PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADO DA PARAÍBA GABINETE DO DESEMBARGADOR JOÃO BENEDITO DA SILVA

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1 PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADO DA PARAÍBA GABINETE DO DESEMBARGADOR JOÃO BENEDITO DA SILVA ACÓRDÃO APELAÇÃO CRIMINAL N /001 Juízo de Direito da 1' Vara de Esperança/PB Relator : Exmo. Dr. José Guedes Cavalcanti Neto, em substituição ao Des. João Benedito da Silva Apelante 01 : Luiz Carlos Feliciano dos Santos, conhecido por "Luizinho" Púb. Anaiza dos Santos Silveira) Apelante 02 : Adeilton de Souza Martins, conhecido por "Lica" (Def. Púb. Anaiza dos Santos Silveira) Apelado : Justiça Pública APELAÇÃO CRIMINAL. Tráfico de entorpecentes. Delito previsto no art. 33 "caput" da Lei n /06. Autoria e materialidade comprovadas. Condenação. Irresignação defensiva. Desclassificação para consumo próprio (art. 28, lei /06). Ausência de provas nos autos. Condenação pelo tráfico mantida. Pena-base desproporcional. Redução. Conhecimento de oficio. Possibilidade. Efeito devolutivo amplo. Provimento parcial do recurso. - As provas testemunhais colhidas nos autos, atreladas às circunstâncias em que a droga foi apreendida, são suficientes para a manutenção da condenação do réu pela prática do crime de tráfico de drogas. - Revelando-se a pena-base desproporcional, mister se faz sua adequação às circunstâncias judiciais dos agentes, notadamente quando levados em consideração elementos insitos ao tipo penal para majorá-la, sendo referida matéria cognoscível de ofício pelo Órgão revisor, ante a amplitude do efeito devolutivo. acima; VISTOS, RELATADOS E DISCUTIDOS os autos identificados ACORDAa Egrégia Câmara Criminal do Colendo Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba em harmonia parcial com o parecer da douta Procuradoria de Justiça em, dar provimento parcial ao apelo, nos termos do voto do relator. Unânime.

2 RELATÓRIO: Trata-se de Apelação Criminal (fls. 78/83) interposta por Luiz Carlos Feliciano dos Santos, conhecido por "Luizinho" e Adeilton de Souza Marfins, conhecido por "Lica", contra sentença da lavra do douto Juizo de Direito da 1a Vara de Esperança/PB (fls. 69/73), que julgou procedente a denúncia ministerial para condená-los pela prática do crime previsto no art. 33 da Lei /06, às penas privativas de liberdade de 7 (sete) anos de reclusão, cada um, em regime inicial semiaberto, além de 500 dias-multa, à razão de 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo vigentes à época dos fatos. Consta da denúncia ministerial que, no dia 25 de abril de 2012, por volta das 13:40hs, no bairro do Catolé, município de Esperança/PB, os recorrentes foram presos em flagrante, após terem sido abordados por policiais militares que haviam recebido uma denúncia anônima de que dois homens estavam vendendo drogas próximo a uma igreja abandonada. Ainda, durante a referida abordagem, nada foi encontrado diretamente em poder dos recorrentes. Contudo, os policiais que empreenderam o flagrante encontraram cerca de 9 (nove) pedras da substância entorpecente conhecida como "crack", em envólucros prontos para comercialização, alguns metros próximos ao local onde os acusados estavam, fazendo supôr que a droga lhes pertenciam. Finda a instrução criminal, os apelantes restaram condenados à reprimenda acima transcrita. Irresignados, manejaram o presente apelo, buscando, tão somente, a desclassificação do crime de tráfico (art. 33, lei /06) para o de uso de substância entorpecente, previsto no art. 28 da lei /06, haja vista entender que a droga apreendida seria utilizada para consumo próprio dos apelantes. Às fls. 88/91, o Ministério Público em atuação no primeiro grau apresentou contrarrazões ao recurso pugnando pelo desprovimento do apelo, posição seguida nesta Superior Instância pela douta Procuradoria de Justiça às fls. 95/97. É o relatório. V O T O: Exmo. Dr. José Guedes Cavalcanti Neto. Conforme relatado, trata-se de Apelação Criminal (fls. 78/83) interposta por Luiz Carlos Feliciano dos Santos, conhecido por "Luizinho" e Adeilton de Souza Martins, conhecido por "Lica", contra sentença da lavra do douto Juizo de Direito da 1' Vara de Esperança/PB (fls. 69/73), que julgou procedente a denúncia ministerial para condená-los pela prática do crime previsto no art. 33 da Lei /06, às penas privativas de liberdade de 7 (sete) anos de reclusão, cada um. em regime inicial semiaberto, além de 500 dias-multa, à razão de 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo vigentes à época dos fatos.

3 Irresignados, manejaram o presente apelo, buscando, tão somente, a desclassificação do crime de tráfico (art. 33, lei /06) para o de uso de substância entorpecente, previsto no art. 28 da lei /06, haja vista entender que a droga apreendida seria utilizada para consumo próprio dos apelantes. Contudo, tenho que razão não lhe assiste. Consta da denúncia ministerial que, no dia 25 de abril de 2012, por volta das 13:40hs, no bairro do Catolé, município de Esperança/PB, os recorrentes foram presos em flagrante, após terem sido abordados por policiais militares que haviam recebido uma denúncia anônima de que dois homens estavam vendendo drogas próximo a uma igreja abandonada. Ainda, durante a referida abordagem, nada foi encontrado diretamente em poder dos recorrentes. Contudo, os policiais que empreenderam o flagrante encontraram cerca de 9 (nove) pedras da substância entorpecente conhecida como "crack", em envólucros prontos para comercialização, alguns metros próximos ao local onde os acusados estavam, fazendo supôr que a droga lhes pertenciam. Presos em flagrante, acusados de tráfico de entorpecentes, os recorrentes jamais admitiram a propriedade da droga apreendida, tanto na esfera policial quanto em Juizo. Contudo, as únicas testemunhas arroladas pela acusação ouvidas em Juízo, os militares Aguinaldo José Juvenal Filho e José Antônio do Nascimento que empreenderam o flagrante, confirmaram em seus depoimentos (3min38s e 7min06s fls. 54) que próximo aos recorrentes foram encontradas as drogas descritas no auto de apreensão e apresentação de fls. 11. Aduziram, outrossim, que o local onde os recorrentes foram presos era um conhecido ponto de tráfico de entorpecentes (3min55s e 8min06s), de sorte que não restaram dúvidas quanto a autoria delitiva. Quanto à pretensa desclassificação do crime previsto no art. 33 para o de art. 28, ambos da lei /06, melhor sorte não coube aos apelantes. Isto porque, durante a instrução criminal, como se pôde observar dos depoimentos audiovisuais gravados na audiência de instrução e julgamento, cuja mídia encontra-se encartada às fls. 54 destes autos, os recorrentes Luiz Carlos e Adeilton dos Santos negaram expressamente que seriam usuários de drogas, respectivamente, aos 19minlOs e 22min02s, caindo por terra, desta feita, a versão apresentada pelos apelantes nas razões do presente recurso. Em conclusão, a nova tese defensiva sustentada pela briosa defensoria pública não encontra eco em nenhum das provas colhidas durante a instrução, notadamente nos depoimentos dos próprios acusados que negaram serem usuários. Quanto a materialidade, esta encontra-se sobejamente comprovada, conforme se vê do auto de apreensão e apresentação de fls. 11, bem como dos laudos de constatação da natureza das drogas encartados às fls. 17, donde se observa que foram encontrados em poder dos recorrentes cerca "09 (nove) pequenos pacotinhos

4 confeccionados em saco plástico transparentes, amarrados em forma de colar, encerrando substância sólida amarelada, com aspecto e odor semelhante à droga conhecida popularmente como "crack", cujo peso liquido correspondia a 2,3g (dois gramas e três decigramas) Diante de tais circunstâncias, vejo que se afiguram insubsistentes as alegações dos recorrentes, no sentido de que portavam a droga apenas para consumo próprio. Dessarte, a natureza da droga apreendida, aliada ao fracionamento desta última em 9 (nove) pedras já acondicionadas e fracionadas em sacos plásticos, revelaram que tais atos extrapolaram a mera condição de usuário dos apelantes, para consubstanciar-se em atos de traficância e comércio. Nesse sentido o colendo STJ: AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. APLICAÇÃO DA CAUSA DE DIMINUIÇÃO PREVISTA NO ART. 33, 4 0, DA LEI N /2006. IMPOSSIBILIDADE EM RAZÃO DA NATUREZA E DA QUANTIDADE DE DROGA APREENDIDA. 1. A natureza e a quantidade de droga (88 g de cocaína), além dos diversos apetrechos apreendidos, comumente utilizados para a prática do tráfico de entorpecentes, tal como assentado pelas instâncias ordinárias, denotam o elevado grau de envolvimento do paciente com o tráfico, a justificar, portanto, a aplicação da causa de diminuição prevista no art. 33, 4, da Lei n /2006 no percentual de 1/3, sendo que a pretensão em sentido contrário, a infirmar a conclusão do Tribunal a quo, demandaria dilação probatória, incabível em sede de habeas corpus. Precedentes. 2. Agravo regimental improvido. (STJ AgRg no HC /ES, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 29/05/2012, DJe 11/06/2012) Por fim, impende ressaltar que os depoimentos prestados por agentes públicos carregam em si substanciosa carga valorativa, mormente pela própria fé de oficio insita ao cargo que ocupam. Malgrado tal presunção se revestir de inegável relatividade, podendo ser ilidida por prova em contrário, não foi o que ocorreu na espécie. Na hipótese, as provas produzidas contra o ora recorrente, se mostraram coesas e idôneas, ao contrário do apontado pelo insurgente. Esse é o comando jurisprudencial, in verbis: PENAL. ROUBO. APELAÇÃO. CONJUNTO PROBATÓRIO ROBUSTO. TESTEMUNHO POLICIAL. DOSIMETRIA. PENA BASE. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAS. Conjunto probatório que demonstra a materialidade e autoria do crime imputado ao acusado. Os depoimentos prestados pelos agentes policiais, concordes entre si. resultam merecedores de fé na medida em que provêm de agentes

5 públicos no exercício de suas funções e não destoam do conjunto probatório. Razoável o aumento da pena base em 1 (um) ano, dada a análise desfavorável das circunstâncias judiciais referentes à culpabilidade e à personalidade do agente. Apelo desprovido. (TJDFT APR, Relator MARIO MACHADO, l Turma Criminal, julgado em 10/06/2011, DJ 28/06/2011, p. 157) Eis o entendimento assente nas duas Turmas especializadas em Direito Penal do colendo Superior Tribunal de Justiça: PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS. INDEFERIMENTO DE OITIVA DE TESTEMUNHAS. MATÉRIA NÃO-ANALISADA PELO TRIBUNAL DE ORIGEM. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. PROVA COLHIDA NA FASE INOUISITORIAL. RATIFICACÃO EM JUÍZO. REGULARIDADE. DEPOIMENTO DE POLICIAIS. MEIO PROBATÓRIO VÁLIDO. REVOLVEVIENTO DA MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA. ORDEM PARCIALMENTE CONHECIDA E, NESSA EXTENSÃO, DENEGADA. 1. omissis. 2. Não há irregularidade se os depoimentos colhidos no curso do inquérito policial foram ratificados na fase judicial, em respeito aos princípios do contraditório, ampla defesa e devido processo legal. 3. O depoimento de policiais pode servir de referência ao juiz na verificação da materialidade e autoria delitivas, podendo funcionar como meio probatório válido para fundamentar a condenação, mormente quando colhido em juízo, com a observância do contraditório, e em harmonia com os demais elementos de prova. 4. "Aferir se a condenação por tráfico de drogas, fundada exclusivamente em depoimentos de policiais, é ou não nula, demanda incursão na seara fático-probatória, tarefa não condizente com a via eleita, angusta por excelência, mesmo porque já fixado por esta Corte a validade daquela prova testemunhal, se foi ela confirmada em juízo, sob o crivo do contraditório " (HC 8.708/RS). 5. Ordem parcialmente conhecida e, nessa extensão, denegada. (STJ - HC /SP, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, julgado em 19/11/2009, DJe 14/12/2009) Em conclusão, a condenação por tráfico, e não por consumo, deve ser mantida, no contexto em que se apresenta, dada a comprovação de autoria e materialidade delitiva, aliada ao fato de a conduta do apelante estar tipificada na Lei de Drogas (11.343/06), em seu art. 33. No que pertine à reprimenda aplicada, malgrado não ser objeto especifico do presente apelo, esta colenda Câmara Criminal tem entendido que a apelação interposta ressalvados os casos do tribunal do júri devolve toda a matéria à exame da instância ad quem, em atenção ao efeito translativo do recurso.

6 Também se coadunam a esse entendimento José Carlos Barbosa Moreira, Rodrigo Mazzei e Ada Pellegrini Grinover'. Esta, especificamente, escreveu que: "Mas, dentro desses limites, a profundidade do conhecimento do tribunal é a maior possível: pode levar em consideração tudo o que for relevante para a nova decisão, por isso que o brocardo latino tantum devolutum quantum appellatum (relativo à extensão do conhecimento), complete-se pelo acréscimo vel apellare debebat (relativo à profundidade). Assim, nos limites da matéria impugnada, ou cognoscível de oficio, e desde que não modifique o pedido e a causa de pedir (que delimitam a pretensão), o tribunal poderá livremente apreciar, no recurso, aspectos que não foram suscitados pelas partes."(grifei) Assim, na hipótese, entendo que as penas devem ser redimensionadas, eis que as penas-base foram exacerbadas. Pois bem. A pena em abstrato prevista para o delito capitulado no art. 33 da lei /06 varia de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos, bem como pagamento de 500 (quinhentos) a (mil e quinhentos) dias-multa. Ao final, os apelantes foram condenados às penas definitivas privativas de liberdade de 7 (sete) anos de reclusão, em regime inicial semiaberto, além de 500 dias-multa, à razão de 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo. ambos os agentes: Na espécie, as penas-base foram fixadas da seguinte forma para "A CULPABILIDADE do acusado está evidenciada nos autos; os ANTECEDENTES não lhe são favoráveis; sua CONDUTA SOCIAL é regular, nada havendo que o desabone; de PERSONALIDADE mediana; ausentes quaisquer MOTIVOS para a prática do delito, a não ser a própria cupidez do acusado, na busca do lucro fácil; com CONSEQUÊNCIAS assaz danosas para a sociedade, já que atentou contra a saúde pública." (fls. 72) reclusão. Com essas razões, as penas-base restaram em 7 (sete) anos de Contudo, tenho que o douto sentenciante sopesou de forma equivocada algumas das circunstâncias judiciais previstas no art. 59 do CP. Na hipótese, a culpabilidade, juízo de reprovabilidade sobre a conduta do agente, e que revela a intensidade do seu dolo, foi analisada de maneira genérica pelo julgador, sem a correspondente subsunção às condutas concretas dos recorrentes, razão pela qual deve ser reanalisada nesta Superior Instância em beneficio dos apelantes. GR1NOVER, Ada Pellegrini; FERNANDES, Antonio Scarance; GOMES FILHO, Antônio Magalhães. Recursos no processo penal. São Paulo: RT, 3 ed., 2001, p.52;

7 Lado outro, os motivos valorados pelo douto julgador a busca do lucro fácil se revelam naturais ao tipo do tráfico de drogas, consubstanciando inaceitável bis in idem a sua valoração negativa na pena-base, de sorte que, também, deve ser analisada de forma positiva para os agentes. É o entendimento do colendo SEP. Em conclusão, as penas-base devem ser reduzidas em 1 (um) ano, restando ao final da primeira fase em 06 (seis) anos de reclusão e 500 (quinhentos) dias-multa, penas que tomo definitivas ante a ausência de atenuantes, agravantes, minorantes ou majorantes, afinal, no que se refere à redução nos termos do 4 0 do artigo 33 da Lei n /06, os dois acusados já foram condenados por sentenças penais transitadas em julgado em data anterior ao da prática do crime em testilha (antecedentes criminais de fls. 57/59 e 60/64), não fazendo, então, jus ao referido beneficio. Mantenho, por fim, o regime inicial semiaberto para ambos os apelantes, eis que correspondente à situação processual dos agentes. Forte em tais razões, DOU PROVIMENTO PARCIAL ao recurso para, mantidas as condenações dos recorrentes pelos crimes de tráfico de entorpecentes, reduzir suas penas em 1 (um) ano, restando as penas definitivas em 06 (seis) anos de reclusão e 500 (quinhentos) dias-multa, em regime semiaberto, tudo isso em harmonia parcial com o parecer ministerial. É como voto. Presidiu o julgamento o Exmo. Des. Carlos Martins Beltrão Filho, Presidente da Câmara Criminal. Participaram ainda do julgamento o Exmo. Dr. José Guedes Cavalcanti Neto, Juiz de Direito convocado para substituir o Exmo. Des. João Benedito da Silva, relator, o Exmo. Dr. Marcos William de Oliveira, Juiz de Direito convocado para substituir o Exmo. Des. Luis Silvio Ramalho Junior, revisor, e o Exmo. Des. Carlos Martins Beltrão Filho. Presente a Sessão de Julgamento o(a) Exmo(a). Dr(a). Maria Salete de Araújo Melo Porto, Promotora de Justiça. Sala de Sessões da Egrégia Câmara Criminal do Colendo Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, em João Pessoa, Capital, aos 19(dezenove) dias do mês de fevereiro do ano de Dr. José Gu es'éavalcanti Neto Re lato r Juiz convocado 2 A busca do lucro fácil é inerente ao tipo penal de tráfico de drogas, não se prestando a agravar os motivos do crime. Precedentes. (STJ - REsp /AC, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 02/10/2012, DJe 16/10/2012)

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