DESTAQUES DE CONJUNTURA ECONÔMICA AMÉRICA LATINA
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- Júlio da Rocha Molinari
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1 DESTAQUES DE CONJUNTURA ECONÔMICA AMÉRICA LATINA Setembro 2014 (primeira quinzena) 1 1 ARGENTINA Cresce a divergência entre indicadores oficiais e privados de inflação. Em agosto, o índice oficial de inflação foi de 1,3%, enquanto a média das estimativas privadas foi de 2,65%. No acumulado do ano, o índice oficial acumula 18,1%, contra 27,4% da média das estimativas privadas. Destacam-se os aumentos de preços de alimentos e de serviços com preços regulados (como energia e transporte), que vem sendo elevados de forma alternada para evitar concentrações em determinados meses. CÂMBIO Aumenta a pressão sobre o câmbio paralelo. A primeira quinzena de setembro foi marcada pela aceleração do processo de desvalorização da taxa de câmbio paralela, que chegou a ARS 15,10 em 19 de setembro, enquanto a taxa oficial se manteve praticamente estável, chegando a ARS 8,43 na mesma data, o que levou a brecha cambial a 78%. NOVA LEI DE ABASTECIMENTO Sancionada nova Lei de Abastecimento. Em 18 de setembro, foi sancionada a chamada nova lei de abastecimento. A lei concede poderes à Secretaria de Comércio (vinculada ao Ministério de Economia) para definir, em todas as etapas produtivas: margens de lucro, preços de referência, preços mínimos e máximos e volumes de produção e vendas. O Estado poderá ainda: requerer toda a documentação referente às atividades comerciais das empresas; cancelar concessões, privilégios, regimes tributários ou creditícios especiais; e apropriar-se, consignar e até mesmo vender bens e serviços em razão de escassez ou infração, sem a necessidade de expropriação prévia. Criou-se também o Observatório de Preços, entidade que será encarregada de monitorar, avaliar e sistematizar preços e disponibilidade de insumos, bens e serviços produzidos, comercializados e prestados no território argentino. PROGRAMA DE COMPRAS DE BENS E SERVIÇOS DA INDÚSTRIA NACIONAL EM 12 VEZES SEM JUROS Lançado programa de governo para incentivo ao consumo de bens e serviços da indústria nacional. Foi lançado o programa chamado Ahora 12, que permite a compra, em até 12 vezes sem juros, de eletrodomésticos da linha branca, motos, bicicletas, móveis, roupas e bens de construção da indústria nacional, além de serviços de turismo nacional. ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA Reduz-se o ritmo de crescimento da arrecadação tributária. Segundo informações da AFIP (Administración Federal de Ingresos Públicos), em agosto a arrecadação cresceu 31,3% em relação ao mesmo mês de Um dos menores crescimentos do ano, e abaixo da inflação calculada por consultorias privadas. CRÉDITO AO CONSUMO Estatísticas do BCRA apontam para um estancamento do crédito ao setor privado. Segundo últimos dados disponíveis, em julho o estoque de crédito ao setor privado cresceu apenas 1%, sendo que o crescimento do estoque de créditos pessoais foi responsável por 1 Dados atualizados até 19/09/14. Este é um documento de caráter informativo elaborado com base em informações públicas produzidas por terceiros. Nada no documento deve ser interpretado como posicionamento, visão ou projeção deste Ministério.
2 parcela bastante reduzida deste resultado 2, e o menor crescimento mensal em 5 anos. Este resultado é em parte atribuído à ineficácia de recente norma que estabelece limites às taxas de juros que bancos podem cobrar de financiamentos ao consumo (norma adotada há 2 meses e que implicou um corte médio de 4 a 6 pontos percentuais nas taxas nominais destes empréstimos). Análises privadas indicam que, apesar dos cortes nas taxas nominais, foram realizados diversos ajustes por parte dos bancos, como prazos mais curtos, redução da oferta de financiamentos a taxas fixas e elevação de taxas que ficaram à margem da norma, que pioraram as condições gerais da oferta deste tipo crédito. 2 SETOR AUTOMOTIVO GM do Brasil anuncia suspensão das exportações de automóveis à Argentina por questões cambiais. Alegando problemas com as restrições que sua filial argentina está enfrentando para obter dólares para pagar pelas importações, a filial brasileira da GM anunciou a suspensão das exportações de automóveis à Argentina. A filial brasileira da Renault já havia anunciado medida similar e filiais da Fiat e Peugeot estariam em situação parecida. Segundo estimativas, filiais automotivas argentinas já estariam com dívidas em aberto de aproximadamente US$ 2,5 bilhões com suas contrapartes brasileiras. BOLÍVIA COMÉRCIO EXTERIOR Comércio exterior amplia-se nos primeiros sete meses do ano. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), as exportações bolivianas chegaram a US$ 7,7 bilhões nos primeiros sete meses de 2014, valor 7,9% maior que o registrado no mesmo período de Do total, 51,1% referem-se a exportações de hidrocarbonetos (principalmente para Brasil e Argentina), e 28,3% a exportações de manufaturas 3. ACORDO COM A PETROBRAS Acordo entre Petrobras e YPFP. Após sete anos de negociações, chegou-se a um acordo sobre pagamentos de excedentes energéticos de gás natural exportado pela Bolívia ao Brasil. Estes pagamentos eram questionados desde 2007 e referem-se a pagamentos por exportações bolivianas nos últimos seis anos ( ). A estatal brasileira pagará US$ 434 milhões à YPFP (estatal petrolífera boliviana). A Petrobras firmou também mais dois acordos, o primeiro para fornecimento de gás em novo ponto de venda, e o segundo para fornecimento de gás para a termelétrica Mário Covas de Cuiabá. CHILE TAXA DE JUROS Novo corte na taxa de juros. Em 11/09, o Banco Central baixou a taxa de juros de 3,5% para 3,25%, justificando sua decisão mais uma vez pelo baixo dinamismo da economia. As autoridades sinalizaram ainda que, a depender da evolução da economia chilena, novos cortes poderão ocorrer ainda neste ano. Análises privadas destacam as preocupações do Banco Central chileno com a elevação das expectativas de inflação, mas estimam novos cortes, até um patamar de 2,75%. REFORMA TRIBUTÁRIA Aprovada a reforma tributária. Após 5 meses tramitando no Congresso Nacional, foi aprovado em 10/09 o projeto de reforma tributária enviado pelo governo Bachelet. Com a reforma, o Governo espera arrecadar US$ 8,3 bilhões adicionais e, como o projeto se converterá em lei antes de 30 de setembro, prazo para envio do projeto de orçamento para o Legislativo, 2 3 Enquanto os créditos ao setor privado cresceram em julho ARS 4800 milhões (1%), os créditos pessoais cresceram ARS 260 milhões. O saldo comercial foi de US$ 2 bilhões nos sete primeiros meses de 2014.
3 parte desses recursos poderá ser incorporada ao orçamento fiscal de A modificação mais relevante é o aumento do imposto sobre o lucro das grandes empresas de 20% para 27%, além da eliminação do Fondo de Utilidad Tributaria (FUT), um mecanismo que permitia às companhias serem tributadas apenas na parcela de seus lucros distribuída aos acionistas e não na parcela reinvestida. Inflação permanece acima da meta. Em agosto, a inflação acumulada em doze meses alcançou 4,5%, acima do limite superior da meta estabelecida pelo Banco Central (4%), o que pode vir a pressionar a política de corte de juros do Banco Central. 3 CRESCIMENTO ECONÔMICO Atividade econômica se desacelera. O Banco Central informou que o indicador mensal de atividade econômica (IMACEC) de julho foi de 0,9%. Apesar de este valor ser o mais baixo desde mar/2010 (quando chegou a 0,2%), surpreendeu frente a expectativas de valores negativos. COLÔMBIA Alta na inflação. Em agosto, o índice de inflação atingiu 0,2% (frente a 0,08% em agosto de 2013). No ano, a inflação acumulada é de 2,94% (frente a 1,86% em igual período de 2013) e em 12 meses 3,02% (frente a 2,27% em 2013). A meta de inflação é de 3,0% (com margem de ± 1%). ZONA FRANCA Investimento em Cali. O mesmo conglomerado que implantou uma zona franca dedicada a serviços e logística no Uruguai, abrigando 350 empresas e hoje representando 1,5% do PIB do país, investirá US$ 350 milhões na construção de uma zona franca similar em Cali. O projeto, denominado Zonamérica, ocupará uma área de 38 hectares e abrigará 18 prédios comerciais e 173 mil m 2 construídos. A expectativa é gerar 17 mil empregos no local. COMPETITIVIDADE País avança no ranking de competitividade. A Colômbia passou da 69ª para a 66ª posição do ranking de competitividade do Fórum Econômico Mundial. Embora o ambiente macroeconômico estável tenha favorecido esse resultado, fatores como a qualidade das instituições, a educação básica e acesso limitado à saúde e à seguridade social impedem uma colocação melhor 4. O setor que mais se destacou foi o de telecomunicações enquanto que os maiores problemas apontados foram corrupção, infraestrutura e ineficiência burocrática. REFORMA TRIBUTÁRIA Governo envia ao Congresso pacote de reforma tributária. O Governo enviou ao Congresso projeto de lei que aumenta a taxação de grandes fortunas, impõe novos tributos sobre transações financeiras e aumenta os impostos sobre vendas. Impostos anuais entre 0,4% e 2,0% passariam a ser aplicados sobre fortunas acima de 1 bilhão de pesos, o equivalente a US$ 500 mil (estima-se que pagarão as taxas 50 mil colombianos, ou 0,1% da população). Transações financeiras seriam taxadas em 0,4% até CAFÉ Produção em alta. A Federación Nacional de Cafeteros espera uma produção de 12 milhões de sacas em Em agosto a produção de café aumentou 49% em relação ao 4 Na América latina, estão à frente da Colômbia: Chile (33º), Panamá (48º), Costa Rica (51º), Brasil (57º), México (61º) e Peru (65º).
4 mesmo mês de No acumulado do ano até agosto, houve incremento de 18%, enquanto que nos últimos 12 meses a alta foi de 26%. O desempenho foi influenciado pelo clima e pela incorporação de novas plantações mais resistentes a pragas. A Colômbia é o maior produtor mundial de café do tipo arábica lavado, e em 2013 produziu 10,9 milhões de sacas do produto. 4 EQUADOR FINANCIAMENTO EXTERNO FLAR concede crédito ao Equador. O Governo equatoriano e o FLAR (Fundo Latino Americano de Reservas) firmaram acordo de crédito de US$ 617,6 milhões para suporte ao balanço de pagamentos equatoriano. O crédito faz parte do plano equatoriano para reestabelecer acesso a distintas fontes de liquidez. Inflação permanece em alta. O país registrou inflação de 0,21% em agosto de 2014, maior que o índice registrado em agosto do ano anterior, de 0,17%. Com esse resultado, a inflação em 12 meses foi de 4,15% frente a 2,27% registrados nos 12 meses anteriores. CARGA TRIBUTÁRIA Cresce a carga tributária equatoriana. Segundo cálculo da Cámara de Industrias y Producción (CIP), a carga tributária aumentou 4% nos últimos 14 anos, sendo 3% nos últimos 7 anos. De acordo com estatísticas da CIP e do Observatorio de Política Fiscal (OPF), em 2013, a carga tributária do país em relação ao PIB situou-se entre 13,3% a 14,4%. MÉXICO TAXA DE JUROS Manutenção da taxa básica. O Banco Central manteve a taxa básica de juros em 3%. A medida foi justificada pelas melhores evoluções das economias do México e dos Estados Unidos e pela expectativa de que a inflação tende a convergir para o centro da meta (de 3%, com margem de ± 1%). Inflação sobe em agosto. O INEGI 5 informou que em agosto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) cresceu 0,36%, o que representa uma taxa anualizada de 4,15%. Em 2013, as variações foram de 0,28% no mês e 3,46% anualizados. INFRAESTRUTURA Projeto de novo aeroporto na Cidade do México. O novo aeroporto será um dos três maiores projetos de infraestrutura aeroportuária no mundo, com investimentos de US$ 9,15 bilhões e previsão de atender 120 milhões de passageiros por ano quando sua capacidade máxima for atingida. Análise do Banco Merryll Lynch indica que a obra será um dos principais vetores do crescimento do PIB entre 2014 e 2015, a despeito do possível impacto de 1% no déficit fiscal em 2015, uma vez que nenhum tributo adicional foi anunciado para financiar a obra. PIB Ministério da Fazenda altera a previsão do PIB de Ao encaminhar projeto de lei orçamentária ao congresso, o Ministério da Fazenda reduziu a previsão de crescimento da economia para 2015, de 4,7% para 3,7%. A proposta orçamentária contempla um déficit público de 1% do PIB, inflação de 3%, preço médio do barril de petróleo em US$ 82 e produção de 2,4 milhões de barris diários. 5 Instituto Nacional de Estatística e Geografia do México
5 ATIVIDADE INDUSTRIAL Recorde de produção de veículos em agosto. A produção de veículos somou 271 mil unidades em agosto, um crescimento de 4,7% comparado ao mesmo período do ano passado. No acumulado entre janeiro e agosto, a produção alcançou mais de 2,1 milhões de unidades, um aumento de 7,2% em relação a As vendas internas apresentaram o sexto mês de incremento consecutivo e o volume exportado cresceu 9,6% no acumulado do ano. 5 CONSUMO Consumo em queda. O consumo privado no México retrocedeu 0,56% em junho em relação a maio, afetado pela retração no consumo de bens e serviços nacionais. Já o crescimento acumulado entre janeiro e junho foi de 1,6%. MERCADO DE TRABALHO Benefícios fiscais para setor informal. Uma nova medida isentará, por 10 anos, os vendedores de rua que ganhem menos de 100 mil pesos (US$ 7.600) por ano do pagamento do Imposto de Valor Agregado (IVA). Haverá ainda isenção de impostos especiais cobrados na venda de produtos como cigarros, lanches (fast food) e refrigerantes. Cerca de seis de cada dez mexicanos trabalham no setor informal. PARAGUAI Deflação persiste. Agosto foi o terceiro mês no ano no qual ocorreu deflação, com os preços ao consumidor declinando 0,4%. Com isso, a inflação acumulada em 2014 atingiu +2,5%. A meta estabelecida pelo governo de 5% ao ano. FINANCIAMENTO EXTERNO Empréstimo do BID. O BID apresentou plano estratégico da instituição no país que indica um programa financeiro de até US$ 1 bilhão no período O Banco conta com uma carteira em execução de 25 operações, que correspondem a aproximadamente US$ 866 milhões. Será conferida prioridade a projetos de transporte e conectividade, água e saneamento, energia, desenvolvimento produtivo, setor financeiro e gestão pública. Para 2014, estão previstos novos empréstimos no valor de US$ 390 milhões. CONTA CORRENTE Reservas atingem recorde histórico. Em razão dos recursos captados com a emissão de títulos soberanos em agosto (de US$ 1 bilhão), as reservas atingiram US$ 7,24 bilhões, o maior valor já observado na série histórica. Nos últimos sete anos, as reservas do país aumentaram 197%. Segundo o Banco Central, o dinamismo da economia nos últimos anos é responsável pelo crescimento dos depósitos em dólares, o que explica boa parte deste crescimento. PERU Inflação mantém-se dentro da meta. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística e Informática (INEI), o Índice de Preços ao Consumidor registrou uma deflação de -0,06% em agosto. Com isso, a inflação acumulada no ano atingiu 2,94%. A meta de inflação do Peru é de 2,0% ao ano (com margem de ±1%).
6 PIB Banco Central reduz previsão de crescimento do PIB para O Banco Central reduziu sua previsão de crescimento para 2014, de 4,4% para 4,0%. Para 2015, a previsão é de retomada do crescimento, para 6%. 6 COMÉRCIO EXTERIOR Peru registra déficit comercial de US$ 573 milhões em julho. Este é o quinto resultado mensal negativo consecutivo, explicado especialmente por menores exportações de ouro e cobre (quedas de 31,4% e 14,9%, respectivamente, em razão de menor demanda, em especial da China) e um grande volume de importações. A previsão do Banco Central é de fechamento do ano com um déficit na Balança Comercial de US$ 2,6 bilhões (em 2013 foi registrado um déficit de US$ 40 milhões). URUGUAI INVESTIMENTOS Inaugurada megafábrica de celulose. Foi inaugurada, no Departamento de Colônia, uma nova fábrica de celulose que, segundo o governo, impulsionará o PIB uruguaio em mais de 1% em Com uma previsão anual de exportações de US$ 700 milhões, o complexo industrial inclui um porto e uma usina elétrica. PRODUTIVIDADE Uruguai é destaque por melhoria em sua produtividade. Segundo a CEPAL, o Uruguai e Argentina foram os países que mais avançaram em produtividade em duas décadas na América Latina e no Caribe. Para a instituição, a eficiência produtiva uruguaia é componente fundamental do crescimento do país, e o diferencia dos demais países da região, em que o crescimento se deve mais ao acúmulo de fatores de produção. Entre 1990 e 2013, o país cresceu, em média, 3,4%, dos quais 2 pontos percentuais deveram-se ao aumento da produtividade total de fatores. Inflação em alta. A inflação no Uruguai alcançou 0,75% em agosto, uma alta de 8,75% no acumulado nos últimos 12 meses, acima da meta do governo para 2014, de 7%. CRESCIMENTO ECONÔMICO Uruguai mantém crescimento. O PIB se expandiu 3,7% no segundo trimestre, acumulando um aumento de 3,3% no primeiro semestre em relação a Demanda interna ainda é principal fonte de crescimento. A demanda interna (principal fonte do crescimento econômico uruguaio nos últimos anos), suportada principalmente pelo consumo das famílias, cresceu 4,6% no primeiro semestre em relação a O gasto público também influenciou positivamente este resultado, com crescimentos de 2,5% e 3,4% no primeiro e segundo trimestres respectivamente. O investimento público manteve-se robusto, representando 32,6% e 20,7% do PIB nos mesmos períodos. Não obstante os resultados positivos, já são sentidos os efeitos da desvalorização da moeda nacional (13% em 2014) na demanda interna, especialmente pela redução de consumo de bens e serviços importados. VENEZUELA Banco Central volta a divulgar dados de inflação. Após dois meses sem publicar os dados oficiais de inflação, o BCV publicou as inflações de junho (4,4%), julho (4,1%) e agosto (3,9%). Com esses resultados, o índice acumulado em 2014 é de 39% e dos últimos 12 meses de
7 63,4%. A inflação acumulada nos primeiros oito meses é a maior em 18 anos. Não obstante, o BCV ressalta a tendência declinante nos últimos meses. Elevadas emissões de moedas pressionam a inflação. Nos últimos 12 meses encerrados em agosto, houve uma elevação da liquidez monetária de 76,7%. 6 Análises privadas ressaltam a correlação entre esta variável e a inflação observada no mesmo período (63,4%), com destaque para o peso do financiamento à PDVSA na elevação da liquidez monetária 7. Para o controle da inflação, análises privadas apontam para importância do ajuste de preços da gasolina na Venezuela, que poderia levar a um equilíbrio financeiro da empresa e à redução desta necessidade de financiamento (apesar do impacto inflacionário no curto prazo). 7 Limitações às importações e declínio da produção também pressionam inflação. Restrições às importações relacionadas à dificuldade de acesso a dólares, e declínio da produção, especialmente de alimentos, são apontados como causas da elevada inflação, do lado da oferta agregada. SETOR PETROLEIRO Venezuela considera importar petróleo cru pela primeira vez na história. Apesar de possuir as maiores reservas de petróleo do mundo (17,8% das reservas mundiais, à frente da Arábia Saudita com 15,9%) 8, em razão de problemas com a produção local de petróleos leves e médios, a Venezuela analisa a possibilidade de importar estes tipos mais leves de petróleo, possivelmente da Argélia. FUNDO ESTRATÉGICO DE RESERVAS Criado novo Fundo com objetivo de aumentar a confiança externa do país. Criado inicialmente com um aporte de 750 milhões de dólares, este instrumento financeiro, chamado de Fundo Estratégico de Reservas, receberá recursos de diferentes fontes, em especial do Fonden 9 e de fundos criados em conjunto com a China. O objetivo é concentrar os recursos disponíveis em dólares do país em uma única conta. Estimativas indicam que entre 2005 e 2014 ingressaram ao Fonden US$ 119 bilhões. Os fundos criados em conjunto com a China somam US$ 42 bilhões. Algumas análises apontam ainda para o uso deste fundo como um possível instrumento de estabilização para eventuais desequilíbrios no Balanço de Pagamentos. IMPORTAÇÕES Queda nas importações no primeiro semestre. Segundo o Instituto Nacional de Estatísticas (INE) as importações de bens decresceram 22% no primeiro semestre do ano em relação a igual período de Importações de produtos farmacêuticos reduziram-se 12%, de produtos plásticos 23% e de produtos têxteis 32%. Importações de produtos agrícolas e de alimentos aumentaram 2,1%. O setor privado aponta para as dificuldades de acesso à dólares como a principal causa dessa queda Monedas y Billetes + Depósitos a la Vista + Depósitos de Ahorro Transferibles + Depósitos de Ahorro no Transferibles + Depósitos a Plazo + Certificados de Participación + Cuasidinero Destaca-se que até 2009 a estatal apresentava um resultado positivo nas contas do Governo Venezuelano, reduzindo a base monetária do país. A partir de 2010, passou-se a se observar a necessidade de assistência financeira (via emissão de moeda), que em janeiro/2010 representou 2,2% da liquidez monetária (M2), e em julho/2014 atingiu 35%. A endividamento da empresa com o Estado Venezuelano já acumula US$ 82 bilhões (frente a exportações estimadas em 2014 de US$ 80 bilhões). OPEP, Fundo Nacional para o Desenvolvimento Nacional Instrumento Financeiro que recebe todo o excedente de recursos da PDVSA que não sejam utilizados para cumprir com obrigações financeiras em moedas locais ou estrangeiras.
8 ANEXO: INDICADORES 8 TAXA DE CRESCIMENTO DO PIB MUNDO 3,2 A 3,4 AMÉRICA LATINA 2,6 A 2,0 % RESERVAS SOBRE O PIB DÍVIDA BRUTA SOBRE O PIB * ARGENTINA 4,2 0,5 6,2 46,9 A BOLÍVIA 6,8 5,1 48,4 33,1 BRASIL 2,5 0,9 B 16,8 56,8 CHILE 4,2 3,6 14,8 12,2 COLÔMBIA 4,3 4,5 11,3 31,8 A EQUADOR 4,2 A 4,2 4,4 24,3 A MÉXICO 1,1 2,4 14,3 46,5 PARAGUAI 13,0 4,8 20,5 15,2 A PERU 5,0 5,5 31,8 19,6 A URUGUAI 4,2 2,8 28,9 59,4 A VENEZUELA 1,0-0,5 5,7 49,8 A UNIÃO EUROPEIA 0,2 A 1,6 ZONA DO EURO -0,4 A 1,1 ÁSIA (PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO) 6,6 A 6,4 ESTADOS UNIDOS 1,9 1,7 0,8 104,5 CHINA 7,7 A 7,4 41,6 22,4 Fonte: Autoridades nacionais e FMI (World Economic Outlook - Apr/2014). Dados atualizados (World Economic Outlook - Jul/2014). * Previsões FMI. A Estimativas FMI (os demais índices são os oficiais publicados pelas autoridades nacionais). B Projeção MP/MF. TAXA DE CÂMBIO, E CONTA CORRENTE (SETE MAIORES ECONOMIAS DA AMÉRICA LATINA) Depreciação da moeda nacional em 12 meses* (em relação ao dólar) Resultado em Conta Corrente** (% do PIB, em 2013) Inflação** (% em 2013) ARGENTINA 46,2% -0,9 A 10,9 B BRASIL 1,7% -3,6 5,9 CHILE 17,1% -3,4 3,0 COLÔMBIA 0,4% -3,3 A 1,9 MÉXICO 2,3% -1,8 4,0 PERU 3,8% -4,9 2,9 VENEZUELA 0% C 2,6 A 56,1 * Fonte: Banco Central do Brasil (variações entre 15 de setembro de 2013 e 15 de setembro de 2014). ** Fonte: FMI. A Dados estimados. B Indicador oficial calculado com base na metodologia vigente até C O cálculo apresentado diz respeito ao câmbio oficial venezuelano, fixado em 6,3 VEB/US$.
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