Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 21ª Junta de Recursos

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1 Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 21ª Junta de Recursos Número do Processo: / Unidade de Origem: AGÊNCIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL AMERICANA Benefício: 41/ Espécie: APOSENTADORIA POR IDADE Recorrente: SONIA FAGUNDES DOS SANTOS - Procurador Recorrente: CLEUSA JESUINA MARTINS PANARO Recorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS Assunto: INDEFERIMENTO Relator: Relatório CLEUSA JESUINA MARTINS PANARO, interpôs recurso contra a decisão do INSS, que INDEFERIU sua solicitação de APOSENTADORIA POR IDADE - URBANA, n , formulado em , na Agência da Previdência Social de Americana SP. O Recurso foi encaminhado à 21 a JRPS para análise e julgamento. Em análise ao contido nos autos, verifica-se constar que: Ao habilitar-se, a postulante contando na DER com 65 anos de idade, o fez na condição de DESEMPREGADA, fls.01. Apresentou Procuração legalmente constituída, nomeando como seu Procurador Dr. Felipe Lisboa Castro, fls.04; seguido de Identidade de Advogado, fls.05; seus documentos pessoais para sua identificação, fls.06; Certidão de Casamento, fls.07; comprovante de residência, fls.08; como também, documentos para comprovar o período de carência: - CTPS, fls Foram juntados dados da postulante junto ao CNIS Cadastro Nacional de Informações Sociais, constando dados cadastrais, Relações Previdenciárias e Remunerações do Trabalhador, fls Consta em fls.35-39, Pesquisa Interna Homologada. A APS de origem emitiu à postulante Carta de Exigência, solicitando apresentação de ficha ou livro de registro anterior e posterior, ficha financeira e declaração da empresa, confirmando o vínculo e informando onde encontra arquivado os documentos, fls.40; tendo sido a solicitação cumprida em , conforme exposto nos autos: - Declaração emitida pelo Sr. MARCOS PANARO, declarando que a postulante trabalhou na empresa no período de a , exercendo a função de encarregada de cozinha, fls Termo de Abertura, fls Registro de Empregado em nome da postulante, fls Registros de Empregados (posterior), fls.44, Termo de Encerramento, fls.46.

2 - Ficha Financeira, não estando devidamente assinadas, fls A entidade autárquica extratou seu tempo de serviço, totalizando até a DER 09 anos 09 meses e 14 dias, fls.54. O pedido da postulante foi INDEFERIDO, tendo o INSS se fundamentado na FALTA DE PERÍODO DE CARÊNCIA INÍCIO DE ATIVIDADE ANTES , SEM A PERDA DA QUALIDADE DO SEGURADO MAS NÃO ATINGIU A TABELA PROGRESSIVA, conforme Comunicação de Decisão, fls.58. Constando nos autos, registo de ciência da decisão denegatória datada de , conforme AR contida em fls.60. Inconformada com o ato denegatório, a postulante através de sua Procuradora legalmente constituída protocolou Recurso , conforme Recurso Ordinário evento N.1, sendo alegado nas razões recursais resumidamente que A recorrente cumpriu a exigência em tempo hábil. Não foram computadas as contribuições efetuadas nos períodos de outubro.2007 a julho.2014, período em que a segurada laborou como funcionária da empresa MARCOS PANARO BUFFET ME. REQUER a juntada de fichas financeiras devidamente assinadas pelo contador, bem como, que seja reanalisado o pedido e ao final, concedida a aposentadoria requerida desde a data da DER. contador. Na fase recursal, a recorrente apensou aos autos, fichas financeiras devidamente assinadas pelo O INSS apresentou suas Contrarrazões, expondo que consta análise do servidor da habilitação dizendo o vínculo empregatício extemporâneo no CNIS da requerente com MARCOS PANARO BUFFET ME, não foi confirmado, tendo em vista que a documentação apresentada não foi suficiente para comprovar a real prestação de serviço na empresa do marido ; não apresentando na fase recursal novos elementos aptos a reformar a decisão anterior. É o Relatório. Solicito Inclusão em Pauta. Inclusão em Pauta Incluído em Pauta no dia 27/08/2015 para sessão nº 0335/2015, de 08/09/2015. Voto EMENTA: APOSENTADORIA POR IDADE. BENEFÍCIO URBANO. SEGURADA DESEMPREGADA. PEDIDO INDEFERIDO. FALTA DE PERÍODO DE CARÊNCIA INÍCIO DE ATIVIDADE ANTES , SEM A PERDA DA QUALIDADE DO SEGURADO MAS NÃO ATINGIU A TABELA PROGRESSIVA. RECURSO ORDINÁRIO. VÍNCULO EXTEMPORÂNEO NO CNIS, CONTIDO NA CTPS, COMPUTADO POR ESTE COLEGIADO. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL: ART. 26 E ART. 51 DO DECRETO 3.048/99. ENUNCIADO N.75 JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS (TNU). RECURSO PROVIDO. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO Preliminarmente, analisaremos a tempestividade do Recurso: Consta nos autos registro de ciência do ato denegatório datada de , tendo a postulante protocolado Recurso em , não havendo portanto, parâmetros para considerarmos o Recurso Tempestivo ou Intempestivo, sendo este tido como, interposto dentro do prazo legal de 30 dias, conforme o disposto no Art.305 do Decreto 3.048/99. Portanto, o RECURSO É CONSIDERADO TEMPESTIVO.

3 O recurso foi instruído conforme os requisitos previstos na legislação pertinente em vigor. Passaremos ao mérito: Tratam-se os autos de pedido de benefício de APOSENTADORIA POR IDADE impetrado pela Sra. CLEUSA JESUINA MARTINS PANARO, aos 65 anos de idade, na condição de desempregada, Indeferido pela FALTA DE PERÍODO DE CARÊNCIA INÍCIO DE ATIVIDADE ANTES , SEM A PERDA DA QUALIDADE DO SEGURADO MAS NÃO ATINGIU A TABELA PROGRESSIVA. Conforme o disposto no Art.51 do Decreto 3.048/99: Art.51.A aposentadoria por idade, uma vez cumprida a carência exigida, será devida ao segurado que completar sessenta e cinco anos de idade, se homem, ou sessenta, se mulher, reduzidos esses limites para sessenta e cinqüenta e cinco anos de idade para os trabalhadores rurais, respectivamente homens e mulheres, referidos na alínea "a" do inciso I, na alínea "j" do inciso V e nos incisos VI e VII do caput do art. 9º, bem como para os segurados garimpeiros que trabalhem, comprovadamente, em regime de economia familiar, conforme definido no 5º do art. 9º. A APOSENTADORIA POR IDADE é benefício concedido ao segurado (a) que tenha cumprido a carência exigida pela Lei e o advento de complementação da idade mínima. Assim define a questão o 2 do Artigo 48 da Lei 8.213/91 Portanto, em análise ao contido nos autos, verifica-se que: A controvérsia no presente caso, gira torno da falta de período de carência, tendo em vista que o período de outubro.2007 a julho.2014 não foi computado pela entidade autárquica, que fundamentou-se no fato de que o vínculo é extemporâneo no CNIS da requerente, tendo como empregador, Sr. MARCOS PANARO BUFFET ME, esposo da mesma, não tendo sido o vínculo confirmado pela não apresentação de documentação suficiente para comprovar a real prestação de serviço na referida empresa, conforme salienta o INSS. Em conformidade com o Art.26 do Decreto 3.048/99: Art. 26. Período de carência é o tempo correspondente ao número mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas a partir do transcurso do primeiro dia dos meses de suas competências. Este Colegiado, em análise ao contido nos autos, observa que: - o vínculo apesar de constar no CNIS extemporâneo, este consta na CTPS, devidamente registrado. - em atendimento ao solicitado em carta de exigência emitida pela APS de origem, a postulante apresentou Declaração emitida pelo empregador, Termo de Abertura, Registros de Empregados e Termo de Encerramento.

4 - na fase recursal, apresentou Fichas Financeiras devidamente assinadas pelo contador. Esta Relatoria ressalta que, a Carteira de Trabalho e Previdência Social é documento hábil a comprovar os períodos de trabalho e que as contribuições previdenciárias do empregado são de responsabilidade do empregador, e que, as anotações em CTPS presumem-se de verdadeiras, cabendo ao INSS o ônus de provar qualquer fraude. Disserto que, no dia 12 de junho de 2013, a Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais (TNU) aprovou o Enunciado nº 75 de sua Súmula, com o seguinte teor: A Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) em relação à qual não se aponta defeito formal que lhe comprometa a fidedignidade goza de presunção relativa de veracidade, formando prova suficiente de tempo de serviço para fins previdenciários, ainda que a anotação de vínculo de emprego não conste no Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS). Quanto a extemporaneidade do vínculo no CNIS, estabelece o 2º do art. 19 do Regulamento da Previdência Social (RPS), aprovado pelo Decreto nº 3.048/99, que informações inseridas extemporaneamente no CNIS, independentemente de serem inéditas ou retificadoras de dados anteriormente informados, somente serão aceitas se corroboradas por documentos que comprovem a sua regularidade. Pois bem, a postulante buscando comprovar a real prestação de serviço na empresa já citada, apresentou além da CTPS, Declaração emitida pelo empregador, Termo de Abertura, Registros de Empregados e Termo de Encerramento e Fichas Financeiras devidamente devidamente assinadas. Portanto, esta Relatoria, considerando que o tempo de serviço já apurado pela entidade autárquica foi de 09 anos 09 meses e 14 dias, que somados ao período considerado por este Colegiado, conforme elementos materiais contidos nos autos de outubro.2007 a julho.2014, resta indubitavelmente comprovado o período de carência suficiente a concessão do benefício, atingindo 180 contribuições. Portanto, concluímos pela modificação da decisão do INSS. CONCLUSÃO Diante do acima exposto, VOTO no sentido de, CONHECER DO RECURSO, e no mérito, LHE DAR PROVIMENTO. Relator(a) Declaração de Voto Conselheiro(a) concorda com voto do relator(a). MARIA JURINEIDE DA SILVA FARIAS Conselheiro(a) Suplente Representante do Governo Declaração de Voto Conselheiro(a) concorda com voto do relator(a). NADJA NUBIA MARQUES SERRANO Conselheiro(a) Suplente Representante dos Trabalhadores

5 Declaração de Voto Presidente concorda com voto do relator(a). EVERALDO DE AZEVEDO CHAVES JUNIOR Presidente Decisório Nº Acórdão: 6889 / 2015 Vistos e relatados os presentes autos, em sessão realizada hoje, ACORDAM os membros da 21ª Junta de Recursos do CRPS, em CONHECER DO RECURSO E DAR-LHE PROVIMENTO, POR UNANIMIDADE, de acordo com o voto do(a) Relator(a) e sua fundamentação. Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros MARIA JURINEIDE DA SILVA FARIAS e NADJA NUBIA MARQUES SERRANO. Relator(a) EVERALDO DE AZEVEDO CHAVES JUNIOR Presidente