A importância da educação permanente como competência e habilidade para os profissionais de saúde
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- Oswaldo Amarante Bonilha
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1 A importância da educação permanente como competência e habilidade para os profissionais de saúde Pontifícia Universidade Católica de Campinas Pró-Reitoria de pesquisa e Pós-Graduação Marina Peduzzi (EEUSP)
2 Sistema Único de Saúde SUS Lei Orgânica da Saúde n o 8080/90 e n o 8142/90 previsto na Constituição de 1988 SUS está fundamentado: direito universal à saúde e conceito ampliado de saúde
3 Sistema Único de Saúde SUS Conceito ampliado de saúde (Constituição, art. 196, 1988) A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantida mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação
4 O sistema de saúde brasileiro reúne: A universalização do direito à saúde dinamiza práticas de expansão de cobertura e modelos de atenção integral Expressivo mercado de serviços e empresas de planos de saúde privados também incorpora novos processos gerenciais e tecnológicos Tensão entre universalização e segmentação, com acomodação de interesses opostos
5 Sistema de Saúde Público e Privado (Bahia, 2005 p. 436 ) Quadro 1 Dimensionamento da demanda, da oferta e dos gastos com saúde segundo tipo de cobertura (2004) Capitulo Ligia Bahia, no livro Lima et al, 2005, p. 436
6 Consenso sobre as limitações das práticas de formação e de capacitação dos profissionais para a implementação da política pública do SUS Saúde como direito Concepção ampliada de saúde Atenção integral Acesso universal e gratuito Buscam-se estratégias que favoreçam a transformação das práticas de saúde
7 Três aspectos relevantes para as políticas de formação e desenvolvimento de profissionais de saúde considerar os múltiplos atores sociais envolvidos o que requer coordenação e integração de políticas setoriais considerar o conjunto das profissões da saúde com suas variadas culturas e não cada profissão em separado trabalho em saúde multiprofissional e interdisciplinar o livre mercado não tem possibilitado uma distribuição eqüitativa e apropriada da FTS, portanto seu planejamento deve ser atividade do setor público
8 A política de formação e desenvolvimento dos profissionais de saúde deve tomar em consideração dois sistemas fundamentais: o sistema educacional a formação inicial e o preparação para o trabalho; o sistema de atenção à saúde rede de atenção à saúde, o mercado de trabalho, gestão do trabalho
9 Educação Permanente em Saúde OPS/OMS, anos 80 reorientar os processo de capacitação de trabalhadores inseridos nos serviços de saúde tomando como eixo central da aprendizagem o trabalho cotidiano nos serviços Pautada na concepção pedagógica transformadora e emancipatório de Paulo Freire aprendizagem significativa e problematização busca a transformação das práticas de saúde Reconhece o caráter educativo do próprio trabalho, concebido não apenas no seu sentido instrumental, mas também como espaço de problematização, diálogo e construção de consensos para melhoria da qualidade da atenção à saúde (Paim, 2002; Ceccim, Feuerwerker, 2004, Ceccim, 2005)
10 Enfermagem Fisioterapia Fonoaudiologia Medicina Nutrição INTERVENÇÕES sobre determinado objeto ou necessidade ou seja, são PRÁTICAS SOCIAIS outras...
11 PRÁTICA SOCIAL e TRABALHO EM SAÚDE prática técnica e social (Donnangelo, Pereira, 1976) articulação das práticas de saúde às demais prática sociais valorização do exame da esfera técnica e tecnológica das práticas em saúde valorização da presença expressiva de seus agentes, como sujeitos formuladores da ciência e da própria prática (Schraiber, 1997)
12 PRÁTICA SOCIAL TRABALHO Processo de Trabalho Necessidades Sociais Objeto Produto Finalidade Instrumentos (Saber)
13 Política de EPS equidade universalidade integralidade eficiência eficácia Atenção à saúde Gestão Educação Controle social EDUCAÇÃO TRABALHO
14 Educação Permanente em Saúde Instituída pelo Ministério da Saúde (Portaria n. 198/04) como política pública para a formação e desenvolvimento de trabalhadores para o setor saúde. Reafirmada com a Portaria 1.996/07 que define novas diretrizes e estratégias adequadas ao Pacto pela saúde (Portaria n. 399/06 dispõe sobre a consolidação do SUS com três componentes: Pacto pela vida, em defesa do SUS e de Gestão)
15 Política de Educação Permanente em Saúde (Portaria 1.996/07) Colegiado de Gestão Regional e Comissões de Integração Ensino-Serviço (CIES) instâncias previstas no Pacto pela Saúde em substituição aos Pólos EP Cabe ao Colegiado definir o Plano Regional de Educação Permanente em Saúde para uma dada região O Plano será submetido para aprovação da Comissão Intergestora Bipartite (CIB Estado e Município) Estratégia de qualificação dos trabalhadores de saúde, da atenção à saúde, da gestão, e de fortalecimento do controle social
16 Distinção entre as concepções de educação continuada e educação permanente Categorias Pressuposto Pedagógico Educação Continuada Valorização da ciência como fonte de conhecimento As práticas são definidas pelo saber técnicocientífico Valorização do saber técnico cientifico Educação Permanente Valorização do trabalho como fonte de conhecimento (aprendizagem significativa) As práticas são definidas por múltiplos fatores: organização do trabalho, conhecimento técnico cientifico, saberes, relações de poder Valorização do saber prático e da práxis (Brasil, 2004; Ceccim, 2008)
17 Distinção entre as concepções de educação continuada e educação permanente Categorias Educação Continuada Educação Permanente Concepção pedagógica Atividade Educativa Finalidade Tradicional Educação como transmissão do conhecimento e saber Pontual, fragmentada e construída de forma não articulada à gestão e ao controle social Transformação da organização na qual está inserido o profissional através da atualização de conhecimentos Transformadora e emancipatória Educação como transformação e aprendizagem significativa Atividade educativa articulada com a atenção à saúde, a gestão e o controle social. Transformação das práticas (Brasil, 2004; Ceccim, 2008)
18 Distinção entre as concepções de educação continuada e educação permanente Categorias Público Alvo ou Público participante Estratégias de ensino Educação Continuada Enfoque nas categorias profissionais separadamente Enfoque no conhecimento técnico cientifico de cada área Construídas a partir do diagnóstico de necessidade individuais, que resultam geralmente em cursos e treinamentos Educação Permanente Enfoque no trabalho em equipe multiprofissional Enfoque interdisciplinar e transdisciplinar Contextualizadas promovem o diálogo entre as políticas gerais e singularidade dos lugares e pessoas, com caráter participativo (Brasil, 2004; Ceccim, 2008)
19 Distinção entre as concepções de educação continuada e educação permanente Categorias De quem partiu a demanda Local de realização da atividade educativa Educação Continuada De necessidades individuais de atualização e de orientações do nível central Externo ao serviço Educação Permanente Da problematização do processo de trabalho Interno ao serviço (Brasil, 2004; Ceccim, 2008)
20 Educação Permanente em saúde Estratégia político-pedagógica que favorece a mudança / tranformação de conceitos e práticas Construção de processos eficazes de desenvolvimento dos trabalhadores de saúde a partir da realidade dos trabalhadores, concepções e relações de trabalho Treinamentos não tem efetividade porque são prescrições de práticas e o trabalho em saúde não é prescrito pois: intersubjetividade, complexidade, multiprofissionalidade e interdisciplinaridade (criado e re-criado em cada encontro com o usuário) Comprometimento com os interesses e necessidades de saúde dos usuários / população do território
21 Bibliografia Mehry EE, Feuerwerker LCM, Ceccim RB. Educación permanente en salud: una estrategia para intervenir en la micropolítica del trabajo. Salud Colectiva 2006; 2(2): Brasil. Ministério da Saúde. Portaria n.198/gm, de 13 de fevereiro de Institui a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde como estratégia do Sistema Único de Saúde para a formação e o desenvolvimento de trabalhadores para o setor e dá outras providências. Brasília, Brasil. Ministério da Saúde. Ato Portaria n /GM, de 20 de agosto de Dispõe sobre as diretrizes para a implementação da política nacional de educação permanente em saúde e dá outras providências. Brasília, Brasil. Ministério da Saúde. Política de educação e desenvolvimento para o SUS, caminhos para a educação permanente em saúde. Brasília, DF: Ministério da Saúde, Bahia L. o SUS e os desafios da universalização do direito à saúde: tensões e padrões de convivência entre o público e o privado no sistema de saúde brasileiro. In: Lima NT, Gerschman S, Edler FC, Suárez JM (organizadores) Saúde e democracia: história e perspectivas do SUS. Rio de Janiro: editora Fiocruz, p Merhy EE, Feuerwerkerue LCM, Ceccim RB. Educación permanente em salud: uma estrategia para intervir em la micropoli tica del trabajo em salud. Salud Colectiva, Buenos Aires 2006; 2(2): Ceccim RB, Feuerwerker LCM. O quadrilátero da formação para a área da saúde: ensino, gestão, atenção e controle social. Physis, v.14, n.1, p.41-65, Ceccim RB. Educação permanente em saúde: desafio ambicioso e necessário. Interface comunicação, saúde, educação, v.9, n.16, p , Schraiber LB. Medicina tecnológica e prática profissional contemporânea: novos desafios, outros dilemas [tese livre-docência]. São Paulo: Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo; Paim JS. Saúde: política e reforma sanitária. Salvador: Instituto de Saúde Coletiva/Centro de Estudo e Projeto em Saúde; Donnangelo MCF, Pereira L. Saúde e sociedade. São Paulo: Duas Cidades; 1976.
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