávia Cristina Goulart. Bioquímica

Proteínas. Dra. Flávia Cristina Goulart. Bioquímica Proteínas Dra. Flávia Cristina Goulart Bioquímica Os aa. e as proteínas Nos animais, as proteínas correspondem à cerca de 80% do peso dos músculos desidratados, cerca de 70% da pele e 90% do sangue seco.

Leia mais

A síntese de DNA tem como objetivo replicar, de modo exato, o genoma. Já a síntese de RNA está relacionada com a própria expressão gênica.

A síntese de DNA tem como objetivo replicar, de modo exato, o genoma. Já a síntese de RNA está relacionada com a própria expressão gênica. A síntese de DNA tem como objetivo replicar, de modo exato, o genoma. Já a síntese de RNA está relacionada com a própria expressão gênica. O processo de síntese de RNA, a partir de um molde de DNA, é denominado

Leia mais

Glândulas e hormônios. Profª Talita Silva Pereira

Glândulas e hormônios. Profª Talita Silva Pereira Glândulas e hormônios Profª Talita Silva Pereira O sistema endócrino É formado pelo conjunto de glândulas endócrinas, as quais são responsáveis pela secreção de substância denominadas hormônios. As glândulas

Leia mais

COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS ÁCIDOS NUCLEICOS

COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS ÁCIDOS NUCLEICOS COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS ÁCIDOS NUCLEICOS Unidade básica dos Ácidos Nucleicos Existem apenas 4 bases em cada um dos ácidos nucleicos DNA DNA e RNA RNA Ácido fosfórico Ácido fosfórico Pentose Desoxirribose

Leia mais

FISIOLOGIA ANIMAL - UERJ

FISIOLOGIA ANIMAL - UERJ FISIOLOGIA ANIMAL - UERJ 1) Lipases são enzimas relacionadas à digestão dos lipídios, nutrientes que, em excesso, levam ao aumento da massa corporal. Certos medicamentos para combate à obesidade agem inibindo

Leia mais

A Química da Vida. Anderson Dias Felipe Knak

A Química da Vida. Anderson Dias Felipe Knak A Química da Vida Anderson Dias Felipe Knak A ÁGUA NAS CÉLULAS A água é imprescindível à vida dos indivíduos, independendo da espécie, idade, metabolismo e/ou grupo celular. A água exerce função de transporte

Leia mais

Estrutura e Função de Proteínas

Estrutura e Função de Proteínas Estrutura e Função de Proteínas As Proteínas As proteínas observadas na natureza evoluíram pela pressão selectiva para efetuar funções específicas. As propriedades funcionais das proteínas dependem da

Leia mais

AMINOÁCIDOS E PROTEÍNAS

AMINOÁCIDOS E PROTEÍNAS AMINOÁCIDOS E PROTEÍNAS Origem grego (protos) primeira, mais importante A palavra proteína que eu proponho vem derivada de proteos, porque ela parece ser a substância primitiva ou principal da nutrição

Leia mais

Geralmente é arredondado e único por célula, mas existem núcleos com outras formas e células com mais de um núcleo

Geralmente é arredondado e único por célula, mas existem núcleos com outras formas e células com mais de um núcleo Núcleo Celular Geralmente é arredondado e único por célula, mas existem núcleos com outras formas e células com mais de um núcleo Núcleo Celular Algumas células não têm núcleo (são anucleadas), como as

Leia mais

LIPÍDIOS. 1º ano Pró Madá

LIPÍDIOS. 1º ano Pró Madá LIPÍDIOS 1º ano Pró Madá O QUE SÃO? Também chamados de gorduras Compostos com estrutura molecular variada principalmente, por moléculas de hidrogênio, oxigênio, carbono Característica principal insolubilidade

Leia mais

Produção de Proteínas com Ação Terapêutica, com Foco em Cultura de Células Animais. Ricardo Medronho

Produção de Proteínas com Ação Terapêutica, com Foco em Cultura de Células Animais. Ricardo Medronho Produção de Proteínas com Ação Terapêutica, com Foco em Cultura de Células Animais Ricardo Medronho Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Escola de Química Departamento de Engenharia Química 13/11/2008

Leia mais

Átomos Moléculas Íons Biomoléculas. Matéria é formada por Átomos. Obs.: teoria confirmada apenas no início do século XX.

Átomos Moléculas Íons Biomoléculas. Matéria é formada por Átomos. Obs.: teoria confirmada apenas no início do século XX. Átomos Moléculas Íons Biomoléculas Estrutura da Matéria Matéria é formada por Átomos Obs.: teoria confirmada apenas no início do século XX. Os átomos dificilmente existem livres e possuem grande tendência

Leia mais

Aula 8 Síntese de proteínas

Aula 8 Síntese de proteínas Aula 8 Síntese de proteínas As proteínas que podem ser enzimas, hormônios, pigmentos, anticorpos, realizam atividades específicas no metabolismo dos seres vivos. São produzidas sob o comando do DNA. Observe

Leia mais

Exercícios de Autoduplicação, Transcrição e Tradução

Exercícios de Autoduplicação, Transcrição e Tradução Exercícios de Autoduplicação, Transcrição e Tradução 1. (UniFoa/2003) Imagine a seguinte situação hipotética: Um aluno precisa decifrar o código de uma enzima G1, que possui uma cadeia formada por seis

Leia mais

Ribossomos e síntese protéica

Ribossomos e síntese protéica Ribossomos e síntese protéica SÍNTESE PROTÉICA DNA Transcrição RNA Tradução T A U T A U C G C G C G C G C C G C T A U G C G G C G O código genético é DEGENERADO PROTEÍNA Phe Ala Trp MAQUINARIA GENÉTICA

Leia mais

Do D.N.A. à síntese proteica. Descoberta do D.N.A. e da sua estrutura

Do D.N.A. à síntese proteica. Descoberta do D.N.A. e da sua estrutura Do D.N.A. à síntese proteica Descoberta do D.N.A. e da sua estrutura Do DNA ao organismo! Para percorrer este caminho temos que responder à questão que se segue: Onde se localiza a informação genética?

Leia mais

INTEGRAÇÃO E REGULAÇÃO HORMONAL DO METABOLISMO

INTEGRAÇÃO E REGULAÇÃO HORMONAL DO METABOLISMO INTEGRAÇÃO E REGULAÇÃO HORMONAL DO METABOLISMO INTEGRAÇÃO E REGULAÇÃO HORMONAL DO METABOLISMO 1) MECANISMOS DE REGULAÇÃO METABÓLICA 2) ESPECIALIZAÇÃO DOS ÓRGÃOS Cérebro, Músculos, Tecido Adiposo e Fígado

Leia mais

Clonagem Molecular Patricia H. Stoco Edmundo C. Grisard

Clonagem Molecular Patricia H. Stoco Edmundo C. Grisard Universidade Federal de Santa Catarina Centro de Ciências Biológicas Programa de Pós Graduação em Biotecnologia e Biociências Clonagem Molecular Patricia H. Stoco Edmundo C. Grisard Desenvolvimento da

Leia mais

Sistema Circulatório: O Sangue

Sistema Circulatório: O Sangue Sistema Circulatório: O Sangue A composição do sangue Embora o sangue tenha uma aparência homogênea, se observado ao microscópio, logo se notará sua composição heterogênea. Isto significa que o sangue

Leia mais

CÉLULA VEGETAL E PAREDE CELULAR

CÉLULA VEGETAL E PAREDE CELULAR Universidade Federal do Pampa Campus de São Gabriel Centro de Ciências Rurais Curso de Ciências Biológicas CÉLULA VEGETAL E PAREDE CELULAR Monitora: Rosangela Gonçalves Célula Vegetal As células vegetais

Leia mais

Genes. Informam para proteínas. Formam o GENOMA. Constituídas por monómeros: a.a. Codificados pelo código genético

Genes. Informam para proteínas. Formam o GENOMA. Constituídas por monómeros: a.a. Codificados pelo código genético SÍNTESE PROTEICA São fragmentos de DNA (bases azotadas) que informam para uma característica Formam o GENOMA Genes Constituem os cromossomas Informam para proteínas Constituídas por monómeros: a.a. Codificados

Leia mais

QBQ 0102 Educação Física. Carlos Hotta. Código Genético e Tradução 16/06/15

QBQ 0102 Educação Física. Carlos Hotta. Código Genético e Tradução 16/06/15 QBQ 0102 Educação Física Carlos Hotta Código Genético e Tradução 16/06/15 Previously... replicação DNA transcrição RNA tradução proteína RNAm possuem informação para gerar novas proteínas A RNA polimerase

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA HORMÔNIOS E REGULAÇÃO METABÓLICA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA HORMÔNIOS E REGULAÇÃO METABÓLICA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA HORMÔNIOS E REGULAÇÃO METABÓLICA Prof a. Dr a. Nereide Magalhães Recife, fevereiro de 2005 HORMÔNIOS Sinais hormonais

Leia mais

Sangue Professor: Fernando Stuchi

Sangue Professor: Fernando Stuchi Zoologia e Histologia Animal Sangue Professor: Fernando Stuchi Sangue Em animais invertebrados o líquido circulante no interior do sistema cardiovascular é a hemolinfa. Nos vertebrados esse liquido é o

Leia mais

NERVITON PLUS É MAIS ENERGIA!!!

NERVITON PLUS É MAIS ENERGIA!!! M.S 6.6969.0027.001-8 FÓRMULA ESPECIAL : GUARANÁ + 21 VITAMINAS E MINERAIS UMA CÁPSULA AO DIA 1200 MG. ALTO PODER DE CONCENTRAÇÃO NÃO ENGORDA! NERVITON PLUS É MAIS ENERGIA!!! É um polivitamínico completo

Leia mais

Noções básicas de hereditariedade. Isabel Dias CEI

Noções básicas de hereditariedade. Isabel Dias CEI Noções básicas de hereditariedade Os seres humanos apresentam características que os distinguem dos seres vivos de outras espécies mas também apresentam características que os distinguem dos outros indivíduos

Leia mais

É utilizada há vários séculos e baseia-se na selecção artificial para obter variedades de plantas com características vantajosas.

É utilizada há vários séculos e baseia-se na selecção artificial para obter variedades de plantas com características vantajosas. Reprodução selectiva tradicional É utilizada há vários séculos e baseia-se na selecção artificial para obter variedades de plantas com características vantajosas. Em cada geração, são promovidos os cruzamentos

Leia mais

PAPEL DOS HORMÔNIOS NO CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E ENVELHECIMENTO DO ORGANISMO HUMANO. Profa. Dra. Rosângela Fernandes Garcia

PAPEL DOS HORMÔNIOS NO CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E ENVELHECIMENTO DO ORGANISMO HUMANO. Profa. Dra. Rosângela Fernandes Garcia PAPEL DOS HORMÔNIOS NO CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E ENVELHECIMENTO DO ORGANISMO HUMANO Profa. Dra. Rosângela Fernandes Garcia 2012 Crescimento nos seres humanos Importante indicador da saúde física e

Leia mais

Modificação Covalente

Modificação Covalente Controle Celular Sistema de Controle Celular Governa a Maquinaria do Ciclo Celular Ativação e desativação cíclica Ativação e Inativação Proteínas chaves e dos complexos protéicos Iniciam ou regulam Replicação

Leia mais

Microbiologia Vír í u r s

Microbiologia Vír í u r s Microbiologia Vírus Vírus São conjuntos de genes capazes de se transferir de uma célula para outra e de direcionar a atividade das organelas celulares no sentido de reproduzi-los e transferi-lo para exterior

Leia mais

Projeto: Desenvolvimento de Casos Clínicos para Aplicação no Ensino de Biologia Celular e Molecular para Medicina. Tema: Prions

Projeto: Desenvolvimento de Casos Clínicos para Aplicação no Ensino de Biologia Celular e Molecular para Medicina. Tema: Prions Departamento de Biologia Celular e Molecular Projeto: Desenvolvimento de Casos Clínicos para Aplicação no Ensino de Biologia Celular e Molecular para Medicina Tema: Prions Monitora: Marcelle da Costa Frickmann,

Leia mais

Prof. Giovani - Biologia

Prof. Giovani - Biologia Prof. Giovani - Biologia 1.(UFRS) Tanto em uma célula eucarionte quanto em uma procarionte podemos encontrar: a) membrana plasmática e retículo endoplasmático. b) ribossomos e aparelho de Golgi. c) mitocôndrias

Leia mais

Metabolismo dos Carboidratos

Metabolismo dos Carboidratos Metabolismo dos Carboidratos Disciplina: Nutrição Aplicada a Educação Física Prof ₐ Mda. Vanessa Ribeiro dos Santos Definição O que são carboidratos? Os carboidratos são compostos orgânicos que contêm:

Leia mais

Resumidamente, podemos sintetizar assim as características gerais dos seres vivos.

Resumidamente, podemos sintetizar assim as características gerais dos seres vivos. 1 2 Resumidamente, podemos sintetizar assim as características gerais dos seres vivos. 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 Os heterótrofos podem ser: consumidores: alimentam-se de outros organismos. Todos

Leia mais

Ficha Teórica de Apoio

Ficha Teórica de Apoio ESCOLA SECUNDÁRIA/3 JOAQUIM DE ARAÚJO Disciplina de Biologia/Geologia Ano Lectivo 2009-2010 Ficha Teórica de Apoio Assunto: Síntese Proteica EXPRESSÃO DA INFORMAÇÃO GENÉTICA BIOSSÍNTESE DE PROTEÍNAS O

Leia mais

Mediada pelos linfócitos T (que possuem receptores específicos receptores T) Particularmente efectiva na defesa do organismo contra:

Mediada pelos linfócitos T (que possuem receptores específicos receptores T) Particularmente efectiva na defesa do organismo contra: Imunidade Celular Mediada pelos linfócitos T (que possuem receptores específicos receptores T) Particularmente efectiva na defesa do organismo contra: parasitas multicelulares; fungos; células infectadas

Leia mais

DNA, o nosso código secreto

DNA, o nosso código secreto Ciências Naturais 9ºAno Texto de apoio DNA, o nosso código secreto Nome: Data: Imagina que poderias ter nas mãos uma célula e abrir o seu núcleo como se abre um baú. Lá dentro, encontrarias uma sequência

Leia mais

HIV/AIDS NO ENTARDECER DA VIDA RESUMO

HIV/AIDS NO ENTARDECER DA VIDA RESUMO HIV/AIDS NO ENTARDECER DA VIDA Iolanda Cristina da Costa (1) ; Regina Célia Teixeira (2) ; (1) Graduanda de Psicologia; Centro Universitário de Itajubá- FEPI; Iolanda.cristina@yahoo.com.br; (2) Professora/orientadora;

Leia mais

Proteínas e aminoácidos

Proteínas e aminoácidos Proteínas e aminoácidos Digestão Absorção Metabolismo Disciplina de Bioquímica Profa. Dra. Celene Fernandes Bernardes Proteínas da dieta Proteínas endógenas Proteínas endógenas Síntese de aminoácidos não

Leia mais

HPV Vírus Papiloma Humano. Nome: Edilene Lopes Marlene Rezende

HPV Vírus Papiloma Humano. Nome: Edilene Lopes Marlene Rezende HPV Vírus Papiloma Humano Nome: Edilene Lopes Marlene Rezende O HPV (papiloma vírus humano) é o agente causador de uma doença sexualmente transmissível (DST). Condiloma Acuminado vulgarmente conhecida

Leia mais

A DÚVIDA É O INÍCIO DA SABEDORIA. ARISTÓTELES

A DÚVIDA É O INÍCIO DA SABEDORIA. ARISTÓTELES A DÚVIDA É O INÍCIO DA SABEDORIA. ARISTÓTELES Fertilidade Natural: Acupuntura CAPÍTULO 9 Acupuntura A Medicina Tradicional Chinesa tem mais de 3000 anos de história. Tem o objetivo de harmonizar e equilibrar

Leia mais

A disposição da vida na Terra

A disposição da vida na Terra Aula 01 A disposição da vida na Terra O que é a vida? Existe vida em outros planetas? Podemos viver sem o Sol? O nosso sistema solar possui os seguintes planetas: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte Júpiter,

Leia mais

DISTROFIAS DISTROFIA MUSCULA R DO TIPO DUCHENNE (DMD)

DISTROFIAS DISTROFIA MUSCULA R DO TIPO DUCHENNE (DMD) Texto de apoio ao curso de Especialização Atividade Física Adaptada e Saúde Prof. Dr. Luzimar Teixeira DISTROFIAS As Distrofias Musculares Progressivas (DMPs) englobam um grupo de doenças genéticas, que

Leia mais

Data: Bim.: 4. Nome: 8 ANO A Nº Disciplina: Ciências Professora: Ângela Valor da Prova / Atividade: Objetivo / Instruções:

Data: Bim.: 4. Nome: 8 ANO A Nº Disciplina: Ciências Professora: Ângela Valor da Prova / Atividade: Objetivo / Instruções: Data: Bim.: 4 Nome: 8 ANO A Nº Disciplina: Ciências Professora: Ângela Valor da Prova / Atividade: Objetivo / Instruções: Lista de Recuperação 1.Quais são os distúrbios do sistema endócrino? 2.O que é

Leia mais

A ORIGEM DA VIDA. Hipótese autotrófica e heterotrófica

A ORIGEM DA VIDA. Hipótese autotrófica e heterotrófica A ORIGEM DA VIDA Hipótese autotrófica e heterotrófica HIPÓTESE AUTOTRÓFICA Necessidade de alimento Seres autotróficos: capazes de produzir o alimento necessário plantas clorofiladas e algumas bactérias

Leia mais

GOIÂNIA, / / 2015 PROFESSOR: ALUNO(a):

GOIÂNIA, / / 2015 PROFESSOR: ALUNO(a): GOIÂNIA, / / 2015 PROFESSOR: DISCIPLINA: SÉRIE: 1º ano ALUNO(a): Lista de Exercícios NOTA: No Anhanguera você é + Enem Questão 01) O núcleo é uma das mais importantes estruturas celulares pois, além de

Leia mais

PlanetaBio Resolução de Vestibulares UNICAMP 2012 1ª fase www.planetabio.com

PlanetaBio Resolução de Vestibulares UNICAMP 2012 1ª fase www.planetabio.com 1- Hemácias de um animal foram colocadas em meio de cultura em vários frascos com diferentes concentrações das substâncias A e B, marcadas com isótopo de hidrogênio. Dessa forma os pesquisadores puderam

Leia mais

Membranas Biológicas. Profª Eleonora Slide de aula

Membranas Biológicas. Profª Eleonora Slide de aula Membranas Biológicas Profª Eleonora Slide de aula Membranas Biológicas Todas as células possuem na sua periferia uma membrana, a qual fornece a barreira necessária que separa o lado interno do lado externo.

Leia mais

PROGRAMA DE DISCIPLINA VERSÃO CURRICULAR: 2014/2 PERÍODO: 1º DEPARTAMENTO: BIQ

PROGRAMA DE DISCIPLINA VERSÃO CURRICULAR: 2014/2 PERÍODO: 1º DEPARTAMENTO: BIQ PROGRAMA DE DISCIPLINA DISCIPLINA: Bioquímica Aplicada à Enfermagem CÓDIGO: BIQ004 COORDENADOR: CARGA HORÁRIA TEÓRICA CARGA HORÁRIA PRÁTICA CRÉDITOS INÍCIO TÉRMINO 30 30 4 VERSÃO CURRICULAR: 2014/2 PERÍODO:

Leia mais

O HPV é um vírus que ataca homens e mulheres. Existem mais de 200 tipos diferentes de

O HPV é um vírus que ataca homens e mulheres. Existem mais de 200 tipos diferentes de HPV O que é o Papiloma Vírus Humano (HPV)? O HPV é um vírus que ataca homens e mulheres. Existem mais de 200 tipos diferentes de HPV, dos quais cerca de 40 tipos afetam a área genital. Alguns causam verrugas

Leia mais

FUNÇÃO HEPÁTICA. Msc. Danielle Rachel

FUNÇÃO HEPÁTICA. Msc. Danielle Rachel FUNÇÃO HEPÁTICA Msc. Danielle Rachel 1 S FÍGADO 2 FUNÇÃO S Órgão de funções múltiplas e fundamentais para o funcionamento do organismo. Entre elas, destacam-se: ü Armazenamento de glicose: O glicogênio

Leia mais

Características gerais

Características gerais Citoplasma Citoplasma Características gerais Um vertebrado é formado por dezenas de tipos de células. Citoplasma Características gerais Um vertebrado é formado por dezenas de tipos de células. Neurônio

Leia mais

Lista de exercícios de Biologia- Prof. João Paulo. Sistema Endócrino

Lista de exercícios de Biologia- Prof. João Paulo. Sistema Endócrino Lista de exercícios de Biologia- Prof. João Paulo 01) (UFABC/2009) Leia a tirinha: Sistema Endócrino Enquanto o futuro não chega, diabéticos controlam a glicemia através de injeções diárias de insulina

Leia mais

Metabolismo do Exercício -1ª parte

Metabolismo do Exercício -1ª parte Metabolismo do Exercício -1ª parte INTRODUÇÃO Nenhum outro estresse a que o corpo é normalmente exposto, sequer se aproxima dos estresses extremos decorrente do exercício vigoroso. INTRODUÇÃO De fato,

Leia mais

FUNDAÇÃO INSTITUTO DE EDUCAÇÃO DE BARUERI

FUNDAÇÃO INSTITUTO DE EDUCAÇÃO DE BARUERI 1 FUNDAÇÃO INSTITUTO DE EDUCAÇÃO DE BARUERI EEFMT Professora Maria Theodora Pedreira de Freitas Disciplina: Educação Física 1º ano Ensino Médio 1º Trimestre Professor: Renato Doenças e suas relações com

Leia mais

Cat Ca ab a olismo Anab a ol o ismo

Cat Ca ab a olismo Anab a ol o ismo A acção das enzimas Metabolismo celular É o conjunto de reacções químicas que ocorrem numa célula. Catabolismo moléculas complexas são convertidas em moléculas mais simples, com libertação de energia.

Leia mais

Origem da vida. Professor Fláudio

Origem da vida. Professor Fláudio Origem da vida Professor Fláudio Origem da vida Objetivos desta aula Entender as teorias que explicam a origem dos primeiros seres vivos. Diferentes tipos de células e seus componentes químicos. Níveis

Leia mais

7ª série Ciências Naturais

7ª série Ciências Naturais 7ª série Ciências Naturais Lista de exercícios O homem vive em sociedade e dependem do ambiente para supri todas as suas necessidades. As grandes funções vitais são desempenhadas por sistemas orgânicos,

Leia mais

Capítulo 13 Acidos Nucleicos

Capítulo 13 Acidos Nucleicos Capítulo 13 Acidos Nucleicos O modelo da dupla hélice O modelo da estrutura molecular do DNA foi proposto em 1953 por Watson e Crick e é aceito até hoje. Eles ganharam o prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia

Leia mais

LISTA DE EXERCÍCIOS REAÇÕES ORGÂNICAS

LISTA DE EXERCÍCIOS REAÇÕES ORGÂNICAS Nome: nº: Ensino: Curso Pré-Vestibular ano/série: Componente Curricular: Química Professor: Ricardo Honda Data: / / 2011 LISTA DE EXERCÍCIOS REAÇÕES ORGÂNICAS 1) (FUVEST 2010 1ª Fase) Em um experimento,

Leia mais

Membranas Biológicas. Profª Eleonora Slide de aula

Membranas Biológicas. Profª Eleonora Slide de aula Membranas Biológicas Profª Eleonora Slide de aula Membranas biológicas Todas as células possuem na sua periferia uma membrana, a qual fornece a barreira necessária que separa o lado interno do lado externo.

Leia mais

Introdução ao Estudo da Fisiologia

Introdução ao Estudo da Fisiologia CURSO: FISIOTERAPIA DISCIPLINA: FISIOLOGIA HUMANA Introdução ao Estudo da Fisiologia Profª: Camila Aragão Almeida Campina Grande/PB Introdução Fisiologia = Phýsis (natureza) + Logos (estudo) Nasceu na

Leia mais

METABOLISMO DE AMI OÁCIDOS

METABOLISMO DE AMI OÁCIDOS METABOLISMO DE AMI OÁCIDOS As proteínas constituintes dos organismos estão continuamente sendo renovadas (turnover das proteínas). * Os aminoácidos presentes nas células animais originam-se das proteínas

Leia mais

Novos remédios revolucionam o combate ao câncer de próstata

Novos remédios revolucionam o combate ao câncer de próstata Novos remédios revolucionam o combate ao câncer de próstata Autoria de Thiago Felizardo dos Santos Tuesday, 10 December 2013 PET - Medicina UFC No Brasil, 20% dos diagnósticos de câncer de próstata são

Leia mais

Suely Gonçalves Cordeiro da Silva - Bióloga Laboratório de Sorologia e NAT Serviço de Hemoterapia INCA Hospital do Câncer I Rio de Janeiro

Suely Gonçalves Cordeiro da Silva - Bióloga Laboratório de Sorologia e NAT Serviço de Hemoterapia INCA Hospital do Câncer I Rio de Janeiro NAT Testes de Ácidos Nucléicos Suely Gonçalves Cordeiro da Silva - Bióloga Laboratório de Sorologia e NAT Serviço de Hemoterapia INCA Hospital do Câncer I Rio de Janeiro Épossível diminuir os riscos de

Leia mais

www.drapriscilaalves.com.br [LEPTOSPIROSE]

www.drapriscilaalves.com.br [LEPTOSPIROSE] [LEPTOSPIROSE] A Leptospirose é uma doença infecciosa grave. 2 leptospirose É causada por uma bactéria, a Leptospira interrogans, que tem vários subtipos (chamados sorovares). Esses sorovares têm diferentes

Leia mais

Gabarito (1 ponto): Eutrofização

Gabarito (1 ponto): Eutrofização Questão 1: Crescimento da população nas cidades, falta de planejamento no saneamento urbano, conexões clandestinas com a rede de esgoto e indústrias que despejam resíduos indevidos. São várias as razões

Leia mais

PESQUISA DE OPINIÃO PÚBLICA

PESQUISA DE OPINIÃO PÚBLICA PESQUISA DE OPINIÃO PÚBLICA SOBRE TRANSGÊNICOS DEZEMBRO 2002 OPP 573 ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DA PESQUISA OBJETIVO LOCAL - Levantar junto a população da área em estudo opiniões sobre os transgênicos. -

Leia mais

DEZ PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE ANESTRO PÓS-PARTO EM BOVINOS LEITEIROS

DEZ PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE ANESTRO PÓS-PARTO EM BOVINOS LEITEIROS DEZ PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE ANESTRO PÓS-PARTO EM BOVINOS LEITEIROS Rafael Herrera Alvarez Med. Vet e Zoot., Dr., PqC do Polo Regional Centro Sul-DDD/APTA/SAA rherrera@apta.sp.gov.br O anestro pós-parto

Leia mais

Filariose Linfática. - Esses vermes, chamados de filarídeos, não são geo-helmintos. Eles precisam de um vetor (mosquito) para completar seu ciclo.

Filariose Linfática. - Esses vermes, chamados de filarídeos, não são geo-helmintos. Eles precisam de um vetor (mosquito) para completar seu ciclo. Filariose Linfática Parasito Reino: Animalia Filo: Nemathelminthes Classe: Nematoda Família: Onchocercidae Gênero: Wuchereria Espécies: Wuchereria bancrofti - Esses vermes, chamados de filarídeos, não

Leia mais

ESCOLA ADVENTISTA SANTA EFIGÊNIA EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL

ESCOLA ADVENTISTA SANTA EFIGÊNIA EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL ESCOLA ADVENTISTA SANTA EFIGÊNIA EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL Rua Prof Guilherme Butler, 792 - Barreirinha - CEP 82.700-000 - Curitiba/PR Fone: (41) 3053-8636 - e-mail: ease.acp@adventistas.org.br

Leia mais

Alimentação Saudável A Nutrição & Os Nutrientes. O que são Nutrientes? Quais as funções dos Nutrientes?

Alimentação Saudável A Nutrição & Os Nutrientes. O que são Nutrientes? Quais as funções dos Nutrientes? Alimentação Saudável A Nutrição & Os Nutrientes O que são Nutrientes? Quais as funções dos Nutrientes? Os Nutrientes Os nutrientes são substâncias indispensáveis ao funcionamento do organismo, e que obtemos

Leia mais

Biologia molecular é uma disciplina híbrida

Biologia molecular é uma disciplina híbrida Biologia molecular é uma disciplina híbrida Os termos: biologia molecular e genética molecular = sinônimos As técnicas da biologia molecular são aplicadas em quase todos os campos da biologia neurofisiologia

Leia mais

HERANÇAS AUTOSSÔMICAS

HERANÇAS AUTOSSÔMICAS 1 HERANÇAS AUTOSSÔMICAS CONCEITOS Célula Diplóide ou 2n = possui o número duplo de cromossomos. Células Haplóide ou n = possui o número impar de cromossomos. Células somáticas = células do corpo. Cromossomos

Leia mais

Doença de base 2. CARACTERIZAÇÃO DAS LESÕES

Doença de base 2. CARACTERIZAÇÃO DAS LESÕES Doença de base As patologias de base dos pacientes corresponderam ao grupo ao qual pertenciam. Assim, o diabetes mellitus e a insuficiência venosa crônica, isolados ou associados a outras patologias, como

Leia mais

DIVISÕES DA FISIOLOGIA

DIVISÕES DA FISIOLOGIA INTRODUÇÃO À FISIOLOGIA HUMANA CMF-1 Professores: Clarissa, Lillian, Lucinda e Ricardo O QUE É FISIOLOGIA HUMANA? Estudo do funcionamento dos órgãos e sistemas que constituem o organismo humano. ANATOMIA

Leia mais

POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE PLANTAS FORRAGEIRAS. Maria Aparecida Salles Franco Curso de Veterinária Disciplina: Forragicultura e Plantas Tóxicas

POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE PLANTAS FORRAGEIRAS. Maria Aparecida Salles Franco Curso de Veterinária Disciplina: Forragicultura e Plantas Tóxicas POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE PLANTAS FORRAGEIRAS Maria Aparecida Salles Franco Curso de Veterinária Disciplina: Forragicultura e Plantas Tóxicas Um pouco sobre nutrientes nos alimentos Do ano de 1917 para

Leia mais

PROVA DE BIOLOGIA - 1998 Segunda Etapa

PROVA DE BIOLOGIA - 1998 Segunda Etapa PROVA DE BIOLOGIA - 1998 Segunda Etapa QUESTÃO 01 Bactérias foram colocadas para crescer em uma placa de Petri, que contém meio de cultura adequado. Posteriormente, as colônias que cresceram foram transferidas

Leia mais

Biologia e Bioquímica II 2009/2010

Biologia e Bioquímica II 2009/2010 Biologia e Bioquímica II 009/010 Módulo II - Mitocôndria Sessão 6 Ficha de trabalho 1. Qual a importância energética da glicólise se no balanço final só há produção de ATP e, por cada molécula de glicose

Leia mais

A massa de uma proteína é expressa em daltons

A massa de uma proteína é expressa em daltons Proteínas Globulares Apesar de proteínas fibrosas terem só um tipo de estrutura secundária, as proteínas globulares podem ter diversos tipos de estrutura secundária em uma mesma molécula. As proteínas

Leia mais

Proteínas V: proteínas fibrosas

Proteínas V: proteínas fibrosas MÓDULO 3 - AULA 15 Objetivo Conhecer as características estruturais das proteínas fibrosas. As proteínas podem ser subdivididas em dois grandes grupos: proteínas fibrosas e proteínas globulares. Esta classificação

Leia mais

FRENTE III QUÍMICA ORGÂNICA BIOQUÍMICA: CARBOIDRATOS E LIPIDEOS

FRENTE III QUÍMICA ORGÂNICA BIOQUÍMICA: CARBOIDRATOS E LIPIDEOS CARBOIDRATOS Os carboidratos são as biomoléculas mais abundantes na natureza. Estima-se que, por meio da fotossíntese, as plantas produzem 6.000.000 de toneladas do carboidrato celulose por hora no mundo.

Leia mais

PRODUÇÃO CIENTÍFICA DOS PESQUISADORES DA UEL, NA ÁREA DE AGRONOMIA: TRABALHOS PUBLICADOS EM EVENTOS DE 2004 A 2008.

PRODUÇÃO CIENTÍFICA DOS PESQUISADORES DA UEL, NA ÁREA DE AGRONOMIA: TRABALHOS PUBLICADOS EM EVENTOS DE 2004 A 2008. PRODUÇÃO CIENTÍFICA DOS PESQUISADORES DA UEL, NA ÁREA DE AGRONOMIA: TRABALHOS PUBLICADOS EM EVENTOS DE 2004 A 2008. Karina de Oliveira Pinho (PIBIC/ UEL), Ana Esmeralda Carelli (Orientador), e-mail: carelliana@uel.br

Leia mais

Qual é a função do cólon e do reto?

Qual é a função do cólon e do reto? Câncer de Cólon Qual é a função do cólon e do reto? O cólon e o reto constituem o intestino grosso, que possui um importante papel na capacidade do organismo de processar os alimentos. O intestino grosso

Leia mais

Bioenergética FONTES ENERGÉTICAS. BE066 Fisiologia do Exercício. Sergio Gregorio da Silva, PhD. Definição de Energia! Capacidade de realizar trabalho

Bioenergética FONTES ENERGÉTICAS. BE066 Fisiologia do Exercício. Sergio Gregorio da Silva, PhD. Definição de Energia! Capacidade de realizar trabalho BE066 Fisiologia do Exercício Bioenergética Sergio Gregorio da Silva, PhD FONTES ENERGÉTICAS Definição de Energia! Capacidade de realizar trabalho Definição de Trabalho! Aplicação de força através de uma

Leia mais

INSTRUÇÕES PARA ELABORAÇÃO DO PRÉ-PROJETO MESTRADO

INSTRUÇÕES PARA ELABORAÇÃO DO PRÉ-PROJETO MESTRADO INSTRUÇÕES PARA ELABORAÇÃO DO PRÉ-PROJETO MESTRADO O pré-projeto deve conter no máximo 15 laudas (considerando da introdução a resultados esperados), digitadas em fonte Times New Roman 12, espaço 1,5,

Leia mais

Estas aminas são bases de Lewis já que sobram elétrons no átomo de nitrogênio e como tal podem reagir com ácidos.

Estas aminas são bases de Lewis já que sobram elétrons no átomo de nitrogênio e como tal podem reagir com ácidos. 01. Os compostos mostrados são respectivamente amina primária, amina secundária e amina terciária. O composto III, por não apresentar ligações (pontes) de hidrogênio, é o menos solúvel em água, tornando

Leia mais

Ciências E Programa de Saúde

Ciências E Programa de Saúde Governo do Estado de São Paulo Secretaria de Estado da Educação Ciências E Programa de Saúde 10 CEEJA MAX DADÁ GALLIZZI PRAIA GRANDE - SP 0 A Educação sozinha não faz grandes mudanças, mas nenhuma grande

Leia mais

Ácidos e Bases. Os ácidos e bases fortes encontram-se completamente ionizados quando em solução aquosa. HCl H + + Cl - NaOH Na + + OH -

Ácidos e Bases. Os ácidos e bases fortes encontram-se completamente ionizados quando em solução aquosa. HCl H + + Cl - NaOH Na + + OH - Ácidos e Bases Os ácidos e bases fortes encontram-se completamente ionizados quando em solução aquosa. HCl H + + Cl - NaOH Na + + OH - Em sistemas biológicos os ácidos e bases fracas são bastante importantes

Leia mais

INTRODUÇÃO. Na antiguidade, as substâncias encontradas na natureza eram divididas em três grandes reinos: O vegetal, o animal e o mineral.

INTRODUÇÃO. Na antiguidade, as substâncias encontradas na natureza eram divididas em três grandes reinos: O vegetal, o animal e o mineral. A QUÍMICA ORGÂNICA INTRODUÇÃO Na antiguidade, as substâncias encontradas na natureza eram divididas em três grandes reinos: O vegetal, o animal e o mineral. INTRODUÇÃO A química orgânica começou estudando

Leia mais

Introdução à patologia. Profª. Thais de A. Almeida 06/05/13

Introdução à patologia. Profª. Thais de A. Almeida 06/05/13 Introdução à patologia Profª. Thais de A. Almeida 06/05/13 Patologia Definição: Pathos: doença. Logos: estudo. Estudo das alterações estruturais e funcionais nas células, tecidos e órgãos visando explicar

Leia mais

NORMA TÉCNICA PARA RECEBIMENTO DE BENS DE INFORMÁTICA PELA METODOLOGIA DE INSPEÇÃO POR ATRIBUTOS. Referência: NT-AI.03.05.01. Data: 17/04/2.

NORMA TÉCNICA PARA RECEBIMENTO DE BENS DE INFORMÁTICA PELA METODOLOGIA DE INSPEÇÃO POR ATRIBUTOS. Referência: NT-AI.03.05.01. Data: 17/04/2. NORMA TÉCNICA PARA RECEBIMENTO DE BENS DE INFORMÁTICA PELA METODOLOGIA DE INSPEÇÃO POR ATRIBUTOS Referência: NT-AI.03.05.01 http://www.unesp.br/ai/pdf/nt-ai.03.05.01.pdf Data: 17/04/2.001 STATUS: PRELIMINAR

Leia mais

Febre amarela. Alceu Bisetto Júnior. Divisão de Doenças Transmitidas por Vetores

Febre amarela. Alceu Bisetto Júnior. Divisão de Doenças Transmitidas por Vetores Febre amarela Alceu Bisetto Júnior Divisão de Doenças Transmitidas por Vetores Agente etiológico - Virus amarilico, arbovirus do gênero Flavivirus e família Flaviviridae. E um RNA virus. Vetores/reservatórios

Leia mais

DOENÇAS AUTO-IMUNES SISTÉMICAS NA MEDICINA IV

DOENÇAS AUTO-IMUNES SISTÉMICAS NA MEDICINA IV DOENÇAS AUTO-IMUNES SISTÉMICAS NA MEDICINA IV Objectivos: Conhecer a realidade das Doenças Auto- Imunes Sistémicas (A-IS) da Medicina IV Apresentar a Casuística das A.IS Elucidar sobre as actividades desenvolvidas

Leia mais

Programa Saúde e Longevidade

Programa Saúde e Longevidade Programa Saúde e Longevidade Ossos Saudáveis, Vida Ativa! Leia e pratique as orientações da ABET Volume 3 Programa Saúde e Longevidade - Vol.3 OSTEOPOROSE 1. O que é Osteoporose? A Osteoporose é uma doença

Leia mais

Vírus. Colégio Estadual Julio de Castilhos Profª Msc. Brenda Fürstenau

Vírus. Colégio Estadual Julio de Castilhos Profª Msc. Brenda Fürstenau Vírus Colégio Estadual Julio de Castilhos Profª Msc. Brenda Fürstenau Introdução Vírus Muito pequenos para serem observados em micrsocopia óptica. Não podem ser cultivados fora de um organismo hospedeiro.

Leia mais

Introdução a Banco de Dados. INTRODUÇÃO

Introdução a Banco de Dados. INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO O termo banco de dados é bastante popular em diversas áreas de atuação. Com o aumento da utilização de computadores na manipulação de dados que envolvem diversas aplicações, os bancos de dados

Leia mais