RELATÓRIO NACIONAL SOBRE O GERENCIAMENTO DA ÁGUA NO BRASIL

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3 RELATÓRIO NACIONAL SOBRE O GERENCIAMENTO DA ÁGUA NO BRASIL Carlos E. M. Tucci Instituto de Pesquisas Hidráulicas IPH Universidade Federal do Rio Grande do Sul Av. Bento Gonçalves, 9500 Porto Alegre-RS fone tucci@if.ufrgs.br Ivanildo Hespanhol Universidade de São Paulo - USP R. Prof. Guilherme Milward, 469 São Paulo - Brasil - CEP Telefone: ivanhes@usp.br Oscar Cordeiro Universidade de Brasília UNB (endereço e )

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5 Informe Nacional sobre la Gestión del Agua en: Brasil Indice Brasil 1. Sumário Executivo 7 2. Introdução e Características Gerais do País Introdução Características gerais do país População Poderes Economia Relevo e vegetação Manejo Integrado dos Recursos Hídricos As bacias hidrográficas do Brasil Disponibilidade de recursos hídricos Disponibilidades relacionadas com o clima Disponibilidade hídrica dos recursos superficiais Disponibilidade hídrica dos recursos subterrâneos Caracterização da qualidade da água Rede de monitoramento hidrometeorológico Uso e aproveitamento de recursos hídricos Usos consuntivos Usos não-consuntivos Balanço e situações ambientais críticas extremas Balanço disponibilidade demanda Inundações Outras situações de degradação ambiental Calamidades Aspectos Institucionais da gestão dos recursos hídricos no país Administração da água Mecanismos de participação dos usuários Legislação das águas Aspectos econômicos e sociais da gestão dos recursos hídricos Sistema tarifário Mecanismos de financiamento Aspectos Sociais Análise de desafios, conflitos e elementos críticos para o desenvolvimento sustentável dos recursos hídricos a longo prazo Aspectos institucionais Agua no desenvolvimento urbano Energia Navegação interior Desenvolvimento rural Enchentes e secas 56 3

6 Agua para el Siglo XXI: De la Visión a la Acción Desenvolvimento regional e meio ambiente Formação de recursos humanos e pesquisa Agua Portável e Saneamento Estrutura organizacional Formulação de políticas e planejamento Legislação e controle Gestão dos serviços Análise operacional Cobertura de água potável e saneamento Qualidade e condição de serviço Deficit de serviços e impactos sobre a saúde Gestão operacional de empresas operadoras Financiamento do setor Necessidade de financiamento Principais fontes de financiamento Capacidades e deficiências de regulação Capacidades e deficiências institucionais Capacidades e deficiências de regulação Capacidade e deficiências das operadoras Situação Esperada dos Recursos Hídricos no Ano 2025 Nos Distintos Cenários Os cenários metas Situação crítica (business-as usual) Tendência Institucional Desenvolvimento urbano Desenvolvimento rural Hidroenergia Enchentes e secas Conclusões e Recomendações Gerais Institucional Desenvolvimento urbano Desenvolvimento rural Hidroenergia Enchentes e secas Formação de recursos humanos e desenvolvimento tecnológico Conclusão Referências Questionário Sobre Manejo de Recursos Hídricos Abreviaturas Definições e conceitos 90 4

7 Informe Nacional sobre la Gestión del Agua en: Brasil Figuras, Tablas y Recuadros Indice de Figuras Figura Nº 2.1 Divisao geográfica do Brasil e seus Estados 18 Figura Nº 2.2 Relevo do Brasil 23 Figura Nº 3.1 Bacias hidrográficas 25 Figura Nº 3.2 Isoietas médias anuais do Brasil 27 Figura Nº 3.3 Distribuiçao do trimestre úmido 28 Figura Nº 3.4 Distribuiçao do trimestre seco 29 Figura Nº 3.5 Releçao entre pricipitaçao, vazao e evaporaçao Real em mm para as bacias brasileiras 31 Figura Nº 3.6 Variabilidade sazonal das vazoes de algumas bacias brasileiras 31 Figura Nº 3.7 Características da produçao hidrogeológica do Brasil 32 Figura Nº 3.8 Evoluçao da área irrigada no Brasil 39 Figura Nº 3.9 Distribuiçao de água por tipo de consumo 40 Figura Nº 3.10 Distribuiçao da demanda de água por bacia brasileira 40 Figura Nº 4 Dados comparativos referentes ao custo de serviço e tarifas practicadas pelas CESBs 70 Indice de Tabelas Tabela Nº 1.1 Visao histórica 8 Tabela Nº 1.2 Cenários metas 12 Tabela Nº 2.1 Indicadores demográficos, sociais e economicos - Brasil, Regioes e Estados 19 Tabela Nº 2.2 Urbanizaçao no Brasil 20 Tabela Nº 2.3 Evoluçao do produto nacional bruto do Brasil 21 Tabela Nº 2.4 Indicadores economicos no final de Tabela Nº 3.1 Carácterística da disponibilidade hídrica nas Grandes bacias brasileiras 30 Tabela Nº 3.2 Cargas organicas potencial e organica em 1.000t DBO/ano 33 Tabela Nº 3.3 Número de estaçoes da rede hidrometeorológica da ANNEL 34 Tabela Nº 3.4 Número de postos totais da rede de acordo com o uso 34 Tabela Nº 3.5 Populaçao e crescimento das principais cidades brasileiras 37 Tabela Nº 3.6 Crescimento da populaçao brasileira e a taxa de urbanizaçao 37 Tabela Nº 3.7 Cobertura de água e esgoto por regiao 37 Tabela Nº 3.8 Rebanhos no Brasil em Tabela Nº 3.9 Tipos de indústrias de acordo com a regiao brasileira 38 Tabela Nº 3.10 Indicadores da irrigaçao no Brasil 39 Tabela Nº 3.11 Areas dos métodos de irrigaçao em ha 39 Tabela Nº 3.12 Consumo de água em 106 m3 por ano 40 Tabela Nº 3.13 Cenários de demanda em 106 m3 40 Tabela Nº 3.14 Evoluçao da capacidade instalada energética do Brasil 41 Tabela Nº 3.15 Principais hidrovias 41 Tabela Nº 3.16 Relaçoes entre dsponibilidade e demanda para o Cenário atual para as bacias brasileiras 42 Tabela Nº 3.17 Evoluçao da demanda para cenários futuros e o Comprometimento da disponibilidade 42 Tabela Nº 3.18 Cobertura original dos Estados do Paraná e Sao Paulo 44 Tabela Nº 3.19a Resumo das características de algunos dos sistemas e suas tendencias 58 Tabela Nº 3.19b Resumo das características dos sistemas e suas tendencias 59 Tabela Nº 4.1 Participaçao no atendimento dos serviços de saneamento das compañías estaduais e empresas municipais de saneamento 63 Tabela Nº 4.2 Companhias estaduais de serviços de saneamento e populaçao atendida 63 Tabela Nº 4.3 Tipos de contrato de privatizaçao, sem a transferencia dos ativos 64 Tabela Nº 4.4 Tipos de contratos com transferencia de ativos 65 5

8 Agua para el Siglo XXI: De la Visión a la Acción Tabela Nº 4.5 Situaçao brasileira com relaçao ao abastecimento de água e esgotamento sanitário 65 Tabela Nº 4.6 Dados regionais de saneamento básico para as diversas regioes do Brasil 65 Tabela Nº 4.7 Informaçoes sobre os volumen de água producida e esgotos coletados e tratados por CESBs 66 Tabela Nº 4.8 Variaçao das perdas de faturamento das CESBs ao longo do tempo 67 Tabela Nº 4.9 Acesso aos serviços de saneamento por classe de renda 67 Tabela Nº 4.10 Incidencia de doencas asociadas ás más condiçoes de saneamento e taxa de mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias 68 Tabela Nº 4.11 Déficits do setor do saneamento por regiao brasileira 68 Tabela Nº 4.12 Custo médio das tarifas de saneamento 68 Tabela Nº 4.13 Tarifas médias praticadas pelas CESBs 69 Tabela Nº 4.14 Indices de perdas da faturamento das compañías estaduais e empresas municipais de saneamento 69 Tabela Nº 4.15 Indice de evasao de receita das CESBs 70 Tabela Nº 4.16 Metas para o atendimento da cobertura e investimentos para o setor da saneamento 71 Tabela Nº 4.17 Exemplo de cálculo da capacidade de financiamento do FGTS para o ano de Tabela Nº 4.18 Relaçao dos empréstitos externos para aplicaçao em saneamento 1970/ Tabela Nº 5.1 Cenários metas 76 Tabela Nº 6.1 Tipologia economico-ambiental do saneamento urbano 82 6

9 Informe Nacional sobre la Gestión del Agua en: Brasil 1. Sumário Executivo A avaliação e análise dos recursos hídricos e do setor de água e saneamento do Brasil para o cenário atual e a tendência de seu desenvolvimento até 2025 dentro da World Water Vision, faz parte de um esforço mundial, baseado na iniciativa de várias entidades internacionais. Na América do Sul a iniciativa coube ao SAMTAC (South America Technical Advise Comitee) do GWP (Global Water Parternership), que contratou uma empresa para o desenvolvimento do relatório básico da região, baseado no documento de cada país, preparado por consultores escolhidos pelo SAMTAC. Este relatório faz parte deste conjunto de avaliações e trata dos Recursos Hídricos do Brasil. A itemização seguiu o padrão previsto para os países. A avaliação e o prognóstico do desenvolvimento sust e n t á vel dos Recursos Hídricos e do setor de Água e Saneamento de um país trata da análise da inter-relação dos componentes naturais dos sistemas com o sócio-econômico. As principais etapas deste processo envolvem, a avaliação do desenvolvimento histórico, as condições atuais e os cenários de metas e potenciais de desenvolvimento dos recursos hídricos no país. Neste documento são apresentados, no capítulo seguinte, os dados gerais do país, buscando dar uma idéia básica de alguns elementos físicos e sócio-econômicos. No capítulo 3 são apresentados todos os aspectos de recursos hídricos, destacando-se disponibilidade, demanda e aspectos institucionais. No capítulo 4 são discutidos os principais aspectos de água potável e saneamento, pela relevância do setor na sustentatibilidade de países em desenvolvimento como os da América do Sul. No capítulo 5 são apresentados os cenários tendo como horizonte 2025 e a tendência até o referido horizonte. O documento conclui com o capítulo 6 onde são apresentadas as conclusões e recomendações. D e ve-se destacar que este documento não é exaustivo, mas s e l e t ivo devido às suas características mais globais. Não se busca aqui propor nenhum plano, mas destacar tendência de desenvo l v i- mento dos recursos hídricos. Além disso, foi preparado num exíguo tempo em função do calendário da World Water Vision. Histórico O desenvolvimento dos recursos hídricos em países em desenvolvimento como os da América Latina passou por estágios semelhantes aos dos países desenvolvidos, mas em períodos diferentes. Após a segunda guerra mundial houve um grande desenvolvimento econômico e a construção de muitas obras hidráulicas, principalmente de geração de energia elétrica. Nesta época, países em desenvolvimento como o Brasil estavam na fase de inventariar seus recursos e desenvolvendo a construção das primeiras obras hidráulicas de menor porte (tabela 1.1). D renagem urbana para as cidades. Na etapa seguinte, observou-se o início da pressão ambiental nos países desenvolvidos devido, principalmente à degradação das águas superficiais, resultando nas primeiras legislações restritivas quanto ao despejo de efluentes. Em face destes controles houve melhora da qualidade da água, mas os resíduos foram transferidos para o sub-solo, contaminando a água subterrânea. Neste período os países em desenvolvimento geralmente não possuíam nenhuma legislação sobre o assunto ou controle. Nos anos 70 observou-se o início da pressão ambiental em países em desenvolvimento, enquanto este processo de controle se acelerava nos países desenvolvidos. No Brasil, nos anos 80, foi aprovada a legislação ambiental e os critérios de controle de sistemas hídricos e hidrelétricos. Neste período os países desenvolvidos enfatizaram os impactos globais, contaminação de aqüíferos e a poluição difusa. O efeito das preocupações sobre o clima global e a pressão sobre áreas como Amazônia reverteu o processo de investimento internacional no Brasil, que enfatizava a energia através das hidrelétricas. Neste momento, foram eliminados os financiamentos internacionais para construção de hidrelétricas, com grande impacto na capacidade de expansão do sistema no Brasil. 7

10 Agua para el Siglo XXI: De la Visión a la Acción Tabela 1.1 Visão histórica (adaptado de Tucci, 1994) Período Países desenvolvidos Brasil Uso dos recursos hídricos Abastecimento, Inventário dos recursos Fase de engenharia com pouca navegação hidreletricidade, etc hídricos conservação Qualidade da água dos rios Início dos empreendimentos Medidas estruturais de hidrelétricos e projetos de grandes controle da enchentes sistemas Controle de efluentes; Início da construção de grandes Início da pressão ambiental Medidas não estruturais para enchentes empreendimentos hidrelétricos; Legislação para qualidade da água dos rios Deterioração da qualidade da água de rios e lagos próximos a centros urbanos Usos múltiplos; Ênfase em hidrelétricas e controle ambiental Contaminação de aqüíferos; abastecimento de água; Deterioração de ambiental de grandes Início da pressão ambiental; áreas metropolitanas; Deterioração da qualidade da Controle na fonte de drenagem urbana água dos rios devido ao aumento Controle da poluição doméstica da produção industrial e e industrial; concentração urbana. Legislação ambiental Impactos Climáticos Globais; Redução do investimento em Interações do Ambiente Global Preocupação com conservação hidrelétricas devido a falta de das florestas; empréstimos internacionais; Prevenção de desastres; Piora das condições urbanas: Fontes pontuais e não pontuais enchentes, qualidade da água; de poluição rural; Fortes impactos da secas Controle dos impactos da urbanização do Nordeste; sobre o ambiente Aumento de investimentos em Contaminação de aqüíferos irrigação; Legislação ambiental Desenvolvimento Sustentável; Legislação de recursos hídricos Desenvolvimento Sustentável Aumento do conhecimento sobre o investimento no controle sanitário comportamento ambiental causado pelas das grandes cidades; atividades humanas; Aumento do impacto das Controle ambiental das enchentes urbanas; grandes metrópoles; Programas de conservação dos Pressão para controle da emissão de biomas nacionais: Amazônia, gases, preservação da camada de ozônio; Pantanal, Cerrado e Costeiro; Controle da contaminação dos aqüíferos Início da privatização dos e das fontes não-pontuais; serviços de energia e saneamento; Desenvolvimento da Visão Avançar o desenvolvimento Ênfase na água Mundial da Água; dos aspectos institucionais Uso integrado dos Recursos Hídricos; da água; Melhora da qualidade da água das Privatização do setor energético; fontes não pontuais: rural e urbana; Aumento de usinas térmicas Busca de solução para os conflitos para produção de energia; transfronteriços; Privatização do setor de Desenvolvimento do gerenciamento dos saneamento; recursos hídricos dentro de Aumentar a disponibilidade bases sustentáveis de água no Nordeste; D e s e nvolvimento de Planos de Drenagem urbana para as cidades. 8

11 Informe Nacional sobre la Gestión del Agua en: Brasil Os anos 90 foram marcados pela idéia do desenvolvimento sustentável que busca o equilíbrio entre o investimento no crescimento dos países e a conservação ambiental. Neste sentido, os investimentos internacionais, que no período anterior financiaram aproveitamentos hidrelétricos se voltaram para apoiar a melhoria ambiental das cidades, iniciando com as grandes metrópoles brasileiras. O final dos anos 90 e o início do novo século (e milênio) está marcado internacionalmente pelo mov i m e n t o pela busca de uma maior eficiência no uso dos recursos hídricos dentro de princípios básicos aprovados na Rio 92. A água é o tópico que tem suscitado uma grande preocupação dos planejadores como a base de sustentação da sociedade moderna. Os grande desafios que se visualizam no Brasil são a consolidação dos aspectos institucionais do gerenciamento dos recursos hídricos, o controle do recursos hídricos nas g randes metrópoles bra s i l e i ras, a preservação ambiental, o uso e controle do solo rural e o impacto da poluição difusa dentro de uma visão racional de aproveitamento e preservação ambiental. Situação atual O desenvolvimento dos recursos hídricos e a conserva ç ã o dos sistemas naturais é um desafio da sociedade bra s i l e i ra e passa por vários aspectos, relacionados com as condições sociais e econômicas. A seguir foram destacados os principais elementos. Institucional O desenvolvimento institucional encontra-se numa fase de transição. A lei de recursos hídricos foi aprovada em 1997 e a sua regulamentação está em curso com a instituição da Agência Nacional da Água (legislação no Congresso), a aprovação das legislações de parte importante dos Estados e o início do gerenciamento através de comitês e agências de bacias em áreas isoladas. No entanto, ainda não foi aprovado o suporte institucional básico que permita a tomada de decisão pelos comitês, os recursos para execução e as agências para implementação. O processo institucional brasileiro apresentou uma evolução muito importante nos últimos anos, o que tem sido promissor para o gerenciamento dos recursos hídricos. No setor de água potável e saneamento, ocorre uma tra n- sição institucional, que envo l ve a privatização dos serviços das empresas que são públicas. Este processo depende da solução de um impasse econômico-institucional, já que as empresas são estaduais e não possuem o direito de concessão dos serviços. Este direito é prerrogativa dos municípios, o que pulveriza as atribuições e reduz o valor econômico das empresas estaduais. Disponibilidade e demanda As condições atuais de disponibilidade x demanda mostram que na média e na maioria do território brasileiro, não existe falta de recursos hídricos, no entanto observa-se condições críticas em períodos de estiagem no Semi-árido Nordestino e, em algumas regiões, onde o uso da água é intenso como na irrigação do arroz, na vizinhança das cidades médias e principalmente das regiões metropolitanas. O Nordeste brasileiro apresenta condições hídricas desfavoráveis que combinam: evapotranspiração alta durante todo o ano, baixa precipitação, sub-solo desfavorável em muitas regiões (água salobra ou formação cristalino) e baixo desenvolvimento econômico social. A falta de água em grande parte do ano atinge a sustentatibilidade da população em áreas extensas do Semi-Árido. As grandes concentrações urbanas bra s i l e i ras apresentam as condições mais críticas de sustentabilidade devido ao excesso de cargas de poluição doméstica, industrial e das e n chentes urbanas, que contaminam os mananciais, associado a forte demanda de água. A tendência de redução de disponibilidade hídrica destas áreas é significativo pelos dois fatores citados, onde já se observa freqüentes racionamentos em Recife e São Paulo. A Região Metropolitana de São Paulo que importa a maior parte da água da bacia do rio Piracicaba devido a contaminação dos mananciais vizinhos, está praticamente sem opções de mananciais. No entanto, possui uma perda não cobrada de cerc a de 40% de água. A racionalização do uso da água e o reuso poderão permitir uma solução mais sustentável. Outro conflito é observado entre água potável e irrigação nas regiões críticas como o Nordeste, em regiões de forte demanda agrícola do Sul do Brasil. Este conflitos localizados necessitam de soluções específicas através dos interlocutores no comitê das bacias. O Ceará que possui reduzida disponibilidade hídrica durante a estiagem, tem apresentado soluções criativas para os conflitos de uso nas áreas de baixa disponibilidade sazonal. A falta de água em anos mais secos em algumas regiões, tanto para a agricultura como para o abastecimento é muitas vezes falta de regularização e programas preventivos de redução destes impactos. 9

12 Agua para el Siglo XXI: De la Visión a la Acción Desenvolvimento urbano O Brasil apresenta 80% da população em áreas urbanas. Nos estados mais desenvolvidos estes números chegam na vizinhança de 90%. Devido a esta grande concentração urbana, vários conflitos tem sido gerados neste ambiente que são os seguintes: (a) degradação ambiental dos mananciais; (b) aumento do risco das áreas de abastecimento com a poluição orgânica e química; (c) contaminação dos rios por esgotos doméstico, industrial e pluvial; (d) enchente urbana gerada pela inadequada ocupação do espaço e pelo gerenciamento inadequado da drenagem urbana; (e) falta de coleta e disposição do lixo urbano. Este processo ocorre principalmente porque os municípios não possuem capacidade institucional e econômica para administ rar o problema, enquanto os Estados e a União estão distantes de buscar uma solução gerencial adequada para apoiar os municípios. Cada um dos tópicos acima são vistos de forma isolada sem um planejamento preve n t ivo ou mesmo cura t ivos dos processos. Com conseqüência, se observa prejuízos econômicos, forte degra d a ç ã o da qualidade de vida, com retorno de doenças de veiculação hídrica, mortes, perdas de moradias e bens, interrupção de ativ i d a d e c o m e rcial e industrial em algumas áreas, entre outros. Este processo já está agravado nas grandes cidades, exigindo recursos significativos a minimização dos impactos. O custo de controle na fase de planejamento é muito menor que o curativo depois que os problemas ocorreram. A tendência urbana atual é de redução do crescimento das metrópoles em detrimento das cidades médias. Neste sentido, os impactos tenderiam a se disseminar para este tipo de cidade, que ainda não possui degradação ao nível das metrópoles e existe espaço para prevenção. No entanto, não existe capacidade gerencial e nenhum programa de apoio as cidades para busca de melhoria quanto ao seu desenvolvimento sustentável. Desenvolvimento rural Existe um conflito natural entre o uso da água para agric u l t u ra e o abastecimento humano em algumas regiões bra s i l e i- ras, principalmente quando a demanda é muito alta como, para irrigação de arroz por inundação. Este processo passa pelo aumento da eficiência dos sistemas de irrigação e o gerenciamento adequado dos efluentes agrícolas quanto a contaminação. Os aspectos principais do desenvolvimento rural estão relacionados com a disponibilidade hídrica nas regiões secas como o Nordeste onde a viabilidade do desenvolvimento econômico depende muito da disponibilidade de água. Existe uma importante expansão de empreendimentos voltados para a fruticultura que apresenta rentabilidade econômica e mais de uma safra por ano, desde que irrigado. Este processo se desenvolve junto ao São Francisco onde a disponibilidade hídrica é maior, enquanto que as áreas distante dos rios perenes persiste a agrícola de subsistência que sofre freqüentes perdas. Nas regiões Sul e Sudeste o uso da irrigação ainda depende de redução do custo dos projetos de irrigação para a maioria das culturas, a exceção do arroz de inundação. Gra n d e parte do setor agrícola prefere assumir os riscos, que ocorrem somente em alguns anos, do que o investimento em irrigação. No entanto, na irrigação do arroz existem conflitos do uso da água na bacia do rio Uruguai e ambientais na região do lagoa Mirim. Além do atendimento hídrico a produção hídrica devese ressaltar a necessidade de conservação do solo que é a fonte da poluição difusa hídrica. Em grande parte do Sul do Brasil tem se observado uma mudança de prática agrícola no sentido de troca de plantio conservacionista para plantio direto, com importantes benefícios hídricos que são: redução da erosão, aumento do freático dos rios e maior regularização. No entanto, existem várias regiões do Brasil onde a erosão e a degradação do solo são importantes como na Bacia do rio Paraguai, onde o gado e a soja têm produzido importante alteração na geração de sedimentos que se desloca para o Pantanal, principalmente no leque do rio Taquari. Face ás grandes demandas agrícolas o reuso pode também, se constituir em alternativa adequada, reservando água de boa qualidade para abastecimento público e outros usos benéficos. Hidroenergia O sistema de produção energético brasileiro depende 91% da energia hidrelétrica e tem planejado a sua diversificação com termelétricas a gás para os próximos anos. Mas mesmo assim, esta diversificação até 2002 ainda manterá em 83% a parcela das hidrelétricas. Associado ainda ao risco de falha, deve-se considerar que desde 1970 as regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste (onde se encont ra grande parte da capacidade instalada) apresentam vazão média c e rca de 30% maior que do período anterior, o que significa que p a ra a mesma capacidade instalada é possível gerar mais energia, com menor risco de falha. O sistema, mesmo com o período de vazões altas, está no limite de atendimento da demanda. C o n s i d e rando que períodos longos climáticos abaixo e acima de determinados patamares podem ocorrer, o sistema, desta forma tem forte dependência da climatologia. Em condições climáticas mais d e s f avo r á veis, mantidas as tendências de aumento da demanda e com reduzida ampliação da oferta, pode criar condicionantes desf avo r á veis ao desenvolvimento econômico brasileiro. O sistema está passando pelo processo de privatização ao longo dos próximos anos com venda dos empreendimentos existentes, o que em parte já ocorreu e a instalação de novos empreendimentos, na sua grande parte térmico a gás. Além disso dentro dos próximos anos deverá ocorrer a regulação dos processos de compra e venda de energia e o funcionamento entre empresas da geração, transmissão e distribuição. E n chentes e Secas As enchentes urbanas tem sido uma das grandes calamidades a que a população brasileira tem sido sujeita como resultado de: (a) ocupação inadequada do leito maior dos rios; e/ou (b) urbanização das cidades. O país perde anualmente somas altas, provave l m e n t e superiores a 1 bilhão dólares. Não existe nenhuma política de controle e as que existem são totalmente equivocadas, o que tem aumentado os prejuízos nas cidades. Normalmente existe uma combinação de falta de conhecimento e de interesse na solução destes problemas, a medida que ocorrendo o evento é declara d a calamidade pública e o município recebe recursos a fundo perdido, sem que seja necessário concorrência pública para gasto 10

13 Informe Nacional sobre la Gestión del Agua en: Brasil dos mesmos. Com este tipo de ação dificilmente serão implementados programas preve n t ivos, que na sua maioria não envo l- vem obras estruturais, mas regulamentação do uso do solo, que g e ralmente é politicamente pouco palatável. Uma potencial calamidade devido as enchentes é o rompimento de barragens, apesar do pequeno risco. Atualmente não existe regulamentação para bacias de grande porte quanto a prog rama preve n t ivo de segurança das barragens. Este situação é preocupante a medida que um evento desta natureza num sistema de cascata poderá produzir um cenário desastroso a medida que não existam programas preve n t ivos de minimização de impactos. As secas, principalmente no Nordeste brasileiro são eventos freqüentes. Existem programas específicos e ações isoladas ou pontuais, mas não há um programa regional preventivo de minimização dos seus impactos para a população, seja na sua própria subsistência, como alternativa econômica. Um dos projetos em curso que poderá contribuir para minimizar este problema é o ProÁgua que possui um expressivo volume de recursos planejado para diferentes Estados do Nordeste. A aferição do resultados das iniciativas deve ser realizado nos indicadores sociais e de saúde da população, a construção de açudes ou de poços nem sempre beneficia diretamente a população, mas certamente dará lucros as empresas. Como as enchentes e secas geram impactos e não geram recursos como os setores dos recursos hídricos, não estão previstos na estrutura institucional vigente. O grande desafio neste sentido é o de buscar criar programas nacionais preventivos de redução do impacto das inundações e das secas que orientem a população com educação, alternativas de sobrevivência e planos para se antecipar às emergências, através de ações efetivamente descentralizadas. Recursos humanos e desenvolvimento tecnológico O desenvolvimento e preservação dos recursos hídricos dependem de profissionais qualificados tanto para a execução como para a tomada de decisões voltadas para a realidade dos países. A maioria dos profissionais que trabalham na área adquir i ram seu conhecimento no próprio trabalho e apenas um grupo menor obtive ram os conhecimentos através do Mestrado e D o u t o rado. Atualmente existe falta de pessoal qualificado no s e t o r, principalmente na medida que ocorrer a implementação da legislação com a criação de comitês e agências para as bacias. No entanto, a falta de institucionalização dos mecanismos de gerenciamento dos recursos hídricos resultam num mercado de t rabalho ainda indefinido, por mais paradoxal que seja. O desenvolvimento tecnológico e científico tem sido incentivado por programas especiais do CNPq, PADCT/CIAMB, CAPES e FINEP através do PROSAB e REHIDRO. Existem grupos qualificados no país, mas a sua maioria com visão setorizada dos recursos hídricos. Devido às características continentais do país e a grande variabilidade dos ambientes é necessário um maior enfoque na especialização de conhecimento interdisciplinar em regiões hídrica do país como a Amazônia, Cerrado, Pantanal e Semi-Árido (entre outros), onde as características e os problemas são diversos exigindo pesquisas de médio longo prazo que apoiem o desenvolvimento e a conservação destas regiões. Monitoramento A coleta de dados hídricos é essencial para qualquer planejamento adequado. Observa-se que, no país, a coleta de dados está concentrada em entidades federais com atribuições que envo l vem um território muito extenso. As bacias de pequeno porte essenciais para o gerenciamento de demandas como abastecimento de água, irrigação conservação ambiental pra t i- camente não existem, podendo induzir a decisões que gerem conflitos. Observa-se também que existe a necessidade de modernização do sistema de monitoramento tradicional atrav é s de automação, revisão das práticas hidrométricas e aumento de coleta de dados de qualidade da água e sedimentos. Cenários Cenários metas Os cenários dentro da World Water Visíon foram propostos por Gallopin e Rijsberman (1999) e são os seguintes: Situação crítica (business-as-usual): visão pessimista da exploração dos recursos hídricos, ou seja tudo se mantém como nass condições atuais; Econômico, tecnológico e privatização: (Economics, Technology and the Private Sector): visão otimista baseada nos conceitos econômicos das leis de mercado, no uso de tecnologia, cobrança d água e participação pública; Valores humanos e Padrões básicos de qualidade de vida (The values and Lyfestiles): este cenário parte do princípios que exista uma verdadeira vontade na busca de reavivar os principais valores da vida humana e na busca de metais globais de qualidade de vida. Na tabela 1.2 são selecionadas as metas potenciais que necessitariam ser atingidas em cada um dos cenários dentro de alguns dos aspectos destacados neste estudo. Com base nesta análise e nas tendências visualizadas foi apresentada o provável cenário do horizonte A análise foi realizada de forma qualitativa. Deve-se ressaltar que os três cenários devem apresentar os mesmos resultados para o período de , considerando que o período é curto para que ações mencionadas venham a produzir impactos. 11

14 Agua para el Siglo XXI: De la Visión a la Acción Tabela 1.2 Cenários Metas Aspectos Crítico Otimista Valores humanos Aspectos A regulamentação da Regulamentação da legislação Regulamentação da institucionais legislação é aprovada, mas a é aprovada; legislação é aprovada; resistência pela cobrança pelo o sistema de cobrança pelo uso o sistema de cobrança uso da água, falta de da água é implementado; pelo uso da água é mecanismos econômicos e de comitê e as agências são implementado considerando agências mantém o cenário criados; os condicionantes sociais; atual sem gerenciamento as bacias hidrográficas são comitê e as agências são integrado; administradas por usuários, criados; Limitada ação estadual e sociedade civil e governos as bacias hidrográficas são municipal no gerenciamento administradas por usuários, dos recursos hídricos; sociedade civil, governos e Privatização apenas dos ambientalistas. serviço rentáveis Desenvolvimento Aumento da falta de água nas Os sistemas de água potável e Os sistemas de água urbano grandes metrópoles e cidades saneamento são privatizados; potável e saneamento são médias onde deve-se concentrar A população paga pelos serviços parcialmente privatizados; o aumento da urbanização; e pelo aumento da disponibilidade O poder público atua para Aumento das doenças de e controle dos efluentes; garantir o atendimento veiculação hídrica e Melhoria dos indicadores sociais independente da contaminação química; e redução das doenças. capacidade de pagamento Retrocesso no mortalidade Recuperação da qualidade da de parte da população; infantil e na expectativa de vida água dos rios contaminados. Melhoria dos indicadores em regiões críticas; sociais e redução das Agravamento sanitário dos rios doenças. próximo das cidades e de toda a rede de drenagem; Desenvolvimento Aumento da poluição difusa; O uso de práticas agrícolas O uso de práticas agrícolas Rural Perda de solo, dessertificação adequadas é disseminado pela adequadas é disseminado e aumento do desmatamento; melhor rentabilidade das safras; pela melhor rentabilidade Limitada expansão da irrigação Uso de tecnologia para raciona das safras; para fruticultura devido a baixa lização do uso da água e Uso de tecnologia para disponibilidade; controle de efluentes; racionalização do uso da Agravamento dos conflitos com Expandida a conservação do água; uso da irrigação do arroz no Sul. solo e aumento de produtividade Apoio técnico rural as pequenas propriedades; Educação e saúde e tecnologias associado a reforma agrária; Energia Matriz energética pouco Diversificação da matriz Diversificação da matriz diversificada energética; energética; Falta de energia com Privatização da produção e Privatização da produção e estrangulamento econômico das distribuição da energia distribuição da energia regiões produtivas; Plano emergencial para Plano emergencial para Impacto de variabilidade períodos climáticos que reduzam períodos climáticos que climática; a oferta energética reduzam a oferta Racionamento energético. energética; Manutenção de subsídios sociais na energia Eventos extremos Aumento de perdas econômicas Medidas não-estruturais de Medidas não-estruturais de devido as enchentes e gastos controle de enchentes e controle de enchentes e inadequados com a construção Controle na fonte dos impactos Controle na fonte dos 12

15 Informe Nacional sobre la Gestión del Agua en: Brasil de canais urbanos; da urbanização através dos impactos da urbanização Permanência da falta de água Planos de Drenagem Urbana; através dos Planos de no semi-árido com baixo desen Investimento economicamente Drenagem urbana; volvimento e movimentos rentáveis de regularização em Plano de ampliação da migratórios nas secas; locais críticos. disponibilidade hídrica no Falta de água em regiões de baixa regularização Semi-árido; Aumento da regularização em locais críticos. O cenário crítico representa as condições atuais e os outros dois cenários representam metas que poderiam ser alcançadas de acordo com a política a ser desenvolvida na realidade do país para a busca destas metas. Cenário Tendencial De acordo com as tendências apresentadas no item anterior para cada um dos aspectos analisados pode-se observar que, isoladamente, dificilmente cada uma destes cenários será atingido. A seguir é apresentada a visão tendencial dentro do horizonte previsto. Devido a grande dinâmica de um país como o Brasil a previsão num horizonte de 25 anos é temerária e sujeita a grandes distorções, no entanto acreditamos que este exercício é válido até para permitir influir nos resultados inadequados previstos. Institucional As condições nas quais está ocorrendo a implementação institucional a nível federal leva a crer que ocorrerá uma avanço importante na legislação. A etapa seguinte, não menos importante dependerá da forma como a Agência Nacional da Água desenvolverá suas ações na implementação institucional. A tendência é de que a agência necessite pelo menos dois anos para criar uma estrutura mínima de pessoal com qualificação para atingir suas metas de longo período, coordene as primeiras ações junto aos estados e estabeleça um Plano realista de Recursos Hídricos para o país. O próprio desenvolvimento institucional nas diferentes bacias seguramente apresentará diferentes evoluções em função das condições já existente em Estados como Ceará, São Paulo e Rio Grande do Sul onde o processo institucional avançou nos últimos anos. A cobrança pelo uso da água e os outros mecanismos de controle gerencial passarão por um teste político muito forte nos próximos anos e a sensibilidade de negociação, característica do país, permite acreditar que este sistema poderá ser estabelecido em maior ou menor grau de acordo com a região, suas condições específicas, situação crítica dos usos e capacidade econômica. Não existindo um acordo entre os agentes (membros do comitê, agência e grupos taxados) o risco é de que toda atitude de cobrança esteja sujeita a ações judiciais intermináveis que inviabilizará o gerenciamento da bacia. Como conseqüência, o comitê não terá força de decisão e recursos para implementar a Agência da bacia e desenvolver os programas necessários. A população brasileira está cansada de pagar tributos. O Brasil é um dos países em desenvolvimento que mais arrecada com tributos (30% do PIB) e de forma muito injusta já que a distribuição dos tributos é muito desigual. Desta forma, com a implantação de outra cobrança e com a tradição pública de desperdício de recursos é possível que exista uma reação como a citada. Portanto, a negociação e o esclarecimento da opinião pública e um processo transparente de gasto dos recursos são fundamentais para a viabilidade do sistema e da cobrança. O desenvolvimento institucional é a condição básica para todo o processo de gerenciamento do país. Dentro do cenário de 2025 provavelmente haverá um conjunto legal instituído consolidado, mas com grandes variações quanto á sua implementação. A tendência é de que nas áreas onde o conflito é mais crítico, sejam estabelecidos acordos devido á necessidade de uma decisão, enquanto que em regiões sem um aparente conflito poderá ocorrer uma discussão mais prolongada com pouca decisão. De um lado é benéfico, mas de outro, o processo de planejamento preventivo é prejudicado. No entanto, o fator de demonstração poderá alterar esta tendência. No tocante ás metas seguramente existirão a tendência de alguns setores de acompanhar o cenário otimista, outros o cenário de valores humanos em função da região, condições econômicas e politização da população. Desenvolvimento urbano Além dos problemas associados à sua grande extensão territorial e extrema diversidade das condições socio-econômico prevalentes em suas múltiplas regiões, o Brasil vem sofrendo, na última década, os efeitos de pelo menos três fenômenos que tendem a alterar significativamente o cenário dos recursos hídricos nacionais, particularmente no setor de abastecimento de água e saneamento. São características da situação atual, a fase de transição entre o regime estabelecido pelo extinto PLA- NASA e os novos modelos de gerenciamento do setor saneamento e de gestão de recursos hídricos que estão sendo desenvolvidos, bem como o crescente surto de privatização de serviços públicos de água e esgoto. Há que considerar, também, o significativo desenvolvimento tecnológico que vem ocorrendo no setor, principalmente no que tange a sistemas de tratamento de água e de esgotos, trazendo como conseqüência, o aumento dos níveis de cobertura devido à melhoria da relação 13

16 Agua para el Siglo XXI: De la Visión a la Acción benefício/custo na execução de sistemas de abastecimento de água e de coleta de esgotos. Embora essas características apontem para um significativo desenvolvimento do setor de água e saneamento no Brasil e as ações estejam orientadas visando a gestão sustentável dos recursos hídricos nacionais, é pouco provável que ocorram, até Esta hipótese de ocorrência simultânea de ambos os cenários se justifica, inicialmente, pela discrepância sócioeconômica entre as regiões Norte, Nordeste e Centro-oeste, que, provavelmente manterão grande parte de suas estruturas no primeiro cenário, e as regiões Sudeste e Sul com características predominantes do segundo. A situação reinante em cada uma dessas duas áreas distintas tenderá, ao final do período considerado, a consolidar situações correspondentes aos cenários sub-sequentes, isto é as regiões Norte, Nordeste e Centrooeste tenderão a evoluir para uma situação correspondente ao segundo cenário, enquanto que as regiões sudeste e sul apresentarão, em áreas delimitadas, características do terceiro. Com a aprovação dos novos modelos de gerenciamento de recursos hídricos, onde são introduzidos os conceitos de usuário e poluidor pagadores, bem como o sistema de gerenciamento por bacias hidrográficas, que deverá contar com a participação de diversos atores sociais, nas regiões menos desenvolvidas do país, irá ocorrer uma melhoria significativa dos recursos hídricos, principalmente no que tange ao controle da poluição. Esta condição proporcionará melhoria de qualidade de mananciais de água potável facilitando as condições de tratamento e abastecimento de água. Entretanto, a melhoria dos serviços de abastecimento de água e coleta de esgotos sanitários dependerá de dois fatores básicos. Em primeiro lugar, a criação de um orgão regulador específico, que possa ordenar e monitorar o setor, estabelecendo padrões de qualidade, bases tarifárias, inclusive em relação à solidariedade social, áreas de cobertura, sistema de informação e mecanismos de proteção aos usuários. É imprescindível, também, integrar o planejamento das atividades das companhias estaduais e municipais de saneamento com os planos de gestão das bacias hidrográficas correspondentes, particularmente aos associados ao controle da poluição de corpos receptores de efluentes. A tendência para o terceiro cenário dar-se-á apenas quando os critérios para tratamento e disposição de efluentes líquidos estiverem associados às política vigentes de proteção ambiental, permitindo a evolução dos conceitos anteriores de saneamento básico para o atual, de saneamento ambiental. No que tange à tendência de privatização dos serviços de água e saneamento básico, há que se controlar os interesses associados às áreas de cobertura quando da preparação dos cont ratos de licitação, pois haverá maior interesse em investir nas g randes regiões urbanas, onde já existe uma infra - e s t r u t u ra para o abastecimento de água, que atende a mais de 90% da população e, em menor escala, de esgotamento sanitário, que dependendo da região, pode ser superior a 50% da população total. Nessa situação, as regiões mais ricas do país, bem como os grandes centros urbanos, irão atrair grandes investimentos do setor privado, compartilhando com o governo, a responsabilidade pelo atendimento às necessidades de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Caberá ao governo, portanto, através do órgão regulador específico para o setor, exercer com maior eficiência, as funções, que realmente lhe compete, de agente fiscalizador e controlador, podendo exigir e fazer cumprir com rigor, as normas de controle ambiental e de gerenciamento de recursos hídricos, resultando em uma melhoria significativa das condições sanitárias e ambientais dessas regiões. A experiência auferida em países em estágio desenvolvimento e de industrialização acelerada, demonstra que os benefícios oriundos da tecnologia moderna ocorrem muito mais rapidamente nos grande centros urbanos e regiões metropolitanas, onde se concentram os maiores níveis de renda e de maior capacitação técnica e empresarial. Essa condição levará, também, a um retardamento das regiões menos favorecidas, ou seja as do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, a evoluir para as características predominantes no segundo cenário, até o ano Com a melhoria das condições sanitárias das regiões mais ricas, (Sul e Sudeste) a possibilidade de ocorrência de crises associadas ao uso da água, tornam-se menos prováveis, bem como o surgimento de epidemias associadas às doenças de origem hídrica. Esses aspectos levam, implicitamente a uma melhoria de qualidade de vida, o que representa uma tendência para a evolução na direção do terceiro cenário. Não havendo uma atuação eficaz do governo e dos demais setores da sociedade, no sentido de atender as necessidades das populações menos favorecidas, através do investimento de recursos em educação, saúde, segurança e saneamento básico, bem como pelo desenvolvimento de uma política para melhorar a distribuição de renda, no sentido de acabar com a exclusão social, as diferenças que são observadas hoje, entre o hemisfério norte e sul do Planeta, bem como aquelas que já existem no Brasil, entre as regiões Sul e Sudeste e demais regiões do país, irão se acentuar e como resultado, poderá ocorrer uma migração em massa, das regiões mais pobres para as mais ricas, que ao contrário dos processos de imigração entre os países, é mais difícil de ser controlada. Este êxodo populacional para as regiões mais ricas, devido a falta de infra-estrutura, irá resultar na ocupação de áreas não adequadas, como por exemplo áreas de proteção de mananciais, encostas de morros e margens de córregos e rios, o que comprometerá todo o trabalho desenvolvido para a melhoria das condições sanitárias da região, aumentando o risco do surgimento de todos os problemas associados à ocupação inadequada do solo, tais como enchentes, deslizamento de encostas, poluição dos corpos d água e surto de doenças de origem hídrica, além de ocasionar problemas de escassez de água. Pelas razões expostas acima, o que se verifica, mesmo com a possibilidade de ocorrência de um cenário mais favorável, caso não haja um comprometimento do governo de toda a sociedade, principalmente das classes mais favorecidas, a 14

17 Informe Nacional sobre la Gestión del Agua en: Brasil tendência a longo prazo, será a predominância do cenário, onde tudo permanece como está, ou seja, os benefícios e avanços que serão obtidos em decorrência do desenvolvimento de políticas adequadas de gerenciamento de recursos hídricos, participação do setor privado no setor de saneamento, utilização de tecnologia moderna e maior conscientização da população, para com as questões relacionadas à importância da água e do meio ambiente, poderão ser frustrados pelos processos de degradação da qualidade ambiental, desencadeados pela população menos favorecida, que em busca de melhores condições de vida, ou fugindo das calamidades que assolam a sua região, irá migrar para estas regiões mais desenvolvidas. Pode-se inferir que até o ano 2025, o Brasil apresentará, basicamente, no setor de água e saneamento, as características correspondentes aos dois primeiros cenários, com a ocorrência pontual, nas regiões Sul e Sudeste de algumas características específicas do cenário associado a valores e estilos de vida. A proporção a que cada um desses cenários serão estabelecidos, e a que fases do período considerado, dependerão basicamente da ação governamental, no sentido de proporcionar recursos financeiros adequados, implementar as políticas de gestão que se fazem necessárias para o controle das agências prestadoras de serviço e do setor privado e para o desenvolvimento tecnológico do setor. Desenvolvimento rural Com a implementação da regulamentação do uso da água e a sua racionalização através da cobrança poderão existir duas tendências opostas: (a) redução da demanda da irrigação nos projetos existentes devido a cobrança e racionalização da água, criando melhores oportunidades para a sua sustentatibilidade regional, com obediência dos acordos do comitê; (b) aumento de conflitos e dificuldades na implementação dos acordos ou restrições. Provavelmente o país deverá registrar os dois tipos de tendência, mas é esperado que a primeira predomine. A tendência é de que na região Semi-Árida o uso agrícola na vizinhança dos grandes mananciais seja voltado para produtos de maior rentabilidade e para agricultura de subsistência nas áreas de pouca disponibilidade de água. A fruticultura e o café em algumas regiões têm mostrado rentabilidade que tornam viáveis o investimento, principalmente pela maior número de safras num mesmo ano. De outro lado, estes empreendimentos exigem uma regularização da água sem falhas durante períodos longos, já que o plantio é permanente. Pode-se esperar uma tendência de investimento de empresas agrícolas na região do São Francisco com importante ampliação econômica da região através de investimentos privados. A sustentatibilidade deste processo a longo prazo dependerá do uso tecnológico. Nas áreas agrícolas fora da cobertura da disponibilidade hídrica sem riscos, onde os rios não foram perenizados ou o potencial de água é pequeno. De acordo com as condições atuais, o desenvolvimento se dará muito mais no sentido de buscar a sustentatibilidade social da população através da melhora dos indicadores sociais com pequeno aumento econômico. O cenário para o horizonte previsto é de gradual solução de algumas áreas críticas de subsistência, como mencionado, através de investimentos externos a região e grande demanda e uso da água no raio de ação dos rios perenes para fruticultura com potencial conflito devido aos limites quantitativos. Quanto aos programa de conservação do solo, deve-se observar ainda discrepâncias regionais de ações. As regiões com maior educação e treinamento deverá apresentar resultados bons como acontece hoje e as outras exigirá ação externa maior de recursos, educação e investimentos. Os grandes desafios deverão envolver o controle da ocupação dos limites da Amazônia, o desenvolvimento do Cerrado, que depende fortemente da disponibilidade hídrica e o Semi-Árido. Este processo dependerá muito das políticas governamentais de apoio de investimento, que atualmente estão limitadas pela capacidade econômica do país. Hidroenergia Com a regulamentação do setor com relação a privatização da geração, transmissão e distribuição, a tendência será de expansão das Usinas térmicas a gás (dentro dos limites disponíveis dos gasodutos) em função retorno mais rápido dos investimentos. O comprometimento da produção baseado em hidrelétricas deve diminuir permitindo reduzir o risco de racionamento, diversificando a matriz energética. No entanto, poderão ocorrer riscos de racionamento devido as incertezas da variabilidade climática num sistema em que a demanda está no limite da oferta. De outro lado a tendência de privatização energética leva a uma dinamização maior do sistema a medida que os condicionantes legais de ação privada na distribuição, transmissão e geração estiverem bem definidos. O sistema privatizado tenderá a aumentar as térmicas dentro da capacidade de fornecimento de gás importado da Bolívia e Argentina, diversificando a matriz energética. O risco de um sistema ajustado de oferta e demanda é o da externalidades climáticas de longo prazo, que podem comprometer o desenvolvimento econômico de um período devido a inércia de ajuste do sistema. Como é impossível prever as condições climáticas de longo prazo torna-se necessários planejar o sistema para que tenha uma plano de emergência para esta situação e buscar duas tendências diversificação: a da matriz energética e a da localização dos sistemas hidrelétricos em regiões com diversificação de regime climático e hidrológico, para reduzir as incertezas. No cenário tendencial espera-se que na matriz energética tenda a aumentar as térmicas, mas no horizonte previsto d e verá possuir ainda grande predominância das Usinas Hidrelétricas (> 70%) devido ao potencial disponível. O mercado atacadista de energia que entrará em funcionamento nos próximos anos depende de forma significativa 15

18 Agua para el Siglo XXI: De la Visión a la Acción da previsão das condições climáticas de curto e médio prazo. Provavelmente haverá um importante desenvolvimento tecnológico neste setor em função do prêmio do conhecimento prévio dos condicionantes que norteiam os preços. Enchentes e secas: E n chentes: A elaboração recente dos Planos de Drenagem Urbana de algumas cidades brasileiras provavelmente permitirá mitigar os impactos das enchentes urbanas destas cidades dentro do cenário previsto. No entanto, apenas do horizonte de projeto representar cerca de 25 anos, acreditamos que haverá um ponderável fator de perdas, já que será necessário mudar a concepção de projeto e planejamento da grande maioria dos engenheiros que atuam em drenagem, o que representa toda uma geração de profissionais e principalmente a visão política equivocada de obras de controle enchentes. Esta ação requer um processo muito grande de educação de diferentes níveis que ainda não começou ou sequer está organizado. Portanto, apesar das perdas elevadas e a degradação somente existirão melhoras se houver uma forte mudança de atitude nos próximos anos. Caso contrário o cenário será o pior possível. Quanto aos sistema de alerta e prevenção das barra- gens brasileiras, espera-se que sejam desenvolvidos mecanismos legais e desenvolvidos programas preventivos para as bacias onde o impacto pode ser significativo. Com a maioria das barragens tenderá a ser privatizada, espera-se que as agências reguladoras identifiquem esta problemática e atuem regulando este aspecto. Nos Estados Unidos e França este aspecto foi regulamentado apenas depois de um grande desastre. Na Argentina a regulamentação ocorreu após a privatização. Secas: o processo de falta água durante as secas de gra n- des proporções tem ganho algum apoio na prevenção, na medida que as previsões de médio prazo meteorológica têm permitido conhecer o evento com antecedência de alguns meses. To r n a - se necessário, no entanto, que programas preve n t ivos sejam d e s e nvolvidos aproveitando estas informações nas áreas mais críticas. A medidas que o desenvolvimento e a solução das áreas críticas venham a ser atendidos o impacto das secas será minimizado. Considerando as secas de médio prazo que atuam sobre seqüência de anos como na década de 60 no Pantanal, no Uruguai parte da década de 80 no Nordeste, estes condicionantes dificilmente serão atendidos pela infra - e s t r u t u ra existente e p r ovavelmente continuarão a ser tratados sem prevenção. Tanto nas enchentes como nas secas é necessário a mudança de atitude através da implementação de programas preventivos de longo prazo. Atualmente estes eventos é uma forma de obtenção de recursos a fundo perdido. Conclusões e recomendações O desafio deste estudo é englobar e destacar as principais questões de Recursos Hídricos do Brasil. Dentro do tempo e das informações disponíveis os elementos aqui apresentados apresentam uma parcela da visão dos autores, dentro da estrutura planejada para o documento. No entanto, as fontes de informações e a descrição da realidade atual é proveniente de fontes que permitem caracterizar de forma razoável a realidade. Pode-se observar no estudo que os aspectos Institucionais são fundamentais para criar um ambiente adequado para o gerenciamento dos recursos hídricos. Diferentemente de países com longa tradição institucional, o B rasil que até a segunda metade da década de 90 tinha uma organização puramente setorial, tem avançado de forma signific a t iva em poucos anos, mesmo sem ter ainda atingido a base necessária que permita aplicar a descentralização, o gerenciamento por bacia, a participação pública, a cobrança pelo uso da água e outros preceitos modernos da sua de legislação de 97. Considerando que a base Institucional é a condição necessárias para o gerenciamento dos recursos hídricos, as condições suficientes para avançar nas metas sustentáveis passam pelo seguinte: Proteção de mananciais e tratamento de esgotos; Preservar e aumentar a disponibilidade hídrica nas áreas críticas; Adequado controle de enchentes das enchentes urbanas; Conservação do solo rural. Pa ra que o processo de planejamento das bacias sejam desenvolvidos de forma eficiente para o futuro é necessário a revisão do Plano Nacional de Recursos Hídricos, implementação dos comitês com as suas respectivas agências e o desenvolvimento de programas nacionais e regionais que atuem sobre os principais problemas emergent e s. 16

19 Informe Nacional sobre la Gestión del Agua en: Brasil 2. Introducao e Características Gerais do País 2.1 Introdução A avaliação e análise dos recursos hídricos do Brasil dentro do cenário atual e a tendência de seu desenvolvimento até 2025 dentro da World Water Vision faz parte de um esforço mundial baseado na iniciativa de várias entidades internacionais. Na América do Sul a iniciativa coube ao SAMTAC (South America Technical Advise Comitee) do GWP (Global Water Parternship) que contratou uma empresa para o desenvolvimento do documento básico da região baseado no documento de cada país preparado por consultores escolhidos pelo SAMTAC. Este documento faz parte deste conjunto de avaliações e trata dos Recursos Hídricos do Brasil. A avaliação e o prognóstico do desenvolvimento sustentável dos Recursos Hídricos de um país trata da integração dos componentes naturais dos sistemas com o sócio-econômico. Estes elementos foram analisados dentro dos cenários de desenvolvimento econômico e social buscando identificar a Visão esperada para o país. Neste capítulo são apresentados os dados gerais do país, buscando dar uma idéia básica de alguns elementos físicos e sócio-econômicos do país. No capítulo 3 são apresentados todos os aspectos de recursos hídricos, destacandose disponibilidade, demanda e aspectos institucionais. No capítulo 4 é destacada a área de água potável e saneamento pela relevância do setor na sustentatibilidade de países em d e s e nvolvimento como os da América do Sul. No capítulo 5 são analisados de foram global o desenvolvimento dos cenários de análise para a primeira metade do século. Enquanto que no capítulo 6 são apresentadas as conclusões e recom e n d a ç õ e s. Deve-se destacar que este documento não deve ser exaustivo, mas seletivo devido as suas características mais globais. Não se busca aqui propor nenhum plano, mas destacar tendência e recomendar ações globais. 2.2 Características gerais do país O Brasil é o maior país da América do Sul, ocupando quase metade de sua superfície. Limita ao norte com a Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa e oceano Atlântico; ao sul com o Uruguai; a oeste com Argentina, Paraguai, Bolívia e Peru e ao noroeste com a Colômbia, sendo seu litoral leste banhado pelo Atlântico. O país tem fronteiras comuns com todas as nações da América do Sul, a exceção do Chile e o Equador. A superfície total é de km 2, quinto maior país do mundo, depois da Rússia, China, Canadá e Estados Unidos. Suas maiores distâncias são, no sentido norte-sul, de km, e no sentido leste-oeste de km. A maior parte da população vive junto ao litoral, em grande metrópoles como São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Salvador. Brasília a capital fica situada no interior do Planalto Central, com população estimada de mil habitantes (1.705 mil para todo o Distrito Federal) em A localização de 92 % das terras do País entre os dois trópicos, aliada às relativas baixas altitudes do relevo, explica a predominância de climas quentes, com tempera t u ras médias anuais acima dos 20 o C. Ocorrem no País os seguintes os tipos de clima: equatorial, tropical, tropical de altitude, tropical atlân- 17

20 Agua para el Siglo XXI: De la Visión a la Acción tico, semi-árido e sub-tropical. Adota-se uma divisão em cinco regiões administra t ivas no País, levando-se em conta, basica- mente, características climáticas e fisiográficas. São as regiões: Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste (Fi g u ra 2.1). Figura 2.1 Divisão geográfica do Brasil e seus Estados O Norte, a maior região do País, conta com 3,87 milhões de km 2 (45,3% do território nacional) e abriga uma população de quase 13 milhões de habitantes (7,8% da população do País). A região compreende a maior parcela do trópico úmido brasileiro e a maior parte da Floresta Amazônica. É uma região muito rica em água, porém pouco ocupada e desenvolvida. São, ao total, 7 estados que compõem a Região: Acre, Amapá, Amazonas, Pa r á, Rondônia, Roraima e To c a n t i n s. O Nordeste, com 1,56 milhão de km 2 (18,2% do território nacional), inclui a maior parte da região Semi-Árida do Brasil. A população da região ultrapassa os 46 milhões de habitantes (28,7% da população do País). Os 9 estados que compõem a região são: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. As áreas úmidas se restringem à fronteira com a região Norte (Estado do Maranhão) e à faixa litorânea. O Semi-Árido é uma região com precipitações médias anuais muito irregulares, com médias que podem variar de 200 a 700 mm por ano. Essa região abriga a parcela mais pobre da população brasileira, com graves problemas sociais. A região Sudeste, que se estende, aproximadamente entre a latitude 14o Sul e o Trópico de Capricórnio (23o30 Sul), conta com 927 mil km2 (10,9% do território nacional), abrigando a maior parcela da população brasileira (68,4 milhões, o que corresponde a 42,2% da população brasileira). É a região mais industrializada e de maior produção agrícola no País, formada pelos estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. A região Sul, com 577 mil km 2 (6,8% do território nacional) tem clima subtropical, com invernos frios e secos e ve r õ e s quentes e úmidos. Os três Estados que compõem a região (Pa ra n á, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) abrigam uma população de quase 24 milhões de habitantes (14,6% da população bra s i l e i ra ). É a região de maior desenvolvimento social no Bra s i l. O Centro-Oeste é a região de expansão da fronteira agrícola no País. Com 1,61 milhão de km2 (18,9% do território nacional) e quase 11 milhões de habitantes (6,7% da população brasileira), a região se desenvolve entre as latitudes 8o e 24o Sul, tendo ao norte a região Amazônica, a leste as regiões Sudeste e Nordeste e a oeste, Bolívia e Paraguai. A região é formada pelos Estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e do Distrito Federal. A tabela 2.1, a seguir, apresenta Indicadores demográficos, sociais e econômicos do Brasil, de suas Regiões e dos Estados. 18

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