Estudos de Impacto Ambiental e a Incorporação de Inventários de Gases de Efeito Estufa: Um Estudo de Caso do Trecho Norte do Rodoanel

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1 i DANILO MACHADO TREVISANI MARCELLO MANCUSO WALTER SYLVIA CRISTINA DE PAULA LIMA Estudos de Impacto Ambiental e a Incorporação de Inventários de Gases de Efeito Estufa: Um Estudo de Caso do Trecho Norte do Rodoanel Projeto de Formatura apresentado à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, no âmbito do Curso de Engenharia Ambiental São Paulo 2014

2 ii AGRADECIMENTOS O grupo gostaria primeiramente de agradecer à Professora Dione Mari Morita e à Professora Amarilis Gallardo por todo apoio, instrução e motivação que foi dado pelas mesmas, tudo isso foi fundamental para a execução plena deste trabalho. Outro agradecimento especial é dedicado à Prime Engenharia e seus funcionários, por todo o apoio dado, com referências bibliográficas, conhecimento técnico, sugestões e contatos, que foram fundamentais durante todo o desenvolvimento deste trabalho.

3 iii ÍNDICE 1 Introdução e Objetivo Levantamento dos Dados Obras lineares no Brasil e o processo de licenciamento Trecho Norte do Rodoanel Histórico da Análise de Gases de Efeito Estufa no Brasile no mundo e a evolução dos dados Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa Ferramenta GHG Protocol Compensação Ambiental O controle dos GEEs no Licenciamento Ambiental Análise dos Dados Análise dos dados do Trecho Norte do Rodoanel Análise dos dados do sobre o controle dos GEEs no Licenciamento Ambiental Definição do Problema Escolha da Solução do Problema Escolha das alternativas Especificação da Solução Emissão de Gases de Efeito Estufa I. Emissões Primárias II. Emissões Secundárias III. Emissões Terciárias IV. Emissões Totais V. Incertezas Compensação Ambiental Conclusões e Recomendações Referências Bibliográficas... 31

4 iv RESUMO EXECUTIVO No Projeto Parcial de Formatura, elaborado no primeiro semestre, foram identificadas alternativas técnicas para mitigação de impactos ambientais associados à geração de efluentes e resíduos pela construção de obras lineares (rodovias), a partir da análise de documentos técnicos do processo de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) como EIA/RIMA, Plano Básico Ambiental e relatórios de monitoramento do trecho norte do Rodoanel e da Rodovia Imigrantes (1). Pela análise desses estudos ambientais, foi observada a ausência de dados sobre a emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE) e consequentemente da mitigação desses efeitos na construção e operação de empreendimentos civis no âmbito do processo de AIA. Esse fato motivou o grupo a mudar o direcionamento do trabalho e verificar o porquê da não exigência dessas informações, tendo em vista que o Brasil está entre os cinco maiores produtores mundiais de GEEs, que o setor da construção civil está entre os que mais contribuem com essa estatística e que os efeitos adversos destas emissões são alarmantes e mundialmente reconhecidos. É observado que os dados referentes às emissões de GEE não são apresentados nos documentos do processo de AIA, porque não existe nenhuma exigência legal que determine isso, não sendo uma informação exigida pelos órgãos licenciadores aos empreendedores dentro do processo de licenciamento ambiental. Por outro lado, fica evidente que não se trata de uma inviabilidade técnica, pois há outras situações em que o estudo de GEE é realizado: quando uma Avaliação de Impacto Ambiental e Social é solicitada com base nos padrões de desempenho da IFC (Corporação Financeira Internacional) essa informação passa a ser imprescindível dada a exigência em contabilizar as emissões dos projetos por parte do Banco Mundial para liberação de verbas de financiamento. Nesse contexto, o estado do Rio de Janeiro, responde pela inovação nos processos de licenciamento nessa esfera estadual, onde esse tipo de informação técnica passou a ser exigida desde, porém apenas para algumas atividades. Este estudo tem como objetivo apresentar a viabilidade de realização de inventário de gases de efeito estufa para uma obra civil de grande porte e complexidade durante a fase de estudos ambientais prévios, com vistas a futura incorporação ao licenciamento ambiental de empreendimentos de significativo impacto ambiental do setor da construção civil. Para tanto utilizou-se como estudo de caso a fase de construção do trecho norte do Rodoanel que se encontra atualmente em implantação. Para realizar os cálculos das emissões da fase de construção do trecho norte do Rodoanel, foi adotada a metodologia do IPCC, utilizando a ferramenta GHG Protocol, desenvolvida pela FGV. A modelagem é de fácil acesso e possui uma série de variáveis de estado incorporadas, de forma que o usuário, de maneira simples, é capaz de realizar uma estimativa com um alto grau de precisão das suas emissões. Dentre os lotes 1 a 6 da fase de construção do trecho norte do Rodoanel, foram considerados dados referentes aos lotes 2, 3, 4 e 6, pois os lotes 1 e 5 não possuíam uma base de dados para alimentar a modelagem. A partir dos dados obtidos para esses quatro lotes, considerando apenas as fontes primárias e secundárias, as emissões da ficaram estimadas em 5.571tCO 2 e para o ano de Dentre as alternativas possíveis como mitigação do impacto desta emissão, tem-se o instrumento político da compensação ambiental, que proporciona a incorporação dos custos sociais e ambientais da emissão de empreendimentos em seus custos globais, e que é regularizada pela lei 9.985/2000. Para realizar a compensação ambiental deste montante de emissão serão necessárias seringueiras, o que corresponde a uma área de aproximadamente 333 ha, e estas farão a captura de uma quantia equivalente à emitida de CO 2 em um período de um ano. Este é um valor significativo de plantio a ser adicionado quando comparado com os 800 ha

5 v que o trecho norte do Rodoanel já terá que plantar para compensar as supressões de vegetação realizadas. É notável que a compensação das emissões de CO 2 representa um impacto significativo sobre a viabilidade do empreendimento merecendo maior destaque. Assim, é concluído que a incorporação das emissões dos gases de efeito estufa nos processos de licenciamento ambiental pode ser considerada uma etapa do diagnóstico ambiental de estudos ambientais de empreendimentos de infraestrutura, que pode contribuir para aprimorar o dimensionamento das medidas compensatórias referentes aos impactos ambientais associados à fase de instalação de obras. Como dificuldades do processo, podese destacar duas: a primeira, é que a modelagem apenas funciona para emissões já realizadas, portanto não é possível predizer quanto será emitido, como é feito para a maioria dos outros impactos considerados, sendo necessário calcular a compensação a cada ano de projeto ou ao final da obra, ou ainda, realizar estimativas baseado em outros empreendimentos semelhantes que já tenham finalizado e tenham realizado o inventário. A segunda dificuldade é que a maior imprecisão da modelagem se encontra justamente nos dados inseridos, ou seja, o cálculo das emissões é extremamente dependente da qualidade das informações inseridas. Com isso, a compensação ambiental fica sujeita à veracidade e precisão das informações fornecidas pelas empreiteiras, sendo estas informações de difícil fiscalização.

6 vi LISTA DE FIGURAS Figura Fluxograma do Processo de Planejamento Rodoviário... 4 Figura O traçado do trecho norte do Rodoanel... 6 Figura Dados do projeto do trecho norte do Rodoanel... 7 Figura Incertezas existentes na modelagem... 27

7 vii LISTA DE TABELAS Tabela A evolução das emissões brutas de GEE no Brasil por setor... 9 Tabela A evolução das emissões brutas de GEE no Brasil por tipo de gás... 9 Tabela Classificação dos potenciais de poluição Tabela Fontes emissoras consideradas no escopo Tabela Consumo de combustível por fontes estacionárias informado pelos Lotes Tabela Emissões de GEE provenientes de fontes estacionárias Tabela Emissões totais, pelas fontes estacionárias, em tco 2 e Tabela Consumo de combustível por fontes móveis informado pelos Lotes Tabela Emissões de GEE provenientes de fontes móveis Tabela Emissões totais, provenientes de fontes móveis, em tco 2 e Tabela Consumo de gases ou compostos em sistemas de refrigeração informado pelos Lotes Tabela Uso de explosivos informado pelos Lotes Tabela Consumo de energia elétrica da rede pública informado pelos Lotes Tabela emissões totais provenientes do consumo de energia elétrica, em tco 2 e.. 24 Tabela Total emitido, por gás, por escopo, para fontes fósseis Tabela Total de CO 2 emitido, por gás, por escopo, a partir de biocombustíveis Tabela Total emitido por Lote, por escopo, a partir de fontes fósseis em tco 2 e Tabela Total emitido por Lote, por escopo, a partir de biocombustíveis Tabela Intervalo de incerteza nos fatores de emissão dos combustíveis Tabela Intervalo de incerteza nos fatores de emissão dos tipos de equipamento.. 28

8 viii LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS AIA ANÁLISE DE IMPACTOS AMBIENTAIS CETESB COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO CNT CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE CONAMA CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE EIA/RIMA ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL / RELATÓRIO DE IMPACTO AO MEIO AMBIENTE LI LICENÇA DE INSTALAÇÃO LO LICENÇA DE OPERAÇÃO LP LICENÇA PRÉVIA PBA PLANO BÁSICO AMBIENTAL IBAMA INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE CFCA CÂMARA FEDERAL DE COMPENSAÇÃO AMBIENTAL PEMC POLÍTICA ESTADUAL DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS BID BANCO INTERNACIONAL DE DESENVOLVIMENTO INEA INSTITUTO ESTADUAL DO AMBIENTE RMSP REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO GHG PROTOCOL GREENHOUSE GASES PROTOCOL (PROTOCOLO DE GASES DE EFEITO ESTUFA) GEE GASES DE EFEITO ESTUFA IPCC PAINEL INTERGOVERNAMENTAL DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS ISO ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DE PADRONIZAÇÃO WRI WORLD RESOURCES INSTITUTE NBR NORMA BRASILEIRA MMA MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE FGV FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS CEBIDES CONSELHO EMPRESARIAL BRASILEIRO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL WBCSD WORLD BUSINESS COUNCIL FOR SUSTAINABLE DEVELOPMENT GVces CENTRO DE ESTUDOS EM SUSTENTABILIDADE DA EAESP MDL MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO LIMPO

9 1 1 Introdução e Objetivo Este trabalho teve como embasamento o Projeto de Formatura realizado no primeiro semestre que analisou as alternativas técnicas para mitigação de impactos ambientais associados à geração de efluentes e resíduos pela construção de obras lineares (rodovias), sendo utilizadas como base destes estudos a obra da Rodovia dos Imigrantes e a obra do Trecho Norte do Rodoanel (2). Neste trabalho parcial notou-se um amadurecimento significativo no processo de elaboração de estudos de impactos ambientais ao longo dos 10 anos que distam um projeto do outro (3). Notou-se, entretanto, que frequentemente os dados obtidos durante o monitoramento e gerenciamento ambiental das obras podem ser diferentes daqueles previstos nos estudos ambientais apresentados para a obtenção das licenças ambientais. Em alguns casos, mostra-se necessário, dentro do processo de AIA após a concessão da licença prévia, ajustes nas medidas mitigadoras em função da constatação de novos impactos ou mudança na atribuição da significância dos impactos identificados. Existe também o fator da demanda de mercado, de maneira que no Brasil é comum que a elaboração do projeto executivo aconteça posteriormente aos estudos do Plano Básico Ambiental, sendo em alguns casos realizados concomitantemente com o início das obras. A primeira etapa do projeto de formatura revelou que houve uma representativa melhoria entre a qualidade do EIA da pista descendente da rodovia dos Imigrantes e o EIA do trecho norte do Rodoanel, no tocante à avaliação dos impactos ambientais e da proposição de medidas mitigadoras. O caso da pista descendente da rodovia dos Imigrantes demonstrou a importância do acompanhamento ambiental do processo de AIA, ou seja, dos dados do monitoramento ambiental da fase de construção do empreendimento que poderiam alimentar uma base de dados para avaliação dos impactos de empreendimentos similares futuros. O compartilhamento da informação é, portanto, uma forma de melhorar substancialmente a qualidade dos EIAs ao longo do tempo. Com base nesse diagnóstico, e sabendo-se que os principais resíduos gerados em uma obra linear rodoviária são resíduos sólidos (inclusos a geração de material excedente) e efluentes, foi possível observar que as respectivas medidas mitigadoras para minimização da geração dos mesmos são difíceis de serem elaboradas por conta da dificuldade encontrada em se quantificar os volumes gerados e de avaliar de maneira plena o ambiente do empreendimento. Por serem impactos significativos deste tipo de construção, muito já foi proposto e estudado para melhorar a redução e a mitigação dos mesmos. Por este motivo, dadas as limitações de tempo e conhecimento técnico do grupo, pouco pode ser proposto para que houvessem ganhos ambientais reais nestes impactos. Através de pesquisas e do aprofundando no assunto, o grupo notou uma outra oportunidade de melhoria ao processo de AIA, muito menos explorada e com abordagem ao alcance dos alunos: a geração de um resíduo invisível, mas que também é muito importante e não vem sendo qualificado ou quantificado como impacto, que é a geração de gases de efeito estufa durante a fase de construção de empreendimentos. Sendo a construção civil uma das maiores responsáveis pela emissão de GEEs, tais dados deveriam ser incorporados nos documentos necessários para o licenciamento, e tal fato motivou o desenvolvimento do estudo. Pela análise dos documentos referentes à obra da Rodovia dos Imigrantes, não é apresentado nenhum estudo relativo à emissão desses gases. Já nos documentos da construção do Trecho Norte do Rodoanel existe uma análise sobre a etapa de operação em que é apresentada uma melhoria na qualidade do ar ao se utilizar a rodovia, em comparação com as alternativas existentes hoje. O estudo, entretanto, não menciona os gases de efeito estufa nem as emissões da etapa de instalação, objetos deste estudo (4).

10 2 Os Gases de Efeito Estufa (GEE) não são abordados em tais documentos porque não existe determinação legal para isso, não sendo, portanto, uma informação exigida pelos órgãos licenciadores. Em outras instituições, diferentemente, o inventário de gases de efeito estufa é fundamental, como, por exemplo, quando algum órgão solicita uma Avaliação de Impacto Ambiental e Social com base nos padrões de desempenho da IFC (Corporação Financeira Internacional), onde essa informação é obrigatória. É política do Banco Mundial contabilizar as emissões dos projetos que estão em sua carteira de financiamentos. No caso brasileiro, o INEA, no Rio de Janeiro, é o único órgão ambiental que exige esta documentação de acordo com a Resolução n 64, de 12 de dezembro de. Sobre os gases de efeito estufa, vale ressaltar que não são todos os gases poluentes emitidos que entram na conta, mas sim aqueles que contribuem de fato para o aquecimento global. A lista completa dos gases considerados pelo IPCC como gases de efeito estufa se encontra no Anexo I, mas os principais são: dióxido de carbono (CO 2 ), metano (CH 4 ), óxido nitroso (N 2 O), hidrofluorcarbonos (HFC), perfluorcarbonos (PFC) e hexafluoreto de enxofre (SF 6 ). Note, por exemplo, que o monóxido de carbono (CO) apesar de extremamente poluente e nocivo à saúde, não faz parte dos GHGs (Greenhouse Gases, ou gases de efeito estufa) sendo, portanto, desconsiderado. Os gases nocivos à saúde devem ser considerados nos estudos de qualidade do ar, seguindo os parâmetros estabelecidos pelo órgão ambiental estadual, no caso a Cetesb. Para analisar a importância de se reduzir a emissão destes gases ou compensar esses impactos, foram obtidas informações sobre a realidade brasileira. O Brasil está entre os cinco maiores emissores mundiais de gases de efeito estufa, sendo que 61% das emissões são resultado de mudanças de uso do solo e desmatamento (5). O setor da construção civil corresponde a um terço das emissões no mundo (6) por conta das atividades associadas à extração das matérias primas usadas nas obras, à disposição final de resíduos e ao transporte de materiais. Dessa forma, se mostra imprescindível a exigência de dados como estes durante os licenciamentos e nos relatórios de monitoramento dos empreendimentos nacionais, motivo pelo qual linhas metodológicas para a realização da estimativa das emissões vêm sendo desenvolvidas. O país já possui um programa chamado GHG Protocol Brasil que tem por objetivo estimular as empresas a elaborarem e publicarem inventários de emissões de gases de efeito estufa (GEE), dando às mesmas acesso a instrumentos e padrões de qualidade internacionais. O programa conta com 133 participantes, e o inventário de cada participante se encontra disponível para acesso em (7). O GHG Protocol é uma iniciativa de parceria multi-stakeholder entre empresas, ONG s, governos e demais atores, lançada em 1998, sob a proteção do World Resources Institute (WRI) e World Business Council for Sustainable Development (WBCSD). O programa tem como missão desenvolver padrões empresariais internacionalmente aceitos, para contabilidade e relato de GEE, e promover sua ampla adoção. O GHG Protocol propõe cinco passos básicos para um bom gerenciamento dos gases de efeito estufa emitidos: definição dos limites operacionais e organizacionais do inventário, coleta de dados das atividades que resultam na emissão de GEEs, cálculo das emissões, adoção de estratégias de gestão (ex: mudança de fornecedor ou créditos de carbono) e apresentação dos resultados. Desse modo, a quantificação das emissões de GEEs está diretamente ligada à estrutura da empresa. O limite organizacional está diretamente associado às suas operações na construção civil, e engloba o consumo de materiais de construção utilizados na obra e combustíveis fósseis usados em seus transportes e na mobilização de outros equipamentos e veículos da empresa (consumo direto), além da aquisição de energia elétrica (consumo indireto). Assim, para o cálculo aproximado da emissão de gases são considerados (8):

11 3 Emissão pelo consumo de combustíveis fósseis por fontes fixas; Emissão pelo consumo de combustíveis fósseis por fontes móveis; Emissão pela geração de resíduos e efluentes; Emissão pela aquisição de energia elétrica; Emissão realizada por terceiros, por influência direta do empreendimento. Os objetivos específicos do sistema para as empresas que adotam a prática de elaborar um inventário consistem em: melhorar o gerenciamento de riscos e identificação de oportunidades de redução de GEE, identificar riscos associados a restrições futuras concernentes aos GEE, identificar oportunidades de redução economicamente eficientes, estabelecer metas internas de redução de emissão de GEE, medir e relatar progressos. Não só, o gerenciamento da produção de Gases de Efeito Estufa pode permitir a participação da empresa nos mercados dessa área. Nota-se que, apesar de ser uma ferramenta desenvolvida para empresas que buscam espontaneamente reduzir suas emissões, sua função e objetivos estão alinhados com o que se espera como produto de um processo de licenciamento, ou seja, que os estudos sejam utilizados como ferramenta para reduzir, mitigar ou compensar os impactos a serem gerados e embasem ou auxiliem as ferramentas de gestão (9). As emissões estão divididas em três escopos para que a análise das emissões seja melhor interpretada: o escopo 1 engloba as emissões diretas do empreendimento, ocasionadas pelas fontes de emissão da propriedade e/ou controladas pela empresa; o escopo 2 envolve as emissões indiretas decorrentes do consumo de energia comprada de terceiros; já o escopo 3 engloba as emissões indiretas ocasionadas pelas fontes de emissões não controladas pela empresa, mas que são consequências diretas das atividades do empreendimento em estudo. É importante lembrar que, como em todo modelo matemático, existem incertezas que devem ser levadas em consideração. Essas incertezas podem ser da estimativa, científicas, provenientes dos parâmetros, das variáveis de estado do modelo, podem ainda ser estatísticas ou sistemáticas. Junto com a apresentação dos resultados da modelagem, foi realizada descrição das incertezas envolvidas. Uma vez especificada a realidade encontrada, o grupo viu como possibilidade de contribuição para área da engenharia ambiental, no que tange aos processos de licenciamento ambiental, a aplicação do programa desenvolvido pela Fundação Getúlio Vargas (Ferramenta GHG Protocol) na obra do trecho norte do Rodoanel, estudando o impacto de uma obra de grande porte nas emissões de gases de efeito estufa, e apresentando uma possibilidade de se incorporar não só esses dados de maneira mais aprofundada nas documentações necessárias para a obtenção das licenças, mas também os possíveis métodos de compensação desses gases emitidos (8). 2 Levantamento dos Dados 2.1 Obras lineares no Brasil e o processo de licenciamento Obras lineares podem ser definidas como aquelas que possuem uma de suas três dimensões muito maiores que as demais, sendo fortemente englobadas no contexto de obras de infraestrutura para transportes. Os tipos mais comuns de obras lineares no Brasil são as rodovias, ferrovias, dutovias, canais hidráulicos e linhas de transmissão (10).

12 4 As obras lineares de grande porte no país implicam em custos elevados e demandam uma complexa logística para sua implantação. Recebem destaque neste processo as atividades de mitigação de impactos ambientais, que exigem recursos, pesquisas e mão de obra especializada multidisciplinar para que ocorram de maneira adequada (11). De acordo com Bitar & Ceneviva (12) a fase de construção de obras lineares de infraestrutura, como rodovias, ferrovias, dutovias e linhas de transmissão, potencializa a deflagração de impactos ambientais negativos relacionados a alterações na qualidade de ecossistemas e recursos hídricos. A implantação de rodovias causa uma série de impactos ambientais significativos, principalmente no que diz respeito à movimentação de terra e alteração na qualidade das águas (13). No Brasil, o transporte rodoviário de cargas e pessoas foi uma opção política histórica de investimento neste modal de transporte, principalmente durante o governo de Juscelino Kubitschek. Desde então, existe uma necessidade contínua de ampliação da malha viária do país. De acordo com a CNT (Confederação Nacional do Transporte) de 2002 a, os investimentos nacionais com transportes passaram de R$ 2,8 bilhões de reais para R$ 12,7 bilhões, e entre e 2015 os investimentos nessa área chegarão a 82,7 bilhões. O montante necessário estimado para a resolução da maior parte dos entraves no âmbito do transporte rodoviário é de R$ 177,56 bilhões de reais (14). Considerando o planejamento de uma obra rodoviária, tendo como base o fluxograma do Processo de Planejamento Rodoviário, apresentado na Figura 2.1.1, nota-se a existência de uma etapa direcionada apenas para a avaliação de impactos ambientais, que é posteriormente retomada, devido à importância desse tema na execução de projetos de obras lineares. Figura Fluxograma do Processo de Planejamento Rodoviário Fonte: Manual de Instruções Ambientais para Obras Rodoviárias do Estado de São Paulo

13 5 Segundo Sánchez (15), não obstante os impactos ambientais causados por rodovias, o uso integrado de ferramentas de planejamento e gestão ambiental - dentre as quais a avaliação de impacto ambiental (AIA) e a gestão ambiental - permitem a promoção da eficácia das medidas mitigadoras. Portanto, o foco deste trabalho será na etapa de Avaliação de Impactos, visto a necessidade de se discutir oportunidades de melhorias às práticas de AIA, processo obrigatório dentro da tomada de decisão sobre implantação de infraestrutura no país. Com tantas obras previstas no setor rodoviário, apresenta relevância técnica a discussão da otimização do processo de avaliação de impactos ambientais e de se potencializar a etapa de proposição de medidas mitigadoras no contexto de construção de obras rodoviárias. Dentro deste contexto é importante destacar o processo de licenciamento de uma obra. Existem três tipos de licenças a serem concedidas para a realização de um empreendimento: a licença prévia (LP), a licença de instalação (LI) e a licença de operação (LO). Para obras no Estado de São Paulo, a licença prévia é requerida na Cetesb e concedida com base no Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e no projeto básico, aprovando ou não a viabilidade da obra e podendo conter exigências adicionais, porém não autoriza o início da mesma. A licença de instalação é a que autoriza o início da obra e só é concedida depois que as condições da licença prévia são atendidas, devendo também ser apresentado o PBA (Plano Básico Ambiental) e o projeto executivo para sua aprovação. Já a licença de operação autoriza o início das atividades do empreendimento, podendo ser concedida apenas depois que as condições da LI foram atendidas, ao término da obra. O Estudo de Impacto Ambiental, por orientar a obtenção da licença prévia, deve conter todas as medidas de mitigação e projetos de prevenção de impactos para que se estude a viabilidade da obra. Da mesma forma, para que o empreendimento obtenha a Licença de Instalação, um Plano Básico Ambiental deve ser avaliado, contendo um maior grau de detalhamento e atendendo às exigências apresentadas na Licença Prévia. Contudo, quando a instalação realmente é iniciada, muitos dos cenários mudam e nem sempre o que foi previsto nestes documentos condiz com a realidade de trabalho. Embora exista a obrigatoriedade de se realizar monitoramentos e acompanhamentos ambientais, algumas informações ou são fornecidas pelas próprias construtoras, o que coloca em dúvida sua credibilidade, ou não são exploradas e analisadas em todos os aspectos recomendáveis para que sejam obtidas boas análises de desempenho e dados para auxiliar a melhoria contínua durante a construção do empreendimento. Esta inconsistência entre o que é previsto e o que é enfrentado de fato se deve, em partes, ao fato de no Brasil ser comum a realização do projeto executivo junto com o início da construção, ou seja, posteriormente a todas as análises dos impactos ambientais. Assim, as incertezas inerentes aos estudos de impacto ambiental são potencializadas pela imprecisão da informação dos projetos, ou seja, qualquer mudança de projeto ou qualquer dado que não havia sido coletado com a qualidade necessária pode ser suficiente para gerar impactos muito além do previsto. 2.2 Trecho Norte do Rodoanel O empreendimento do Rodoanel consiste em um anel viário periurbano projetado para conectar as principais vias expressas, retirando o tráfego de passagem das congestionadas vias internas da cidade. O trecho norte, especificamente, está projetado para ter 44 km de extensão e interligar as rodovias Fernão Dias, Bandeirantes, Dutra e um acesso ao aeroporto de Guarulhos, diminuindo assim a circulação de veículos na capital paulista, principalmente na marginal Tietê.

14 6 A licitação do Trecho Norte do Rodoanel foi dividida em seis lotes. O lote 1 ficou com sua execução sob responsabilidade do Consórcio Mendes Junior e Isolux Corsán, recebendo R$ ,06. Os lotes 2 e 3 tiveram sua construção delegada à Construtora OAS Ltda. que receberá os respectivos valores de R$ ,64 e R$ ,61 por cada lote. O lote 4 foi delegado à Acciona Infraestruturas S/A assim como o lote 6, respectivamente por R$ ,59 e R$ ,43. O lote 5, finalmente, ficou com a Construcap/Copasa por R$ ,22. O valor total da obra chega a R$ 5,6 bilhões, dos quais R$2,1 bilhões serão fornecidos pelo BID (Banco Internacional de Desenvolvimento), R$ 1,7 bilhões pelo governo federal, e o restante será abarcado pelo governo do Estado. A Figura ilustra os 44km do empreendimento e sua intersecção com as outras rodovias: Figura O traçado do trecho norte do Rodoanel Fonte: Dersa O empreendimento possui além dos 44 km de extensão, mais 3,6 km de ligação com o Aeroporto Internacional de Guarulhos, e irá passar pelos Municípios de São Paulo, Guarulhos e Arujá. Sua implantação visa trazer benefícios como desviar e distribuir o tráfego de passagem para o entorno da região metropolitana, principalmente de caminhões, melhorando o fluxo nas marginais, permitir o acesso mais rápido ao Porto de Santos, redefinir a plataforma logística de transportes da região metropolitana de São Paulo, introduzindo o modelo anelar, diminuir o tempo gasto nos congestionamentos, os gastos com combustível e a emissão de poluentes. É estimada a redução do volume diário médio de caminhões na marginal Tietê em 23%, ou seja, de caminhões a menos por dia, e uma redução de 6% a 8% da emissão de CO veicular na região metropolitana de São Paulo. O projeto envolve 117 obras de arte especiais e sete túneis. Serão cerca de 10 mil trabalhadores diretos envolvidos com o projeto, 30 mil indiretos, e quatro mil caminhões em operação. O lote 1 terá 6.42 km de extensão, duas pistas com quatro faixas de rolamento e acostamento, 13 obras de artes especiais, dois túneis paralelos de aproximadamente 1150 metros, e envolverá no momento de pico 1500 empregos diretos e indiretos. O lote 2 possuirá 4,88 km de comprimento, dois túneis de 350m e 850m e 13 obras de artes especiais. O lote 3 terá extensão de 3,62 km e possuirá o maior trecho de túnel, serão dois com respectivamente 1650 metros e 1070 metros, além de duas obras de artes especiais. O lote 4 possuirá 9,09 km, passará por Guarulhos e terá um túnel de 290 metros de extensão

15 7 e 35 obras de artes especiais. O lote 5 terá 7,88 km e situa-se no município de Guarulhos, e possuirá 1087 metros de túnel e 15 obras de artes especiais. O lote 6 se estenderá por 11,96 km, não possuirá túneis, porém irá conter 38 obras de artes especiais. A Figura 2.2.2, extraída da Folha de São Paulo, ilustra alguns dos dados presentes no EIA do empreendimento: Figura Dados do projeto do trecho norte do Rodoanel Fonte: Folha de São Paulo 2.3 Histórico da Análise de Gases de Efeito Estufa no Brasil e no mundo e a evolução dos dados A temperatura no planeta é regulada pelo efeito estufa, esse fenômeno que consiste na absorção de parte da radiação infravermelha que chega à Terra por determinados gases presentes na atmosfera denominados Gases de Efeito Estufa (GEE). Os GEEs mais relevantes são o gás carbônico, o metano, e os óxidos de nitrogênio (16). Os raios solares incidentes no solo têm uma parte absorvida pela Terra e outra parte refletida. Os GEEs retêm essa radiação refletida para a atmosfera e mantém a temperatura terrestre estável, o que é condição determinante para a existência de vida no planeta.

16 8 Contudo, com o crescimento descontrolado da emissão desses gases para a atmosfera, uma maior retenção das radiações refletidas vem ocorrendo, promovendo assim um aumento desproporcional na temperatura da Terra (17). Desde 1972, inúmeros eventos mundiais vêm sendo articulados com o objetivo de abordar o comportamento dos GEEs. Os mais importantes e famosos são o Toronto Conference on the Changing Atmosphere que ocorreu no Canadá, o IPCC s First Assessment Report na Suécia e a ECO-92 que ocorreu no Brasil, porque a discussão realizada nesses eventos culminou na elaboração do Protocolo de Quioto, no Japão, no ano de Esse protocolo foi redigido objetivando a redução de emissões dos respectivos gases pelos países desenvolvidos. Para que o mesmo entrasse em vigor, foi necessário que pelo menos 55 países responsáveis por 55% das emissões mundiais o ratificassem, o que ocorreu apenas em 2005, no qual ficou acordada a redução em pelo menos 5% em relação ao emitido em 1990 durante o período entre 2008 e, o que não foi cumprido (18). Os aspectos que guiam o Protocolo de Quioto são: Os mecanismos para redução ou remoção dos GEEs; Estabelecimento de limites de emissões de GEEs para cada parte envolvida; Determinação de cotas de redução de GEEs para países signatários tendo como base os volumes de emissões do ano de 1990; Conciliação entre interesses e necessidades dos países mais ricos e aqueles desprovidos de recursos para reduzir emissões de GEEs, bem como para removêlos. O protocolo também estimula os países participantes a promoverem algumas ações básicas como reformar os setores de energia e transportes, incentivar o uso de fontes energéticas renováveis, eliminar mecanismos financeiros e de mercado inapropriados aos fins da convenção, limitar a emissão de metano no gerenciamento de resíduos e do sistema energético e proteger florestas e outros consumidores de carbono (19). Certos países como os da Comunidade Econômica Europeia, diferentemente dos países em desenvolvimento, merecem destaque quanto ao empenho em efetivar ações que promovam a redução de emissões. A Holanda, por exemplo, têm subsidiado certificados de emissão de carbono que financiam os projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDLs) (20). Os MDLs são projetos que visam a redução de emissão dos GEEs em processos industriais. No Brasil, existem vários projetos que emitem certificados desse gênero e geram créditos de carbono ou energia que podem ser comercializados. Entretanto, a falta de incentivos governamentais dificulta a implantação deste tipo de projeto, estando a realidade hoje bem aquém do seu potencial. A exigência de um estudo de emissões de gases de efeito estufa desde a etapa de projeto é uma forma de alavancar esta realidade, forçando os empreendedores a buscarem alternativas para reduzir e/ou mitigar suas emissões, frente à ausência de políticas públicas que os estimulem a reduzir voluntariamente (21). No âmbito governamental, já foram produzidos dois Inventários Brasileiros de Emissões e Remoções Antrópicas de Gases de Efeito Estufa, sendo o primeiro apresentado em 2004 e o segundo em Em 2013 o Ministro da Ciência e Tecnologia do país publicou as Estimativas Anuais de Emissão de Gases de Efeito Estufa no Brasil para o período compreendido entre 1990 e 2010 (22). A elaboração de inventários de GEE só tem sentido se, a partir deles, sejam elaboradas propostas para a sua redução. Assim, ao apresentar os relatórios de emissões anuais, espera-se que em um futuro próximo as entidades governamentais comecem a incorporar

17 9 este fator às suas Avaliações Ambientais Estratégicas e, consequentemente, aos EIAs dos empreendimentos públicos (23). Seguindo essa linha, em 2010 o governo brasileiro decretou que estimativas de emissões oficiais deveriam ser publicadas anualmente a partir de, tanto para que se cumprissem as obrigações do país junto à Convenção - Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança de Clima (UNFCCC), como para avaliar as emissões de gases de efeito estufa geradas por diferentes fontes e seus comportamentos para que se possa, a partir disso, elaborar uma política de redução e controle das mesmas. Estas diretrizes estão alinhadas com o que se propõe neste estudo, ou seja, que a emissão de GEE seja uma variável ambiental considerada desde a etapa de projeto dos empreendimentos (24). Outro aspecto importante que vem sendo abordado pelo governo é a democratização do acesso aos inventários e estimativas oficiais. O Decreto 7.290/2010, que regulamenta a Política Nacional sobre Mudança do Clima, estabelece que as estimativas anuais de GEE no Brasil devem ser emitidas em formato apropriado para facilitar o entendimento por parte dos segmentos da sociedade interessados. Isso reforça o conceito apresentado ao final do TCC I, sobre a importância do compartilhamento das informações para que ocorra um constante amadurecimento dos processos de licenciamento. Justifica, também, o uso da Ferramenta GHG Protocol, que é de fácil acesso e apresenta resultados claros e universais, seguindo os padrões internacionais do IPCC. Entre 1990 e, a emissão bruta de GEE no Brasil passou de 1,39 bilhões de toneladas de CO 2 para 1,48 GtCO 2, correspondendo a um aumento de 7% neste período (25). Tabela A evolução das emissões brutas de GEE no Brasil por setor Evolução das emissões brutas de GEE no Brasil por setor (MtCO 2 ) Setores Agropecuário Energia Mudança de Uso da Terra Processos Industriais Resíduos TOTAL Fonte: Documento de Análise das Emissões Brasileiras (SEEG) A Tabela apresenta a evolução das emissões brutas de GEE no Brasil por setor. É evidente que o setor referente à Mudança de Uso da Terra é o mais significativo, este que engloba a construção de obras civis. A Tabela mostra a evolução das emissões brutas de GEE no Brasil por tipo de gás no mesmo período. Tabela A evolução das emissões brutas de GEE no Brasil por tipo de gás Evolução das Emissões Brutas de GEE no Brasil por tipo de gás (t) Gases CO CH N 2O Fonte: Documento de Análise das Emissões Brasileiras (SEEG)

18 10 Como é possível observar, os valores de emissão para CO 2 são de uma a duas ordens de grandezas maiores que os valores de emissão para os demais gases. Por conta dessa expressividade da quantidade de CO 2, a emissão dos demais gases analisados é considerada pelo IPCC (Intergovernamental Panel of Climate Change) em CO 2 equivalente sendo a unidade padrão utilizada nos inventários tco 2 e. De acordo com os dados do Sistema de Estimativa de Emissão de Gases do Efeito Estufa (SEEG), após 2005 as emissões brasileiras de Gases de Efeito Estufa apresentaram forte redução, embora as emissões globais ainda cresçam. No entanto, até, a emissão per capita brasileira permaneceu mais alta que a emissão per capital global, o que exige o planejamento de medidas de intervenção neste aspecto. 2.4 Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa A gestão dos GEEs tem se tornado um aspecto cada vez mais importante nas agendas corporativas por conta da repercussão que vem tomando dentro dos assuntos de meio ambiente. As empresas têm investido em ações de redução de emissões de gás carbônico e divulgam esses resultados tanto por conta do marketing sustentável que anima os consumidores como também para auxiliar na compreensão das questões ambientais que envolvem as mesmas. Nesse contexto, a elaboração do inventário de emissões é de grande importância para as companhias e outras instituições compreenderem o perfil de suas emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e o volume de emissões que suas atividades emitem, estimando o impacto disso no local onde atuam e também a nível nacional. A partir do monitoramento é possível a estruturar ações que sejam consistentes e tenham como objetivo promover metas de redução ou neutralização das emissões da companhia. O inventário de gases de efeito estufa é um instrumento que permite para a empresa uma auto avaliação sobre o tema através da contabilização da emissão de todas as fontes definidas em grupos de atividades associadas à companhia. O inventário é fundamental para a formulação de políticas empresariais adequadas às novas tendências do mercado global e tem como objetivo o conhecimento do perfil de emissão com isso planejar a sua redução ou compensação (17). A elaboração do inventário é feita a partir de normas e metodologias internacionais como a ISO , IPCC Guidelines e o GHG Protocol (26). Em seu desenvolvimento, algumas etapas e critérios devem ser seguidos com o objetivo de padronizar o processo, para a obtenção de documento passível de verificação e comparação com os inventários feitos por outras empresas. Analogamente, durante a realização de um estudo de impacto ambiental o uso de um inventário de GEE é fundamental para se realizar uma auto avaliação do empreendimento e promover metas e ações de redução, e o uso de uma ferramenta padrão é fundamental para a disseminação da informação para outros empreendimentos futuros. Para a realização de um bom inventário de emissões é necessário, assim como no estudo de impacto ambiental, definir bem o escopo do que será abordado. As fontes emissoras devem ser agrupadas com um critério padronizado para efeito de comparação com outros inventários. O escopo mais comum utilizado é classificar as fontes que sejam de emissões diretas ou indiretas associadas à geração de energia elétrica.

19 11 As premissas apresentadas pelo GHG Corporate Protocol (27) e previstos pela Norma ISO /06 que regulam a elaboração dos inventários são: Abrangência: Todas as emissões e remoções relevantes devem ser incluídas no inventário; Consistência: A metodologia adota não pode ser alterada entre diferentes versões do inventário; Precisão: As incertezas devem ser reduzidas até onde for praticável; Transparência: Todas as informações relevantes devem ser reveladas; Relevância: As fontes, sumidouros e reservatórios de GEE, dados e metodologias são selecionados e reportados; Conservação: Valores e procedimentos conservativos são utilizados para se assegurar que as emissões não sejam subestimadas e sobre-estimadas. Para seguir o que foi proposto, foi utilizada a modelagem elaborada pela FGV, seguindo as diretrizes do IPCC, chamada Ferramenta GHG Protocol. 2.5 Ferramenta GHG Protocol O GHG Protocol é uma ferramenta utilizada por empresas para o entendimento, quantificação e gerenciamento das emissões de gases de efeito estufa. Essa ferramenta foi desenvolvida no ano de 1998 nos Estados Unidos pela World Resources Institute (WRI) em parceria com o World Business Council for Sustainable Development WBSCD (8). A metodologia é também compatível com a norma ISO e com as metodologias de quantificação do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), sendo sua aplicação sempre adaptada ao contexto local, como ocorre no caso do Brasil. As principais características dessa ferramenta são o fornecimento de uma estrutura para contabilização de GEE, de caráter modular e flexível, com neutralidade em termos de políticas ou programas e baseada em um amplo processo de consulta pública, com uma excelente facilidade de uso (28). O Programa Brasileiro GHG Protocol, teve início no Brasil em 2008 através da iniciativa do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (GVces), e do World Resources Institute (WRI), em parceria com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e o World Business Council for Sustainable (17). Segundo o que é proposto pelo GHG Protocol, existem cinco passos básicos a serem seguidos para um bom gerenciamento dos gases de efeito estufa emitidos (29): Definição dos limites operacionais e organizacionais do inventário; Coleta de dados das atividades que resultam na emissão de GEEs; Cálculo das emissões; Adoção de estratégias de gestão (ex: mudança de fornecedor ou geração de créditos de carbono); e Apresentação dos resultados. Assim, através desse roteiro proposto, a quantificação das emissões de GEEs acaba ficando atrelada à estrutura operacional e organizacional da empresa, facilitando que a mesma faça parte do programa. O limiar da estrutura da organização está atrelada às suas operações na construção civil, e isso naturalmente determina o consumo de materiais de

20 12 construção utilizados nas obras das empresas e de combustíveis fósseis utilizados nos sistemas de transportes envolvidos, aquisição de energia elétrica e também geração de resíduos sólidos. Dessa forma, as emissões de um empreendimento são divididas em cinco categorias para elaboração do cálculo, conforme havia sido mencionado na Introdução: Emissão pelo consumo de combustíveis fósseis por fontes fixas; Emissão pelo consumo de combustíveis fósseis por fontes móveis; Emissão pela geração de resíduos e efluentes; Emissão pela aquisição de energia elétrica; Emissão realizada por terceiros, por influência direta do empreendimento. O programa consiste em uma modelagem que já possui uma série de variáveis de estado embutidas, sendo necessário inserir apenas os dados de entrada do projeto. O programa divide as emissões por escopo e, dentro de cada escopo, há diversas fontes de emissão possíveis. Na etapa de cálculo estas fontes serão detalhadas melhor, sendo justificado quais se aplicam ou não ao nosso estudo de caso. Como resultado, a modelagem retorna as emissões de gases de efeito estufa por escopo, por gás, ou o total em tco 2 e. Entretanto, o que deve ser considerado como produto final de fato de um inventário de gases de efeito estufa não é o resultado da modelagem, mas sim o resultado das ações propostas com base nos números fornecidos pela modelagem. Neste estudo de caso, o produto final do inventário será a proposição de ações, visto que elas não serão implantadas de fato. 2.6 Compensação Ambiental Umas das formas de remediaras emissões de Gases de Efeito Estufa gerados durante a execução de um empreendimento é por meio de uma compensação ambiental - mecanismo desenvolvido com o objetivo de contrabalancear os efeitos negativos gerados ao meio ambiente -, no caso o plantio de mudas. Sabe-se que o plantio de mudas e a ampliação de certo espaço de área verde induz o consumo de gás carbônico por conta da reação de fotossíntese realizada pelas plantas (o volume de gás carbônico consumido por elas deve ser igual ou maior que o produzido em gás carbônico equivalente para que ocorra a compensação). Esse processo, quando previsto, deve estar exposto na etapa de licenciamento ambiental no tópico de implantação do empreendimento, inclusive para os gases de efeito estufa, conforme está sendo proposto (30). Os princípios da compensação ambiental são (15): Proporcionalidade entre o dano causado e a composição exigida, que deve ser, no mínimo, equivalente; Preferência por medidas compensatórias que representem a reposição ou a substituição das funções ou componentes ambientais afetados; Preferência por medidas que possam ser implementadas em áreas vizinhas à área afetada ou, alternativamente, na mesma bacia hidrográfica. A lei que instituiu a compensação ambiental foi a Lei Federal n 9.985/2000 que foi regulamentada pelo decreto n 4.340/2002 com redação dada pelo decreto n 6.848/2009 tornando a reparação à natureza uma obrigação legal de todos os empreendimentos causadores de um impacto significativo (31). O decreto n 4.340/2002 diz que o órgão ambiental licenciador estabelecerá o grau de impacto a partir dos estudos realizados e que os percentuais serão fixados a partir de 0,5%

21 13 dos custos de implantação do empreendimento. Já o decreto n 6.848/2009 que altera o de 2002 define que a compensação de impacto deverá ser baseada no grau de impacto do empreendimento e o valor a ser desembolsado pelo empreendedor varia de 0 a 0,5% dos custos totais de implantação do empreendimento. O decreto também define quais medidas devem compor o valor total de compensação calculado pelo método descrito, excluindo os investimentos referentes aos planos, projetos e programas exigidos no procedimento do licenciamento ambiental para mitigação de impactos. Ou seja, além de realizar todas as mitigações e compensações previstas no licenciamento, deve-se investir de 0 a 0,5% do total investido no empreendimento em recuperações ambientais. Esta compensação ambiental de 0,5% é na realidade uma compensação financeira, mas pode também ser aceita em unidades de serviço. Elas são uma forma de indenização ou reparação pelas perdas de bens e serviços ambientais e sua exigência é feita durante o processo de licenciamento ambiental do empreendimento, quando são identificados no estudo de impactos ambientais danos que não podem ser mitigáveis (32). Para a fiscalização das ações de compensação ambiental foi criado um órgão colegiado no âmbito do Ministério do Meio Ambiente chamado Câmara Federal de Compensação Ambiental CFCA. Esse órgão possui um caráter supervisor e tem como objetivo orientar o cumprimento da legislação referente à compensação ambiental oriunda do licenciamento ambiental federal. É também competência dessa câmara avaliar e auditar as metodologias e procedimentos de cálculo de compensação ambiental visando o cumprimento da lei. No ano de 2009 foi publicado o Decreto /09 que não exigia a elaboração de EIA/Rima para fundamentar a cobrança da Compensação Ambiental nos processos de licenciamento ambiental. Com isso, o órgão responsável pelo licenciamento podia fundamentar a existência de impactos ambientais não mitigáveis sem a elaboração de um estudo de impacto ambiental. Em contra partida, no ano de 2011 foi publicado o decreto Nº /11, alterando o Decreto Estadual N /09 que trata de incidência de compensação ambiental sobre empreendimentos que tragam consigo impactos ambientais significativos, como mineração, agropecuária, rodovias, parcelamento do solo e outros. No novo decreto de 2011 a realização do Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental EIA/Rima é obrigatória para fundamentar a existência de significativo impacto ambiental e assim poderse realizar a cobrança da compensação ambiental exigida pela Lei 9.985/2000. Uma primeira estratégia adotada pelo grupo para propor uma compensação pela emissão dos gases de efeito estufa era elaborar um critério de incorporação dos gases dentro da compensação de até 0,5% do empreendimento. Entretanto, no empreendimento do trecho norte do Rodoanel os fatores de cálculo nem foram utilizados, sendo adotado diretamente o teto de 0,5%. Como o mesmo deve ocorrer para diversos outros empreendimentos com impactos significativos, optou-se pela sugestão de uma ação de compensação real, no caso o plantio de mudas. 2.7 O controle dos GEEs no Licenciamento Ambiental A lei estadual paulista de N de 2009 institui a Política Estadual de Mudanças Climáticas (PEMC) e tem por objetivo geral estabelecer o compromisso do estado frente ao desafio das mudanças climáticas globais, dispor sobre as condições para as adaptações necessárias aos impactos derivados das mudanças climáticas e contribuir para reduzir ou estabilizar a concentração dos gases de efeito estufa na atmosfera. O artigo 15 e seus

22 14 incisos falam sobre o licenciamento, prevenção e controle de impactos ambientais, conforme apresentado abaixo: Artigo 15 - O licenciamento ambiental de empreendimentos e suas bases de dados deverão incorporar a finalidade climática, compatibilizando-se com a Comunicação Estadual, a Avaliação Ambiental Estratégica e o Registro Público de Emissões. 1º - A redução na emissão de gases de efeito estufa deverá ser integrada ao controle da poluição atmosférica e ao gerenciamento da qualidade do ar e das águas, instrumentos pelos quais o Poder Público impõe limites para a emissão de contaminantes locais. 2º - O Poder Público orientará a sociedade sobre os fins desta lei por meio de outros instrumentos normativos, normas técnicas e manuais de boas práticas. No estado do Rio de Janeiro também há uma legislação que regula a emissão de GEE. A ResoluçãoN 64 do Instituto Estadual do Ambiente (INEA) dispõe sobre a apresentação de inventário de emissões de gases de efeito estufa para fins de licenciamento ambiental no estado do Rio de Janeiro considerando a importância do estado conhecer a evolução do quantitativo de gases de efeito estufa emitidos pelas atividades nele exercidas. Em seu artigo 3 a resolução lista os empreendimentos sem que se aplique a obrigatoriedade de apresentação ao INEA sobre inventários de emissões de GEEs. I - aterros sanitários; II - estações de tratamento de esgotos; III - indústria petroquímica; IV- indústria de petróleo; V - indústria química; VI - indústria de produção de alumínio; VII - indústria de produção de cerâmica; VIII - indústria de produção de cimento; IX - indústria de produção de vidro; X - siderurgia; XI- termelétricas a combustíveis fósseis; e XII - UPGNs (Unidades de Processamento de Gás Natural) O inciso 1 do artigo citado restringe a obrigatoriedade dos empreendimentos citados apenas para os enquadrados nas classes 4, 5 e 6 e deixa a cargo do INEA decidir sobre os projetos classificados nas demais classes. O Decreto Estadual nº /2009 regulamenta a lei citada e classifica os empreendimentos em classes conforme a tabela abaixo. Tabela Classificação dos potenciais de poluição POTENCIAL POLUIDOR PORTE Insignificante Baixo Médio Alto Mínimo Classe 1 Classe 2 Classe 2 Classe 3 Pequeno Classe 1 Classe 2 Classe 3 Classe 4 Médio Classe 2 Classe 2 Classe 4 Classe 5 Grande Classe 2 Classe 3 Classe 5 Classe 6 Excepcional Classe 3 Classe 4 Classe 6 Classe 6

23 15 O INEA também poderá solicitar o inventário de emissões para atividades não previstas no artigo 3 da lei estadual citada, fundamentando sua decisão em um parecer técnico pela área responsável do órgão. Na prática, entretanto, apenas no Rio de Janeiro os gases de efeito estufa foram de fato incorporados ao licenciamento ambiental, sendo no estado de São Paulo considerado apenas a qualidade do ar. Mesmo no Rio de Janeiro, apenas alguns tipos de empreendimentos precisam apresentar os relatórios de emissão, não estando incluída a construção civil. Ou seja, mesmo no estado pioneiro na incorporação dos inventários de GEE, esta ainda ocorre de maneira bastante incipiente. Apresentados os dados mais relevantes sobre o trecho norte do Rodoanel, o processo de licenciamento ambiental e as emissões de gases de efeito estufa, pode-se finalmente passar para a análise destas informações. 3 Análise dos Dados 3.1 Análise dos dados do Trecho Norte do Rodoanel Não existe nenhuma citação no EIA do trecho norte do Rodoanel (33)a respeito das emissões de gases de efeito estufa ao longo da obra. O que é possível encontrar no estudo é apenas uma análise sobre a emissão de poluentes como monóxido de carbono, dióxido de enxofre, ozônio, dióxido de nitrogênio e partículas totais em suspensão (volume III, item ). Ou seja, o estudo é focado nas emissões que ao serem ultrapassadas podem afetar a saúde da população e não naquelas que podem gerar o efeito estufa, e por tal motivo o estudo adota como critérios e limites para avaliação da qualidade do ar os valores estabelecidos pelo relatório anual de qualidade do ar da CETESB, no ano de 2010 quando foi publicado o EIA. A lista de gases do efeito estufa proposta pelo Protocolo de Quioto abrange o Dióxido de Carbono, Óxido nitroso, Metano, Clorofluorcarbonetos, Hidrofluorcarbonetos, Perfluorcarbonetos e Hexafluoreto de enxofre. Com isso, não é possível fazer uma relação precisa com o estudo da poluição do ar realizado no EIA do empreendimento e o atual trabalho que visa à avaliação do impacto dos gases que geram o aumento da temperatura global. A emissão para este empreendimento foi dividida em três gêneros mais relevantes: emissões de fonte móvel, consequência da movimentação de veículos e equipamentos a serviço das obras; emissões de fonte fixa, decorrentes da operação das instalações industriais provisórias das construtoras e aumento nas emissões veiculares associadas ao aumento nos trajetos e/ou redução de velocidade no sistema viário do entorno, em decorrência de desvios provisórios e outras interferências. Os impactos relacionados à emissão de gases poluentes durante a fase de operação do empreendimento mencionados no documento são considerados favoráveis segundo o estudo realizado, por conta do fato de que a construção do Trecho Norte (33)da obra, assim como os demais trechos, não representará um acréscimo de tráfego total na região, mas apenas a transferência de parte das demandas de transportes que ocorrerem hoje na Região Metropolitana de São Paulo. Não só, as velocidades médias atingidas pelos veículos serão maiores, de modo que menos combustível será consumido, e proporcionalmente, a emissão de poluentes será menor (34).

24 16 Em relação à compensação ambiental, o EIA cita apenas a compensação que será realizada em virtude de outros fatores que não são relacionados à emissão de gases de efeito estufa como, por exemplo, a supressão da vegetação local. Embora a supressão de vegetação possua alternativas de compensação semelhantes às disponíveis para a geração de gases de efeito estufa, não foi inclusa uma parcela de reflorestamento referente aos gases. 3.2 Análise dos dados do sobre o controle dos GEEs no Licenciamento Ambiental O estado de São Paulo possui algumas iniciativas de monitoramento de emissões de GEE como, por exemplo, o Registro Público de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Estado de São Paulo. O registro consiste em um sistema público de gestão de informações sobre emissões coorporativas de gases de efeito estufa, de participação voluntária, com o objetivo de receber e publicar inventários de emissões de instituições públicas e privadas elaboradas com métodos reconhecidos pela CETESB. O caráter voluntário, entretanto, dificulta que sejam incorporadas as emissões provenientes da etapa de construção dos empreendimentos e, mais ainda, que estes dados sejam incorporados ao EIA, para que sejam propostas reduções e compensações (35). A partir da análise dos dados foi observado que o EIA/RIMA do Trecho Norte do Rodoanel não faz nenhuma citação ao inventário de gases de efeito estufa pelo fato de no estado de São Paulo não existir tal obrigatoriedade na etapa de licenciamento. A Lei n de 2009 fala que a redução de emissões de GEEs deverá ser integrada ao controle da poluição atmosférica e ao gerenciamento da qualidade do ar e das águas, mas deixa a cargo do Poder Público impor limites para as emissões de contaminantes locais. Ou seja, se esses limites não forem estipulados para gases de efeito estufa não será feito o inventário. Diferentemente de São Paulo, o estado do Rio de Janeiro tornou obrigatória a apresentação de inventário de emissões de GEEs para fins de licenciamento ambiental a partir da resolução de Nº 64 do ano de do INEA. A lista de atividades que podem ter essa obrigatoriedade não inclui a construção de obras lineares como a do Trecho Norte do Rodoanel, mas, caso esse empreendimento fosse localizado no Rio de Janeiro, o INEA poderia solicitar o inventário dessa obra devido aos seus grandes impactos citados no EIA/RIMA e, com isso, propor medidas mitigadoras ou compensatórias. 4 Definição do Problema Os gases de efeito estufa são extremamente nocivos ao meio ambiente, sendo hoje um dos poucos impactos de abrangência global, ou seja, cuja área de influência do impacto extrapola os limites territoriais dos países, atingindo a Terra como um todo. A etapa de licenciamento ambiental é o momento em que são analisados os impactos e a sua significância e propostas medidas de redução, mitigação ou compensação dos impactos significativos. A não inclusão dos gases de efeito estufa nesta etapa significa a inexistência de propostas de compensação das emissões para o empreendimento em questão, tanto para a etapa de instalação quanto de operação. Existem outras instituições que exigem este inventário (foi citado o IFC e o INEA, mas há outras). Existem também modelagens utilizadas para realizar os cálculos, que exigem dados simples, são de uso intuitivo e apresentam resultados com elevado grau de precisão (balanço de massa ou ferramenta GHG Protocol). Não há, portanto, uma inviabilidade

25 17 técnica que justifique a ausência destes inventários no licenciamento, pelo contrário, sua inclusão se daria sem afetar os prazos e custos existentes hoje. A construção civil é uma das principais responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa no Brasil, país com a quinta maior emissão do mundo. A obra do trecho norte do Rodoanel é extremamente complexa e impactante. A realização de um inventário de gases de efeito estufa para este empreendimento, com o respectivo cálculo da compensação ambiental necessária, exemplifica empiricamente a viabilidade de se incluir tal impacto nos licenciamentos realizados. Define-se como o problema a falta de um inventário de gases de efeito estufa nos estudos de impacto ambiental, assim como a inexistência de ações mitigadoras para as emissões realizadas. 5 Escolha da Solução do Problema 5.1 Escolha das alternativas O escopo deste trabalho consistiu na detecção de uma oportunidade de melhoria no processo de elaboração de EIAs. Por este motivo, ele possui uma única alternativa, que é a incorporação das emissões de gases de efeito estufa nos impactos levantados no relatório. Ainda assim, diversas decisões precisaram ser tomadas para definir como se daria esta incorporação. A primeira decisão foi a escolha da modelagem a ser adotada. Existem duas abordagens principais: a top-down e a bottom-up. A do tipo top-down consiste em um balanço de massa, levando em consideração a quantidade de carbono presente nas fontes energéticas a serem consumidas e considerando sua combustão completa, com toda a massa de carbono sendo convertida em CO 2. Apesar de ser uma metodologia aceita, ela é de baixa precisão, sendo recomendado seu uso apenas no caso de insuficiência de informação. A do tipo bottom-up faz distinção entre as várias fontes emissoras, levando em consideração todos os gases de efeito estufa que são gerados nas suas reações. Por ser mais precisa e possuir mais informações acessíveis, sendo suficientes para a sua aplicação, a abordagem bottom-up foi a adotada neste estudo. Para a metodologia bottom-up existe uma padronização internacional, realizada pelo IPCC, onde é definida a metodologia de cálculo a ser utilizada, as variáveis a serem consideradas e as diretrizes a serem adotadas. Devido à sua complexidade, é necessário realizar uma adequação do modelo para cada país. No caso do Brasil, a adequação é realizada pela FGV, mas a ferramenta fica disponível para uso público. Após a definição da abordagem (bottom-up) e da ferramenta (GHG Protocol) a serem utilizadas, foi necessário decidir os limites espaço temporais a serem adotados. A ferramenta não permite a previsão da emissão, apenas o cálculo retroativo, sendo dimensionada para períodos de um ano. Por este motivo, optou-se por calcular as emissões do ano de Quanto aos seis lotes da fase de construção do trecho norte do Rodoanel, devido às inúmeras diferenças entre os mesmos, tanto em extensão quanto em atividades construtivas e logísticas da obra, a condição ideal seria obter os dados referentes a cada um dos mesmos, contudo, isto não foi possível. Os responsáveis pelos lotes 1 e 5 alegaram não possuir nenhuma forma de registro das informações necessárias para cálculo dos inventários. Estes dois lotes, portanto, não estão incluídos nos limites operacionais e organizacionais do inventário.

26 18 Finalmente, a escolha do ano de 2013 gerou uma nova dificuldade: o EIA é elaborado na etapa de projeto, enquanto a ferramenta só permite o cálculo das emissões já realizadas. Para incorporar as emissões de gases de efeito estufa no estudo de impacto ambiental torna-se necessário realizar mais uma aproximação, para a qual são apresentadas duas soluções: A primeira consiste em realizar estimativas com base em obras semelhantes que tenham realizado inventário de gases de efeito estufa da sua implantação, sendo a compensação estipulada com base em valores aproximados, assim como já acontece para diversos outros impactos. A segunda opção, mais precisa, seria tornar obrigatório apresentar anualmente, junto aos relatórios de monitoramento, um inventário de gases de efeito estufa do empreendimento no ano interior, sendo então calculada a compensação ambiental necessária para aquele período, ou para a obra como um todo quando finalizada, e estipulado um prazo para a realização da mitigação. Uma vez decidido como seriam realizados os cálculos, estipulou-se como seria feita a mitigação. Neste estudo, propõe-se como medida mitigatória o plantio de mudas, com a premissa de que as plantas fixam gás carbônico (CO 2 ) durante a realização do processo de fotossíntese, retirando o mesmo da atmosfera. É importante frisar que, diferentemente do que ocorre no plantio de mudas para compensar a supressão de vegetação, em que se deve realizar a compensação na mesma área ou, no máximo, na mesma bacia hidrográfica, a compensação das emissões dos gases de efeito estufa podem ser realizadas em qualquer território, visto se tratar de um impacto de efeito global. Restringiu-se, entretanto, o tipo de muda: a espécie com as melhores taxas de sequestro de carbono é o eucalipto, mas é também um grande responsável pelo empobrecimento do solo. Por isso, optou-se pelo plantio de seringueiras que, além de serem excelentes sequestradoras de carbono sem prejuízos ao solo, ainda possuem um fator social com a geração de empregos a partir da exploração do látex. 6 Especificação da Solução 6.1 Emissão de Gases de Efeito Estufa O cálculo das emissões de gases de efeito estufa foi realizado utilizando a ferramenta GHG Protocol, elaborada pela FGV e validada pelo IPCC, de acordo com padrões internacionais. A ferramenta, além do seu reconhecimento internacional, possui duas vantagens: a primeira é padronizar as premissas adotadas, facilitando a comparação entre resultados e permitindo estabelecer metas de redução ou parâmetros de referência. A segunda é que a ferramenta incorpora diversas variáveis de estado complexas e que, sem essa modelagem, dificilmente seriam levadas em consideração. Ao longo de cada etapa de cálculo serão apresentadas as variáveis consideradas e, no Anexo I, estão dispostas as fórmulas e metodologias utilizadas. É importante frisar também que durante todas as etapas de cálculo deve-se separar as emissões a partir de fontes que utilizaram biomassa, pois estas serão recuperadas pela fotossíntese das novas safras, formando um ciclo fechado. Apesar de apresentar os valores correspondentes a estas fontes, eles serão desconsiderados na emissão final. A emissão

27 19 final considera apenas as emissões que efetivamente precisam ser reduzidas, mitigadas e/ou compensadas. Para obter os dados, foram elaboradas tabelas adaptadas a partir do modelo do GHG Protocol, junto com instruções simples para o seu preenchimento, e enviadas para todos os lotes. As tabelas e instruções estão expostas no Anexo III. Principalmente no início de 2013, alguns lotes apresentaram valores muito baixos ou nulos de emissão. Isso ocorreu porque eles ainda estavam iniciando suas atividades e ou não emitiram nada ou ainda não possuíam uma forma de registro e controle instituída. Como a inauguração dos canteiros foi em meados de março de 2013, a maioria das atividades começaram efetivamente apenas em abril ou maio, variando de lote pra lote. I. Emissões Primárias O escopo 1, ou emissões primárias, são todas as emissões realizadas de maneira direta pelas empreiteiras. Nesta etapa entram apenas as emissões provenientes de equipamentos e maquinários próprios, sendo desconsideradas as emissões feitas por terceiros. Para exemplificar este conceito, pode-se usar passagens aéreas como uma referência: elas só entrariam nestes cálculos se a empreiteira estivesse usando sua própria frota de aviões, pois ao viajar em uma linha aérea convencional estas emissões são de responsabilidade direta da companhia aérea, sendo apenas de responsabilidade indireta dos passageiros, funcionários da construtora. A Tabela apresenta todas as fontes emissoras englobadas neste escopo e determina quais foram consideradas. Tabela Fontes emissoras consideradas no escopo 1 Fonte Aplicação Combustões Estacionárias Uma das principais fontes de emissão. Combustões Móveis Uma das principais fontes de emissão. Emissões Fugitivas Consideradas, apesar do valor pouco significativo. Processos Industriais Não se aplica. Atividades Agrícolas Não se aplica. Resíduos Sólidos Desconsiderados. Só devem ser considerados se a empresa possuir seu próprio aterro. Efluentes Desconsiderados. Só devem ser considerados se a empresa possuir sua própria ETE com processos anaeróbios. a. Fontes Estacionárias Fontes estacionárias são as fontes de emissão fixas como, por exemplo, geradores, guindastes ou bombas. Novamente, só entram neste escopo as fontes que são das empreiteiras, não sendo inclusos equipamentos alugados. A Tabela apresenta as emissões por fontes estacionárias de todos os lotes abordados:

28 20 Tabela Consumo de combustível por fontes estacionárias informado pelos Lotes Descrição da fonte Combustível utilizado Quantidade consumida Unidades Lotes 2 e 03 maio á dezembro 2013 Consumido em Escavadeiras hidráulicas, Trator de esteiras, Trator de pneus, Grupo gerador, Compressor de ar, Pá carregadeira de pneu, Motoniveladora, Caçamba basculante, Torre de iluminação, Plataforma elevatória, Perfuratriz, Moto Óleo Diesel (comercial) ,000 Litros bomba, Caminhão pipa, Bomba de concreto, Carreta prancha, Caminhão munck, Retro escavadeira, Rolo compactador. Geradores Lote 6-23 unidades Óleo Diesel (comercial) ,000 Litros Compressores Lote 6-13 unidades Óleo Diesel (comercial) ,000 Litros Apesar de o único combustível utilizado ter sido o diesel comercial, este possui uma porcentagem de também de biodiesel em sua composição que varia de ano a ano. Para o ano de 2013, essa porcentagem foi de 5%. Por este motivo, nos resultados é necessário diferenciar as duas frações, visto que as emissões provenientes de biomassa não entram no resultado final. O consumo de combustível e as emissões ficaram distribuídos conforme a Tabela 6.1.3: Tabela Emissões de GEE provenientes de fontes estacionárias Tipo de combustível Consumo de combustíve l Unidade Fatores de Emissão do setor: Emissões de CO 2 Emissões de CH 4 Emissões de N 2 O Emissões em CO 2e CO 2 (kg/un) CH 4 (kg/un) N 2 O (kg/un) (kg) (kg) (kg) (kg) Óleo Diesel (puro) ,5 Litros 2,63 0, , ,8 209,7 41, , Emissões totais por utilização de combustíveis fósseis 209,7 41,9,8,3 Biodiesel (B100) ,5 Litros 2,35 0, , ,4 10,3 2, ,0 Emissões totais por utilização de combustíveis de biomassa ,4 10,3 2, ,0 Vale ressaltar que para se obter as emissões de CH 4 e N 2 0 a ferramenta levou em consideração o fato de ser uma construção civil, com a combustão típica dos motores utilizados neste tipo de empreendimento, sendo obtidos valores diferentes para outros setores de atuação.

29 21 O cálculo das emissões totais, dividido entre fontes fósseis e renováveis, é apresentado abaixo (Tabela 6.1.4). Ele difere levemente dos valores da tabela acima pelo seguinte fato: as emissões de metano e óxido nitroso não são capturadas de volta pelas plantas e, por este motivo, devem ser consideradas junto com as emissões de fontes fósseis, independentemente de sua origem. Tabela Emissões totais, pelas fontes estacionárias, em tco 2 e Emissões totais em CO 2 equivalente (toneladas métricas) 5.198,147 Emissões totais em CO 2 equivalente - biomassa (toneladas métricas) 243,151 b. Fontes Móveis As fontes móveis consistem nos mecanismos de transporte, sejam eles rodoviário, ferroviário, hidroviário ou aéreo, contudo, neste caso é considerada apenas a frota de posse das empreiteiras. Logo, as emissões por fontes móveis se resumiu ao transporte rodoviário, ou seja, ao uso de carros e caminhões para transporte de pessoas e materiais. Esta etapa pode ser calculada de diversas formas. A mais precisa consiste em informar o tipo de veículo (ex: veículo de passeio a gasolina), seu ano, e a quantidade de combustível consumida mensalmente. Ao informar todos estes dados, a ferramenta permite considerar o tipo de motor utilizado pelo veículo (com base no tipo de veículo e ano) e as porcentagens de mistura dos combustíveis naquele mês. Pode-se ainda informar a quilometragem em substituição à quantidade de combustível consumida, pois a ferramenta realiza a conversão (novamente utilizando como base o tipo de veículo e seu ano). No nosso caso, infelizmente, não foi informado os tipos de veículos e o ano, apenas o consumo total de combustível mês a mês. Com isso, foi possível considerar a fração de mistura mensal, mas não foi possível incorporar a eficiência dos vários tipos de motores. Para a fração de mistura, existem duas situações: no caso do diesel, ela se manteve em 5% de biodiesel durante todo o ano de No caso da gasolina, por sua vez, ela se manteve em 20% de etanol até abril, subindo para 25% de maio a dezembro. A relação de mistura dos combustíveis mês a mês durante o ano de 2013 se encontram no Anexo I, bem como os cálculos realizados pela modelagem. Nas Tabelas 6.1.5, e pode-se observar o consumo informado pelos lotes e as correspondentes emissões de gases de efeito estufa.

30 22 Descrição da fonte Lotes 2 e 3 Lotes 2 e 3 Lotes 4 e 6 Tabela Consumo de combustível por fontes móveis informado pelos Lotes Escolha um dos dois tipos de relato: Relato por tipo de frota Tipo da frota Ano da de veículos frota Relato por tipo de combustível Escolha um tipo de relato (anual ou mensal): Consumo mensal de combustível jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Consumo anual Óleo Diesel Litros Gasolina Comum Gasolina Comum Tabela Emissões de GEE provenientes de fontes móveis Tipo de Combustível Consumo anual Unidade Unidade Litros Litros Emissões (kg) Emissões Totais Emissões Biomassa CO 2 CH 4 N 2 O CO 2 e (kg) CO 2 (kg) Gasolina Comum Litros ,55 121,59 38, , ,11 Óleo Diesel Litros 7.537,33 0,39 0, ,60 371,17 Total ,89 121,98 39, , ,28 Novamente, nota-se a emissão de CO 2 oriundo de fontes renováveis devido à mistura de álcool na gasolina e de biodiesel no diesel comum, mas a manutenção das emissões de CH 4 e N 2 0 junto às emissões totais por não serem reabsorvidas na fotossíntese. Convertendo para toneladas métricas, o seguinte resultado final de emissões por fontes móveis é obtido: Tabela Emissões totais, provenientes de fontes móveis, em tco 2 e Emissões totais em CO 2 equivalente (toneladas métricas) 364,789 Emissões totais em CO 2 - biomassa (toneladas métricas) 60,822

31 23 c. Emissões Fugitivas Os lotes 4 e 5 não possuíam dados sobre suas emissões fugitivas. Os dados das Tabelas e são referentes apenas aos lotes 2 e 3. A modelagem do programa brasileiro do GHG Protocol não considera as emissões pelo uso de explosivos e soldagens (apenas as perdas em sistemas de refrigeração). Ainda assim, o IPCC institui metodologias para realizar tais cálculos, motivo pelo qual tal informação foi solicitada aos lotes. Entretanto, os lotes 2 e 3 (únicos que apresentaram dados), afirmar ter consumido apenas 6kg de CO 2 em processos de refrigeração, 4,1 ton de explosivos e nenhum consumo de acetileno, eletrodos e CO 2 em processos de soldagem durante o ano de Estes dados, somados, significam uma emissão da ordem de 0,6 tco 2 e, o que é insignificante em comparação às emissões totais do empreendimento. Assim, pela falta de dados e pela baixa representatividade destas emissões perante o total, as emissões fugitivas foram desconsideradas neste estudo. Tabela Consumo de gases ou compostos em sistemas de refrigeração informado pelos Lotes Unidades Novas Unidades Existentes Unidades Dispensadas Gás ou Capacidade Capacidade Recuperada composto Carga (Kg) Recarga (Kg) (Kg) (Kg) (Kg) CO 2 6,0 6,0 Total 6,0 6,0 Tabela Uso de explosivos informado pelos Lotes Tipo de Explosivo (Nome Comercial) Quantidade Unidade Emulsão 0,1 ton Emulsão 1,8 ton Emulsão 2,2 ton II. Emissões Secundárias Emissões secundárias são as emissões relacionadas à compra de energia (elétrica ou térmica). Ou seja, é calculada a parcela de responsabilidade das empreiteiras sobre o total de emissões de gases de efeito estufa do Sistema Interligado Nacional. No estudo em questão, houve a compra apenas de energia elétrica.

32 24 a. Compra de Energia Elétrica Nesta etapa, a modelagem leva em consideração qual era a fração de cada tipo de fonte energética (hidrelétrica, térmica, nuclear e eólica) sobre o total de energia gerado pelo sistema. Apesar de ser possível informar apenas o consumo total anual e utilizar um fator médio de emissão daquele ano, é significante a variação na matriz mês a mês, motivo pelo qual informar o consumo mensal aumenta expressivamente a precisão dos cálculos. Para o ano de 2013, o fator médio de emissão foi de 0,0960 tco 2 /MWh, variando entre 0,0831 e 0,1151 tco 2 /MWh. Para efeito de comparação, no ano de 2011 o fator médio de emissão foi de apenas 0,0292 tco 2 /MWh. As variações mensais para o ano de 2013 se encontram ao final do Anexo I. Os lotes 4 e 6 informaram não possuir rede de abastecimento elétrico, utilizando apenas geradores, que já foram considerados nas fontes estacionárias do escopo 1. A Tabela abaixo, portanto, se refere apenas ao consumo energético dos lotes 2 e 3. Registro da fonte Tabela Consumo de energia elétrica da rede pública informado pelos Lotes Descrição Eletricidade Comprada (kwh) da Fonte jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Eletricidade total comprada (kwh) Emissões de CO 2 (t) Lotes 2 e ,187 Total ,187 Em suma, o total emitido foi: Tabela emissões totais provenientes do consumo de energia elétrica, em tco 2 e Emissões totais em CO 2 equivalente (toneladas métricas) 8,187

33 25 III. Emissões Terciárias As emissões terciárias correspondem às emissões realizadas por terceiros, mas por influência direta do empreendimento. Aqui entram as emissões realizadas por equipamentos alugados, viagens aéreas, resíduos destinados para aterros sanitários, efluente gerado, etc. Ao todo, existem 15 categorias distintas que devem ser incorporadas nesta etapa. Entretanto, o IPCC classifica o escopo 3 como opcional. Na prática, pela dificuldade de obtenção dos dados, apenas empresas com um sistema de gerenciamento de emissões de gases de efeito estufa amadurecido incorporam as emissões terciárias. Como não era o caso de nenhuma das construtoras do trecho norte do rodoanel, este escopo foi desconsiderado. IV. Emissões Totais As Tabelas , , e apresentam o total emitido de gases de efeito estufa sob dois aspectos distintos. São eles: Por gás emitido para cada um dos escopos (as colunas zeradas são porque não houve emissão, enquanto as hachuradas são porque não se considera a emissão daquele gás naquele escopo, ou porque não se soma gases diferentes sem convertê-los para tco 2 e): Tabela Total emitido, por gás, por escopo, para fontes fósseis Emissões em toneladas métricas Emissões em toneladas métricas de CO 2 equivalente (tco 2e) GEE (t) Escopo 1 Escopo 2 Escopo 3 Escopo 1 Escopo 2 Escopo 3 CO ,5627 8,1873 0, ,5627 8,1873 0,0000 CH 4 0,3419 0,0000 0,0000 8,5495 0,0000 0,0000 N 2 O 0,0833 0,0000 0, ,8234 0,0000 0,0000 HFCs 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 PFCs 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 SF 6 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 NF 3 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 Total 5.562,9356 8,1873 0,0000

34 26 Tabela Total de CO 2 emitido, por gás, por escopo, a partir de biocombustíveis Escopo 1 Escopo 2 Escopo 3 Total de Emissões de Biomassa CO 2 (t) 303, ,974 CH 4 (t) N 2 O (t) HFC (t) PFC (t) SF 6 (t) NF 3 (t) CO 2 e (t) 303, ,9736 Por lote, para cada um dos escopos: Tabela Total emitido por Lote, por escopo, a partir de fontes fósseis em tco 2 e Escopo Lotes 2 e 3 Lotes 4 e 6 Total (tco 2 e) Escopo 1 (tco 2 e) 2.230, , ,9356 Escopo 2 (tco 2 e) 8,1873 0,0000 Escopo 3 (tco 2 e) 0,0000 0,0000 Total (tco 2 e) 2.238, , ,1229 Tabela Total emitido por Lote, por escopo, a partir de biocombustíveis Escopo Lotes 2 e 3 Lotes 4 e 6 Total (tco 2 ) Escopo 1 (tco 2 ) 109, , ,973 Escopo 2 (tco 2 ) 0,0000 0,0000 Escopo 3 (tco 2 ) 0,0000 0,0000 Total (tco 2 ) 109, , ,973 Por fim, foi cogitada a hipótese de se realizar uma extrapolação da metodologia para os lotes que não possuíam dados, a fim de se estimar a emissão da obra inteira. Contudo, cada lote possui características específicas, com variações na extensão e no número de faixas de rolagem, com diferentes extensões de túneis e número de obras de artes especiais, modos de geração de energia distintos (algumas usam rede elétrica outras apenas gerador), além de que a forma como cada construtora conduz a obra é variável, de modo que é inviável com os dados disponíveis identificar uma relação entre as emissões e essas tantas variáveis, a fim de se realizar uma extrapolação. V. Incertezas As estimativas das emissões de um Inventário de GEE estão sujeitas a diversos tipos de incertezas assim como qualquer outra metodologia matemática. Neste procedimento de calculo são considerados 6 tipo de incertezas, apresentadas na Figura 6.1.1:

35 27 Figura Incertezas existentes na modelagem Fonte: Adaptado de WRI/WBCSD GHG Protocol (2005). De acordo com o GHG Protocol, a identificação e o cálculo das incertezas das estimativas, científicas, dos parâmetros, do modelo e as sistemáticas implementadas são aspectos complexos e muitas vezes estão além das possibilidades das empresas. Portanto, no caso deste trabalho, apenas as incertezas estatísticas são identificadas e estimadas. Os propósitos da avaliação qualitativa e quantitativa das incertezas estatísticas são de importância na elaboração dos inventários porque: Promovem um melhor processo de aprendizagem e feedback; Compreendem as causas das incertezas, documentam e auxiliam na identificação de melhorias possíveis; Estabelecem canais de comunicação entre os fornecedores dos dados, para identificar oportunidades específicas de melhorias nos dados e métodos utilizados; e, Fornecem informações para revisores, verificadores e banco de dados das empresas e órgãos ambientais, para o estabelecimento das prioridades de esforços visando a melhoria dos dados e métodos. Para o Inventário de Emissões de GEE, foram identificadas e estimadas apenas as incertezas dos coeficientes de emissões, com base nos dados do IPCC (vide Tabelas e ). Tabela Intervalo de incerteza nos fatores de emissão dos combustíveis Fatores padrão de emissão de CO 2 para transporte rodoviário e intervalo de incerteza Tipo de combustível Padrão (kg/tj) Mínimo Máximo Mínimo ( - ) Máximo ( + ) Incerteza Gasolina ,00% 8,15% 8,15% Óleo diesel ,00% 3,03% 3,03% Gases liquefeitos de petróleo ,00% 6,49% 6,49% Gás natural comprimido ,00% 7,39% 7,39% Fonte: IPCC 2006

36 28 Tabela Intervalo de incerteza nos fatores de emissão dos tipos de equipamento Fatores padrão de emissão de CO 2 para equipamentos e intervalo de incerteza Tipo de combustível Padrão (kg/tj) Mínimo Máximo Mínimo ( - ) Máximo ( + ) Incerteza Indústria / Diesel ,00% 3,03% 3,03% Indústria / Motor Gasolina 4-tempos ,00% 8,15% 8,15% Indústria / Motor Gasolina 2-tempos ,00% 8,15% 8,15% Fonte: IPCC 2006 Apesar de apenas estas incertezas serem de fato estimadas, sabe-se que a imprecisão nos dados fornecidos impacta de maneira muito mais significativa a qualidade do resultado final. Para este estudo, não se objetivou conferir e validar a veracidade e precisão dos dados fornecidos pelos lotes, assumindo-se que estes estavam corretos. Entretanto, desconfia-se que se tratam de aproximações bastante grosseiras. 6.2 Compensação Ambiental A partir dos dados obtidos no inventário de gases de efeito estufa desenvolvido, foi possível verificar as possíveis medidas compensatórias para o impacto ambiental da emissão de gases de efeito estufa. A medida mais utilizada neste caso é o plantio de árvores para que estas capturem a mesma quantidade de carbono equivalente emitida na instalação do empreendimento. A espécie mais adequada para reflorestamento com finalidade de absorver o CO 2 é o Eucalipto, devido o seu rápido crescimento, excelente produtividade e custos baixos de implantação. Em contrapartida há uma grande discussão sobre os efeitos adversos do plantio de eucaliptos como, por exemplo, o alto consumo de água causando o rebaixamento do lençol freático e até o secamento de nascentes, o empobrecimento de nutrientes do solo e a geração de empregos apenas em sua fase de implantação. Por conta da enorme discussão sobre qual espécie é a mais adequada à realização da compensação ambiental de gases de efeito estufa, e de acordo com as opções mais utilizadas, escolheu-se a seringueira como base para este caso, porque a mesma apresenta vantagens no âmbito social como a capacidade de geração de trabalho permanente por sua exploração não ser mecanizada e por ser uma plantação perene que não precisa de manutenção intensiva e especializada, e no âmbito econômico como o alto potencial de geração de renda para a população rural não só apenas na sua fase de implantação como os eucaliptos, mas também na extração do látex minimizando o efeito do êxodo rural. Em um hectare são plantadas aproximadamente 525 seringueiras e estas absorvem em média 16,7 toneladas de carbono equivalente no período de 1 ano. De origem na região da Amazônia, a seringueira pode ser facilmente plantada em qualquer região compreendida entre o Trópico de Câncer e o Trópico de Capricórnio com isso inclui a maioria dos estados brasileiros. Há também uma vantagem em termos do terreno a ser utilizado para plantio, este que pode ter uma declividade de até 35%. A partir dos dados de sequestro de carbono das seringueiras citado acima é possível calcular a quantidade necessária de mudas a serem plantadas para compensar o impacto gerado pela emissão de GEEs. Para o período da construção dos 4 lotes estudados, foi calculada uma emissão de toneladas de carbono equivalente, de modo que serão necessários 333,6 hectares de seringueiras implementados, que equivalem a seringueiras para capturar a emissão de carbono por completo em um período de 1 ano, conforme cálculos do Anexo II.

37 29 É importante lembrar que o cálculo financeiro da compensação previsto na legislação correspondente de 0 a 0,5% do total do custo do empreendimento é uma proposta a parte das medidas mitigadoras e compensatórias que são realizadas em função dos impactos ambientais negativos causados. Para o Trecho Norte do Rodoanel o indicador de compensação financeira não é calculado no EIA/RIMA porque ele já assume o pagamento máximo de 0,5% do total do investimento. Logo, como o custo da obra foi na ordem de 5 bilhões a compensação financeira será de 25 milhões. Como já foi usado o limite máximo de 0,5%, a adição do inventário de GEEs na somatória total dos impactos não traz nenhum efeito nessa quantia a ser paga pelo empreendedor. Em obras menos impactantes, entretanto, a inclusão das emissões de gases de efeito estufa poderia significar um aumento no percentual, de 0,2% para 0,3% por exemplo. Ou seja, além da realização de compensação das emissões, pode ainda ser necessária a realização de uma compensação financeira maior, caso esta já não tenha atingido seu valor máximo. Um grande problema da compensação ambiental por meio de plantio de mudas é a área requerida para implantação dessa medida compensatória. Nesse ponto a compensação referente aos gases de efeito estufa funciona de maneira diferente da compensação em relação à supressão da vegetação, por exemplo, pelo fato de ser um impacto global, enquanto a segunda é um impacto local. Portanto, neste caso não existe problema referente à área a ser utilizada já que esta compensação pode ser feita em qualquer local, pois ocorrerá em escala global. O único ponto é em relação ao impacto social positivo dessa compensação referente à geração de empregos, de modo que no caso de não existir uma área afetada próxima ao empreendimento, esse impacto positivo poderá ser absorvido por outra região. 7 Conclusões e Recomendações O estudo de caso que foi objeto deste trabalho começou com uma comparação entre os EIAs do trecho norte do Rodoanel e da Rodovia Imigrantes. Por possuir um hiato temporal de 10 anos entre as obras, foram contrapostos os avanços em termos de licenciamento e gerenciamento ambiental entre elas. Foi observado um amadurecimento significativo no processo de licenciamento, tornando até difícil a tarefa de propor melhorias. Entretanto, foi visto que um impacto muito importante não foi contemplado: a emissão de gases de efeito estufa. Ao se aprofundar na questão, verificou-se que o inventário não era incorporado ao processo de licenciamento porque não há uma exigência legal sobre o assunto, e não por conta de dificuldades técnicas. Portanto, nesta questão existe uma significativa oportunidade de melhoria, tendo em vista a importância no contexto atual das emissões dos gases de efeito estufa, principalmente daquelas ocasionadas pela construção civil, e seu reconhecido impacto ao meio ambiente (36). O Brasil se apresenta no cenário mundial como o sexto maior emissor de GEE. A construção civil, no escopo nacional, é uma das principais responsáveis pelas emissões. As tomadas de decisão no país se dão a nível de projeto, assim dentro da política de mudanças climáticas seria de se esperar que os processos de licenciamento ambiental incorporassem o tema das emissões de GEE com salvaguardas explícitas para a compensação dos impactos ambientais. A falta de estudos referentes a essas emissões nos licenciamentos ambientais foi a motivação deste trabalho.

38 30 Foi identificada ainda a existência de leis que preveem a incorporação dos gases no processo de licenciamento e que, no estado do Rio de Janeiro esta incorporação já acontece de maneira incipiente, reforçando a importância e a viabilidade de se realizar tal inventário. Constatou-se ainda que, apesar de ser uma compensação ambiental importante, ela não gera aumentos significativos nos custos dos empreendimentos ao ponto de inviabilizá-los. Ou seja, a incorporação desta variável ambiental nos processos de licenciamento é de fácil implantação, economicamente viável e imprescindível para a preservação do meio ambiente. Em contrapartida, deve-se mencionar que a inconsistência nos dados coletados pelas construtoras (quando são coletados) pode prejudicar qualquer iniciativa de elaboração de inventários, estimativas ou compensações. Também não se pode deixar de citar que culturalmente, tanto por parte das construtoras quanto dos órgãos ambientais, não há o costume de se propor políticas para reduzir a emissão, como há, por exemplo, para reduzir o consumo de água. Conclui-se que este estudo atendeu seus objetivos, evidenciando através de um estudo de caso a viabilidade de se incorporar os gases de efeito estufa como uma nova variável ambiental nos processos de licenciamento, bem como de realizar sua compensação ambiental. Recomenda-se, portanto, que este estudo seja utilizado em outros estudos de AIA de forma a ampliar a prática e aprimorar as conclusões obtidas.

39 31 8 Referências Bibliográficas 1. JGP, Dersa / Consórcio Prime e. Programa Rodoanel Mario Covas Trecho Norte: Plano Básico Ambiental (PBA) da Fase de Construção. São Paulo : s.n., Amarilis Lucia Casteli Figueiredo Gallardo, Luis Enrique Sánchez. Gestão Ambiental da Construção da Pista Descendente da Rodovia dos Imigrantes - Atenuação de Impactos Sobre o Meio Físico em Ambientes Frágeis. São Paulo : Solos e Rochas, Gallardo, Amarilis Lucia Casteli Figueiredo. Análise das Práticas de Gestão Ambiental da Construção da Pista Descendente da Rodovia dos Imigrantes. São Paulo : Universidade de São Paulo - Escola Politécnica, Luis Enrique Sánchez, Amarilis Lucia Casteli Figueiredo. On the successful implementation of mitigation. s.l. : Impact Assessment and Project Appraisal, Miranda, Mariana Maia de. Fator de emissão de gases de efeito estufa da geração de energia elétrica no Brasil: implicações da aplicação da Avaliação do Ciclo de Vida. São Carlos : Universidade de São Paulo,. 6. Flizikowski, Lis Camila. Estimativa de emissões de dióxido de carbono na construção civil e neutralização com espécies florestais: Um estudo de caso. Curitiba : Universidade Federal do Paraná,. 7. Registro Público de Emissões - Programa Brasileiro GHG Protocol. [En línea] [Citado el: 10 de Setembro de 2014.] 8. Programa Brasileiro de GHG Protocol. [Online] [Citado em: 15 de Setembro de 2014.] 9. Vieira, Gilda Maria Pereira. Redução de Emissões de Carbono e Créditos de Carbono como Vantagem Competitiva para Empresas. s.l. : Centro Paula Souza, Conceito Obras Lineares. [Online] Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. [Citado em: 19 de Abril de 2014.] Paulo, Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São. Manual do Sistema de Gestão Ambiental Omar Yazbek Bitar, Laura Lucia Ceneviva. O uso de indicadores ambientais em gestão municipal: o caso do município de São Paulo, SP. São Paulo : ABGE, Simpósio sobre Gestão Ambiental. Anais, CDROM, 2003.

40 Costa, Roberta Maria. O papel da supervisão ambiental e proposta de avaliação de desempenho ambiental em obras rodoviárias. São Paulo : Universidade de São Paulo - Escola Politécnica, Pesquisa CNT de Rodovias. Confederação Nacional do Transporte. [Online] Novembro de. [Citado em: 20 de Abril de 2014.] CO_05_novembro_.pdf. 15. Sanchez, Luis Enrique. Avaliação de Impactos Ambientais: Conceitos e Métodos. São Paulo : Oficina de Textos, United Nations - Framework Convention on Climate Change. [En línea] [Citado el: 23 de Setembro de 2014.] Milhomem, Marcela Moreira. Emissões de Dióxido de Carbono e Compensação Ambiental com Plantio de Espécies Arbóreas Nativas do Cerrado: Um Estudo de Caso. Brasília : Universidade de Brasília,. 18. [Online] [Citado em: 7 de Setembro de 2014.] Kishinami, Roberto. O Histórico da Evolução das Políticas Climáticas: O Papel Governamental. s.l. : Câmara Ítalo Brasileira de Comércio, Rocha, Marcelo Theoto. Aquecimento Global e o Mercado de Carbono: Uma Aplicação do Modelo CERT. Piracicaba : Universidade de São Paulo - Escola Superior de Agricultura, UNEP, United Nations Environment Programme -. Dados sobre mudanças climáticas e suas abordagens. [Online] [Citado em: 22 de Setembro de 2014.] Tecnologia, Coordenação-Geral de Mudanças Globais do Clima Ministério da Ciência e. Segunda Comunicação Nacional do Brasil à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. [En línea] [Citado el: 2014 de Outubro de 4.] Souza, Edmilson de. Inventário de Emissões Atmosféricas e Avaliação de Condicionantes Metereológicas: Estudo de Caso de Três Lagoas. São Carlos : Universidade de São Paulo, Federal, Governo. Portal Brasileiro de Dados Abertos. [Online] [Citado em: 18 de Setembro de 2014.] Sistema de Estimativa de Emissão de Gases do Efeito Estufa. [Online] [Citado em: 22 de Outubro de 2014.] Sanches, Roberta. A Avaliação de Impacto Ambiental e as Normas de Gestão Ambiental da Séria ISO 14000: Características Técnicas, Comparações e Subsídios à Integração. São Carlos : Universidade de São Paulo, 2011.

41 World Resources Institute. [Online] [Citado em: 22 de Outubro de 2014.] Roberto, Carlos Sanquetta. ESTIMATIVA DAS EMISSÕES DE GASES DE EFEITO ESTUFA EM UMA OBRA DE CONSTRUÇÃO CIVIL COM A METODOLOGIA GHG PROTOCOL. s.l. : Centro Científico Conhecer, Informações sobre o programa GHG PROTOCOL. Centro de Estudos em Sustentabilidade. [Online] Escola de Administração de Empresas da Fundação Getulio Vargas. [Citado em: 2 de Outubro de 2014.] Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. [Online] [Citado em: 9 de Outubro de 2014.] Como funciona um programa de compensação ambiental. [Online] [Citado em: 15 de Setembro de 2014.] Ogawa, William Afonso. Compensação Ambiental e Unidades de Conservação: Questões sensíveis e visões econômica e jurídica. Brasília : Universidade Federal de Brasília, Estudo de Impacto Ambiental - Programa Rodoanel Mario Covas - Trecho Norte. s.l. : Consórcio JCP - Prime Engenharia, Inventário Nacional De Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários. Brasília : Ministério do Meio Ambiente, Caldas, Flaviana Venturim. Estudo de Impacto Ambiental em Empreendimentos Dutoviários: Análise da Elaboração, Acompanhamento, e Monitoramento Durante a Fase de Construção. Niterói : Universidade Federal Fluminense, Change, Intergovernmental Painel on Climate. Dados sobre inventários mundiais já publicados, suas metodologias e mudanças climáticas estudadas. [Online] [Citado em: 8 de Outubro de 2014.] Viana, Maurício Boratto. O Eucalipto e os Efeitos Ambientais do seu Plantio em Escala. Brasília : Câmara dos Deputados, G.Ambiental & Crédito de Carbono. [En línea] [Citado el: 3 de Novembro de 2014.] Ramos, Marcello Tournillon. O Programa Seringueira Ambiental Mário Ramos. s.l. : Instituto Tecnológico da Boracha, 2008.

42 1 ANEXO I A Ferramenta GHG Protocol A Ferramenta GHG Protocol permite estimar as emissões de GEE de maneira simples e direta. Entretanto, para se obter esta estimativa, a ferramenta realiza uma série de cálculos e aproximações, conforme apresentado abaixo: 1 A Unidade tco 2 e: A unidade tco 2 e (tonelada de CO 2 equivalente) corresponde a uma correlação entre a massa emitida de cada gás e seu potencial de aquecimento global (PAG ou GWP, global warming potential). Para tal, foi adotada uma escala arbitrária em relação ao potencial de aquecimento do CO 2. Assim, uma tonelada de CO 2 emitida para a atmosfera corresponde a 1 tco 2 e. Para cada um dos outros gases, foi feita uma comparação entre seus efeitos e o do CO 2, levando-se em consideração o aquecimento gerado em um período de 100 anos. A tabela 1.1 apresenta a relação entre os vários gases considerados na ferramenta e seu PAG: Tabela 1.1 Potencial de aquecimento global (GWP) dos gases de efeito estufa Gás Família / Tipo GWP Referência Dióxido de carbono (CO 2 ) - 1 Metano (CH 4 ) - 25 Óxido nitroso (N 2 O) HFC HFC HFC HFC HFC HFC-134a HFC HFC-143a HFC HFC-152a HFC 124 IPCC 2007 HFC HFC-227ea HFC-236cb HFC-236ea HFC-236fa HFC-245ca 693 HFC-245fa HFC-365mfc 794 HFC-43-10mee Hexafluoreto de enxofre (SF 6 ) Trifluoreto de nitrogênio (NF 3 ) PFC-14 PFC 7.390

43 2 PFC PFC PFC PFC PFC PFC PFC Trifluorometil pentafluoreto de enxofre Perfluorociclopropano R-400 R-401A 0 16 R-401B 14 R-401C 19 R-402A R-402B R-403A R-403B R-404A R-406A 0 R-407A R-407B R-407C R-407D R-407E R-407F R-408A Composto R-409A 0 R-409B 0 R-410A R-410B R-411A 14 R-411B 4 R-412A 442 R-413A R-414A 0 R-414B 0 R-415A 22 R-415B 93 R-416A 844 R-417A R-417B R-417C R-418A 3 IPCC 2007 ASHRAE 2010

44 3 R-419A R-419B R-420A R-421A R-421B R-422A R-422B R-422C R-422D R-422E R-423A R-424A R-425A R-426A R-427A R-428A R-429A 12 R-430A 94 R-431A 36 R-432A 0 R-433A 0 R-434A R-435A 25 R-436A 0 R-436B 0 R-437A R-438A R-439A R-440A 144 R-441A 0 R-442A R-443A 0 R-444A 87 R-445A 129 R R R R R R R R-507 ou R-507A R-508A

45 4 R-508B R-509 ou R-509A R-510A 0 R-511A 0 R-512A 189 Utilizando os dados da Tabela 1.1, pode-se calcular as emissões de um gás em CO 2 e utilizando a equação 1, apresentada abaixo: E CO2 e = PAG GÁS x E GÁS (equação 1.1) Onde: E CO2 e = emissões em dióxido de carbono equivalente (t); PAG GÁS = Potencial de aquecimento global (GWP) de um dado gás para um período de 100 anos; E GÁS = emissões totais de um dado gás (t). 2 Definição dos combustíveis Antes de iniciar os cálculos das emissões fixas e móveis, é necessário definir o que são os combustíveis considerados. Para fins deste estudo, entretanto, poucos combustíveis foram utilizados, sendo eles de uso recorrente e de conhecimento comum. Ainda assim, é importante diferenciar, por exemplo, que a gasolina e o diesel nos cálculos estão puros, não em suas versões comerciais. A tabela 2.1 apresenta todas as definições adotadas na ferramenta, bem como suas fontes.

46 5 Tabela 2.1: Definição dos combustíveis Combustível Definição Fonte Alcatrão Asfaltos Carvão Metalúrgico Importado Carvão Metalúrgico Nacional Carvão Vapor 3100 kcal / kg Carvão Vapor 3300 kcal / kg Carvão Vapor 3700 kcal / kg Carvão Vapor 4200 kcal / kg Carvão Vapor 4500 kcal / kg Carvão Vapor 4700 kcal / kg Carvão Vapor 5200 kcal / kg Carvão Vapor 5900 kcal / kg Carvão Vapor 6000 kcal / kg Carvão Vapor sem Especificação Coque de Carvão Mineral Coque de Petróleo Alcatrão obtido na transformação do Carvão Metalúrgico em Coque. Material de cor escura e consistência sólida ou semissólida derivado de petróleo, composto de mistura de hidrocarbonetos pesados, onde os constituintes predominantes são os betumes, incluindo os materiais betuminosos. Adotado o poder calorífico fornecido pela Companhia Siderúrgica Nacional CSN, que se situa dentro da faixa dos diversos carvões metalúrgicos importados. Adotado o poder calorífico fornecido pela CSN. O carvão vapor nacional é produzido nas mais diversas formas quanto às suas características fisicoquímicas, apresentando teores de cinzas de 20% até 54% e múltiplas variações de teores de enxofre, voláteis, carbono fixo e outros. A análise dos carvões é feita em algumas usinas de beneficiamento equipadas com laboratórios próprios, na Fundação de Ciência e Tecnologia - CIENTEC e no Centro de Tecnologia Mineral - CETEM. Foi utilizado o poder calorífico obtido teoricamente com o emprego da Equação de Dulong, a partir da análise química de uma amostragem média de coque. Produto sólido, negro e brilhante, resultante do processo de craqueamento de resíduos pesados (coqueamento), essencialmente constituído de carbono (90 a 95%) e que queima sem deixar cinzas. Utilizado na fabricação de coque calcinado, pela indústria do alumínio e na fabricação de eletrodos, na produção de coque siderúrgico, em mistura com carvão mineral, na fabricação de carboneto de cálcio e carboneto de silício, em metalurgia, como redutor. ANP ANP

47 6 Etano Gás de Coqueria Gás de Refinaria Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) Gás Natural Seco Gás Natural Úmido Gasolina Automotiva (pura) Gasolina de Aviação Líquidos de Gás Natural (LGN) Lubrificante Nafta Óleo Combustível Óleo de Xisto Óleo Diesel (puro) Óleos Residuais Outros Produtos de Petróleo Parafina Componente presente no gás de refinaria. Foram adotados os poderes caloríficos utilizados pela Companhia Estadual de Gás do Rio de Janeiro - CEG e pela Companhia Estadual de Gás de São Paulo - COMGAS. Mistura contendo, principalmente, hidrocarbonetos gasosos (além de, em muitos casos, alguns compostos sulfurosos) e produzida nas unidades de processo de refino do petróleo. Os componentes mais comuns são hidrogênio, metano, etano, propano, butanos, pentanos, etileno, propileno, butenos, pentenos e pequenas quantidades de outros componentes, tais como o butadieno. É utilizado principalmente como fonte de energia na própria refinaria. Mistura de hidrocarbonetos com alta pressão de vapor obtida do gás natural em unidades de processo especiais, que é mantida na fase líquida, em condições especiais de armazenamento na superfície. Extraído diretamente de reservatórios petrolíferos ou gasíferos. Todo hidrocarboneto que permaneça inteiramente na fase gasosa em quaisquer condições de reservatório ou de superfície. Extraído diretamente de reservatórios petrolíferos ou gasíferos. Todo hidrocarboneto que, embora originalmente na fase gasosa, venha a apresentar a formação de líquidos em diferentes condições de reservatório ou de superfície. Compreende a(s) gasolina(s) especificada(s) pela ANP, exceto a gasolina de aviação e a gasolina para uso em competição automotiva. Derivada de petróleo e utilizada como combustível em aeronaves com motores de ignição por centelha. Parte do gás natural que se encontra na fase líquida em determinada condição de pressão e temperatura na superfície, obtida nos processos de separação de campo, em UPGNs ou operações de transferência em gasodutos. Líquido obtido por destilação do petróleo bruto. Os óleos lubrificantes são utilizados para reduzir o atrito e o desgaste de peças e equipamentos, desde o delicado mecanismo de relógio até os pesados mancais de navios e máquinas industriais. Derivado de petróleo utilizado principalmente como matéria-prima da indústria petroquímica ( nafta petroquímica ou nafta não energética ) na produção de eteno e propeno, além de outras frações líquidas, tais como benzeno, tolueno e xilenos. A nafta energética é utilizada para a geração de gás de síntese através de um processo industrial (reformação com vapor d água). Esse gás era utilizado na produção do gás canalizado doméstico. Óleos residuais de alta viscosidade, obtidos do refino do petróleo ou através da mistura de destilados pesados com óleos residuais de refinaria. São utilizados como combustível pela indústria, em equipamentos destinados a produzir trabalho a partir de uma fonte térmica. Óleo obtido através do processamento do xisto betuminoso. Combustível produzido por processos de refino de petróleo ou centrais de matérias-primas petroquímicas, destinado a veículos dotados de motores do ciclo diesel, de uso rodoviário, sem adição de biodiesel. Óleos residuais são óleos já utilizados (por exemplo, óleo lubrificante utilizado) que são queimados para gerar calor. Inclui outros energéticos de petróleo e outros não-energéticos de petróleo. Frações do petróleo compostas basicamente de hidrocarbonetos sólidos parafínicos obtidos no processo de desparafinação dos óleos lubrificantes. Tem largo emprego na indústria de velas, papéis, lonas, baterias, pilhas, laticínios, frigoríficos e alguns produtos químicos. ANP ANP ANP ANP ANP ANP ANP ANP ANP ANP ANP ANP ANP IPCC 2006 ANP

48 7 Petróleo Bruto Querosene de Aviação Querosene Iluminante Resíduos Industriais Resíduos Municipais (fração nãobiomassa) Solventes Turfa Xisto Betuminoso e Areias Betuminosas Todo e qualquer hidrocarboneto líquido em seu estado natural, a exemplo do óleo cru e condensado. Derivado de petróleo utilizado como combustível em turbinas de aeronaves. Utilizado, em geral, como solvente e combustível de lamparinas. Resíduos industriais são produtos sólidos e líquidos (pneus, por exemplo) queimados diretamente, normalmente em plantas especializadas, para produzir calor e/ou energia e que não são reportadas como biomassa. Incluem resíduos gerados por domicílios, indústrias, hospitais e setor terciário, que são incinerados em instalações específicas e utilizados com propósitos energéticos. Apenas a fração não-biodegradável do combustível deve ser incluída. Produto líquido derivado das frações resultantes do processamento de petróleo, gás natural, frações de refinarias e indústrias petroquímicas, capaz de ser utilizado como dissolvente de substâncias sólidas e/ou líquidas, puro ou em mistura, cuja faixa de destilação tenha seu ponto inicial superior a 25º C e ponto final inferior a 280º C, com exceção de qualquer tipo de gasolina, querosene ou diesel especificados pela ANP. Combustível macio, poroso ou comprimido, proveniente de depósito sedimentar de origem vegetal, incluindo material lenhoso com alto teor de água (até 90 por cento no estado bruto), fácil de cortar. Turfa utilizada para fins não energéticos não está incluída. Embora trufa não seja um combustível fóssil no sentido estrito, suas características de emissão de gases de efeito estufa são comparáveis às de combustíveis fósseis. Xisto betuminoso é uma rocha sedimentar, normalmente argilosa, muito rica em matéria orgânica (querogênio). Quando submetido a temperaturas elevadas, o xisto betuminoso libera óleo, água e gás, e deixa um resíduo sólido contendo carbono. ANP ANP ANP IPCC 2006 IPCC 2006 ANP IPCC 2006 ANP A Tabela 2.2, por sua vez, apresenta as taxas de mistura nos combustíveis brasileiros, para o ano de Assim, pode-se compreender como é feita a diferenciação entre as porcentagens do combustível que são de origem fóssil e de biomassa, variável utilizada em todos os cálculos onde há o consumo destes combustíveis. Caso tivesse ocorrido uma mudança no percentual fora do início do mês, é feita uma média entre a quantidade de dias com cada percentual para o referido mês. Ano Parâmetros Un Tabela 2.2 Porcentagem de biocombustível nos combustíveis brasileiros Perc. de etanol na gasolina Perc. De Biodiesel no Diesel Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média Anual % 20% 20% 20% 20% 25% 25% 25% 25% 25% 25% 25% 25% 23% % 5% 5% 5% 5% 5% 5% 5% 5% 5% 5% 5% 5% 5% 3 Fontes de combustão estacionárias No cálculo das fontes fixas foi adotado um fator de emissão por tipo de segmento comercial, para cada um dos combustíveis. Este fator leva em consideração os usos típicos daquele

49 8 combustível naquele segmento e seu grau de eficiência para que ocorra a combustão completa. As Tabelas 3.1 e 3.2 apresentam estes valores para o consumo de combustíveis fósseis e as Tabelas 3.3 e 3.4 apresentam para biocombustíveis (lembrando que no caso dos biocombustíveis a emissão de CO 2 (Tabela 3.3) é calculada a parte, por haver reabsorção da mesma nas plantações geradoras da matéria prima para o combustível). Combustível Tabela 3.1. Fatores de emissão por utilização de combustíveis fósseis (CO 2 ) Combustível correspondente adotado pelo IPCC Un. Poder Calorífico Inferior (PCI) (GJ/t) Densidade (kg / un) Fonte Fatores de Emissão CO 2 (kg / TJ) Fonte Alcatrão Coal Tar m³ 35,8 Asfaltos Bitumen m³ 41,0 Carvão Metalúrgico Importado Carvão Metalúrgico Nacional Carvão Vapor 3100 kcal / kg Carvão Vapor 3300 kcal / kg Carvão Vapor 3700 kcal / kg Carvão Vapor 4200 kcal / kg Carvão Vapor 4500 kcal / kg Carvão Vapor 4700 kcal / kg Carvão Vapor 5200 kcal / kg Carvão Vapor 5900 kcal / kg Carvão Vapor 6000 kcal / kg Carvão Vapor sem Especificação Coque de Carvão Mineral Coking Coal Ton 31,0 Coking Coal Ton 26,9 Other Bituminous Coal Other Bituminous Coal Other Bituminous Coal Other Bituminous Coal Other Bituminous Coal Other Bituminous Coal Other Bituminous Coal Other Bituminous Coal Other Bituminous Coal Other Bituminous Coal Coke Oven Coke and Lignite Coke Ton 12,4 Ton 13,0 Ton 14,7 Ton 16,7 Ton 17,8 Ton 18,6 Ton 20,5 Ton 23,4 Ton 23,9 Ton 11,9 Ton 28,9 Coque de Petróleo Petroleum Coke m³ 35,1 Etano Ethane Ton 46,4 Gás de Coqueria Coke Oven Gas Ton 38,7 Gás de Refinaria Refinery Gas Ton 49,5 Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) Liquefied Petroleum Gases Ton 46, IPCC 2006 IPCC 2006 IPCC MCT 2010 MCT 2010 MCT 2010 MCT 2010 MCT 2010 MCT 2010 MCT 2010 MCT 2010 MCT 2010 MCT 2010 MCT 2010 MCT 2010 MCT 2010 MCT 2010 MCT 2010 MCT 2010 IPCC 2006 IPCC 2006 IPCC 2006 MCT 2010

50 9 Gás Natural Seco Natural Gas m³ 49,8 Gás Natural Úmido Gasolina Automotiva (pura) Gasolina de Aviação Líquidos de Gás Natural (LGN) Natural Gas m³ 56,2 Motor Gasoline L 43,5 Aviation Gasoline L 44,4 Natural Gas Liquids Ton 44,2 Lubrificantes Lubricants L 42,4 Nafta Naphtha m³ 44,5 Óleo Combustível Residual Fuel Oil L 40,2 Óleo de Xisto Shale Oil Ton 38,1 Óleo Diesel (puro) Diesel Oil L 42,3 Óleos Residuais Waste Oils Ton 40,2 Outros Produtos de Petróleo Other Petroleum Products Ton 42,7 Parafina Paraffin Waxes Ton 40,2 Petróleo Bruto Crude Oil m³ 42,7 Querosene de Aviação Querosene Iluminante Resíduos Industriais Resíduos Municipais (fração não-biomassa) Solventes Jet Kerosene Ton 43,5 Other Kerosene Ton 43,5 0,74 0,74 0,74 0,73 0, , Industrial Wastes TJ N/A N/A Municipal Wastes (non-biomass fraction) Other Petroleum Products Ton 10,0 L 44,2 Turfa Peat Ton 9,76 Xisto Betuminoso e Areias Betuminosas Oil Shale and Tar Sands Ton 8,9 0,741 IPCC 2006 IPCC 2006 IPCC 2006 IPCC 2006 IPCC 2006 IPCC 2006 IPCC 2006 IPCC MCT 2010 MCT 2010 MCT 2010 MCT 2010 IPCC 2006 MCT 2010 MCT 2010 MCT 2010 IPCC 2006 MCT 2010 IPCC 2006 MCT 2010 IPCC 2006 IPCC 2006 MCT 2010 MCT 2010 IPCC 2006 IPCC 2006 MCT 2010 IPCC 2006 IPCC 2006

51 10 Combustível Tabela 3.2 Fatores de emissão por utilização de combustíveis fósseis (CH 4 e N 2 O) Combustível correspondente adotado pelo IPCC Un. Energia Fatores de Emissão (unidades originais) - IPCC 2006 CH 4 (kg/tj) por setor de atividade Manufatura ou Construção Comercial ou Institucional Residencial, Agricultura, Florestal ou Pesca Energia N 2 O (kg/tj) por setor de atividade Manufatura ou Construção Comercial ou Institucional Residencial, Agricultura, Florestal ou Pesca Alcatrão Coal Tar m³ ,5 1,5 1,5 1,5 Asfaltos Bitumen m³ ,6 0,6 0,6 0,6 Carvão Metalúrgico Importado Coking Coal Ton ,5 1,5 1,5 1,5 Carvão Metalúrgico Nacional Coking Coal Ton ,5 1,5 1,5 1,5 Carvão Vapor 3100 Other Bituminous kcal / kg Coal Ton ,5 1,5 1,5 1,5 Carvão Vapor 3300 Other Bituminous kcal / kg Coal Ton ,5 1,5 1,5 1,5 Carvão Vapor 3700 Other Bituminous kcal / kg Coal Ton ,5 1,5 1,5 1,5 Carvão Vapor 4200 Other Bituminous kcal / kg Coal Ton ,5 1,5 1,5 1,5 Carvão Vapor 4500 Other Bituminous kcal / kg Coal Ton ,5 1,5 1,5 1,5 Carvão Vapor 4700 Other Bituminous kcal / kg Coal Ton ,5 1,5 1,5 1,5 Carvão Vapor 5200 Other Bituminous kcal / kg Coal Ton ,5 1,5 1,5 1,5 Carvão Vapor 5900 Other Bituminous kcal / kg Coal Ton ,5 1,5 1,5 1,5 Carvão Vapor 6000 Other Bituminous kcal / kg Coal Ton ,5 1,5 1,5 1,5 Carvão Vapor sem Other Bituminous Especificação Coal Ton ,5 1,5 1,5 1,5

52 11 Coque de Carvão Mineral Coke Oven Coke and Lignite Coke Ton ,5 1,5 1,5 1,5 Coque de Petróleo Petroleum Coke m³ ,6 0,6 0,6 0,6 Etano Ethane Ton ,1 0,1 0,1 0,1 Gás de Coqueria Coke Oven Gas Ton ,1 0,1 0,1 0,1 Gás de Refinaria Refinery Gas Ton ,1 0,1 0,1 0,1 Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) Liquefied Petroleum Gases Ton ,1 0,1 0,1 0,1 Gás Natural Seco Natural Gas m³ ,1 0,1 0,1 0,1 Gás Natural Úmido Natural Gas m³ ,1 0,1 0,1 0,1 Gasolina Automotiva (pura) Motor Gasoline L ,6 0,6 0,6 0,6 Gasolina de Aviation Litro Aviação Gasoline s ,6 0,6 0,6 0,6 Líquidos de Gás Natural Gas Natural (LGN) Liquids Ton ,6 0,6 0,6 0,6 Lubrificantes Lubricants Litro s ,6 0,6 0,6 0,6 Nafta Naphtha m³ ,6 0,6 0,6 0,6 Óleo Combustível Residual Fuel Oil Litro s ,6 0,6 0,6 0,6 Óleo de Xisto Shale Oil Ton ,6 0,6 0,6 0,6 Litro Óleo Diesel (puro) Diesel Oil ,6 0,6 0,6 0,6 s Óleos Residuais Waste Oils Ton Outros Produtos de Petróleo Other Petroleum Products Ton ,6 0,6 0,6 0,6 Parafina Paraffin Waxes Ton ,6 0,6 0,6 0,6 Petróleo Bruto Crude Oil m³ ,6 0,6 0,6 0,6 Querosene de Aviação Jet Kerosene Ton ,6 0,6 0,6 0,6 Querosene Other Iluminante Kerosene Ton ,6 0,6 0,6 0,6

53 12 Resíduos Industrial Industriais Wastes TJ Resíduos Municipais (fração Municipal Wastes (nonbiomass Ton não-biomassa) fraction) Solventes Other Litro Petroleum s Products ,6 0,6 0,6 0,6 Turfa Peat Ton ,5 1,5 1,4 1,4 Xisto Betuminoso e Areias Betuminosas Oil Shale and Tar Sands Ton ,5 1,5 1,5 1,5 Tabela Fatores de emissão por utilização de biomassa como combustível Combustível Combustível mais próximo utilizado pelo IPCC Unidades Poder calorífico inferior (GJ/t) Densidade (kg/unidade) Fonte Fatores de Emissão CO 2 (kg/tj) Fonte Etanol Anidro Other Liquid Biofuels Litros 28,3 Etanol Hidratado Other Liquid Biofuels Litros 26,4 Bagaço de Cana Other Primary Solid Biomass Toneladas 8,9 Biodiesel (B100) Biodiesels Litros 37,7 Biogás Other Biogas Toneladas 50,4 Caldo de Cana Other Liquid Biofuels Toneladas 2,6 Carvão Vegetal Charcoal Toneladas 28,3 Lenha para Carvoejamento Wood / Wood Waste Toneladas 18,1 0,791 0,809 0, MCT MCT MCT IPCC 2006 IPCC IPCC MCT 2010 MCT MCT 2010 MCT MCT 2010

54 13 Lenha para Queima Direta Wood / Wood Waste Toneladas 18,1 Licor Negro (Lixívia) Sulphite lyes (Black Liquor) Toneladas 12,0 Melaço Other Liquid Biofuels Toneladas 7,7 Resíduos Municipais (fração biomassa) Municipal Wastes (biomass fraction) Toneladas 11,6 Resíduos Vegetais Other Primary Solid Biomass Toneladas 11,6 MCT MCT IPCC MCT 2010 IPCC IPCC 2006 MCT MCT 2010 Tabela 3.4 Fatores de emissão por utilização de biomassa como combustível Combustível Etanol Anidro Etanol Hidratado Bagaço de Cana Biodiesel (B100) Combustível mais próximo utilizado pelo IPCC Other Liquid Biofuels Other Liquid Biofuels Other Primary Solid Biomass Un. PCI (GJ/t) L 28,3 L 26,4 Ton 8,9 Biodiesels L 37,7 Biogás Other Biogas Ton 50,4 Caldo de Other Liquid Ton 2,6 Cana Biofuels Carvão Charcoal Ton 28,3 Vegetal Lenha para Wood / Wood Carvoejamen Ton 18,1 Waste to Dens. (kg / un.) 0,791 0,809 0,880 Fonte IPCC 2006 MCT 2010 MCT 2010 Energ ia Fatores de Emissão (unidades originais) - IPCC 2006 CH 4 (kg/tj) por setor de atividade Manufat. ou Constru ção Comercial ou Institucio nal Residencial Agricultura, Florestal ou Pesca Ener gia N 2 O (kg/tj) por setor de atividade Manufat. ou Constru ção Comercial ou Institucio nal Residencial Agricultura, Florestal ou Pesca ,6 0,6 0,6 0, ,6 0,6 0,6 0, ,6 0,6 0,6 0, ,1 0,1 0,1 0, ,6 0,6 0,6 0,

55 14 Lenha para Queima Direta Licor Negro (Lixívia) Melaço Resíduos Municipais (fração biomassa) Resíduos Vegetais Wood / Wood Waste Sulphite lyes (Black Liquor) Other Liquid Biofuels Municipal Wastes (biomass fraction) Other Primary Solid Biomass Ton 18,1 Ton 12,0 Ton 7,7 Ton 11,6 Ton 11,6 MCT 2010 IPCC 2006 MCT ,6 0,6 0,6 0,

56 15 Utilizando os dados apresentados acima, pode-se, finalmente, realizar os cálculos das emissões fixas. A equação 3.1 é semelhante à equação 1.1, porém simplificada apenas para os gases que serão considerados. E CO2 e = E CO2 + 25xE CH xE N2 O 3.1) (equação Onde: E CO2 e = emissões totais das fontes fixas, em dióxido de carbono equivalente (t); E CO2 = emissões totais de CO 2 das fontes fixas (t); 25 = potencial de aquecimento global do metano em 100 anos; E CH4 = emissões totais de CH 4 das fontes fixas (t); 298 = potencial de aquecimento global do óxido nitroso em 100 anos; E C2 O = emissões totais de N 2 O das fontes fixas (t); Para se obter as emissões totais de cada um dos gases, por sua vez, a ferramenta realiza os cálculos por balanço de massa para cada tipo de combustível, considerando suas frações não renováveis e renováveis e os dados das Tabelas 3.1 a 3.3. E gás = C combustível x D combustível x PCI combustível x FE gás,combustível 3.2) (equação Onde: E gás : emissões totais de CO 2, CH 4 ou N 2 O (t); C combustível : consumo de um combustível, na unidade das tabelas 3.1 a 3.3; D combustível : densidade do combustível para a unidade de C combustível, convertendo o consumo para kg; PCI combustível : poder calorífico inferior do combustível (GJ/t); FE gás,combustível : fator de emissão do combustível para o gás que está sendo calculado (kg/tj). No caso das emissões totais de CO 2, deveria ainda ser considerado o fator de oxidação do carbono para dióxido de carbono, mas é adotada combustão completa (fator de oxidação = 100%). Ou seja, é desconsiderada a geração de monóxido de carbono.

57 16 4 Fontes de combustão móveis De maneira análoga ao caso das emissões fixas, para as emissões a partir de fontes móveis também são adotados fatores de emissão, apresentados nas Tabelas 4.1 e 4.2: Tabela 4.1 Fatores de emissão por utilização de combustíveis fósseis em fontes móveis Poder Calorífico Densidade Fatores de Emissão (kggee/un.) Combustível Unidade Inferior Fonte (kcal/kg) (kg/unidade) CO 2 CH 4 N 2 O Gasolina A (pura) Litros ,74 2,2690 0,0008 0,00026 MMA (CO 2) / IPCC (CH 4, N 2O) Óleo Diesel Litros ,84 2,6710 0,0001 0,00014 MMA (CO 2) / IPCC (CH 4, N 2O) Gás Natural Veicular (GNV) m³ ,00 1,9990 0,0034 0,00011 MMA (CO 2) / IPCC (CH 4, N 2O) Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) kg ,00 2,9325 0,0029 0,00001 IPCC (2006; Ch.3) Jet Fuel Litros ,79 2,4733 IPCC (2006; Ch.3) Gasolina de Aviação Litros ,72 2,2320 0,0000 0,00006 MCT Lubrificantes Litros ,88 2,7331 IPCC (2006; Ch.3) Óleo combustível residual (3s 5 e Litros ,1172 US EPA 6) Gás Natural Liquefeito m³ ,0669 0,0034 0,00011 IPCC (2006; Ch.3) Fonte Tabela 4.2 Fatores de emissão por utilização biocombustível em fontes móveis Poder Calorífico Inferior Densidade Fatores de Emissão Combustível Unidade Fonte Fonte (kcal/kg) (kg/unidade) CO 2 CH 4 N 2 O Etanol Hidratado (E100) Litros ,81 1,1780 0,0004 MMA (CO 2) / IPCC (CH 4) (2006; Ch.3) Biodiesel Litros ,4991 US EPA Etanol Anidro Litros ,79 1,2330 MMA

58 17 Entretanto, o cálculo considera ainda o consumo médio de cada tipo de frota, baseado nos motores típicos daquela classe de veículos, para então obter um fator de emissão por frota e tipo de combustível, conforme apresentado nas tabelas 4.3, 4.4 e 4.5. Na ferramenta, pode-se realizar o inventário para qualquer ano a partir de 2006, mas algumas bases de dados datam de Para efeito de curiosidade, está apresentado os valores de consumo médio de combustível a partir de 2005, onde pode-se notar um aumento no consumo médio ao longo dos anos. Tabela 4.3 Consumo médio de combustível por tipo de frota Tipo do Veículo Unidade Fonte Veículo de passeio a gasolina km/litro 11,30 11,30 11,30 9,74 9,50 9,50 9,50 9,50 9,50 MMA Veículo de passeio a etanol km/litro 8,60 6,90 6,90 6,90 6,90 6,90 6,90 6,90 6,90 MMA Veículo de passeio a Diesel km/litro 9,09 9,09 9,09 9,09 9,09 9,09 9,09 9,09 9,09 MMA Veículo de passeio flex a gasolina km/litro 11,50 11,70 11,70 11,70 12,00 12,00 12,00 12,00 12,00 MMA Veículo de passeio flex a etanol km/litro 7,70 7,80 7,80 7,38 8,00 8,00 8,00 8,00 8,00 MMA Motocicletas a gasolina km/litro 40,00 40,00 40,00 40,00 40,00 40,00 40,00 40,00 40,00 MMA Motocicletas flex a gasolina km/litro 40,00 40,00 40,00 40,00 40,00 40,00 40,00 40,00 40,00 MMA Motocicletas flex a etanol km/litro 25,00 25,00 25,00 25,00 25,00 25,00 25,00 25,00 25,00 MMA Veículo comercial leve a gasolina km/litro 11,30 11,30 11,30 9,74 9,50 9,50 9,50 9,50 9,50 MMA Veículo comercial leve a etanol km/litro 8,60 6,90 6,90 6,90 6,90 6,90 6,90 6,90 6,90 MMA Veículo comercial leve a Diesel km/litro 9,09 9,09 9,09 9,09 9,09 9,09 9,09 9,09 9,09 MMA Ônibus rodoviário a Diesel km/litro 3,03 3,03 3,03 3,03 3,03 3,03 3,03 3,03 3,03 MMA Ônibus urbano a Diesel km/litro 2,30 2,30 2,30 2,30 2,30 2,30 2,30 2,30 2,30 MMA Veículo leve a GNV km/m³ 14,50 14,50 14,50 14,50 14,50 14,50 14,50 14,50 14,50 Iniciativa Verde Veículo médio a GNV km/m³ 13,80 13,80 13,80 13,80 13,80 13,80 13,80 13,80 13,80 Iniciativa Verde Veículo pesado a GNV km/m³ 10,90 10,90 10,90 10,90 10,90 10,90 10,90 10,90 10,90 Iniciativa Verde Caminhão leve a Diesel * km/litro 7,61 7,61 7,61 7,61 7,61 7,61 7,61 7,61 7,61 MMA Caminhão médio a Diesel * km/litro 5,56 5,56 5,56 5,56 5,56 5,56 5,56 5,56 5,56 MMA Caminhão pesado a Diesel * km/litro 3,17 3,17 3,17 3,17 3,17 3,17 3,17 3,17 3,17 MMA

59 18 Tabela 4.4 Fatores de emissão por tipo de combustível e frota, para combustíveis fósseis Combustível Unidades Gasolina Comum Óleo Diesel Litros Litros Poder Calorífico Inferior Fatores de Emissão Fatores de Emissão Fatores de Emissão Densidade Fonte Tipo de Veículo CO 2 (kg/un.) CH 4 (kg/un.) N 2 O (kg/un.) Fonte (kg / (kcal/kg) unidade) MMA (CO ,740 Veículo de passeio a gasolina 2,2690 0,0001 0, ) / MCT (CH 4, N 2 O) Veículo de passeio flex a MMA (CO ,740 2,2690 0,0001 0, ) / MCT gasolina (CH 4, N 2 O) ,740 Motocicletas a gasolina 2,2690 0,0012 0,0001 MMA (CO 2, CH 4 ) ,740 Motocicletas flex a gasolina 2,2690 0,0012 0,0001 MMA (CO 2, CH 4 ) MMA (CO ,740 Veículo comercial leve a gasolina 2,2690 0,0001 0, ) / MCT (CH 4, N 2 O) MMA (CO ,740 Ônibus rodoviário a gasolina 2,2690 0,0003 0, ) / MCT (CH 4, N 2 O) ,740 Ônibus urbano a gasolina 2,2690 0,0003 0,0001 MMA (CO 2 ) / MCT (CH 4, N 2 O) ,740 Caminhão leve a gasolina 2,2690 0,0003 0,0001 MMA (CO 2 ) / MCT (CH 4, N 2 O) ,740 Caminhão médio a gasolina 2,2690 0,0003 0,0000 MMA (CO 2 ) / MCT (CH 4, N 2 O) ,740 Caminhão pesado a gasolina 2,2690 0,0003 0,0000 MMA (CO 2 ) / MCT (CH 4, N 2 O) ,840 Veículo de passeio a Diesel 2,6710 0,0003 0,0000 MMA (CO 2 ) / MCT (CH 4, N 2 O) ,840 Veículo comercial leve a Diesel 2,6710 0,0002 0,0000 MMA (CO 2 ) / MCT (CH 4, N 2 O) ,840. Ônibus rodoviário a Diesel 2,6710 0,0002 0,0000 MMA (CO 2 ) / MCT (CH 4, N 2 O) ,840 Ônibus urbano a Diesel 2,6710 0,0002 0,0000 MMA (CO 2 ) / MCT (CH 4, N 2 O) ,840 Caminhão leve a Diesel 2,6710 0,0002 0,0000 MMA (CO 2 ) / MCT (CH 4, N 2 O)

60 19 Gás Natural Veicular (GNV) m ,840 Caminhão médio a Diesel 2,6710 0,0002 0, ,840 Caminhão pesado a Diesel 2,6710 0,0002 0, ,550 Veículo leve a GNV 1,9990 0,0034 0, ,550 Veículo médio a GNV 1,9990 0,0034 0, ,550 Veículo pesado a GNV 1,9990 0,0034 0,0001 MMA (CO 2 ) / MCT (CH 4, N 2 O) MMA (CO 2 ) / MCT (CH 4, N 2 O) MMA (CO 2 ) / IPCC (CH 4, N 2 O) MMA (CO 2 ) / IPCC (CH 4, N 2 O) MMA (CO 2 ) / IPCC (CH 4, N 2 O) Tabela 4.5 Fatores de emissão por tipo de combustível e frota, para os biocombustíveis Combustível Unidades Etanol Hidratado (E100) Litros Poder Calorífico Inferior (kcal/kg) Densidade (kg/unidade ) ,809 Fonte Tipo de Veículo Fatores de Emissão Fatores de Emissão Fatores de Emissão CO 2 (kg/un.) CH 4 (kg/un.) N 2 O (kg/un.) Veículo de passeio a etanol 1,1780 0,0001 0, ,809 Veículo de passeio flex a etanol 1,1780 0,0001 0, ,809 Motocicletas flex a etanol 1,1780 0, ,809 Veículo comercial leve a etanol 1,1780 0,0001 0, ,809 Caminhão leve a etanol 1,1780 0,0002 0, ,809 Caminhão médio a etanol 1,1780 0,0002 0, ,809 Caminhão pesado a etanol 1,1780 0,0002 0,00004 Fontes MMA (CO 2 ) / MCT (CH 4, N 2 O) MMA (CO 2 ) / MCT (CH 4, N 2 O) MMA (CO 2 ) / IPCC (CH 4 ) MMA (CO 2 ) / MCT (CH 4, N 2 O) MMA (CO 2 ) / MCT (CH 4, N 2 O) MMA (CO 2 ) / MCT (CH 4, N 2 O) MMA (CO 2 ) / MCT (CH 4, N 2 O)

61 20 É aplicada então a mesma equação 3.2, com as seguintes ressalvas: Se for informado o tipo de veículo, usa-se o fator de emissão específico da categoria (Tabelas 4.4 e 4.5), aumentando a precisão dos cálculos. Caso contrário, utiliza-se um valor médio de fontes móveis (Tabelas 4.1 e 4.2); Se for informada a quilometragem no lugar do consumo de combustível, utiliza-se a tabela de consumo médio de combustível por categoria (tabela 4.3) para se obter um volume estimado de combustível consumido (método menos preciso). 5 Emissões fugitivas As emissões fugitivas foram desconsideradas neste estudo. Neste item entram: A perda de gases de refrigeração; O uso de explosivos; O consumo de eletrodos, acetileno e CO 2 nos processos de soldagem. 1. Emissões secundárias As emissões secundárias referem-se ao consumo de energia elétrica. As emissões correspondem, portanto, ao que foi emitido na geração e distribuição da energia consumida no empreendimento. O fator de emissão, neste caso, varia mês a mês de acordo com a matriz energética brasileira. A Tabela 6.1 apresenta os fatores de emissão para o ano de 2013: An o Parâme tros FE do SIN Tabela 6.1 Fatores de emissão do Sistema Integrado Nacional Mês Unida des tco 2 / MWh Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 0, , , , , , , , , , , ,08 41 Méd ia Anu al 0,09 60 O cálculo, por sua vez, é bastante simples: E CO2 e = x FE CO 2 mês Onde: E CO2 e = emissão total de CO 2 equivalente (nas emissões secundárias é emitido apenas dióxido de carbono) (t); C energia,mês = corresponde ao consumo de energia elétrica proveniente da rede pública em um dado mês (MWh); FE CO 2 mês = corresponde ao fator de emissão de CO 2 para o mês que está sendo calculado (tco 2 /MWh).

62 21 Alternativamente, pode-se informar apenas o consumo anual de energia e, neste caso, utilizar um valor médio de emissão para aquele ano, mas ressalva-se que pode haver uma perda significativa de precisão neste caso, se houver uma variação representativa no uso da energia térmica ao longo do período em estudo.

63 1 Anexo II - Cálculo da Compensação Ambiental Variáveis: N = Número de árvores a serem plantadas Et = Emissão total de GEEs estimada no cálculo do inventário (tonelada de Carbono Equivalente) Ff= Fator de Fixação de Carbono em Biomassa no local do plantio (tonelada de Carbono Equivalente/Árvore) A= Área Utilizada para o Plantio Ns: Número de Seringueiras por Hectare Cálculo do número de seringueiras: Premissa: A compensação será feita no período de um ano após o plantio das árvores. Et = toneladas de carbono equivalente Ff = 31,45 seringueiras por tonelada de carbono equivalente a ser sequestrada por ano. N = Et*Ff N = x 31,45 N = Cálculo dá área : Ns = 525 Seringueira/Hectare A = N/Ns A = /525 A = 333,6 Hectares

64 1 Anexo III Dados solicitados às construtoras O presente anexo apresenta os materiais enviados às construtoras, que consistiam em instruções simples e planilhas de dados a serem preenchidas. Em vermelho, foi enviado um exemplo de preenchimento. Além disso, as planilhas possuíam validação de dados sempre que possível e identificavam automaticamente preenchimentos incorretos como, por exemplo, informar o consumo anual e os consumos mensais para uma mesma fonte, quando deveria se escolher entre uma informação ou outra. 1 Emissões Primárias A Figura 1.1 apresenta as instruções e o modelo de tabela enviado para todos os lotes referente às fontes fixas. Há nela um exemplo das validações de dados utilizadas. Para as fontes fixas, existia uma validação de dados no tipo de combustível e era sugerido automaticamente uma unidade para aquele combustível, que poderia ser alterada.

65 2 Figura 1.1 modelo enviado aos lotes para preenchimento do consumo de combustível em fontes fixas A Figura 1.2 apresenta as instruções e o modelo de tabela enviado para todos os lotes referente às fontes móveis. No caso das fontes móveis haviam três validações de dados, no tipo de frota de veículos, no ano da frota e no tipo de combustível. Além disso, a planilha apontava o erro caso o operador preenchesse o tipo de frota (coluna laranja) e o combustível (coluna amarela) para uma mesma fonte emissora. Indicava o erro, também, se fosse informado o consumo mensal e anual para uma mesma fonte.

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