A revolução digital é uma realidade. Não se pode mais pensar em educação sem aproximar a didática tradicional com a tecnologia através da rede
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- Maria de Fátima Barreto Frade
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1 A revolução digital é uma realidade. Não se pode mais pensar em educação sem aproximar a didática tradicional com a tecnologia através da rede mundial de dados: a Internet. Laboratórios de informática são cada vez mais indispensáveis nas escolas e para o acesso gratuito da comunidade de baixa renda.
2 Conheça os Projetos do deputado Francisco Appio referentes a INCLUSÃO DIGITAL: SALAS VIRUTAIS: locais que oferecem computadores interligados à Internet para pesquisas, realização de trabalhos escolares, troca de mensagens eletrônicas, com o principal objetivo de levar mais conhecimento e abrir as janelas para os nossos estudantes. A primeira sala já está em pleno funcionamento na CASA VERDE (Escritório Parlamentar do Deputado Appio), localizada na Rua 15 de Novembro, 485, em Vacaria/RS. UM MILHÃO DE REAIS foram priorizados no Orçamento Geral da União 2005, através de Emendas Parlamentares, para a instalação de laboratórios de informática nas Escolas Municipais da nossa Região. PROJETO ESPERANÇA: Também na Casa Verde, em Vacaria, já está em andamento a Escola do Primeiro Emprego. Alunos das Escolas Municipais estão inscritos para receberem cursos profissionalizantes, entre eles, cursos de informática. Maiores informações no link Projeto Esperança, na página Discurso proferido pelo deputado federal Francisco Appio no dia 8 de dezembro de 2004 no plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília, defendendo a inclusão digital. Prezado Presidente, senhores deputados e senhoras deputadas. Em nosso discurso de , abordamos nesta Tribuna a importância da Inclusão Digital nas Escolas de Ensino Fundamental do País.
3 No momento seguinte lançamos um concurso literário para cerca de 400 professores municipais de Vacaria/RS, para despertarmos a discussão e o debate, através de crônicas, enfatizando a importância do tema. Em várias reuniões com prefeitos dissertamos sobre a prioridade de nossas emendas para 2005, onde vamos destinar a maior parte dos recursos para a Inclusão Digital. Em 26/11/04 abrimos uma Sala Virtual para a comunidade de Vacaria, onde estudantes realizam suas pesquisas e buscam a informação através da Internet gratuita. O desafio é ampliar o conhecimento, que permite ao cidadão melhores condições de enfrentar o mercado de trabalho e sua justa e necessária informação. Por isso apoiamos os projetos que tramitam nesta Câmara Federal. INCLUSÃO DIGITAL É PRIORIDADE NA AGENDA DA CÂMARA A ampliação do acesso dos brasileiros à informática é um dos temas prioritários na agenda da Câmara. Neste ano, criamos Frentes Parlamentares, apresentando propostas e promovendo debates para facilitar a INCLUSÃO DIGITAL. O mapa da exclusão mostra que apenas 38% das 15 mil escolas públicas do ensino médio têm acesso a computador e somente 8% desses estabelecimentos estão conectados à rede mundial de computadores. Em maio deste ano, foi instalada na Câmara a Frente Parlamentar da Informática, que pretende incluir no Orçamento recursos voltados para as ações de INCLUSÃO DIGITAL. A Frente tem como coordenador dos trabalhos o deputado Júlio Semeghini (PSDB-SP), que se baseou nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para afirmar que, no País, apenas 12% dos lares brasileiros possuem computador - e, destes, somente 10,3% têm acesso à Internet.
4 INFORMÁTICA EM COMUNIDADES DE BAIXA RENDA Entre as propostas que estamos apoiando nesta Câmara está o PL 2417/03, do deputado Vander Loubet (PT-MS), que determina ao Poder Executivo a promoção do uso da informática entre as comunidades de baixa renda. Pelo projeto, 5% dos recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) serão destinados à instalação e operação de espaços públicos dotados de equipamentos de acesso a redes de computadores e para a formação e treinamento de comunidades de baixa renda. "Queremos fomentar o treinamento e o acesso das comunidades de baixa renda à Internet, seja pela oferta de cursos, seja pela disponibilização de centros de atendimento ou quiosques para uso de computadores. Esperamos contribuir para o surgimento de uma sociedade da informação moderna no Brasil", justifica o autor. A proposta define inclusão digital como a oferta de recursos à população de baixa renda para processamento de dados, acesso à Internet e a outros meios de troca de informações digitais. Capacitação em tecnologias de tratamento da informação é entendida como o aprendizado e domínio de operações associadas ao uso da informática para acesso à Internet. De acordo com o projeto, os objetivos da inclusão digital são: 1 - garantir o direito à comunicação em redes de computadores às pessoas que não possuam condições financeiras para adquirir equipamentos e serviços que a propiciem; 2 - estabelecer mecanismos democráticos de acesso à informação e às novas tecnologias; 3 - oferecer à população de baixa renda adequada capacitação em tecnologias de tratamento da informação; 4. incentivar o processo permanente de autoaprendizado e de aprendizado coletivo em tecnologias de tratamento da informação; e 5. fortalecer a democracia participativa, por meio da criação de listas de discussão, sítios para a divulgação de informações e notícias, fóruns eletrônicos para debate e outras modalidades de interação social.
5 INFORMÁTICA E O ENSINO FUNDAMENTAL Recolhi do renomado Carlos Seabra, Coordenador Científico do Centro de Inclusão Digital e Educação Comunitária da Escola do Futuro da USP, as observações, que julgo apropriadas: O computador na escola e o pensamento crítico na sala de aula. Quando se fala em computadores na escola sempre surgem as inevitáveis menções à merenda escolar, às janelas quebradas e aos baixos salários dos professores. Sem pretender entrar nessa discussão, pelo menos neste texto, não podemos deixar de levantar que é apenas com muita e da melhor tecnologia que evitaremos uma clivagem social ainda maior entre a escola pública e a privada (ou entre o Brasil e as nações desenvolvidas). Como disse Seymour Pappert, criador da linguagem Logo, a um interlocutor: "não morda meu dedo, olhe para onde estou apontando". Nos parágrafos abaixo vamos nos deter exclusivamente nas possibilidades do uso da informática na criação de um ambiente não só facilitador, mas principalmente instigador, da reflexão crítica, do prazer pela pesquisa e da aprendizagem contínua e autônoma mas o mesmo pode ser feito com outros recursos ou, preferencialmente, trabalhando com a junção deles. A maioria dos computadores existentes nas escolas, quando não para uso administrativo, destinam-se ao ensino da informática propriamente dita até por uma estratégia de marketing dessas escolas. Mas poucas, com honrosas exceções, usam as possibilidades multimídia do computador na educação. Por que não levar o micro para dentro da sala de aula? Usá-lo como um instrumento do dia-a-dia do ambiente de estudo, uma ferramenta quotidiana de aprendizagem, um gerenciador de simulações e jogos na sala de aula, cruzando dados para pesquisas e fornecendo material para discussões e levantamento de hipóteses. Imaginemos um professor de biologia usando um computador em sua classe, instigando uma pesquisa sobre felinos e seus hábitos. Os alunos pesquisando os animais, suas velocidades em corrida, seus hábitos alimentares, predadores etc. Ao invés das tradicionais redações de
6 "pesquisa" as informações alimentariam um banco de dados, no computador da sala de aula. A pesquisa não terminaria aí, pelo contrário, iniciar-se-ia. A classe, estimulada pelo professor, levantaria hipóteses por exemplo, quem corre mais: os felinos de hábitos noturnos ou diurnos? A pesquisa no computador apontaria para uma velocidade maior dos felinos de hábitos diurnos e o professor instigaria a discussão sobre o resultado. A classe discutiria a camuflagem natural da noite, a maior importância da velocidade à luz do dia etc. Num mundo em que a quantidade de informação produzida diariamente supera a que pode ser absorvida por um ser humano durante toda a sua vida, há que preparar a relação com o saber na escola em bases completamente diferentes das que, hoje, são praticadas. Não basta que os alunos simplesmente se lembrem das informações: eles precisam ter a habilidade e o desejo de utilizá-las, precisam saber relacioná-las, sintetizálas, analisá-las e avaliá-las. Juntos, estes elementos constituem o que se pode chamar de pensamento crítico. Este aparece em cada sala de aula quando os alunos se esforçam para ir além de respostas simples, quando desafiam idéias e conclusões, quando procuram unir eventos não relacionados dentro de um entendimento coerente do mundo. Mas sua aplicação mais importante está fora da sala de aula e é para lá que a escola deve voltar seu esforço. A habilidade de pensar criticamente pouco valor tem se não for exercitada no dia-a-dia das situações da vida real. É aí que as simulações, feitas em computador ou não, têm seu papel, fornecendo o cenário para interessantes aventuras do intelecto. Existem simulações para quase todas as áreas: viagens por dentro do corpo humano, construção de cidades, viagens marítimas ou interplanetárias, aventuras em diversas épocas da história etc. A tomada de decisões, "motor" básico de quase toda a simulação, pode levar o aluno a se colocar uma série de perguntas, visando algumas abordagens que a resolução de problemas implica: análise da situação (o que eu sei? o que preciso saber?); definição de metas e objetivos (o que é mais importante para mim? como eu quero que a situação se defina?); procura de analogias (quais são algumas situações semelhantes e quais são diferentes? como elas se ajustam?); consideração de opções (quais são as conseqüências de minhas
7 opções? o que me levará em direção às minhas metas?); enfrentar as conseqüências (estou disposto a correr o risco? estou preparado para enfrentar as conseqüências?); rever decisões (me aproximei mais de minhas metas? este resultado exige uma ação posterior?); avaliação (como decidi o que fazer? o que posso aprender através destes resultados?); transferência de conhecimentos (como posso usar este processo novamente? o quanto isto é significativo para minha vida?). Claro que tudo isto não ocorre espontaneamente, e aí entra o papel do professor, encorajando os alunos a fazerem conexões com eventos externos ao mundo da simulação, descobrindo a ligação entre a situação vivida e os conteúdos curriculares. Existem muitas táticas simples que o professor pode utilizar e que podem ser enormemente motivadoras, estimulando processos de transferência, tais como: encorajar os alunos a dramatizarem papéis que tenham diferentes perspectivas, para ver a situação por outros pontos de vista; elaborar vocabulários (incluindo palavras como objetivos, analogias, prioridades, conseqüências etc.) que os alunos possam usar em outras ocasiões; solicitar historietas pessoais que possam servir como analogias úteis e ajudem os alunos a tomar decisões. É importante não cair nas "armadilhas" que a rotina do ensinar tantas vezes impõe. Dar todo o tempo para as respostas (o silêncio é um grande aliado), pois respostas pensadas, não apressadas, são as metas do pensamento crítico. Encorajar os alunos a explicarem como chegaram a suas conclusões, pedindo para eles verbalizarem como estão pensando sobre um problema enquanto raciocinam. Essas são algumas abordagens possíveis, mas a principal é usar a imaginação sempre visando fazer do ambiente da sala de aula um estímulo que promova uma sensação de prazer pelo uso do intelecto. Não só o uso do computador na sala de aula permite lidar com novas tecnologias, como também promove uma efetiva "subversão" das tépidas rotinas da didática qual um cavalo de Tróia que carrega em seu bojo o novo e o desconhecido. Além de poder usar programas em outras línguas, para ensiná-las tornando assim em qualidade o que poderia ser um limitador de uso o
8 computador também permite uma interessante utilização de programas feitos com outras finalidades que não as educacionais. Destacam-se nesse campo os jogos. Geralmente muito bem feitos e motivacionais, podem tornar-se uma interessante ferramenta didática nas mãos de um professor, criando um ambiente lúdico que pode ser a base para uma abordagem diferenciada da matéria. Dois exemplos de jogos que permitem a criação de interessantes contextos de aprendizagem são a série Where is Carmen Sandiego (para geografia e história) e SimCity (urbanismo e meio-ambiente) ambos possuem capacidade de utilização ao longo de várias aulas, rico material de apoio, possibilidade de integração com outras mídias (vídeos, desenhos, redações) e permitem atividades multidisciplinares envolvendo professores de diversas áreas. Esse uso do computador exige, mais que nunca, um professor preparado, dinâmico e investigativo, pois as perguntas e situações que surgem na classe fogem do controle pré-estabelecido do currículo. Essa é a parte mais difícil desta tecnologia. Destaco a necessidade dos estados, seguirem os exemplos citados pelo professor Carlos Seaba, que registro nos anais desta casa, bem como o extraordinário papel da Escola do Futuro. Estamos organizando um Grupo de Estudos, visando a formação de uma rede de pessoas que tenham os mesmos interesses, para reuniões e reflexão. É um espaço de troca de conhecimento, "insights" e criatividade. Abordamos temas como inclusão digital e a exclusão social, educação comunitária, modelos e experiências de telecentros, o impacto das novas tecnologias na sociedade, no trabalho e na educação, estudos de softwares, programas, governo eletrônico, cidadania etc. Usamos como exemplo o Projeto Acessa SP, iniciado pelo Governo do Estado de São Paulo, tem como objetivo o combate à exclusão digital, levando os benefícios da "sociedade da informação" às comunidades de baixa renda (classe D e E), estimulando tanto o desenvolvimento humano quanto o desenvolvimento econômico dessas comunidades. Isso se dará,
9 entre outras formas, através da utilização de serviços governamentais online, ampliando, assim, os canais de comunicação entre o Governo e a Sociedade. INFOCENTROS DEMOCRATIZAM A INFORMAÇÃO Além das Escolas Públicas, pretendemos criar Infocentros Comunitários, espaços com acesso gratuito à Internet. São criados em parceria com entidades comunitárias (associações de moradores, amigos de bairro etc), que cedem o espaço e indicam os monitores que administram o Infocentro. Cada infocentro é composto por 10 computadores e um servidor, com conexão de banda larga. Além do acesso, essas comunidades serão estimuladas a criar conteúdo próprio (sites locais, jornais comunitários, atividades culturais etc.). Também funcionam como centros de informação e serviços voltados para o desenvolvimento comunitário, oferecendo informações nas áreas de saúde, educação e negócios, além de serviços governamentais. Nosso projeto prevê a instalação de mais de 300 computadores em O projeto prevê a instalação, em um ano, de 60 Infocentros Comunitários na cidade de São Paulo. Além disso, pretende-se atender mais de 50 municípios das regiões Nordeste/Serra e Campos de Cima da Serra.. Assim, serão atendidas pessoas em comunidades carentes nos próximos anos. A Escola do Futuro da USP, atua em duas áreas nesse programa, num universo de 50 infocentros na capital e um conjunto de 100 monitores contratados: na seleção e capacitação dos monitores e no fomento à participação comunitária. Na capacitação dos monitores dos Infocentros, são desenvolvidas habilidades para serem mediadores pedagógicos, atender os usuários e para serem agentes de ações que possam potencializar as comunidades com o auxílio da tecnologia e aprendizagem colaborativa. Com os Infocentros em funcionamento, a Escola do Futuro faz o fomento à participação pública, assessorando os monitores e a Coordenação do Acessa São Paulo na criação de estratégias de uso dos Infocentros como locais de desenvolvimento da comunidade, em conjunto com outras parcerias, entidades públicas e privadas. Brasília, 08 de dezembro de 2004
10 Discurso proferido pelo deputado federal Francisco Appio no dia 16 de novembro de 2004 no plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília: ANALFABETISMO DIGITAL Prezado Presidente, senhores deputados e senhoras deputadas. O Brasil está promovendo uma verdadeira revolução na educação, especialmente no ensino fundamental. É verdade que as escolas ainda estão tateando no escuro, mas o País não está atrasado. Necessitamos de um milhão e meio de computadores para serem instalados como laboratórios de informática nas escolas do primeiro grau do ensino fundamental. O presidente Lula promete até o final do seu governo entregar de 70 a 80 mil computadores. Mas não basta o governo federal. Os governos estaduais, municipais e a iniciativa privada precisam urgentemente promover a inclusão digital e combater o analfabetismo digital. Jovens desta geração precisam ampliar os seus conhecimentos, abrindo janelas do mundo através da Internet. Não há pesquisas que apontem que o computador aumenta a competência e a capacidade do aluno, mas há convicção de que ampliando os seus conhecimentos e disponibilizando fontes de pesquisa fará com que tenha a informação, arma mais importante para a sua profissionalização, abrindo caminhos para o mercado de trabalho. A informática nas escolas promove verdadeira revolução na educação do Ensino Fundamental. O aluno fica mais ativo, não fica apenas ouvindo. Ele vê, fala, questiona, pergunta e facilita o trabalho dos professores. Ingressando na rede mundial da Internet, o jovem passa a ser sujeito do conhecimento, e motivado desenvolve mais. Participa de grupos de estudos, palestras e cursos on-line. Ao abrirmos as janelas do mundo do conhecimento, permitindo que faça pesquisas em laboratórios de informática, bibliotecas, interagindo com outras escolas, unindo disciplinas como ferramenta pedagógica, permitiremos ao aluno e ao professor um avanço fantástico. O Brasil repito não está atrasado, mas as escolas estão tateando no escuro. De nossa parte estamos assumindo o compromisso, como a tomada, neste ano de 2004, quando criamos os primeiros laboratórios na rede de ensino fundamental em Vacaria. Em 2005 priorizaremos nossas Emendas Parlamentares no combate ao analfabetismo digital. Obrigado senhor presidente, senhoras e senhores deputados.
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