UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL ENSINO NA SAÚDE

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1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL ENSINO NA SAÚDE PRÁTICA PEDAGÓGICA (PLANO DE ENSINO) VOLTADA PARA O ENSINO POR COMPETÊNCIAS A PARTIR DE PRODUTO TÉCNICO DA DISSERTAÇÃO: ATUAÇÃO DOCENTE PARA O DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS NO CURSO DE GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA Ronnisson Luis Carvalho Barbosa FORTALEZA - CEARÁ 2018

2 PRÁTICA PEDAGÓGICA (NOVO PLANO DE ENSINO) VOLTADA PARA O ENSINO POR COMPETÊNCIAS A PARTIR DE ATUAÇÃO DOCENTE PARA O DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS NO CURSO DE GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA Estabelecer essa conexão entre teoria e prática talvez seja o maior desafio do professor que atua no ensino superior. Pela clareza, na maioria das falas, é perceptível um conceito de competências que demonstra convicções e crenças dos docentes. Pelas considerações dos docentes, teoria e prática não estão sempre imbricadas nos diversos conceitos de competências, isso significa que o olhar do profissional prevaleceu e desconsiderou algumas representações teóricas de estudos sobre o movimento destas. As respostas dos professores da IES, no que se refere às estratégias e metodologias escolhidas para desenvolver as competências dos alunos no curso, apresentam condições favoráveis na sala de aula para que o aluno desenvolva a criatividade e a autonomia, que segundo estes, serão imprescindíveis na futura prática profissional. De acordo com os discursos, o desenvolvimento das competências dos estudantes no curso de Educação Física deve estar atrelado ao conhecimento técnico, mas principalmente político. A eficiência do ensino no curso de Educação Física se mostra condicionada a um bom planejamento por parte do professor, principalmente se este for fiel ao que recomenda o Projeto Pedagógico do Curso, pelo fato deste estar alinhado às Diretrizes Curriculares Nacionais. Para o desenvolvimento de competências, o melhor caminho são as metodologias ativas de ensino na prática do professor. No entanto, nem todos os docentes mostraram conhecer de fato o que são estas metodologias e o que elas representam para tornar o discente do curso mais resolutivo e capaz de ter autonomia. O incentivo da gestão universitária mostra-se como eficaz caminho para melhorar as estratégias e metodologias utilizadas pelos professores em

3 suas práticas pedagógicas, mas é preciso, também, compromisso do professor para que esse propósito se efetive, pois muitos docentes não estão dispostos a rever crenças e convicções, o que dificulta o avanço rumo às competências, pois se entende que administrar a própria formação contínua é a competência que mais precisa estar nessa caminhada. No processo de ensino-aprendizagem, os bloqueios são muitos, porém, esse mesmo processo demonstra uma série de possibilidades, já que ambos são faces de uma mesma moeda. Pelos elementos indicados nas falas dos docentes, é possível fomentar a escolha de caminhos para romper bloqueios e fortalecer boas práticas, mas é preciso discorrer sobre isso abertamente para suprir lacunas e promover novas possibilidades para o desenvolvimento profissional dos discentes. Outro aspecto que debilita o desenvolvimento das competências, que envolve o perfil do docente do curso, mesmo com doutorado e mestrado, está no fato destes serem bacharéis e não possuírem formação pedagógica adequada, o que torna a prática mais difícil, no entanto, alguns reconheceram essa debilidade e procuravam supri-la nos cursos de formação na IES ou mesmo fora dela. Na contramão dos bloqueios, as TICs, juntamente com as metodologias ativas, têm se mostrado boas alternativas para o desenvolvimento de competências e ruptura com o modelo tradicional de ensino, porém, ainda se encontra muita resistência por parte de alguns docentes e discentes do curso para utilização destas estratégias. As contribuições esperadas, a partir dos resultados que foram obtidos, configuram possibilidades de incrementação das práticas docentes, para acrescentar saberes necessários ao processo de ensino-aprendizagem, baseados em competências profissionais para o ensino na saúde e, ainda, apontar os recursos necessários às mudanças no curso de Educação Física que contribuam para o desenvolvimento de competências profissionais conforme as Diretrizes.

4 REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Parecer nº CNE/CES 1.133/2001. Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Enfermagem, Medicina e Nutrição. Brasília, Resolução CNE/CES 07/2004, de 31 de março de Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em Educação Física, em nível superior de graduação plena. Brasília, Parecer CNE/CES 274/2011, de 06 de julho de Indicação referente à revisão do texto das Diretrizes Curriculares Nacionais para curso de Graduação em Educação Física. Brasília, Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP). Resolução nº 466, de 12 de dezembro de Estabelece diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Diário Oficial da União, Brasília, 13 jun CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA. Estatuto do Profissional de Educação Física. Diário oficial [da República Federativa do Brasil], Rio de Janeiro, n. 237, 13 dez Seção 1, p GAIO, R.; JÚNIOR, L. S.; DELGADO, M. A. Formação Profissional em Educação Física. Várzea Paulista: Fontoura, MACHADO, J.L.M.; MACHADO, V.M.; VIEIRA, J.E. Formação e seleção de docentes para currículos inovadores na graduação em saúde. Rev Bras Educ Méd., v.3, n.35, p , MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 14 ed. São Paulo: Hucitec, PERRENOUD, P. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2008.

5 PIMENTA, S.G.; ANASTASIOU, L.G.C. Docência no ensino superior. São Paulo: Cortez, 2002 SACRISTÁN, J.G. Educar por competências: o que há de novo? Porto Alegre: Artmed, SAVIANI, D. Da nova LDB ao FUNDEB: Por uma outra política educacional. Campinas: Autores associados, SCAGLIONE, V.L.T.; NITZ, M. A avaliação da educação superior e a gestão universitária. In: COLOMBO, S.S. (Org.). Gestão universitária: os caminhos para excelência. Porto Alegre: Penso, p. 47. ZABALA, M. A. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, ZABALZA, M. A. O ensino Universitário: seu cenário e seus protagonistas. Porto Alegre: Artmed, 2004.

6 MODELO DE PLANO DE ENSINO POR COMPETÊNCIAS Centro Universitário Fametro Unifametro (Credenciada pela Portaria MEC nº de , D.O.U. de ) PLANO ENSINO CURSO EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO DISCIPLINA APRENDIZAGEM PSICOMOTORA CARGA HORÁRIA 60 HORAS PERÍODO 2º SEMESTRE PPC ANO 2019 OBJETIVOS DO CURSO EMENTA Desenvolver ações de interação teoria/prática no sentido de articular, construir e reconstruir conhecimentos necessários a produção de conhecimentos inovadores e, que possibilitem uma intervenção profissional qualificada acerca das manifestações e expressões do movimento humano e seu consequente desenvolvimento a partir do planejamento, vivências e avaliação psicomotora. Entendimento e compreensão da aprendizagem psicomotora como condição precípua para o desenvolvimento humano e motor. A intervenção do profissional de Educação Física fundamentada na Psicomotricidade e no desenvolvimento motor, para planejar, executar e avaliar práticas Psicomotoras. OBJETIVOS DE ENSINO Reconhecer e aplicar os fatores psicomotores em práticas psicomotoras.

7 Reconhecer a evolução rumos e aplicabilidade da Psicomotricidade para a aprendizagem psicomotora. Conhecer as fases e os princípios do desenvolvimento motor e humano para prescrição de técnicas e exercícios. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Ser responsável socialmente como profissional de Educação Física Dominar os conhecimentos conceituais, procedimentais e atitudinais específicos da Educação Física e ciências afins para prescrever práticas psicomotoras adequadas a cada indivíduo. Estruturar e diferenciar as linguagens verbais e não verbais no aprendizado, relacionando a motricidade e o pensamento. Ser capaz de intervir acadêmica e profissionalmente nos campos da prevenção, promoção, proteção da saúde, da formação cultural, da educação, do rendimento físico-esportivo e do lazer; contemplando o domínio da produção, seleção, e avaliação dos procedimentos e metodologias de intervenção COMPETÊNCIAS Organizar e dirigir situações de aprendizagem motora de alunos com maiores dificuldades e atrasos no desenvolvimento motor e psicomotor. Ser capaz de pesquisar, conhecer, compreender, analisar e avaliar a realidade social para nela intervir acadêmica e profissionalmente por meio de manifestações e expressões do movimento humano.

8 Promover práticas Psicomotoras com jogos e outras vivências nas diversas fases do desenvolvimento humano. Administrar práticas corporais que valorizem a Psicomotricidade e respeitem a multiplicidade do sujeito que aprende. CONTRIBUIÇÃO PARA O PERFIL DO EGRESSO Ter compromisso ético e político com a promoção e fortalecimento da cidadania. Torná-lo capaz de avaliar a realidade social para nela intervir por meio de manifestações e expressões do movimento humano, este será capaz ainda de Promover práticas Psicomotoras com jogos, circuitos, esportes, lutas, dança e outras vivências nas diversas fases do desenvolvimento humano e motor, além de administrar práticas corporais que valorizem a Psicomotricidade, o controle motor, o desenvolvimento motor e respeitem a multiplicidade do sujeito que aprende diante de uma formação humanizada. CONTEÚDO Contexto histórico da aprendizagem psicomotora Evolução dos conceitos, cortes epistemológicos e rumos da Psicomotricidade. Campos de atuação da Psicomotricidade Princípios e fases do desenvolvimento motor O jogo como conteúdo em práticas Psicomotoras UNIDADE II FATORES PSICOMOTORES Esquema corporal Equilíbrio Respiração e Lateralidade Noção espacial Noção temporal Praxia global e praxia fina

9 UNIDADE III Psicomotricidade na escola (a aprendizagem psicomotora). Habilidades motoras e fases do desenvolvimento motor. Visões e etapas do desenvolvimento da criança (humano) Os anos pré-escolares e as séries iniciais. Inteligências Múltiplas e seus estímulos e jogos. Transtornos no aprendizado motor (dificuldades, problemas e distúrbios) Bateria Psicomotora do Dr. Vitor Da Fonseca. Escala do desenvolvimento motor do Professor Francisco Rosa Neto GALLAHUE, D. L.; OZMUN, J.C. Compreendendo o Desenvolvimento Motor. Phorte Editora, Terceira Edição, BIBLIOGRAFIA BÁSICA LE BOULCH, Jean. A educação pelo movimento: A Psicocinética na idade escolar. Porto Alegre, Artes Médicas, 1983 OLIVEIRA, Gislene de Campos. Psicomotricidade: Educação e reeducação num enfoque Psicopedagógico. 13. ed. Petrópolis,RJ: Vozes, BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR ANTUNES, Celso. Inteligências Múltiplas e Seus Jogos: Inteligência Cinestésico-Corporal, vol 02. Petrópolis, RJ: Vozes, BARBOSA, R.L.C. A Educação Física Na Escola contextualizando o jogo no desenvolvimento sociocultural do aluno e de sua autonomia. Revista Diálogos Acadêmicos/Faculdade

10 Metropolitana da Grande Fortaleza, n. 1 v.1, jan./jun.- Fortaleza, FONSECA, Vitor Da. Bateria Psicomotora de Vitor da Fonseca (PPMVF). Entre Líneas, n.7, p.6-9, FEB. 2000a. PAPALIA, D. E. FELDMAN, R. D. Desenvolvimento Humano: 12ª ed. Porto Alegre: Artmed, PAYNE, V. G. ISAACS, L. D. DESENVOLVIMENTO MOTOR HUMANO: UMA ABORDAGEM VITALÍCIA: 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, LEITURAS COMPLEMENTARES ARTICULAÇÃO COM OUTRAS DISCIPLINAS BROUGÉRE, Gilles. BRINQUEDO E CULTURA: 4ª ed. São Paulo: Cortez, (coleção questões da nossa época; v.43) MELLO, Alexandre Moraes de; HENRIQUES, Psicomotricidade; Educação Física; Jogos Infantis. 7. ed. São Paulo: IBRASA, PAYNE, V. G. ISAACS, L. D. DESENVOLVIMENTO MOTOR HUMANO: UMA ABORDAGEM VITALÍCIA: 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, A disciplina se articula com as disciplinas voltadas para que envolvem esportes de aventura, lutas, danças, treinamento desportivo, fisiologia, filosofia e psicologia, por contemplar o desenvolvimento humano na sua totalidade nos aspectos psicomotor, físico, cognitivo e sócio- afetiva, valorizando a multiplicidade e a singularidade do sujeito.