ENTREVISTAS COM OS SECRETÁRIOS DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE BIOMA AMAZÔNIA amazônia-ibam.org.br
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- Bernadete Cabreira Marques
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1 ENTREVISTAS COM OS SECRETÁRIOS DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE BIOMA AMAZÔNIA amazônia-ibam.org.br
2 Política ambiental do Amazonas é pautada na manutenção da cobertura florestal e no combate ao desmatamento O bioma Amazônia ocupa cerca de 40% do território nacional. Nele estão localizados nove Estados brasileiros, entre eles, o Amazonas, cuja Secretária de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS), Kamila Botelho do Amaral, tem atuado em prol da preservação ambiental, buscando um ambiente mais favorável à aplicação de investimentos no Estado, à geração de renda e a oportunidades de inclusão social para as comunidades. Na entrevista concedida ao portal do Programa de Qualificação da Gestão Ambiental Municípios Bioma Amazônia, a Secretária divulgou de forma objetiva as ações mais relevantes da pasta no Estado. 1. Quais as ações da SDS nesses últimos quatro anos a favor da preservação ambiental? Segundo Kamila Botelho, a política ambiental do Amazonas foi pautada, nos últimos 10 anos, na manutenção da cobertura florestal e no combate ao desmatamento. Com base na análise dos dados de desmatamento e seus indutores, foi possível traçar uma estratégia no último ano: valorização do licenciamento ambiental para supressão e manejo florestal e incentivo à sua realização; análise de unidades de conservação com maiores prioridades e foco em seus projetos de geração de renda e regularização fundiária; e o acesso das famílias a programas sociais, especialmente ao programa Água para Todos, implementado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS), com a meta de atender a mais de 20 mil famílias. Lançamos o primeiro plano municipal de controle ao desmatamento, sendo Apuí, no Sul do Amazonas, o Município com maior índice de desmatamento nos últimos anos. Com este trabalho, já registramos o menor índice desde que o monitoramento iniciou, na década de Nossa principal ação para diminuir o desmatamento ilegal está focada na parceria com os produtores locais, garantindo o apoio de quem age diariamente no campo. 2. Em relação ao problema do desmatamento, que agentes ou causas identifica como críticos para os próximos anos? Quais as estratégias adotadas pela SDS para redução e controle do desmatamento e combate a outros crimes ambientais? Ainda em relação ao problema do desmatamento, consideramos uma grande ameaça o fato de o Amazonas ser o último estoque nacional, fazendo com que as fronteiras com
3 os Estados vizinhos fiquem cada vez mais sob pressão. A saída de madeira ilegal e a constante pressão do setor produtivo para a substituição do uso do solo para agropecuária são nossas maiores preocupações. Para combater o primeiro fator temos agido com constante fiscalização e incentivo ao manejo florestal. Já em relação ao segundo, estamos incentivando o uso de áreas já abertas, evitando assim a ameaça constante à floresta com mata primária, que possui uma riqueza inesgotável de flora e fauna. 3. Comente as medidas implementadas pela SDS para o aperfeiçoamento do processo de descentralização da gestão ambiental e para conferir mais autonomia aos Municípios. Quais são hoje as principais limitações ou fragilidades dos órgãos ambientais municipais? É importante frisar que o licenciamento e a fiscalização no Estado são de competência do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM), que já conseguiu passar para quatro dos 62 Municípios essas atividades consideradas de grande importância para a gestão ambiental. Mas para que essa agenda avance, é preciso que os Municípios apresentem condições mínimas de infraestrutura, capacidade técnica e garantias de execução, especialmente do licenciamento, uma das principais ferramentas para a sustentabilidade. Os Municípios hoje, em sua maioria, possuem apenas uma secretaria municipal e sem equipe técnica mínima para execução dessas ações. Nosso papel tem sido estratégico para incentivar e apoiar as Prefeituras para se estruturarem. 4. Com a vigência do novo Código Florestal, quais as medidas já adotadas pelo Estado para implementação do Cadastro Ambiental Rural CAR e a regularização das propriedades rurais? Qual a maior contribuição do CAR para o ordenamento e desenvolvimento do território do Estado? O Estado adotou algumas medidas visando à implementação do Cadastro Ambiental Rural CAR e à regularização das propriedades rurais. O Amazonas tem pautado o CAR como uma ferramenta prioritária para a gestão territorial, já que permite conhecer detalhadamente o uso do solo em todo o Estado. Fizemos com o governo federal uma série de ações até assinarmos uma Cooperação para o uso do SISCAR, que é a ferramenta integradora do sistema estadual e federal, demonstrando o alinhamento de nossas políticas ambientais. Além disso, realizamos parcerias com o setor produtivo, que tem sido estratégico para a adesão dos posseiros e proprietários. Paralelo a esta agenda ambiental, temos trabalhado para o avanço da regularização fundiária realizando parcerias com os órgãos fundiários federais e estadual para que o CAR seja realizado junto com a emissão dos documentos de terra. Atualmente, temos mais de três mil cadastros, especialmente no sul do Amazonas.
4 2014 SEMA-MA investe na estrutura interna e na fiscalização para garantir a preservação ambiental A Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Naturais do Maranhão (SEMA-MA) investiu em sua própria estruturação, a fim de garantir a preservação ambiental de forma ainda mais ampla. Para isso, o órgão criou novas instâncias de atuação e agora conta com as superintendências de Economia Verde, Resíduos Sólidos, Fiscalização e Biodiversidade e Áreas Protegidas. De acordo com a Secretária Estadual de Meio Ambiente, Genilde Campagnaro, além de fiscalizar o desmatamento, o conjunto de ações citados na entrevista serve para facilitar e garantir a segurança dos empreendedores. Na entrevista concedida ao portal do Programa de Qualificação da Gestão Ambiental - Municípios Bioma Amazônia (PQGA), a Secretária divulga de forma precisa os projetos que estão sendo desenvolvidos pela SEMA-MA. 5. Quais as ações da SEMA-MA nesses últimos quatro anos a Secretária destaca como legado dessa gestão em prol da preservação ambiental? O que dessa atuação resultou em um ambiente mais favorável à aplicação de investimentos no Estado, a geração de renda e à oportunidades de inclusão social para as comunidades? Além do investimento na estrutura interna, a Secretaria também intensificou a fiscalização no Bioma Amazônia para evitar a exploração desenfreada e irregular de madeira e o avanço na degradação das Unidades de Conservação estaduais, principalmente, o Parque Estadual do Mirador. No total de ações para controlar atividades prejudiciais ao meio ambiente estão ainda: - produção dos Planos Estaduais de Combate e Controle ao Desmatamento e de Resíduos Sólidos; mapeamento de todos os lixões localizados nos 217 Municípios do Estado do Maranhão, como ação afirmativa da Política Estadual de Resíduos Sólidos; criação do aplicativo Olhos Sobre o Maranhão (OSM), ferramenta que tem por objetivo popularizar os meios de denúncias de crimes ambientais no Estado;
5 - fortalecimento da Política Estadual de Recursos Hídricos, sobretudo, com a aprovação do Decreto nº 27845/2011 que regulamenta a gestão de águas superficiais e do Decreto nº 28008/2012 que regulamenta a gestão de águas subterrâneas; - implementação do Sistema de Licenciamento Ambiental (SIGLA), que possibilita o trâmite de processos on-line, proporcionando mais agilidade e a possibilidade das notificações, bem como o acompanhamento dos processos pela internet, poupando tempo dos empreendedores e recursos do órgão ambiental. Todas estas ações trazem segurança ao empreendedor, pelo fato dele saber que poderá investir em um estado que possui todo seu marco legal balizado e onde os processos de licenciamento transcorrerão de forma transparente, com maior agilidade e acompanhamento on-line. 6. Em relação ao problema do desmatamento, que agentes ou causas são críticos para os próximos anos? Quais as estratégias adotadas pela SEMA para redução e controle do desmatamento e combate a outros crimes ambientais? O avanço das áreas de plantio e pasto estão entre os agentes que mais contribuem para a degradação florestal. Para combatê-los, foram criados dois mecanismos governamentais o Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) e o Cadastro Ambiental Rural (CAR), que serão excelentes ferramentas para que haja ordenação e controle das atividades causadoras de desmatamentos. O primeiro possibilitará o direcionamento e a setorização destas atividades. Já o segundo ampliará o conhecimento sobre cada empreendedor, sendo possível monitorar a sua atividade por meio de imagens de satélite, o que assegura maior eficiência à fiscalização. 7. Com a vigência do novo Código Florestal, quais as medidas já adotadas pelo Estado para implementação do Cadastro Ambiental Rural CAR e a regularização das propriedades rurais? Qual a maior contribuição do CAR para o ordenamento e desenvolvimento do território do Estado? O Cadastro Ambiental Rural é o ponto de partida para uma questão mais ampla que é o planejamento territorial estratégico composto pelo planejamento da paisagem, referente à redução dos passivos ambientais e regularidade ambiental, e planejamento da produção agrícola do Estado em conjunto com o ZEE. Além desses mecanismos, a SEMA capacita seus servidores, constantemente, e promove ações em parceria com diversas instituições, entre elas IBAMA, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Batalhão de Polícia Ambiental, Corpo de Bombeiros, Ministério Público, Delegacia de Meio Ambiente, entre outros, para que os
6 responsáveis por crimes ambientais sejam identificados, punidos e os danos causados à natureza sejam reparados. 8. Comente as medidas implementadas pela SEMA para o aperfeiçoamento do processo de descentralização da gestão ambiental e para conferir mais autonomia aos municípios? O Projeto Maranhão Sustentável é uma parceria com o Fundo Amazônia, que é gerida pelo BNDES. Seu objetivo é apoiar a gestão ambiental no estado do Maranhão mediante aprimoramento da infraestrutura, qualificação do quadro funcional da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais do Maranhão, implantação do Cadastro Ambiental Rural e a elaboração de Planos de Recomposição de Áreas Degradadas e Alteradas, especialmente, nas áreas localizadas no Bioma Amazônia. A lista de ações do Projeto é bastante abrangente: - capacitação de técnicos para atuarem nos 73 Municípios do projeto e auxiliarem no CAR; - mobilizações, sensibilizações e cadastramento dos produtores rurais da agricultura familiar; - montagem de balcões fixos de atendimento para realização do CAR em cada Município (sessão de equipamentos de informática e mobília); - montagem de furgões que servirão de balcões de atendimento itinerantes para realização do CAR; - promoção do estabelecimento de pactos municipais pelo combate ao desmatamento e queimadas; - disponibilização de uma Central de Atendimento por telefone e internet para sanar todas as dúvidas dos proprietários e posseiros rurais.
7 Nova estrutura administrativa da SEMA-MT aprimora a gestão ambiental e o atendimento aos cidadãos Nos últimos quatro anos ( ), no que se refere às unidades de conservação, o governo do Estado do Mato Grosso realizou diversas ações que, de forma direta ou indireta, deixaram um legado em prol da preservação ambiental, contribuindo para a conservação de amostras significativas dos principais biomas do Estado: a elaboração do Plano de Manejo para o Parque Estadual Massairo Okamura; a elaboração do Plano de Manejo para o Parque Estadual Mãe Bonifácia, ainda em fase de conclusão; a elaboração do Plano de Manejo para o Parque Estadual Zé Bolo Flô; a elaboração do Plano de Manejo para o Parque Estadual Águas Quentes, também em fase de conclusão; a elaboração do Plano de Manejo para o Parque Estadual Dom Osório Stoffel, ainda em fase de conclusão; e a elaboração do Plano de Manejo Espeleológico para Gruta da Lagoa Azul, localizada no Parque Estadual Gruta da Lagoa Azul. Em relação ao conhecimento da biodiversidade de Mato Grosso, há também uma série de ações em andamento. Entre elas, o levantamento da biodiversidade das espécies da flora arbórea, a regulamentação da limpeza de campo no Pantanal e os Sistemas Agroflorestais SAFs. Essas e outras questões foram esclarecidas pelo Secretário de Meio Ambiente do Estado do Mato Grosso, José Esteves de Lacerda Filho, em entrevista exclusiva para o portal do Programa de Qualificação da Gestão Ambiental Municípios Bioma Amazônia(PQGA). 1. Quais as ações da SEMA nesses quatro últimos anos o Sr. Secretário destaca como legado dessa gestão em prol da preservação ambiental? O que dessa atuação resultou em um ambiente mais favorável à aplicação de investimentos no Estado, à geração de renda e as oportunidades de inclusão social para as comunidades? Nos últimos quatro anos ( ), no que se refere às Unidades de Conservação, o Governo estadual contribuiu para a conservação de amostras significativas dos principais biomas do Estado. Elaborou o Plano de Manejo de seis parques estaduais. O Governo do Estado de Mato Grosso, por intermédio da SEMA-MT, juntamente com o IBAMA celebraram um Acordo de Cooperação Técnica (nº 21/2013) para a gestão
8 compartilhada dos recursos faunísticos. A SEMA-MT já opera o Sistema Informatizado de Gestão da Criação de Passeriformes (SISPASS), disponibilizado pelo Ibama. É o início de um processo em que o Estado passará a atuar de forma mais participativa na gestão dos recursos faunísticos, em um ambiente extremamente rico. Foi implantado o Conselho Estadual da Pesca - Cepesca, órgão deliberativo, com composição paritária, responsável pelo assessoramento do Poder Executivo na formulação da política estadual de pesca e previsto pela Lei nº de 16 de janeiro de Com relação ao conhecimento da biodiversidade do Mato Grosso, quais projetos estão em andamento? Estão em andamento diversas ações, entre as quais cito: - Levantamento da biodiversidade das espécies da flora arbórea do Estado de Mato Grosso. Esse projeto está em fase final e visa subsidiar as análises do Projeto de Recuperação de Área Degradada (PRADE). O objetivo é realizar o levantamento de dados secundários (herbários, Planos de Manejo, Relatórios de Impacto Ambiental e Publicações) sobre a ocorrência de espécies da flora no Estado de Mato Grosso para compor o banco de dados sobre biodiversidade para o estado. Contêm dados sobre a Taxonomia das espécies, coordenadas geográficas e fitofisionomia. - Regulamentação da limpeza de campo no Pantanal do Mato Grosso. Visa a elaboração de mapas de paisagens do Pantanal priorizando a identificação das áreas campestres. Realização de estudos técnicos necessários para regulamentar e normatizar a limpeza de campo para a região da Planície Alagável do Pantanal para apoiar o licenciamento ambiental das propriedades rurais. - Sistemas Agroflorestais (SAFs) - Atendimento à solicitação do Grupo Gestor em Sistemas Agroflorestais para regulamentar os Capítulos IV e XII da Lei /2012 que trata da agricultura familiar no que diz respeito ao manejo de agroflorestais cultivadas nas pequenas propriedades rurais. A coordenadoria de ecossistemas está organizando um grupo de técnicos para elaborar normativa com procedimentos simplificados para atender aos pequenos produtores rurais. Quanto à sociobiodiversidade temos: A Coordenadoria de Ecossistemas que representa a SEMA-MT na Câmara Técnica da Sociobiodiversidade dirigida pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (SEDRAF). Por meio da solicitação da Câmara Técnica, a Coordenadoria de Ecossistemas organizou a elaboração de normativa junto com os técnicos da Superintendência de Gestão Florestal (SGF), visando regulamentar a atividade de comercialização dos produtos florestais não madeireiros oriundos das
9 comunidades extrativistas e tradicionais, considerando as especificidades do novo Código Florestal. A normativa está pronta e foi incluída na revisão da legislação estadual. Foi realizada visita técnica ao Projeto Sementes do Portal Fase II Consolidando avanços, construindo o Futuro, para o fortalecimento da agricultura familiar no Portal da Amazônia. Esse projeto desenvolve a articulação da coleta de semente, apoiando o plantio e aperfeiçoando técnicas agroflorestais ao processo de comercialização de produtos destas áreas. Dessa forma, cria um ciclo virtuoso de recuperação de áreas degradadas e geração de renda estimulando a substituição de áreas de pastagens por sistemas agroflorestais e prevenindo o desmatamento/degradação de fragmentos florestais ainda existentes. Foram analisados projetos pré-aprovados pelo Fundo Amazônia, visando à redução de desmatamento por meio do uso sustentável da floresta, valorização da floresta em pé com ações para agregação de valores e comercialização de produtos agroflorestais. Os projetos são de pequeno porte, atendendo algumas comunidades, e tendem a melhoria dos ecossistemas, a recuperação de áreas degradadas, recuperação de áreas desmatadas e de reserva legal e a implantação de sistemas agroflorestais. 3. Em relação ao problema do desmatamento, quais os agentes ou causas críticos para os próximos anos? Quais as estratégias adotadas pela SEMA para redução e controle do desmatamento e combate a outros crimes ambientais? A Lei Ordinária n.º 9.878, de 07 de janeiro de 2013, criou o Sistema Estadual de REDD+ - Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal, Conservação, Manejo Florestal Sustentável e aumento dos estoques de Carbono Florestal no Estado de Mato Grosso. A aprovação da lei constitui um marco importante e foi resultado de um esforço de elaboração participativa entre vários órgãos ambientais, que durou quase três anos, conduzido pelo Fórum Estadual de Mudanças Climáticas. Com a publicação do ato normativo, o Mato Grosso passa a ser o segundo Estado da Amazônia Legal a ter a Lei de REDD+ aprovada e, a exemplo do Acre (primeiro Estado a ter a lei), espera proporcionar maior segurança àqueles interessados em investir em atividades de REDD+. O objetivo é a redução progressiva, consistente e sustentada das emissões de gases de efeito estufa decorrentes de desmatamento e degradação florestal. Com a criação da lei, foi possível consolidar a proposta do Sistema Estadual de REDD+, consistente do ponto de vista técnico, com objetivos e princípios claros, contendo salvaguardas socioambientais, com potencial para produzir, além dos benefícios climáticos, benefícios socioeconômicos para assentados, indígenas, populações tradicionais e produtores rurais.
10 De modo geral, pode-se dizer que o objetivo da Lei é oferecer incentivos econômicos para promover a redução do desmatamento e, consequentemente, a redução de emissões de gases do efeito estufa. Assim, o Mato Grosso, que já reduziu em 93% suas taxas de desmatamento entre 2004 e 2011 (segundo dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia PRODES), espera que a redução possa ser ainda maior após a implementação da Lei de REDD+. Nas Unidades de Conservação e seus entornos foram realizadas ações de prevenção, monitoramento e combate a incêndios florestais. Também foram executadas ações de manejo e monitoramento nas Unidades de Conservação Estaduais em atendimento a demandas típicas de determinadas épocas do ano (período proibitivo de queimadas e piracema). E ainda Implantação do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas do Estado de Mato Grosso PPCDQ-MT (Decreto nº de 27 de outubro de 2010) que constitui em instrumento de planejamento e gestão das ações coordenadas pelo poder público estadual com vistas ao cumprimento da meta estadual voluntária de redução de emissões de gases de efeito estufa por desmatamento e degradação florestal, integrada à meta definida na Política Nacional de Mudanças Climáticas. 4. Com a vigência do novo Código Florestal, quais as medidas já adotadas pelo Estado para implementação do Cadastro Ambiental Rural CAR e a regularização das propriedades rurais? Qual a maior contribuição do CAR para o ordenamento e desenvolvimento do território do Estado? O Cadastro Ambiental Rural CAR constitui um desdobramento do Sistema de Licenciamento Ambiental Rural SLAPR (1999), ambos tendo como objetivo o controle do desmatamento ilegal. O Mato Grosso criou o CAR por meio da Lei Complementar nº 343/2008, que instituiu o Programa de Regularização Ambiental de Propriedades Rurais, sendo mais conhecido como Programa MT Legal. Desta forma, a SEMA já possui uma base de dados oriunda da implementação do o SLAPR e CAR, que abrange aproximadamente 50% da área passível de cadastramento do Estado do Mato Grosso. Para adequar-se à legislação federal, quanto a implementação do CAR, relacionados a seguir, o Mato Grosso por meio da SEMA vem desenvolvendo as iniciativas: 1. assinatura do Acordo de Cooperação Técnica entre o MMA, o Ibama e o Governo do Estado de Mato Grosso por meio da SEMA; 2. levantamento das informações a serem migradas da base de dados do CAR e LAU do SIMLAM (sistema do MT) para a base de dados do SICAR (sistema nacional);
11 3. revisão na Política Florestal, prevendo em seus dispositivos finais a revogação do Programa MT Legal, para resolver os pontos divergentes da legislação estadual e federal relativo ao CAR; 4. customização do módulo de inscrição do SICAR para adequação as necessidades e características de Mato Grosso; 5. construção de um receptor estadual com os dados do CAR para subsidiar os licenciamentos ambientais; 6. capacitação de servidores da secretaria, dentre eles, das 11 diretorias regionais da SEMA para apoiar os produtores rurais, até 4 módulos fiscais na inscrição no CAR e divulgação de informação; 7. elaboração de normativas para a implementação do CAR no Estado em consonância com a legislação e sistema federal. A existência futura de uma base de dados contínua do CAR em todo o território do Estado possibilitará promover um melhor conhecimento dos ativos e passivos ambientais de Mato Grosso. Com isso, serão incrementadas estratégias de conservação e recuperação ambiental, possibilitando, também, o controle mais efetivo do desmatamento e do uso dos recursos naturais. 5. Comente as medidas implementadas pela SEMA para aperfeiçoamento do processo de descentralização da gestão ambiental e para conferir mais autonomia aos Municípios. Quais são hoje as principais limitações ou fragilidades dos órgãos ambientais municipais? A SEMA, por meio da Superintendência de Mudanças Climáticas e Biodiversidade (SUBIO), tem dado apoio técnico a projetos de recuperação a áreas público-privadas degradadas. O objetivo é o de auxiliar os municípios com suporte técnico para recuperação de áreas degradadas e o monitoramento dos termos de ajuste de condutas de áreas degradadas na região. Como exemplo, está a elaboração de projeto para solicitação de financiamento junto ao Fundo Vale: Monitoramento de Termos de Ajustamento no Município de Claudia, e também a Readequação do Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas, junto ao Fundo Amazônia, para o Município de Peixoto de Azevedo. Atualmente, Mato Grosso possui 28 Municípios habilitados/capacitados para exercer ações de Gestão Ambiental das atividades e empreendimentos que causam ou possam causar impactos local, em especial o licenciamento, monitoramento e fiscalização ambiental.
12 São os seguintes Municípios que aderiram à municipalização da gestão ambiental: Alta Floresta, Campo Verde, Colíder, Comodoro, Cuiabá, Jaciara, Juína, Barra do Garças, Porto do Gaúchos, Poxoréu, Várzea Grande, Lucas do Rio Verde, Primavera do Leste, Rondonópolis, Tangará da Serra, Sinop, São José do Rio Claro, Vila Bela da Santíssima Trindade, Sorriso, Paranaíta, Água Boa, Gaúcho do Norte, Nova Xavantina, Ribeirão Castanheira, Nova Nazaré, Campinápolis, Querência e Cocalinho. Deve-se destacar que os Municípios de Água Boa, Gaúcha do Norte, Nova Xavantina, Ribeirão Cascalheira, Nova Nazaré, Campinápolis, Querência e Cocalinho realizam a Gestão Ambiental das atividades de impacto local por intermédio do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Médio Araguaia (CODEMA). As principais vantagens da municipalização são: dar maior agilidade nas vistorias e decisões sobre liberação ou não das licenças ambientais, com custos menores ao empreendedor, uma vez que a maioria dos Municípios habilitados está adotando uma estratégia de elaborar sua lei de cobrança de taxas ambientais com valores até 60% menores que os valores cobrados pela SEMA. Além desses aspectos, verifica-se que, com a municipalização da gestão ambiental, os Municípios passam ter mais autonomia sobre o uso do solo urbano, mais respaldo e participação da sociedade civil nas discussões e planejamento das ações municipais, tanto no licenciamento, quanto na fiscalização, monitoramento e educação ambiental, qualificando o processo de gestão ambiental municipal. A Secretaria Estadual de Meio Ambiente no Mato Grosso implantou um programa permanente de apoio aos Municípios para a organização das estruturas municipais de gestão ambiental, visando à instituição dos marcos legais e regulamentares, desenvolvimento das estruturas técnicas e administrativas, capacitação técnica dos servidores das Prefeituras. Dentre as ações podemos citar: - capacitação dos gestores ambientais municipais mais de 200 técnicos de 40 Municípios do Estado; - auxílio na preparação dos requisitos para habilitação, utilizando-se de apoio técnico da SEMA e de recursos repassados pela Secretaria de Estado de Inovação e Tecnologia (SECITEC) aos Consórcios Intermunicipais de Desenvolvimento Socioeconômico e Ambiental para contratação de consultoria, com a finalidade de auxiliar na elaboração dos documentos necessários à capacitação/habilitação dos Municípios; - editar a resolução do Conselho Estadual do Meio Ambiente do Mato Grosso (CONSEMA) com a lista de tipologias dos empreendimentos ou atividades considerados de impacto local, fixando os respectivos portes e potenciais de impactos;
13 - apoio institucional para garantir o licenciamento e a fiscalização das atividades de impacto local, entre outras atividades relevantes de competência municipal; - auxílio para estruturação de 40 Secretarias Municipais de Meio Ambiente de Municípios inseridos no Bioma Amazônia, que serão contempladas, com recursos do Fundo Amazônia com um Kit Descentralização contendo: 1 moto CG 150cc, 1 barco de 15 pés com motor 15Hp, 2 computadores, 1 impressora, 2 GPS, 2 máquinas fotográficas e 1 trena de 50 metros; - construção de 17 sedes de Secretarias Municipais de Meio Ambiente em Municípios capacitados, inseridos no Bioma Amazônia, com recursos do Fundo Amazônia. Em Mato Grosso, a descentralização da gestão ambiental é de fundamental importância, tendo em vista a sua extensão territorial com uma área de ,192 km2, dividida em 141 Municípios (com aproximadamente 40 Municípios inseridos no Bioma Amazônia). Alguns Municípios, como Vila Rica, na região Nordeste, Colniza na região Noroeste e Guarantã do Norte no extremo Norte do Estado, distam respectivamente, 1.276, e 700 km de Cuiabá, capital do Estado. Nesses Municípios são desenvolvidas atividades de relevância para a economia do Estado, entre elas atividades associadas ao turismo; atividades agropecuárias; industriais, com destaque para agroindústria e indústrias de base florestal; piscicultura, extração mineral, serviços, entre outras, sendo que todas as licenças ambientais são processadas ou emitidas em Cuiabá. Além do apoio institucional, as Prefeituras necessitam de apoio para alternativas de financiamento de estrutura física, equipamentos e material de apoio, para que o processo possa melhor fluir, tendo em vista que as prefeituras se encontram em dificuldades financeiras para bancar todas as despesas iniciais, principalmente com equipamentos e material de apoio para realizar as atividades de licenciamento, monitoramento e fiscalização das atividades de impacto local.
14 Licenciamento ambiental e investimento nos portos: principais ações da SEMA-PA pela preservação do Bioma Amazônia Atualmente, a política para a concessão de licenças é considerada pelo Secretário Estadual de Meio Ambiente do Pará, José Alberto da Silva Colares, um dos pontos fortes no Estado, em prol não só da preservação ambiental, mas de um ambiente favorável à aplicação de investimentos, à geração de renda e, principalmente, às oportunidades de inclusão social para as comunidades. Segundo Colares, antes de conceder qualquer licença, há uma avaliação de como a sociedade local se vê inserida em relação à geração de emprego, oportunidade de trabalho e benefícios sociais decorrentes da implantação de um projeto em determinado Município. Em entrevista exclusiva para o Portal do Programa de Qualificação da Gestão Ambiental Municípios Bioma Amazônia (PQGA), o Secretário fala sobre esses e outros assuntos. 1. Quais as ações da SEMA-PA nesses últimos quatro anos o Sr. Secretário destaca como legado dessa gestão em prol da preservação ambiental? O que dessa atuação resultou em um ambiente mais favorável à aplicação de investimentos no Estado, à geração de renda e à oportunidades de inclusão social para as comunidades? Um dos pontos fortes atualmente no Estado é o licenciamento. Antes de dar alguma licença, ponderamos como a sociedade local se vê inserida em relação a geração de emprego, oportunidade de trabalho e benefícios sociais decorrentes da implantação de um projeto em determinado Município. Recentemente, por exemplo, demos duas licenças de instalação (LI) à empresa Sinobrás, que autorizam a ampliação do Parque Industrial para produção de aço laminado e trefilado; e de tarugos de aço. A produção desse material nobre vai ser feita a partir do reaproveitamento de cerca de um milhão de toneladas de sucatas por ano. É um projeto devidamente sustentável, que também vai gerar mais de mil empregos no Município e arredores, fora os indiretos com relação aos coletadores, fornecedores dessa atividade. Então, gera uma quantidade enorme de
15 empregos, limpa a natureza desses resíduos, reaproveita o lixo e cria uma economia no Estado, podendo tornar o Pará a quinta maior produtora de aço do Brasil. Outro exemplo é o nosso investimento em Portos. O Estado tem destacada participação no que se refere à nova reestruturação logística portuária brasileira. Há a expectativa de implantação de, pelo menos, 34 projetos portuários no Pará, sendo nove em Miritituba (distrito do município de Itaituba); cinco em Santarém, três no Município de Barcarena e 17 áreas portuárias em Rurópolis, além de outros 21 projetos que estão previstos para a área portuária de Inhangapi. Nesse semestre, demos licença ao projeto de Estação de Transbordo de Carga (ETC), em Mirituba, da empresa Rio Turia. O empreendimento vai atender à necessidade de movimentação/ escoamento de grãos (principalmente soja) para a sua comercialização no mercado internacional. Esses grãos serão operados a partir da produção agrícola gerada em regiões produtoras, localizadas no centro-norte do Estado do Mato Grosso, e serão transportadas por via rodoviária, em caminhões, até a ETC/Miritituba para estocagem temporária até o seu embarque em barcaças, com destino ao Terminal Portuário Graneleiro de Barcarena (TPG/Barcarena-PA). A opção pelo Pará é resultado da reestruturação da base logística na área de exportação em todo o Brasil. Essa tendência se integra, principalmente, a toda a pulsão de exportação de grãos do Mato Grosso, com a rodovia BR-163 e com as vias hidroviárias dos rios Amazonas e Tapajós, e também Vila do Conde (PA). Por conta disso, vários interesses de investimentos portuários estão acontecendo na região. 2. Em relação ao problema do desmatamento, que agentes ou causas identifica como críticos para os próximos anos? Quais as estratégias adotadas pela SEMA para redução e controle do desmatamento e combate a outros crimes ambientais? Temos adotado uma série de medidas para o combate do desmatamento, dentre as quais a implantação do Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais (Sisflora 2), que deve acontecer nos próximos meses, cujo contrato com empresa especializada para customização do Sistema foi assinado em maio. Além de aperfeiçoar o sistema atual, permitirá maior controle no combate à degradação do meio ambiente e proporcionará também melhor domínio da legalidade no processo de comercialização. A principal funcionalidade do Sisflora 2 baseia-se no georreferenciamento dos planos de manejo, onde cada indivíduo (árvore) terá sua coordenada de localização e a utilização de chips, tipo RFID (Identificação por radiofrequência), que serão implantados na base das árvores que serão exploradas e nas toras de madeira que saem da área de manejo autorizada para exportação, permitindo o controle da exploração dessas áreas através do rastreamento dos chips. A SEMA fará o monitoramento através de um número designado para o chip que diz onde a árvore está localizada e a quem pertence a área. Essa, certamente, é uma das nossas principais ferramentas para o combate ao desmatamento.
16 3. Comente as medidas implementadas pela SEMA-PA para o aperfeiçoamento do processo de descentralização da gestão ambiental e para conferir mais autonomia aos Municípios. Quais são hoje as principais limitações ou fragilidades dos órgãos ambientais municipais? Elaboramos e publicamos, no primeiro semestre de 2014, nova Resolução do Conselho Estadual de Meio Ambiente (COEMA), que trata do processo de descentralização da Gestão Ambiental Municipal. A nova Resolução ampliou os limites do grau poluidor degradador das atividades de impacto local, o que resultará em mais atividades a serem gerenciadas ambientalmente pelos Municípios. Além dessa ação, temos realizado Seminários Integradores de Gestão Ambiental em várias regiões de Integração do Estado do Pará. No ano de 2013, foram realizados quatro Seminários (Região Caetés, Guamá, Lago de Tucuruí e Araguaia). Em 2014, foi realizado na Região do Tapajós e Baixo Amazonas e já está em andamento a realização na Região do Xingu. Fazemos visitas constantes aos Municípios que têm Habilitação e os que ainda não possuem processo. Depois das visitas aos Municípios, são elaborados ofícios de pendências (quando estão em processo de Habilitação) ou ofícios informativos cientificando quais os requisitos necessários para a Habilitação da Gestão Ambiental Municipal. Apoiamos também quaisquer ações (internas e externas) que estão interligadas com a gestão ambiental municipal (elaboração de diagnósticos da Gestão Ambiental Municipal). Atualmente possuímos 54 processos de Habilitação em análise, mas o Estado já tem 65 Municípios descentralizados. Até o final de 2014, esperamos ter um total de 70 Municípios com suas Habilitações. Identificamos que as principais limitações para o trâmite do processo de Habilitação são o interesse do gestor municipal, limitações financeiras dos municípios para estruturar fisicamente as Secretarias Municipais de Meio Ambiente e a disponibilidade de profissionais habilitados para a execução das ações de gestão ambiental. 4. Com a vigência do novo Código Florestal, quais as medidas já adotadas pelo Estado para implementação do Cadastro Ambiental Rural CAR e a regularização das propriedades rurais? Qual a maior contribuição do CAR para o ordenamento e desenvolvimento do território do Estado? O Cadastro Ambiental Rural (CAR) já se encontra consolidado no Estado do Pará e está sendo executado há anos, antes mesmo da vigência do novo Código Florestal. Como forma de conhecer o Estado do CAR no Pará, temos como principais legislações abordando o assunto a IN nº 03/2007, a qual regulamenta o CAR no Pará; o Decreto 1.148/2008 dispondo sobre o CAR-PA, Área de Reserva Legal e dando outras providências; a IN nº 29/2009 estabelece nova regulamentação, aprimorando o sistema on-line do CAR; entre outras. Com isso, aliado a diversos debates em âmbito nacional que a SEMA-PA participou,
17 o CAR no Estado serviu de exemplo para que estas discussões pudessem se fazer presentes na elaboração do novo Código Florestal. Dentre as ações já realizadas pela SEMA-PA nestes anos, temos os Termos de Cooperação Técnico-Financeiro com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (EMATER) para elaboração de Cadastro Ambiental Rural com objetivo de atender o público da agricultura familiar; a contratação de empresa para elaboração do CAR das propriedades e posses rurais com até quatro módulos fiscais nos Municípios de Tailândia e Moju; a capacitação para técnicos municipais para elaboração do CAR realizada por técnicos da SEMA, a partir do Termo de Adesão institucional e Termos de Cooperação com os Municípios; e a contratação de empresa especializada para realização de cursos de capacitação em Geotecnologias com ênfase na elaboração do CAR para os técnicos dos Municípios. Também estamos revisando o marco legal do CAR para adequação à legislação federal. Como exemplo podemos citar a minuta de instrução normativa para elaboração de CAR em áreas de Assentamentos de Reforma Agrária, a definição de parâmetros técnicos e normativos para a implementação do CAR em áreas insulares. 5. Para concluir, há o registro de quantos cadastros no Estado? E além do CAR, quais os outros mecanismos para fortalecer a gestão ambiental no Pará? Outra importante ação diz respeito ao Programa de Regularização Ambiental (PRA), em que trabalhamos na definição de parâmetros técnicos e metodológicos para recuperação de áreas degradadas/alteradas e a construção de marco legal, orientadores para a recuperação florestal no Estado do Pará. Vale ressaltar que outras importantes ações, como o apoio técnico para implementação dos planos de prevenção, controle e alternativas ao desmatamento nos Municípios do Estado do Pará e o fortalecimento da gestão ambiental municipal através do aparelhamento e a estruturação das Secretarias Municipais de Meio Ambiente também vem sendo desenvolvidas. Em resumo, o CAR contribuiu, além do ordenamento ambiental, como estratégia para conter o desmatamento ilegal; auxiliou na regularização do imóvel rural; tornou-se prérequisito para o acesso às políticas públicas como créditos agrícolas; foi utilizado como instrumento econômico por meio da emissão das Cotas de Reserva Ambiental e a obtenção das licenças ambientais para uso ou exploração dos recursos naturais da propriedade. Hoje, temos mais de 118 mil cadastros realizados em todo o Estado, e até 2015 pretendemos ter 140 mil concluídos.
18 Ações da SEDAM de Rondônia melhoram o padrão de vida das famílias de pequenos produtores rurais Nos últimos quatro anos, a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental de Rondônia (SEDAM-RO) desenvolveu uma série de ações em prol da preservação ambiental, que resultaram num ambiente mais favorável à aplicação de investimentos no Estado e a oportunidades de inclusão social para as comunidades. De acordo com a Secretária de Estado do Desenvolvimento Ambiental, Nanci Maria Rodrigues da Silva, uma das iniciativas foi a realização de Cadastros Ambientais Rurais - CAR, que abriram as portas para a Produção Sustentável com Inclusão Produtiva para as famílias de pequenos e médios produtores rurais. Essas e outras ações foram, divulgadas pela Secretária nessa entrevista exclusiva concedida ao portal Programa de Qualificação da Gestão Ambiental Municípios Bioma Amazônia (PQGA). 1. Quais as ações da SEDAM nesses quatro últimos anos a Sra. Secretária destaca como legado dessa gestão em prol da preservação ambiental? O que dessa atuação resultou em um ambiente mais favorável à aplicação de investimentos no Estado, à geração de renda e as oportunidades de inclusão social para as comunidades? A realização de Cadastros Ambientais Rurais (CAR), que possibilitou a produção para as famílias de pequenos e médios produtores rurais é o principal destaque. O CAR está promovendo o desenvolvimento social da família rondoniense, prioritariamente a de menor renda, por meio da melhoria de seu padrão socioeconômico, pois já movimenta mais de 300 milhões de reais em financiamentos nas pequenas, médias e grandes propriedades. Promovemos também a simplificação do Licenciamento, reduzindo em mais
19 de 300% o tempo para as análises dos Processos; foram aprovados, até 2013, 686 Planos de Manejo Florestal Sustentável (PMFS) com volume de m³, potencializando a extração legal de madeira para comercialização; fomentamos as marcenarias através da simplificação de uma política pública para o setor; favorecemos o fomento da produção e armazenamento de grãos por meio da simplificação do licenciamento dos silos; houve a redução em mais de 70% nos focos de queimadas por intermédio das campanhas do Rondônia Sem Queimadas ; promovemos o Ordenamento Territorial através da revisão da segunda aproximação do Zoneamento; fomentamos a Política Pública da Piscicultura com Aumento de mais de 490% na produção de peixes (piscicultura), passando de para ,38 kg; concluímos a elaboração do Plano Estadual de Resíduos Sólidos de Rondônia PERS/RO, do Programa de Consolidação do Pacto Nacional pela Gestão das Águas PROGESTÃO e do Plano Estadual de Recursos Hídricos de Rondônia PERH/RO. 2. Em relação ao problema do desmatamento, que agentes ou causas são críticos para os próximos anos? Os problemas relacionados com desmatamento para os próximos anos estão intrinsecamente relacionados com o avanço da pecuária extensiva e a agricultura mecanizada, principalmente, de soja. Inúmeras propriedades de pequeno porte foram negociadas no cone sul do Estado e transformadas em lavouras de soja. As pessoas que comercializaram suas terras tendem a buscar novas fronteiras agrícolas, avançando para áreas com coberturas florestais; e ainda há invasão de áreas protegidas, mas que serão regularizadas por meio de pressão, como foi o caso de parte da antiga Floresta Nacional do Bom Futuro, onde hoje encontra-se instalado o distrito de Rio Pardo. Outro ponto crítico é a falta de regularização fundiária, pois, com a falta de identificação dos reais ocupantes, muitos praticam o desmate ilegal. A especulação imobiliária também é um forte aliado do desmatamento ilegal, pois a terra com floresta já manejada, ou seja, onde é explorada a madeira comercialmente viável, na visão dos proprietários, não possui grande valor comercial, enquanto a área desflorestada com pastagem tem seu valor triplicado. Uma necessidade urgente é a criação de uma política pública de pagamento por serviços de proteção ambiental, pois em muitos casos existem pessoas que somente desmatam por entender que nada ganham por manter a floresta em pé, que não recebem qualquer benefício do governo por preservar a floresta. 3. Quais as estratégias adotadas pela SEDAM para redução e controle do desmatamento e combate a outros crimes ambientais?
20 Foram implementadas as Florestas Plantadas de Rondônia que alavancaram o setor produtivo madeireiro com aumento de mais de 34% na geração de novos empregos. Garantimos a promoção da valorização do ativo ambiental e florestal mediante a formatação da Política Estadual de Mudanças Climáticas e Serviços Ambientais (RED+). Tivemos um aumento de mais de 90% na participação das entidades representativas e organizações da sociedade civil definindo claramente o papel do setor público e privado neste contexto. Foi implementada a formatação e debate das Políticas de Resíduos Sólidos, Recursos Hídricos e Qualidade do Ar. Foram reduzidos em mais de 70% os focos de queimadas por meio das campanhas de conscientização e educação ambiental. Houve um incremento de 90% das ações de educação ambiental para formação e prevenção aos processos de degradação do meio ambiente. E o trabalho foi reforçado com o aumento da participação social, nas palestras, oficinas, cursos de formação de agentes ambientais voluntários e desenvolvimento de seminários. 4. Comente as medidas implementadas pela SEDAM para aperfeiçoamento do processo de descentralização da gestão ambiental e para conferir mais autonomia aos Municípios. Quais são hoje as principais limitações ou fragilidades dos órgãos ambientais municipais? Antes de 2011, só havia um Município no Estado que efetuava o licenciamento, monitoramento e fiscalização ambiental na capital Porto Velho. A partir de fevereiro de 2011, iniciamos o Programa de Descentralização da Gestão aos demais Municípios. As primeiras medidas adotadas foi dialogar com os prefeitos e convencê-los a receberem a Governança Ambiental Local; depois realizamos um diagnóstico administrativo, funcional e jurídico para nos embasarmos e implementarmos as medidas necessárias preconizadas pela Lei Complementar 140; em seguida capacitamos os servidores dos órgãos municipais, durante duas semanas, em cada Município, preparando-os para recepcionar a governança ambiental local. A segunda medida foi debatermos com a equipe do Conselho Estadual de Política Ambiental (CONSEPA) o projeto de resolução regulamentando as tipologias, natureza e porte dos empreendimentos e atividades que serão licenciadas pelos Municípios. As principais fragilidades enfrentadas pelos Municípios são: pessoal técnico qualificado em saberes distintos; estruturas físicas inadequadas ou incipientes; equipamentos (bens móveis, imóveis) precários ou insuficientes e quadro de pessoal (funcional) limitado. 5. Com a vigência do novo Código Florestal, quais as medidas adotadas pelo Estado para implementação do CAR e a regularização das propriedades rurais? Qual a maior contribuição do CAR para o ordenamento e desenvolvimento do território do Estado? Uma série de medidas foram adotadas:
21 - Elaboração do Decreto Estadual nº de 14/11/12 dispõe sobre o CAR; - Elaboração do Decreto Estadual nº de 25/06/2013 dispõe sobre o PRA; - Alteração da Lei Estadual nº 233, 6/06/2000 (ZSEE-RO), através da Lei complementar n.º 784, de 30/06/2014 que dispõe sobre o zoneamento socioeconômico-ecológico do Estado de Rondônia, para fins de recomposição florestal da reserva legal: 10% até 2 módulos fiscais, 20% até 2 a 4 módulos fiscais e 50% áreas superiores a 4 módulos fiscais. - Termos de cooperação técnica firmados em 2012, entre: INCRA, EMATER, SEAGRI, TERRA LEGAL e as Prefeituras; - O Governo de prioridade e apoio ao CAR como a ação eixo dos projetos prioritários; - Realização de campanha de mídia e distribuição de material informativo do CAR; - 52 Municípios atendidos pelos Termos de Cooperação Técnica firmados entre os órgãos e instituições parceiras; - Equipes volantes de CAR em ações de mutirão; - Aquisição dos equipamentos com recursos do BNDES (Termos de referências elaborados e em tramitação Coleta dos pontos em GPS para propriedades, Veículos, Motos, GPS, PC, Notebooks, Cursos em GVSig); - 15 Municípios descentralizados; Capacitações técnicas (SEDAM, EMATER, INCRA, FETAGRO, Prefeituras, SENGE, AREF), ação contínua; - Mutirão de CAR nas áreas prioritárias e priorizadas (Municípios do Arco de Fogo Machadinho, Nova Mamoré, Pimenta Bueno e Porto Velho); - Plano de Ação Regularização Fundiária e Ambiental na região da TRÍPLICE.
22 Política de combate ao desmatamento e queimada ilegais é desenvolvida por meio de um Plano Estadual de prevenção e controle No Estado de Roraima, a gestão ambiental estadual é coordenada por uma Fundação Estadual de Meio Ambiente. Nos últimos quatro anos, os investimentos têm ocorrido para regulamentar ações estaduais, bem como a celebração de convênio e acordos de cooperação técnica com o Ministério de Meio Ambiente. Um exemplo prático é a criação do Plano Estadual de Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas em Roraima (PPCDQ) que visa estabelecer uma política de controle do desmatamento e das queimadas, fortalecendo a governança institucional voltada ao uso sustentável. O Presidente da Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Roraima (FEMARH-RR), o médico-veterinário, Dr. Marcelo Marcos Levy de Andrade, divulga mais detalhes das ações desenvolvidas pela Fundação em entrevista concedida ao portal do Programa de Qualificação da Gestão Ambiental Município Bioma Amazônia. 1. Quais as ações da FEMARH, nesses quatro últimos anos, o Sr. destaca como legado dessa gestão em prol da preservação ambiental? O que dessa atuação resultou em um ambiente mais favorável à aplicação de investimentos no Estado, à geração de renda e a oportunidades de inclusão social para as comunidades? Neste período, tendo em vista o aumento da efetividade e a eficiência da gestão ambiental, uma série de ações em prol da preservação ambiental está sendo realizada. Segue uma lista de ações integradas entre entes dos governos Estadual e Federal: - conclusão de Zoneamento Ecológico e Econômico ZEE/RR e sua efetiva aprovação junto ao Conselho Estadual de Meio Ambiente; - fortalecimento das Secretarias Municipais de Meio Ambiente por meio do processo de descentralização da gestão ambiental com a regulamentação da Resolução do
23 Conselho Estadual de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia (CEMACT), nº 001/14, obedecendo às diretrizes da Lei Complementar nº 140/11; - participação e colaboração nas propostas de ampliação e criação de unidades de conservação estadual e federal, parceria com o Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMbio); - elaboração de Acordo de Cooperação Técnica com o Ministério do Meio Ambiente (MMA) para operacionalizar o Sistema de Cadastramento Ambiental Rural (SICAR); - Cooperação com a Companhia Independente de Proteção Ambiental da Policia Militar (CIPA) nas ações de combate e controle de crimes ambientais. As ações implementadas resultaram no diagnóstico da qualidade ambiental no Estado, proporcionando uma visão melhor para a aplicação de políticas ambientais estaduais e municipais, principalmente na consolidação das ações do ordenamento territorial, fortalecimento institucional, planejamento do uso da terra, processamento de informações para o monitoramento, licenciamento e recuperação de áreas degradadas. 2. Em relação ao problema do desmatamento, que agentes ou causas identifica como críticos para os próximos anos? Quais as estratégias adotadas pela FEMARH para redução e controle do desmatamento e combate a outros crimes ambientais? A FEMARH destaca como agentes o crescimento do setor produtivo no Estado, devido a expectativa da possibilidade de exploração de até 50% do imóvel rural, após aprovação do ZEE/RR, em consonância com a Lei nº12651/12 Código Florestal, como por exemplo a expansão da atividade madeireira concentrada na região Sul do Estado. Como uma das estratégias de redução e controle do desmatamento destaca-se a consolidação do Cadastro Ambiental Rural (CAR), intensificando as ações de monitoramento ambiental e fiscalização em cooperação com as Secretarias Municipais de Meio Ambiente (SEMMA) e CIPA. 3. Comente as medidas implementadas pela FEMARH para aperfeiçoar do processo de descentralização da gestão ambiental e para conferir mais autonomia aos Municípios. Quais são hoje as principais limitações ou fragilidades dos órgãos ambientais municipais? Com base na Lei Complementar nº 140/11 e no Plano Estadual de Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas em Roraima (PPCDQ/RR), a Fundação aprovou junto ao Conselho Estadual de Meio Ambiente a Resolução CEMACT/RR nº 01/14, a qual estabelece as tipologias que definem porte e potencial poluidor das atividades licenciáveis. Essa etapa, ao ser atribuída aos Estados tornou possível a efetivação da descentralização.
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