Malária e Plasmodium sp. Me. Carolina Miguel Fraga Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública - UFG
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1 Malária e Plasmodium sp Me. Carolina Miguel Fraga Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública - UFG
2 Características Gerais Também conhecida por impaludismo, febre palustre, maleita, sezão; Doença infecciosa febril aguda, cujos agentes etiológicos são protozoários do gênero Plasmodium: Plasmodium vivax (terçã benigna), Plasmodium falciparum (terçã maligna), Plasmodium malarie (quartã benigna), Plasmodium ovale (terçã benigna).
3 Características Gerais É transmitida pela picada de mosquitos fêmeas do gênero Anopheles: Anopheles (Nyssorhynchus) darlingi, Anopheles (Nyssorhynchus) aquasalis, Anopheles (Nyssorhynchus) albitarsis, Anopheles (Kerteszia) cruzi, Anopheles (Kerteszia) bellator.
4 Características Gerais Pode ainda ser através de: Transfusão sanguínea, Compartilhamento de seringas, Acidente com material perfuro cortante, Transmissão neonatal.
5 Malária no Brasil A transmissão da malária está condicionada a determinados fatores que permitem não só o surgimento de novas infecções com também a perpetuação do agente causal: Presença do parasito, Presença do vetor, Presença do hospedeiro humano.
6 Malária no Brasil Guia Prático de tratamento da malária no Brasil, MS, 2010
7 Ciclo Biológico
8 Sintomatologia A passagem do parasito pelo fígado não é patogênica em não determina sintomas. Apenas o ciclo eritrocítico é responsável pelas manifestações clínicas e patologia da malária.
9 Sintomatologia Fases do acesso malárico (malária não complicada): Calafrios: palidez, frio, pulso rápido, dor de cabeça, náuseas e vômitos; Sensação de calor: febre de 39 a 40 C, calor, casos de delírio; Sudorese: diminuição da temperatura, abundante transpiração, sensação de alívio substitui o mal-estar anterior.
10 Sintomatologia Espécie Plasmodium vivax (terçã benigna) Plasmodium malarie (quartã benigna) Intervalo Apírético 48 horas 72 horas Plasmodium falciparum (terçã maligna) 36 a 48 horas
11 Sintomatologia Malária Grave por Plasmodium falciparum Coma malárico Anemia grave Insuficiência renal Edema agudo do pulmão Hipoglicemia Sangramento espontâneo Choque ou colapso respiratório Convulsões Acidose metabólica Hemoglobinúria macroscópica
12 Malária e Anemia Falciforme
13 Malária e Anemia Falciforme Baixas tensões de O 2, e diminuição do ph Polimerização da HbS Lise da Hemácia Interrupção do ciclo eritrocítico
14 Malária e deficiência da Glicose-6- Fosfatodesidrogenase
15 Malária e deficiência da Glicose-6- Fosfatodesidrogenase Deficiência de G-6PD NADPH Acúmulo de meta-hemoglobina Comprometimento do ciclo eritrocítico
16 Malária e Talassemias Desequilíbrio na síntese de globinas Eritropoese ineficiente Hemácias mais frágeis Hemólise Comprometimento do ciclo eritrocítico
17 Malária e Grupos Sanguíneos
18 Malária e Grupos Sanguíneos A glicoproteína do Sistema Duffy é expressa não somente em eritrócitos e atua como receptor de diversas substâncias; Os epítopos Fy a e Fy b atuam com receptores do Plasmodium vivax.
19 Diagnóstico O diagnóstico confirmatório da malária é feito pelo exame microscópico do sangue; O exame microscópico do sangue pode ser feito em esfregaço delgado (distendido) ou espesso (gota espessa); Esses métodos também possibilitam quantificar a intensidade do parasitismo, mediante a determinação da parasitemia.
20 Diagnóstico Esfregaço Delgado Identificar a lâmina e preparar todo o material a ser usado na coleta Fazer a anti-sepsia do local (2 dedo ou fossa cubital) Fazer a punção Fazer o esfregaço Corá-lo pelo Método de Giemsa ou Wrigth
21 Diagnóstico Esfregaço Delgado
22 Diagnóstico Esfregaço Delgado Vantagens: Permitem melhor estudo da morfologia do parasito e das alterações características do eritrócito parasitado; Resistem mais ao atrito quando da remoção do óleo de imersão, são mais duráveis e conservam por muito tempo a coloração original; Permitem a determinação percentual da parasitemia, mediante a contagem de eritrócitos parasitados em 100 hemácias.
23 Diagnóstico Esfregaço Delgado Desvantagens: O esfregaço delgado ocupa maior área da lâmina, dificultando o encontro das hemácias parasitadas; Não é indicado para diagnóstico inicial, especialmente em pacientes com parasitemias baixas; Precisa-se examinar uma área extensa para detectar todas as formas parasitárias;.
24 Diagnóstico Gota Espessa
25 Diagnóstico Gota Espessa Desemoglobinização pela solução hipotônica de azul de metileno Coloração pela solução de Giemsa Secar ao calor suave ou sob ventilação
26 Diagnóstico Gota Espessa Vantagens: Concentra maior quantidade de sangue, aumentando a probabilidade de se encontrar parasitos; O processo de coloração é mais rápido, permitindo o processamento de grande número de amostras; A distribuição dos parasitos e leucócitos se dá ao acaso em toda a amostra. Portanto, pode-se avaliar a parasitemia contando-se o número de parasitos em relação a um determinado número de leucócitos.
27 Diagnóstico Gota Espessa Desvantagens: Requer experiência para a identificação de espécies, uma vez que a morfologia do parasito altera-se durante o processo de desemoglobinização; Requer processamento parcial ou total relativamente rápido, para evitar a fixação de hemoglobina, a supercoloração e a descoloração.
28 Características do Parasito Trofozoíto jovem de Plasmodium falciparum forma de anel
29 Características do Parasito Trofozoíto jovem de Plasmodium falciparum hemácias poliparasitadas
30 Características do Parasito Trofozoíto jovem de Plasmodium falciparum gota espessa
31 Características do Parasito Trofozoíto jovem de Plasmodium falciparum granulações de Maurer
32 Características do Parasito Trofozoíto maduro de Plasmodium falciparum
33 Características do Parasito Esquizonte de Plasmodium falciparum
34 Características do Parasito Esquizonte de Plasmodium falciparum pigmento malárico evidente
35 Características do Parasito Gametócito masculino e gametócido feminino de Plasmodium falciparum
36 Características do Parasito Gametócito de Plasmodium falciparum
37 Características do Parasito Gametócito de Plasmodium falciparum gota espessa
38 Características do Parasito Trofozoíto jovem de Plasmodium vivax
39 Características do Parasito Trofozoíto jovem de Plasmodium vivax
40 Características do Parasito Trofozoíto jovem de Plasmodium vivax gota espessa
41 Características do Parasito Trofozoíto maduro de Plasmodium vivax - granulações de Schüffner
42 Características do Parasito Trofozoíto maduro de Plasmodium vivax gota espessa
43 Características do Parasito Esquizonte de Plasmodium vivax
44 Características do Parasito Esquizonte de Plasmodium vivax gota espessa
45 Características do Parasito Gametócito de Plasmodium vivax
46 Características do Parasito Gametócito de Plasmodium vivax gota espessa
47 Características do Parasito Trofozoíto jovem de Plasmodium malariae
48 Características do Parasito Trofozoíto maduro de Plasmodium malariae
49 Características do Parasito Esquizonte de Plasmodium malariae
50 Características do Parasito Gametócito de Plasmodium malariae
51 Quantificação da Parasitemia Parasitos Contados Avaliação Semiquantitativa Número de Campos Visualizados Cruzes 40 a /2 (meia cuz) a a Guia Prático de tratamento da malária no Brasil, MS, 2010
52 Quantificação da Parasitemia Avaliação Quantitativa pela Contagem de 100 Campos Assumir que 100 campos microscópico equivalem a 0,2 microlitros (μl) de sangue Examinar os 100 campos Multiplicar por 5 o número de parasitos encontrados Registrar o número encontrado no cálculo acima como a parasitemia por μlde sangue Assim, o encontro de um único parasito em 100 campos examinados significa 5 parasitos/μl de sangue Guia Prático de tratamento da malária no Brasil, MS, 2010
53 Quantificação da Parasitemia Estimativa da Parasitemia a partir da Avaliação Semiquantitativa Parasitos por Campo Cruzes *Parasitos por mm 3 40 a 60 em 100 campos +/2 (meia cruz) 200 a em 100 campos a a 20 em 100 campos a a 200 em 100 campos a em 100 campos ou mais *100 campos microscópicos equivalem a 0,2μL de sangue Guia Prático de tratamento da malária no Brasil, MS, 2010
54 Quantificação da Parasitemia Avaliação Relativa à Contagem de Leucócitos por Campo Contar simultaneamente o número de parasitos assexuados, até alcançar 200 leucócitos Assumindo uma leucometria padrão de leucócitos/μl de sangue para todo paciente com malária, realizar uma regra de três para obter a parasitemia/μl de sangue Guia Prático de tratamento da malária no Brasil, MS, 2010
55 Quantificação da Parasitemia Avaliação pelo Percentual de Hemácias Parasitadas Contar simultaneamente o número de parasitos assexuados, até alcançar 500 hemácias Realizar uma regra de três para obter a parasitemia percentual Guia Prático de tratamento da malária no Brasil, MS, 2010
56 Resultado do Hemograma Eritrograma Hemácias Hematócrito Hemoglobina VCM, HCM, CHCM e RDW Leucograma Contagem total Contagem diferencial Plaquetograma Contagem total Notas Características das hemácias Poiquilocitose Inclusões citoplasmáticas, inclusive parasitos (descrever e quantificar)
57 Testes Rápidos Imunocromatográficos A sensibilidade para P. falciparum é maior que 90%; São de fácil execução e interpretação de resultados, dispensam o uso de microscópio; Não distinguem Plasmodium vivax, Plasmodium malariae e Plasmodium ovale.
58 Testes Rápidos Imunocromatográficos Não medem o nível de parasitemia; Não detectam infecções mistas; Seus custos são ainda mais elevados; O Programa Nacional de Controle da Malária prioriza localidades onde o acesso ao diagnóstico microscópico é dificultado por distância geográfica ou incapacidade local do serviço de saúde.
59 Notificação Notificação é a comunicação da ocorrência de determinada doença ou agravo à saúde para fins de adoção de medidas de intervenção pertinentes; Doença de notificação compulsória em todo o país, exceto na região amazônica devido ao elevado número de casos; Na área extra-amazônica é de investigação obrigatória.
60 Agradecimentos
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