1 te-vet PODER JUDICIÁRIO DA PARAÍBA TRIBUNAL DE JUSTIÇA. VISTOS, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima identificadas:

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1 a te-vet PODER JUDICIÁRIO DA PARAÍBA TRIBUNAL DE JUSTIÇA, Int I Apelação Cível n /001 Relator: Jogo Batista Barbosa Juiz Convocado para substituir o Des. Luiz Silvio Ramalho Júnior. Apelante: Francisco de Assis Carneiro da Silva. Advogado: João Cyrillo Neto. Apelados: Marlene Honorato Pereira, representada pela Organização Bomfim Ltda. Advogado: Fernando Barbosa de Vasconcelos. CIVIL. Contrato de locação. Benfeitorias. Compensação. Impossibilidade. Cláusula contratual expressa. Desprovimento recursal. - Existindo cláusula expressa de renúncia quanto ao direito de indenização pelas obras realizadas no imóvel, inviável o acolhimento da pretensão, restando prejudicado, por conseqüência, o pleito compensatório. VISTOS, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima identificadas: ACORDAa Quarta Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, à unanimidade, rejeitar a preliminar e, no mérito, negar provimento ao recurso de apelação, nos termos do f relatório e voto que integram o presente julgado: RELATÓRIO: f2q ' Trata-se de apelação cível interposta por Francisco 5 de Assis Carneiro da Silva, impugnando sentença prolatada pelo MM Juiz de Direito da 12a Vara Cível da Comarca da Capital que, nos autos da ação ordinária de cobrança, julgou parcialmente procedente o pedido para condenar o réu, ora apelante, a pagar a autora o débito referente aos aluguéis dos meses de junho, julho e agosto de 2005, cada um no valor de R$ 700,00 (setecentos reais), devidamente corrigidos e acrescidos de multa contratual, além do valor equivalente ao conserto do aquecedor deteriorado (R$ 1.350,00 hum, mil trezentos e cinqüenta reais), igualmente corrigido, compensando do montante devido o valor pago durante o contrato locatício referente ao fundo de reserva do condomínio

2 "J- A PODER JUDICIÁRIO DA PARAÍBA s: 4, TRIBUNAL DE JUSTIÇA labt (~1pÀ-jc 2 desde 2001, a ser devidamente atualizado e calculado em liquidação de sentença (fis. 181/182). Aduz o apelante, preliminarmente, que a sentença prolatada encontra-se eivada de nulidade, uma vez que o fato de não ter sido intimado pessoalmente desta cerceou o seu direito de defesa, violando o disposto no inciso LV do art. 5 0 da CF. Alega, ainda, que apesar da sentença a quo ter considerado para efeito de compensação as quantias pagas referentes ao fundo de reserva, não levou em consideração as despesas extraordinárias 011 realizadas para reparo de vazamentos e infiltrações ocasionados por vícios de construção, que eram de única e exclusiva responsabilidade da apelada, de acordo com o disposto na alínea "c" do parágrafo único do art. 22 da Lei no 8.245/91. Dessa forma, pugna pelo reconhecimento do pagamento indevido da quantia de R$ ,00 (onze mil, quinhentos e cinqüenta reais), conforme documentos 08/30, bem como das despesas com a pintura do lavabo e paredes internas da sala principal do imóvel em virtude de um grande vazamento. Pugnou, por fim, pelo conhecimento e provimento do presente apelo para que, reformando em parte a sentença recorrida, seja excluída da condenação o pagamento do conserto do aquecedor d'água, bem como seja reconhecido os valores desembolsados pelo apelante a titulo de despesas extraordinárias (reparo de vazamentos e infiltrações). Preparo (fl. 191). Devidamente intimada, a apelada apresentou contra- f'" razões (fls. 193/196). _ o> Instada a se pronunciar, a Douta Procuradoria o Justiça ofereceu parecer não se pronunciando quanto ao mérito. (fls. 202/204). É o Relatório. VOTO Mah.1" SENTENÇA: DA PRELIMINAR DE NULIDADE DA

3 t4), PODER JUDICIÁRIO DA PARAÍBA -a., TRIBUNAL DE JUSTIÇA _ 3 O apelante argüiu a nulidade do julgado em razão da ausência de intimação pessoal para o comparecimento na audiência de instrução, o que teria cerceado o seu direito de defesa. Sobre o assunto, vejamos o que diz artigo 236, 1 do Diploma Processual Civil: "Art No Distrito Federal e nas Capitais dos Estados e dos Territórios, consideram-se feitas as intimações pela só publicação dos atos no órgão oficial. 1 É indispensável, sob pena de nulidade, que da publicação constem os nomes das partes e de seus advogados, suficientes para sua identificação. "(grifei) In casu, de acordo com o dispositivo supracitado, não há como prosperar tal alegação, tendo em vista que, como comprovado nos autos (fl. 190), a intimação para o comparecimento na audiência foi feita corretamente, mediante publicação no Diário da Justiça de 16 de março de 2007, não existindo qualquer irregularidade nesse ato processual. Assim, rejeito tal prefacial. 411 DO MÉRITO A sentença não merece reforma. Com efeito, resta provado nos autos que as partes celebraram um contrato de locação, onde o apelante reconhece a existência de débito, porém não em sua integralidade. Sabe-se que o contrato faz lei entre as partes pacta sunt servanda- estabelecendo um vínculo jurídico entre elas, com obrigações e direitos recíprocos. Dessa forma, no pertinente ao mérito do recur cumpre destacar que a discussão gira em torno unicamente a respeito da indenização pelas benfeitorias realizadas no imóvel locado e sua compensação com o valor posto em exigência, uma vez que restou incontroverso o inadimplemento. o O "

4 , 1=.41,+ PODER JUDICIÁRIO DA PARAÍBA TRIBUNAL DE JUSTIÇA 4 A respeito do tema, relevante destacar que a indenização de benfeitorias incorporadas a bem dado em locação afigurase viável somente quando os contratantes assim o convencionarem ou silenciarem a respeito dessa possibilidade, nos termos do art. 35 da Lei n /91, in verbis: "Salvo expressa disposição contratual em contrário, as benfeitorias necessárias introduzidas pelo locatário, ainda que não autorizadas pelo locador, bem como as úteis, desde que autorizadas, serão indenizáveis, e permitem o exercício do direito de retenção". Em conformidade com o preceptivo legal acima transcrito, renunciando o inquilino inequivocamente a essa prerrogativa, anuindo, assim, com a inserção de cláusula contratual que prevê essa hipótese, não lhe será devido ressarcimento pelos melhoramentos implementados no imóvel locado, tampouco poderá valer-se do direito à indenização/retenção O ilustre jurista Sylvio Capanema de Souza destaca como pressupostos ao exercício do direito de ressarcimento/retenção: a) autorização prévia e escrita do locador, para a realização das benfeitorias úteis; b) argüição de sua realização, na fase cognitiva, ou seja, no corpo de sua resposta; c) ausência, no contrato, de cláusula exonerativa do locador, quanto à indenização das benfeitorias (Da locação do imóvel urbano: direito e processo. Rio de Janeiro: Forense, p. 230) (grifei). No presente caso, compulsando os autos, verifica-se c que as partes convencionaram no instrumento de locação que (não assistiria ao locatário direito a indenização pelas benfeitorias R implementadas no imóvel locado ( "(...) Ficará automaticamente ao imóvel, sem direito de retenção pelo locatário, indenização,''. compensação ou retenção, qualquer benfeitoria porventura realizada, ainda que necessária, caso o locador não exija do locatário a repos' -7,o do imóvel ao estado em que este o recebeu" (cláusula VIII, fl. 08) e, diante desta manifestação volitiva consignada pelo acionado, tratando-se de direito patrimonial disponível, é imperativa a observância da referida estipulação, nos termos do art. 35 da Lei n /21. Nesse sentido, é o entendimento da jurisprudência:

5 54t 5 to.-41n PODER JUDICIÁRIO DA PARAÍBA. TRIBUNAL DE JUSTIÇA Itr "O locador não tem direito à retenção ou indenização às benfeitorias quando possuir cláusula vedante no contrato de locação." (Tribunal de Justiça de Santa Catarina - AC n , Rel. Des. Fernando Carioni, j. em ). E ainda: ié válida a cláusula de renúncia à indenização ou retenção por benfeitorias realizadas no imóvel locado, face ao estatuído no art. 35 da Lei n /91. Assim, inútil a produção de prova tendente a aferir o valor das melhorias que o locatário teria feito no imóvel, eis que inviável o ressarcimento ou a retenção do imóvel por conta delas" (Tribunal de Justiça de Santa Catarina - AC n , Rel a. Desa. Maria do Rocio Luz Santa Ritta, j. em ) Assim, havendo o locatário expressamente renunciado o direito à indenização pelas obras realizadas no imóvel, inviável o acolhimento da pretensão, restando prejudicado, por conseqüência, o pleito compensatório. Ademais, quanto a responsabilidade pelo ressarcimento do valor relativo ao conserto do aparelho de aquecedor deteriorado, uma simples leitura do contrato resolve qualquer dúvida, pois, de acordo com este, a devolução do bem, ao término do aluguel, se daria nas mesmas condições em que fora entregue. Portanto, urna vez constatado pelo próprio apelante que tal aparelho fazia parte do bem imóvel locado desde o inicio do contrato, não resta dúvida quanto a sua responsabilidade pela manutenção do mesmo. Diante do exposto, nego provimento ao recurso, mantendo-se inalterada a sentença a quo. É como voto. Presidiu a Sessão o Exmo. Sr. Des. Jorge Ribeiro Nóbrega. Participaram do julgamento, além do relator, Eminente Dr. João Batista Barbosa, Juiz convocado para substituir o Exm Des. Luiz Silvio Ramalho Júnior, a Exma. Dra. Renata da Câmara Pires Belmont, Juiz Convocada para substituir o Exmo. Des. Abraham Lincoln da Cunha Ramos e o Exmo. Des. Jorge Ribeiro Nóbrega. 4-8 > ps, s- Presente ao julgamento o Exm a. Sra. Dra. Maria Edligia Chaves Leite, Promotora de Justiça convocada.

6 .. Z...' k. I,4:it PODER JUDICIÁRIO DA PARAÍBA,:a',.$ TRIBUNAL DE JUSTIÇA Sala das,!(, SO; s da, )juarta Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Paraíba, i le P-s e. 18 de maio de iii, 1 Dr. J 0 I e : 41 "tista Barbosa. fjr? ator / 11 AGON/ev 10

7 ,..,, -TRIBUNAL DE JUSTIÇA Coordenadoria Judiciária Registrado em..,..0.q9) O IP