PRIMEIRO RELATÓRIO PARCIAL AUXÍLIO DE PESQUISA. Título da Pesquisa: AVANÇOS TÉCNICOS PARA ADOÇÃO DO PLANTIO DIRETO NA AGRICULTURA FAMILIAR
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1 PRIMEIRO RELATÓRIO PARCIAL AUXÍLIO DE PESQUISA Projeto Agrisus No: 1483/15 Título da Pesquisa: AVANÇOS TÉCNICOS PARA ADOÇÃO DO PLANTIO DIRETO NA AGRICULTURA FAMILIAR Interessado (Coordenador do Projeto): André Carlos Auler Instituição: Universidade Estadual de Ponta Grossa, Setor de Ciências Agrárias e de Tecnologia, Programa de Pós-Graduação em Agronomia. Av. General Carlos Cavalcanti, 4748, CEP , Uvaranas, Ponta Grossa, Paraná. Tel.: (42) ; (42) aulerac@gmail.com Local da Pesquisa: Ponta Grossa e Irati/PR Valor financiado pela Fundação Agrisus: R$ ,00 Vigência do Projeto: 16 de abril de 2015 a 01 de julho de INTRODUÇÃO RELATÓRIO PARCIAL DA PESQUISA A atividade agropecuária exerce grande influência socioeconômica no Estado do Paraná. A agricultura familiar é uma grande responsável pela produção de alimentos em determinadas regiões do estado, principalmente Centro-Sul, Sudeste e Centro-Oriental. Sendo o milho a principal cultura produzida nas propriedades baseadas na agricultura familiar (ASSIS; ROMEIRO, 2005; GUILHOTO et al., 2006; TRICHES; SCHNEIDER, 2010). Contudo a produção agrícola nestas propriedades é limitada, pois muitas vezes seus solos apresentam restrições químicas. Sendo os elevados níveis de acidez destes solos uma característica comum de solos de regiões tropicais e subtropicais (QUAGGIO, 2000; BOGNOLA et al., 2004). Para a correção da acidez, podem ser aplicados diferentes materiais ao solo. Contudo o calcário é o corretivo mais utilizado, o qual tem sido aplicado sobre a superfície do solo, em função do advento do sistema plantio direto. Todavia, com esta prática, a correção da acidez é limitada a camada mais superficial do solo (0-0,10 m), pois o calcário apresenta baixa solubilidade em água e os produtos de sua reação com o solo têm mobilidade limitada no perfil (CAIRES et al., 1998). Corretivos alternativos ao calcário, como a escória de siderurgia ou produtos calcinados (nominados como calcário calcinado), apresentam maior solubilidade em água, o que pode favorecer sua reação no solo (PRADO; FERNANDES; NATALE, 2001; PRADO et al., 2004; ÁVILA; CRNKOVIC; MILIOLI, 2007; SOUZA; BRAGANÇA, 2013). Entretanto os estudos sobre
2 o uso desses materiais são escassos. Para mitigar a limitação da correção da acidez do solo à camada mais superficial do solo, tem sido usado o gesso agrícola como melhorador do ambiente radicular em subsuperfície. Embora o gesso agrícola não seja um corretivo da acidez, ele atua na neutralização do Al 3+ em subsuperfície, favorecendo o crescimento radicular de culturas agrícolas (QUAGGIO, 2000; VITTI et al., 2008). Tanto a correção da acidez do solo como a gessagem influenciam os atributos físicos do solo (HAYNES; NAYDU, 1998). Contudo, os trabalhos que reportam estes efeitos são contrastantes, escassos e poucos consideram os sinergismos entre corretivos da acidez do solo e o gesso agrícola. Neste contexto, o objetivo geral desta pesquisa é avaliar os efeitos de corretivos de acidez do solo (calcário dolomítico, escória de siderurgia e calcário calcinado), associados ou não a gessagem, no rendimento de milho e nos atributos físicos de Cambissolos e Latossolos, como alternativa para a adoção do sistema plantio direto em propriedades de agricultura familiar. 2. MATERIAIS E MÉTODOS Foram instalados dois experimentos (agosto de 2015), em unidades de produção agrícola familiar nos municípios de Irati (25 28 S, O e 821 m a.s.l.) e Ponta Grossa (25º01 S, 50º09 O e 880 m a.s.l.), nas regiões Sudeste e Centro-Oriental do Estado do Paraná, respectivamente (Figura 1). O experimento instalado em Irati é em um Cambissolo Háplico alumínico (Cxa) textura argilo-siltosa e o de Ponta Grossa sob um Latossolo Vermelho distrófico (LVd) textura argilosa (SANTOS et al., 2013). Por ocasião da instalação, ambos os solos apresentavam elevada acidez, com valores de m% de 22 % para o LVd e 79% para o Cxa. Figura 1. Localização dos locais de estudo. Segundo classificação de Köppen, estas regiões apresentam clima subtropical úmido (Cfb),
3 com temperatura média no mês mais frio abaixo de 18 ºC e ocorrência de geadas frequentes (mesotérmico), verões frescos, temperatura média no mês mais quente abaixo de 22 ºC e sem estação seca definida. A precipitação pluvial média anual é de aproximadamente mm, sendo o mês de agosto o mais seco e o de janeiro o mais chuvoso (IAPAR, 2009). Os experimentos foram instalados sob delineamento em blocos ao acaso, com os tratamentos em arranjo fatorial (4 3), com três repetições. Optou-se pela adição de mais um tratamento (apenas gesso agrícola), em relação a proposta inicial, para tornar o arranjo fatorial completo. Deste modo, totalizam 24 parcelas em cada experimento. Os oito tratamentos são as combinações dos corretivos da acidez do solo, associados ou não ao gesso agrícola, mais um tratamento controle: T1 controle (sem correção da acidez e sem gesso agrícola); T2 gesso agrícola (CaSO4.2H2O); T3 - calcário dolomítico [Ca(Mg)CO3]; T4 T3+T2; T5 - escória de siderurgia [Ca(Mg)SiO3]; T6 T5+T2; T7 - calcário calcinado [(Ca(Mg)O)]; T8 T7+T2. As parcelas apresentam dimensões de 30 m 2 de área total (6 5 m comprimento e largura), 20 m 2 de área útil, para o Cxa e 32 m 2 de área total (6,4 5 m comprimento e largura), 21,6 m 2 de área útil, para o LVd (Figura 2). Figura 2. Croquis dos experimentos no Cxa (a) e no LVd (b). Áreas em amarelo representam áreas que tiveram que ser desviadas e em cinza corredores. Os corretivos da acidez do solo e o gesso agrícola foram aplicados, superficialmente em área total, em agosto de 2015 (Figura 3). Foram utilizadas doses dos corretivos (Tabela 1) para elevar a saturação por bases da camada 0-0,20 m à 70 % (van RAIJ et al., 1996), com base em seus equivalentes carbonatos (ALCARDE; RODELLA, 1996). A dose de gesso agrícola foi calculada com base no teor de argila de cada solo (van RAIJ et al., 1996). Tabela 1. Doses aplicadas (kg ha -1 ) dos corretivos da acidez e de gesso agrícola nos solos estudados
4 Produto Cxa LVd kg ha Gesso Calcário dolomítico Calcário calcinado Escória de siderurgia Figura 3. Detalhes da aplicação dos tratamentos no Cxa (a) e LVd (b). A seta em (a) representa uma área amarela desviada em um bloco do Cxa (áreas amarelas na Figura 2). Para a aplicação dos corretivos, previamente realizou-se o manejo da fitomassa presente da área com o herbicida glyphosate (3 L ha -1 ). Em meados de outubro efetuou-se a semeadura da cultura do milho (híbrido P30F53YH), no espaçamento de 0,90 m entrelinhas e densidade de aproximadamente sete sementes por metro, visando uma população final de plantas ha -1 no LVd. Para o Cxa, em função do excesso de precipitações pluviais, a semeadura será mais tardia (programada para 28/11/2015), porém em mesmo espaçamento e população que o instalado no LVd. As semeaduras foram e serão efetuadas com o uso de semeadora-adubadora, equipada apenas com discos de corte liso para abertura do sulco, e disco duplo defasado para deposição de adubo e semente, seguida de conjunto compactador flutuante "V", visando o mínimo revolvimento do solo. A adubação de base da cultura do milho constitui-se da aplicação de 40, 90 e 3 kg ha -1 de N, P2O5 e Zn. Em V4, realizou-se e será realizada a adubação em cobertura com 140 e 90 kg ha -1 de N e K2O. Os tratamentos fitossanitários da cultura são aplicados conforme a necessidade da cultura. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO As amostragens de solo e avaliações em campo, referentes ao primeiro período de avaliação, iniciaram-se na segunda quinzena de novembro. Todavia, ainda não foram realizadas análises nestas amostras. Portanto, para este relatório ainda não se dispõem de resultados. 4. CONCLUSÕES Conforme supracitado, ainda não existem dados disponível para a elaboração de conclusões.
5 REFERENCIAS ALCARDE, J.C.; RODELLA, A.A. O equivalente em carbonato de cálcio dos corretivos da acidez dos solos. Scientia Agricola, 53: , ASSIS, R.L.; ROMEIRO, A.R. Agroecologia e agricultura familiar na região centro-sul do estado do Paraná. Revista de Economia e Sociologia Rural, 43: , ÁVILA, I.; CRNKOVIC, P.M.; MILIOLI, F.E. Determinação dos parâmetros de Arrhenius da reação de sorção do dióxido de enxofre por calcário. Química Nova, 30: , BOGNOLA, I. A.; FASOLO, P. J.; BHERING, S. B.; MARTORANO, L. G. Solos, Clima e Vegetação da Região de Campos Gerais. In: MACHADO, P. L. O. A.; BERNARDI, A. C. C.; SILVA, C. A. (Eds). Agricultura de precisão para o manejo da fertilidade do solo em sistema plantio direto. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, Cap 3, p CAIRES, E.F.; CHUEIRI, W.A.; MADRUGA, E.F.; FIGUEIREDO, A. Alterações de características químicas do solo e resposta da soja ao calcário e gesso aplicado na superfície em sistema de cultivo sem preparo do solo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 22:27 34, GUILHOTO, J.J. M.; SILVEIRA, F.G.; ICHIHARA, S.M.; AZZONI, C.R. A importância do agronegócio familiar no Brasil. Revista de Economia e Sociologia Rural, 44: , HAYNES, R.J.; NAIDU, R. Influence of lime, fertilizer and manure applications on soil organic matter content and soil physical conditions: a review. Nutrient Cycling in Agroecosystems, 51: , INSTITUDO AGRONÔMICO DO PARANÁ IAPAR. Cartas climáticas do Paraná: classificação climática segundo Köppen. CD-ROM PRADO, R.M.; FERNANDES, F.M.; NATALE, W. Uso agrícola da escória de siderurgia no Brasil: estudos na cultura da cana-de-açúcar. Jaboticabal: FUNEP, PRADO, R.M.; NATALE, W.; FERNANDES, F.M.; CORRÊA, M.C.M. Reatividade de uma escória de siderurgia em um Latossolo Vermelho distrófico. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 28: , QUAGGIO, J.A. Acidez e calagem em solos tropicais. Campinas: Instituto Agronômico, SANTOS, H.G.; JACOMINE, P.K.T.; ANJOS, L.H.C.; OLIVEIRA, V.Á.; LUMBRERAS, J.F.; COELHO, M.R.; ALMEIDA, J.A.; CUNHA, T.J.F.; OLIVEIRA, J.B. Sistema brasileiro de classificação de solos. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, SOUZA, F.; BRAGANÇA, S.R. Caracterização tecnológica de um calcário dolomítico in natura, calcinado e sulfatado como meio dessulfurante. Cerâmica, 59: , van RAIJ, B.; CANTARELA, H.; QUAGGIO, J.A.; FURLANI, A.M.C. Recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo. 2. Ed. Campinas: IAC, VITTI, C.G.; LUZ, L.H.C.; MALAVOLTA, E.; DIAS, A.S.; SERRANO, C.G.E. Uso do gesso em sistemas de produção agrícola. Piracicaba: GAPE, Ponta Grossa, 27 de novembro de 2015 Coordenador do projeto
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