Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro 23ª CÂMARA CÍVEL

Transcrição

1 AGRAVO DE INSTRUMENTO n º AGRAVANTE: RONALDO LIMA BUARQUE DE NAZARETH AGRAVADA: APPAI ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE DOS PROFESSORES PÚBLICOS ATIVOS E INATIVOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO RELATOR: DES. MARCELO CASTRO ANÁTOCLES DA SILVA FERREIRA AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZATÓRIA. REQUERIMENTO DE CONCESSÃO DE TUTELA ANTECIPADA PARA QUE A AGRAVADA ASSEGURASSE A COBERTURA DAS DESPESAS DO SERVIÇO DE HOME CARE. CONCESSÃO DA TUTELA REQUERIDA, PELO JUÍZO A QUO, QUE DEVERÁ SER CUMPRIDA PELA OPERADORA DO PLANO DE SAÚDE, MANTENDO A ASSOCIAÇÃO AGRAVADA NO POLO PASSIVO. PERDA DO OBJETO. NEGADO SEGUIMENTO AO RECURSO, NA FORMA DO ARTIGO 557, CAPUT, DO CPC. 1

2 DECISÃO Trata-se de agravo de instrumento interposto por RONALDO LIMA BUARQUE DE NAZARETH contra decisão proferida em ação de obrigação de fazer c/c indenizatória, em curso na 30ª Vara Cível da Capital, ajuizada em face da APPAI ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE DOS PROFESSORES PÚBLICOS ATIVOS E INATIVOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Inicialmente, foi concedida a antecipação da tutela requerida pelo agravante, nos seguintes termos: (...) Por tais razões, defiro o pedido de tutela antecipada para determinar que a ré assegure a cobertura das despesas advindas do serviço de home care à parte autora, de forma a suprir as necessidades descritas às fls. 21, no prazo máximo de 48 horas, sob pena de multa diária no valor de R$ 500,00. Após recolhidas a diferença das despesas processuais, expeça-se mandado de intimação com urgência para o cumprimento da presente decisão. Após a agravada alegar sua ilegitimidade passiva, foi proferida a decisão agravada, in verbis: 1.Diante do alegado reconsidero, por ora, a decisão que deferiu o pedido de tutela antecipada formulado. 2. Diga a parte autora, esclarecendo ainda quanto ao seu interesse no prosseguimento do feito em face da APPAI. 3. Após, voltem. 2

3 O agravante requer a reforma da decisão para que seja concedida a liminar para que a Agravada autorize e arque com todos os custos do serviço de HOME CARE, 24 horas por dia, fornecendo todos os serviços, materiais, equipamentos, profissionais e medicamentos solicitados pelo médico, em especial os indicados no laudo médico, anexado à inicial, no prazo de 24 horas, sob pena de multa diária de R$1.000,00 (mil reais) e de ter que devolver, em triplo, os valores que vierem a ser despendidos pelo Agravante. Sustenta que celebrou contrato de assistência à saúde com a Agravada, não tendo qualquer relação contratual com a INTERMÉDICA, devendo a agravada fornecer todos os serviços de assistência à saúde de seus associados, independente se será fornecido por terceiros ou não. Contrarrazões da agravada (e-doc 0014), onde requer a manutenção da decisão pelos seus próprios fundamentos, sustentando que não possui legitimidade para figurar no polo passivo da presente ação, uma vez que o agravante optou por contratar um plano de saúde coletivo com a operadora Intermédica, funcionando a agravada apenas como intermediária. Em pesquisa ao sítio eletrônico deste Tribunal de Justiça, verificou-se que foi proferida a seguinte decisão, em 20/02/2014: 1.Recebo a emenda de fls. 121 e determino a inclusão no polo passivo da empresa operadora do plano de saúde, para a qual deverá ser expedido o mandado de intimação para o cumprimento da tutela antecipada deferida por este juízo às fls. 48/50 e citação. 2. Providencie, o cartório, as devidas anotações junto a distribuição. 3. Mantenho, a primeira ré, por ora no polo passivo, diante do que consta de fls. 115 e segs, a qual 3

4 deverá apresentar contestação a partir da publicação da presente decisão. O recurso foi instruído com os documentos digitalizados no anexo, atendendo ao disposto nos artigos 524 e 525 do Código de Processo Civil. É o relatório. Decido. O recurso é tempestivo, estando presentes os demais requisitos de admissibilidade. Cabe frisar que a relação jurídica se enquadra no conceito de relação de consumo regulada pela Lei nº 8078/90, norma de ordem pública, cogente e de interesse social. O caso concreto discutido aqui já foi amplamente debatido nas Câmaras Cíveis e nos Tribunais Superiores, razão pela qual, nos termos do artigo 557 do Código de Processo Civil, permite seja decidido monocraticamente. o objeto. Entendo que o presente agravo de instrumento perdeu In casu, o agravante requer a reforma da decisão para concessão da tutela antecipada para o custeio do seu tratamento na modalidade home care. Considerando a decisão proferida em 20/02/2014, onde foi concedida a tutela antecipada requerida pelo agravante, que deverá ser cumprida pela operadora do plano de saúde, tendo sido mantida a ora agravada no polo passivo, a questão meritória do presente agravo de instrumento restou completamente esvaziada. 4

5 Pelo exposto, considerando que o presente agravo de instrumento perdeu o objeto, restando prejudicado o seu julgamento, NEGO SEGUIMENTO ao recurso, de acordo com o disposto no artigo 557, caput, do Código de Processo Civil. Comunique-se. Intimem-se. Rio de Janeiro, 17 de abril de DES. MARCELO CASTRO ANÁTOCLES DA S.FERREIRA Relator 5