Centro de Combate à Violência Infantil. O amor por princípio, a defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes por vocação
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- Mikaela Bonilha Corte-Real
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1 Centro de Combate à Violência Infantil O amor por princípio, a defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes por vocação
2 Quem Somos O Centro de Combate à Violência Infantil - CECOVI é uma organização não governamental e foi fundado em Missão Promover uma cultura de paz dentro da família velando para que a criança se mantenha a salvo de qualquer forma de violência. Nossos contatos info@cecovi.org.br Site: Atuação em três eixos: - Capacitação - Prevenção - Defesa de direitos
3 Eixo 1 - Capacitação Profissionais Curso de Pós-graduação Semi presencial (360 h/a) Parceria: Pontifícia Universidade Católica do Paraná Curso de Capacitação à Distância (180 h/a) Curso de Capacitação Presencial (32 h/a) ALUNOS CAPACITADOS
4 Módulos Cursos Capacitação Contexto histórico da violência contra crianças e adolescentes. Perfil do profissional. Violência doméstica contra crianças e adolescentes (maus-tratos físicos, abuso sexual (incesto), abuso psicológico e negligência. Exploração sexual comercial contra crianças e adolescentes (turismo sexual, tráfico humano e pornografia infantil) Trabalho infantil. Sistema de Garantia de Direitos (funcionamento dos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente, Conselhos Tutelares, Delegacia de Polícia, Ministério Público e Poder Judiciário) Legislação Brasileira (ECA, Código Civil, Constituição Federal, Código Penal, Código Processo Penal e Legislação Especial).
5 Materiais Desenvolvidos pelo CECOVI
6 Eixo 2 Prevenção Parceiros: Escolas, Igrejas e Centros comunitários
7 Eixo 2 Prevenção Parceiros: Escolas, Igrejas e Centros comunitários
8 Eixo 3 Centro de Defesa Acompanhamento de inquéritos policiais Acompanhamento de processos: - Varas de família - Varas da infância e juventude - 12a Vara criminal. Realização de relatórios psicológicos Apoio psicológico à família da criança vitimizada
9 Bullying na Escola
10 Conceito de Bullying O Bullying ocorre quando um ou mais alunos elegem uma vítima para bode expiatório do grupo e contra ela exercem repetitivamente atitudes agressivas, contra as quais a vítima não consegue se defender.
11 Desfazendo os Mitos : O bullying sempre existiu nas escolas, embora só tenha sido iniciado seu estudo científico na década de 1970 na Europa. O tema chegou ao Brasil no fim dos anos de 1990 e início de O bullying acontece em 100% das escolas, em todo o mundo, sejam públicas ou privadas.
12 Tipos de Bullying Físico: bater, chutar, beliscar Verbal: apelidar, xingar, zoar. Apelidos que acentuem características físicas. Ex: Dumbo, Cabeção, tampinha, etc. Apelidos que ridicularizam o nome da vítima. Ex: Carlos Bolsinha, Dinorá. Etc. Moral: difamar, caluniar, discriminar
13 Tipos de Bullying Sexual: abusar, assediar, insinuar Psicológico: intimidar, ameaçar, perseguir. Material: furtar, roubar, destroçar pertences (Ex: boneca jogada na lama) Virtual ou ciberbullying: ameaçar, discriminar, difamar, através da internet e do celular. (Ex: montagem de fotos)
14 Grupo de Risco Alunos muito tímidos e retraídos Alunos com desenvolvimento acadêmico diferenciado (Nerds) Alunos com jeito efeminado Alunas com jeito masculinizado Alunos com sotaque regionalizado Alunos de diferentes raças Alunos de diferentes religiões Alunos com diferente modo de vestir
15 Bullying # Brincadeira Critérios Identificadores: Ataques repetitivos contra a mesma vítima num período prolongado de tempo. Desequilíbrio de poder. Muitas vezes o ataque é efetuado em grupo, tirando da vítima qualquer chance de defesa. Ausência de motivos que justifiquem os ataques.
16 Emoções despertadas na vítima de Bullying: Medo de que o episódio se repita Tensão Raiva reprimida Angústia Tristeza Desgosto Sensação de impotência Rejeição e mágoa Desejo de vingança Pensamento suicida EUA. 37 Tiroteios que ocorreram em escolas, 2/3 dos autores cometeram os crimes como vingança por causa da vitimização de bullying.
17 Pesquisas indicam : O bullying pode ser identificado em qualquer faixa etária e nível de escolaridade. A maior incidência de bullying está entre os alunos do 6º ao 8º ano. O bullying é praticado mais por meninos e as modalidades preferidas são maus-tratos físicos e verbais.
18 Pesquisas indicam : Já as meninas praticam o bullying nas modalidades moral e psicológica (Ex: difamar, excluir, humilhar, etc). 80% das vítimas tendem a reproduzir os maus-tratos sofridos. Na adolescência, diminui a frequência do bullying, mas aumentam a gravidade dos ataques.
19 Fatores que contribuem para o aumento do bullying Tendência da vítima de reproduzir os maus-tratos sofridos. Incentivo à competitividade e ao individualismo estimulado pela família e por algumas escolas especialmente em relação ao vestibular. Banalização da violência. Certeza de impunidade. Educação familiar permissiva e a ausência de limites. Deficiência ou ausência de modelos educativos voltados para a convivência pacífica e que respeitem as diferenças, despertando sentimentos de afetividade e compaixão nos alunos.
20 Identificando o Bullying
21 O professor para identificar o bullying deve observar: Se o aluno está constantemente isolado dos demais, especialmente no horário do recreio. (Ex: Beatriz e as abelhas) Se nos trabalhos em grupo ou jogos em equipe é sempre o último a ser escolhido. Se é alvo de caçoadas por ter apelidos pejorativos em decorrência de seu físico ou temperamento. Se o aluno apresenta aspecto triste, deprimido, aflito, ansioso, irritadiço ou agressivo.
22 O professor para identificar o bullying deve observar: Se ocorreu súbita queda no rendimento escolar e desinteresse pelos estudos. Se falta às aulas frequentemente, sem justificativas convincentes. Se apresenta arranhões, ferimentos ou danificação de seus materiais escolares constantemente. Se é intimidado, perseguido ou maltratado fisicamente.
23 John era um garoto de 12 anos que morava em Los Angeles com sua família de classe média. Mantinha uma certa proximidade com os pais e era filho único. Sempre fora um aluno nota 10 e um cidadão-modelo. A vida ia relativamente bem para John até a 5a série. Mesmo frequentando uma escola conceituada e tendo boas amizades, passou a ser importunado regularmente por um grupo de 05 garotos. Como os incidentes foram deixando-o cada vez mais aborrecido, ele e a família expuseram suas preocupações ao diretor da escola. O diretor estava inseguro quanto ao modo de lidar com essa situação, porque a maior parte desses incidentes não havia sido testemunhado pelos adultos encarregados da supervisão dos alunos. Os pais de John, assim como a maioria dos pais, também se perguntavam se infelizmente esse quadro não fazia parte da experiência habitual da escola. As provocações e o assédio continuaram intensificando-se; o humor de John, seu relacionamento com os professores e suas notas começaram a declinar.
24 Certo dia, quando ele tropeçou e caiu jogando basquetebol, um dos garotos pisou em cima de sua mão, fingindo que fora sem querer. John gritou de dor, foi até a enfermaria e reclamou para as autoridades. Como acreditou-se que havia sido um acidente, não foram tomadas quaisquer medidas. Ele teve uma distensão nos dedos. No dia seguinte, não quis ir à escola. Sem saber ao certo no que acreditar, os pais de John exigiram que fosse. Os cinco garotos passaram o dia zombando dele e atingindo acidentalmente seus dedos sempre que podiam. John foi esperto e desviou os golpes para a outra mão, na esperança de se proteger, mas isso não foi o suficiente. Na saída da escola, os cinco garotos o imobilizaram no chão e passaram com um skate por cima de sua mão. Taylor
25 Consequências do Bullying Saúde Física Doenças psicossomáticas, que se acentuam no horário de ir à escola: - Dores de cabeça - Tonturas - Náuseas - Ânsia de vômito - Dor no estômago - Diarréia - Enurese - Sudorese - Dores musculares - Febre - Taquicardia - Tensão - Excesso de sono - Pesadelos - Aumento ou perda de apetite - Dores generalizadas Outras doenças psicossomáticas: - Gastrite - Úlcera - Bulimia - Anorexia - Herpes - Rinite - Alergias - Problemas respiratórios - Obesidade
26 Consequências do Bullying Saúde Mental Dificuldade de concentração Déficit de atenção Cansaço mental Sentimentos de abandono e de inferioridade Oscilações de humor Pensamentos suicidas Depressão Fobias Hiperatividade
27 Como a escola pode enfrentar o bullying? Reconhecendo a existência do fenômeno. Capacitando seus professores para identificar as práticas de bullying e fazerem a intervenção correta. Levando o tema para ser discutido com os alunos, professores e funcionários, traçando estratégias preventivas para fazer frente ao fenômeno. Estabelecer parcerias com os conselhos tutelares, ministério público, delegacia de polícia, contando ainda com a assessoria de psicólogos e assistentes sociais.
28 Ações práticas da escola para enfrentar o bullying? Promover uma pesquisa com os alunos, a fim de medir o número de casos de bullying na escola. Realizar oficinas onde os alunos façam redações contando, de forma anônima, se estão sofrendo ou já sofreram bullying na escola. Desenvolvimento de oficinas temáticas que incentivem o exercício da solidariedade, tolerância, respeito ao próximo e as diferenças individuais.
29 Os autores da agressão
30 Perfil dos Agressores Valem-se de força física ou habilidade psicoemocional para aterrorizar os mais fracos e indefesos. São prepotentes, arrogantes e geralmente estão envolvidos em confusão e desentendimentos. Utilizam os maus-tratos (apelidos pejorativos, ataques físicos, etc) para tornarem-se temidos e populares. Podem ser alunos com grande capacidade de liderança e persuasão.
31 Perfil dos Agressores Desenvolvem o hábito de praticarem bullying desde a infância. Quando adultos, podem replicar esse modelo em forma de violência doméstica (cônjuge e filhos) e no trabalho, assediando moralmente colegas e funcionários hierarquicamente inferiores. Para realizar o bullying o agressor necessita: - Da confusão, do medo e da sensação de impotência dos que pretendem transformar em suas vítimas. - Principalmente do silêncio dos que estão ao seu redor.
32 Como abordar o assunto bullying com os autores da agressão O agressor acredita que todos devem atender seus desejos de imediato e não consegue, do ponto de vista psicológico, colocar-se no lugar do outro. Tognetta e Vinha Ao identificar o caso, iniciar o trabalho de entrevistas individuais. O entrevistador deve ouvir primeiro a vítima separadamente. O líder do grupo agressor deve ser ouvido antes dos parceiros.
33 Como abordar o assunto do bullying com os autores da agressão Na entrevista com o agressor, este deve ter oportunidade para falar a fim de promover espaço de diálogo e mudança. É necessário, entretanto, ser firme e mostrar para os agressores as consequências legais do comportamento inadequado a luz do ECA. O monitoramento do caso é essencial para evitar a revitimização.
34 Se esta intervenção não surtir efeito, como proceder? A escola deve encaminhar o(s) agressor(es) para o Conselho Tutelar. Se tiver ocorrido: Lesão corporal, Calúnia (atribuir crime falso) Injúria (macular a honra da vítima) Difamação (espalhar ato verdadeiro, mas desabonatório) A escola deve orientar aos pais ou responsáveis pela vítima a procurarem a delegacia de polícia para fazerem um boletim de ocorrência.
35 Dependendo do caso, se a escola não tomar as providências para proteger a criança e o adolescente, poderá ser responsabilizada por omissão e condenada a pagar indenização à vítima por danos morais e materiais. Art Deixar o professor ou responsável por estabelecimento de atenção à ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente: Pena - multa de 03 a 20 salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
36 O professor deve ter muito cuidado para não expor o aluno agressor a situações de constrangimento. ECA. Art Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento: Pena - detenção de seis meses a dois anos.
37 Da Prática de Ato Infracional ECA. Art Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal. ECA. Art São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei. Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada a idade do adolescente à data do fato. Medidas de proteção: crianças /adolescentes Medidas sócio-educativas: adolescentes
38 Art Medidas de proteção (crianças e adolescentes) I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade; II - orientação, apoio e acompanhamento temporários; III - matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental; IV - inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e ao adolescente; V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial; VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos; VII - abrigo em entidade; VIII - colocação em família substituta.
39 Das Medidas Sócio-Educativas Art Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao ADOLESCENTE as seguintes medidas: I - advertência; II - obrigação de reparar o dano; III - prestação de serviços à comunidade; IV - liberdade assistida; V - inserção em regime de semi-liberdade; VI - internação em estabelecimento educacional; VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
40 Professor pratica bullying? O professor e outros profissionais que trabalham na escola podem praticar bullying. Existem professores que: Comparam Constrangem Criticam Chamam a atenção publicamente Menosprezam Humilham (Ex: caso da folha rasgada por engano). Agridem verbal e moralmente Fazem comentários depreciativos, preconceituosos e indecorosos. Ex: Beliscões e prender dentro de uma sala
41 Os Professores podem ser alvo de Bullying? Muitos professores são: - Assediados sexual e moralmente; - Humilhados - Ameaçados - Perseguidos - Ridicularizados Por ALUNOS e por seus próprios COLEGAS DE PROFISSÃO O professor vítima de bullying, muitas vezes, não sabe a quem recorrer: a) Teme pedir ajuda a direção da escola, pois podem ser mal interpretados e rotulados de incompetentes. b) Geralmente quando chama os pais dos alunos agressores para uma conversa, estes não comparecem. c) Se reclama para os próprios alunos agressores, esses geralmente dizem que estavam apenas brincando e que o professor é sensível demais.
42 Emoções despertadas no professor vítima de Bullying - Estresse - Desânimo - Fadiga - Síndrome de Burnout Geralmente os professores são agredidos em sala de aula através: palavras abusivas, piadinhas e comentários sexualizados. Pesquisa realizada pelo sindicato de professores britânicos concluiu: -1/5 dos professores do ensino básico - 2/3 dos professores do ensino médio já foram alvo de bullying. Reconhecer-se vítima de bullying é muito importante para combater o fenômeno e não minimizar o mesmo.
43 Não deixe que seu aprendizado o leve somente ao conhecimento; deixe que ele o leve à ação. Rohn
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