PADRÃO DE RESPOSTA. Pesquisador em Informações Geográficas e Estatísticas A I PROVA 5 - GEOGRAFIA AGRÁRIA
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- Laura Lucinda Borja Lacerda
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1 Questão n o 1 Conhecimentos Específicos O candidato deverá contemplar em seu texto os seguintes aspectos: Na perspectiva da Geografia Tradicional, até os anos 60 do século XX, período em que se enfatizavam os estudos sobre a diferenciação de áreas e se intensificava, no Brasil, o processo de industrialização e urbanização, os estudos agrários centravam-se no reconhecimento sobre as diferentes áreas do território brasileiro. Em suas análises, foram enfatizadas a observação (trabalhos de campo), a descrição (relatos das áreas observadas), e a representação cartográfica dos fenômenos observados. Esse encaminhamento metodológico nos estudos agrários resultou em inúmeras pesquisas sobre as regiões agrárias brasileiras, em um período que se inicia no final do século XX e se estende até os anos Na perspectiva da Geografia Quantitativa, até o final dos anos 70 do século XX, os estudos buscavam a classificação e hierarquização, a partir de uma base estatística e matemática fundamentada no positivismo lógico, no qual a distância e os custos mínimos eram variáveis importantes. No Brasil, intensificava-se o processo de urbanização e modernização na agricultura, e os estudos agrários resultantes enfatizavam a classificação de produção por produtos agrícolas e a delimitação de regiões rurais, tendo por base dados secundários coletados pelos Censos Agrícolas e Agropecuários. Na perspectiva da Geografia Crítica, que busca estabelecer uma relação dialética entre Sociedade e Natureza, foram enfatizados, entre outros aspectos, as relações de produção e de trabalho capitalista no campo, a divisão territorial do trabalho e a produção do espaço a partir dos conflitos resultantes da lógica capitalista, bem como a ação do Estado e da Ideologia que se espacializa desigualmente a partir do materialismo
2 histórico e da dialética marxista. Procura romper com a neutralidade no estudo geográfico, reconhecendo o espaço geográfico como objeto social. Enfatiza em sua análise o senso crítico, procurando a essência dos fenômenos através da reflexão, exigindo do pesquisador um posicionamento crítico e comprometido com a socialização do conhecimento obtido. valor: 16,0 pontos Idioma conhecimentos ortográficos; conhecimentos gramaticais adequados à norma-padrão; conhecimentos textuais. valor: 4,0 pontos
3 Questão n o 2 Conhecimentos Específicos O candidato deverá abordar em seu texto para a elaboração da relação, dentre outros, 2 dos seguintes aspectos: a especialização de zonas de produção agrícola; a integração e a articulação entre os mercados nacional e mundial; a evolução técnica dos instrumentos de produção (modernização da agropecuária); a presença de instituições relacionadas ao ramo financeiro, comercial e de gestão administrativa (empresas multinacionais); a mudança do perfil sociocultural das áreas rurais englobadas pela nova atividade produtiva; a existência de circuito produtivo ancorado em um sistema de redes; a discussão sobre os círculos de cooperação nas regiões produtivas. valor: 16,0 pontos Idioma conhecimentos ortográficos; conhecimentos gramaticais adequados à norma-padrão; conhecimentos textuais. valor: 4,0 pontos
4 Questão n o 3 a) Analisando o gráfico 1 constata-se que a porcentagem da agricultura familiar variou de 9% a 10% do PIB nacional, evidenciando sua relevância na dinâmica econômica brasileira. b) O candidato deverá indicar 2 dos seguintes produtos mais significativos em % do PIB familiar: Fumo (96%) Mandioca (82%) Feijão (59%) Suíno (59%) Leite (55%) As características territoriais para a produção de tais gêneros são: utilização de pequenas e médias propriedades, utilização intensiva de mão de obra e de produtos voltados para o mercado.
5 Questão n o 4 O candidato deverá abordar, de cada um dos paradigmas, 2 dos seguintes aspectos: a) Paradigma de base capitalista Refere-se à predominância absoluta e ao poder das relações capitalistas associadas ao agronegócio. Considera que as bases econômicas, sociais e tecnológicas associadas ao agronegócio se estabelecem no espaço rural de forma generalizada, contribuindo para o esvaziamento dos grupos tradicionais locais em direção à cidade. Julga que os grupos sociais remanescentes passam a se integrar ao sistema capitalista do agronegócio, formando uma rede que permite sua permanência e sobrevivência no espaço rural. Considera a agricultura familiar uma ferramenta de organização socioespacial integrada ao capitalismo no campo. b) Paradigma associado a grupos tradicionais locais Refere-se à resistência de grupos tradicionais contrários à hegemonia do capital associado ao agronegócio. Tem o campesinato como representante de uma forma de organização socioespacial que mantém suas formas de produção tradicional e sua organização social no espaço rural, reivindicando seus direitos à terra. Considera que a base da agricultura camponesa é dada pela produção gerida pela família. Considera que o caráter familiar se expressa nas práticas sociais que implicam uma associação entre patrimônio, trabalho e consumo, no interior da família e que orientam sua lógica de funcionamento.
6 Questão n o 5 O texto deverá contemplar os seguintes aspectos: O primeiro ciclo revela as décadas iniciais de organização das pesquisas em geografia no IBGE, fundamentando-se no conceito de paisagem. Tais estudos tinham, na descrição detalhada da paisagem rural, o objetivo de interpretar a dinâmica do meio rural em sua expressão espacial, o chamado habitat rural. Nesse sentido, com o objetivo de discutir a feição da paisagem rural no Brasil na prática os debates acerca do habitat rural acabaram por transpor esse limite e voltaram-se para prover a base territorial das pesquisas do IBGE, especialmente dos censos demográficos e agropecuário e de definições sobre o meio rural. O segundo ciclo de estudos agrários promoveu a inserção do IBGE nas discussões sobre modernização da agricultura e nele foram identificados os principais fatores que remodelaram o espaço rural a partir da década de 70. Essa problemática foi pautada pelo IBGE a partir de dois grandes eixos estruturadores do espaço rural, ou seja, o progresso técnico e ampliação extraordinária da superfície dos estabelecimentos, principalmente em áreas de fronteira agrícola. A partir da contextualização e da identificação dos principais vetores de mudanças, os mapeamentos e as análises foram realizados buscando-se a diferenciação espacial dos fatores estruturantes da organização do espaço rural. O terceiro ciclo, intensificado a partir dos anos 90 do séc. XX, apresenta novas tecnologias, acesso à informação e rápidas transformações socioespaciais associadas à geografia e ao espaço rural que remodelaram a produção do conhecimento no IBGE. A incorporação de processos de mapeamento digital permitiu a ampliação significativa da capacidade de espacialização das informações produzidas sobre o espaço rural brasileiro. Nesse sentido, novas informações são utilizadas para aferir e contextualizar as atividades agropecuárias no território nacional. valor: 10,0 pontos
7 Questão n o 6 a) Pré-porteira Associada a negócios externos que alimentam ou transformam a agropecuária. Tipo de negócio - representados pelas indústrias e pelo comércio que fornecem insumos para a produção rural: fabricantes de fertilizantes, defensivos químicos, equipamentos, dentre outros. Impactos gerados - fundamentalmente de natureza ambiental, comprometendo a qualidade e a disponibilidade dos recursos naturais às populações rurais e urbanas direta ou indiretamente envolvidas: desequilíbrio ecológico, contaminação, proliferação de pragas, dentre outros. valor: 3,5 pontos b) Dentro da porteira Associada às relações comerciais entre os produtores rurais pequenos, médios ou grandes. Tipo de negócio representado pelos constituídos na forma de pessoa física (fazendeiros ou camponeses) ou de pessoa jurídica (empresas). Impactos gerados transformação simbólica dos produtos agropecuários em mercadorias, o desperdício de produtos que perderam seu valor de mercado internacional, exclusão dos pequenos agricultores no processo de comercialização, dentre outros. valor: 3,5 pontos c) Pós-porteira Associada aos negócios agropecuários finalizadores, aqueles de compra, transporte, beneficiamento e venda dos produtos agropecuários até o consumidor final. Tipo de negócio representado pelos frigoríficos, as indústrias têxteis e calçadistas, empacotadores, supermercados, distribuidores de alimentos, empresas de transportes agrícolas, dentre outros. Impactos gerados a expansão dos complexos agroindustriais ou industriais, pressionando as áreas rurais e, muitas vezes, urbanizando-as. valor: 3,0 pontos
8 Questão n o 7 a) O candidato deverá apresentar, dentre outros, 1 dos seguintes fatores de degradação ambiental resultantes da aquicultura com sua respectiva justificativa: - desmatamento de manguezais o desmatamento de manguezais contribui para a degradação de ecossistemas locais no que tange os berçários da vida marinha, a fauna e a flora de ambientes de restinga etc. - lançamento de efluentes sem tratamento no ambiente, o que polui áreas enormes nos estuários e mar aberto - essa descarga contém, por exemplo, antibióticos dados aos animais, que vivem em grandes concentrações, vulneráveis a infecções. b) A relação é estabelecida pela existência de articulações intersetoriais entre a aquicultura, a indústria e o comércio, cujas atividades principais compreendem a indústria a montante e a jusante, enquanto as atividades acessórias correspondem ao financiamento das atividades e à comercialização de produtos e serviços.
9 Questão n o 8 O candidato deverá apresentar e explicar um dos seguintes argumentos: - A análise pessimista, em relação ao futuro das áreas rurais, muitas vezes acontece devido às maneiras como as áreas rurais são definidas e delimitadas pelos estudos censitários e acadêmicos. Boa parte das definições sobre o meio rural o limitam às áreas remanescentes e fora dos limites da cidade a áreas com baixa densidade populacional e distribuição esparsa ou pontual de infraestrutura. As formas dominantes de delimitação do rural também contribuem para uma análise reducionista em relação à importância atual das áreas rurais: a) a delimitação administrativa; b) o peso econômico na ocupação da mão de obra da agricultura no território; c) definições internacionais baseadas em baixos índices populacionais de aglomerados humanos distantes dos centros urbanos. - A ruralidade é um conceito de natureza territorial e não setorial, ou seja, o meio rural não é definido pela agricultura, assim como as cidades não são definidas pela indústria. A abordagem espacial da ruralidade envolve três aspectos básicos: a relação com a natureza: o autor defende que as transformações sociais atuais permitem compreender o vínculo do espaço rural com os recursos naturais, o manejo desses recursos e, objetivamente, a aproximação da sociedade. a importância das áreas não densamente povoadas (relativa dispersão populacional) : segundo o autor, a associação do conceito de ruralidade a áreas com relativa dispersão populacional evidenciam a ambiguidade básica em relação à importância de tais áreas: de um lado, a dispersão populacional interfere nas medições de indicadores sociais e nas situações demográficas do território. Por outro lado, são notórios os laços de solidariedade, o sentido de comunidade e os novos valores de qualidade de vida associados a essa situação. a dependência do sistema urbano (relação com as cidades): a relação do meio rural com as cidades têm dupla natureza. De um lado, as áreas rurais são sempre polarizadas por pequenos ou médios assentamentos, onde se concentram alguns serviços ou infraestrutura básica, caracterizados, muitas vezes, como pequenas cidades no meio rural. Por outro lado, a relação entre as cidades e o meio rural demonstra uma integração orgânica entre as duas formas espaciais, sem eliminar as particularidades de organização social, econômica e territorial que as tornam diferentes. valor: 10,0 pontos
sociais (7,6%a.a.); já os segmentos que empregaram maiores contingentes foram o comércio de mercadorias, prestação de serviços e serviços sociais.
CONCLUSÃO O Amapá tem uma das menores densidades populacionais, de cerca de 2,6 habitantes por km 2. Em 1996, apenas três de seus 15 municípios possuíam população superior a 20 mil habitantes e totalizavam
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