ORIENTAÇÃO. Para a orientação recorremos a certas referências. A mais utilizada é a dos pontos cardeais: Norte Sul Este Oeste
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- Milena Pedroso Rocha
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2 ORIENTAÇÃO A orientação é o processo que permite determinar a nossa posição na superfície terrestre e a direcção a tomar para atingirmos um local para onde nos queiramos dirigir. Para a orientação recorremos a certas referências. A mais utilizada é a dos pontos cardeais: Norte Sul Este Oeste Estes podem ser determinados com base no movimento aparente do Sol. Como? Tendo em conta que o sol nasce para Este e se põe para Oeste, podemos traçar uma linha imaginária unindo estes dois pontos. Perpendicular a esta, surge a linha Norte- Sul, apontando o Sul para o lado onde o sol atinge a sua altura máxima. Além dos pontos cardeais existem também os pontos colaterais que são: Noroeste Sudeste Noroeste Sudoeste 2
3 A Bússola A bússola é o instrumento mais útil e mais utilizado em orientação. Era já conhecido na China, dois mil anos antes de Cristo. Desde então, tem sido aperfeiçoada existindo vários modelos. O modelo com base em plástico é o que compatibiliza melhor a simplicidade de utilização com a precisão necessária. 1. Base transparente 2. Escalas ( em cm ou polegadas ) 3. Indicação da direcção a seguir 4. Ponto de leitura do valor do azimute 5. Caixa móvel quadrada de 0 a 360 graus 6. Agulha magnética ( o lado vermelho indica o norte ) 7. Norte da bússola 8. Lente ampliadora A bússola serve essencialmente para definir a direcção a seguir ou a posição de um ponto em relação à posição do utilizador. Vejamos um exemplo: Queremos definir a direcção do ponto B em relação ao ponto A ( onde estamos ). Como? 1. Apontar a seta da base para o ponto B 2. Mantendo a base nesta posição, rodar a caixa da bússola até que a seta do Norte da bússola coincida com a direcção Norte-Sul indicada pela a agulha magnética. A direcção fica assim definida e podemos atribuirlhe o valor que se lê na caixa móvel da bússola. A esse valor chama-se o azimute do ponto B. 3
4 A agulha magnética indica um ponto próximo do Norte Geográfico que é o Norte Magnético e ainda existe o Norte Cartográfico que nos é dado pelas linhas meridionais da quadrícula, no sentido do topo da Carta topográfica. Na maioria dos casos, a agulha da bússola reage às condições do campo magnético terrestre em cada local nesse instante. Noutros casos, existem campos magnéticos locais, que se sobrepõem ao terrestre e que obrigam a agulha magnética a orientar-se de outro modo. Como exemplo destas situações, e cuidados necessários para as evitar podemos referir: Os objectos metálicos devem ser mantidos à distância Os automóveis contêm grandes quantidades de metais com propriedades magnéticas, por isso deve-se utilizar a bússola pelo menos a 10 metros dos mesmos. Se o motor estiver em funcionamento a distância deve ser ainda maior. As linhas de alta tensão criam um campo magnético bastante intensa. Deve-se utilizar a bússola pelo menos a 60 metros dos mesmos. a A Carta Topográfica Há uma relação fixa entre a dimensão real dos objectos e a da sua representação na carta. Podemos, por exemplo impor que um objecto comum metro de comprimento surja na carta com um centímetro de comprimento. Neste caso temos: 1cm m ( 100 cm ) ou apenas a esta relação chamamos escala. A escala pode ser representada com a ajuda de uma fracção ( 1/100 ) ou do sinal da divisão ( 1:100 ). Estes exemplos são de escalas numéricas, mas além destas existem também as escalas gráficas. Nestas escalas estabelece-se uma relação entre o comprimento de um segmento de recta e o comprimento correspondente no terreno. 4
5 A carta topográfica na escala 1:25000 é o que melhor se adapta à maior parte das exigências da orientação. Esta carta permite-nos visualizar um território na perspectiva de um observador aéreo que olhe verticalmente para a superficie terrestre. Cada aspecto, objecto ou acidente de terreno, é representado por um sinal convencional. Nesta escala ( 1: ) 1cm no mapa corresponde a cm no terreno, ou seja 1cm= 250 m. Exemplo: Se um certo trajecto mede no mapa 4,5 cm, qual o seu comprimento real? O cálculo que devemos fazer, é simples: 1cm cm 4,5 cm X cm X = 4,5 x = cm = 1125m Na margem inferior da carta podemos encontrar a legenda, contento uma lista de todos os sinais convencionais e respectivos significados. Existem diversos grupos de sinais, identificados por certas cores: Azul: sinais relacionados com água ( cursos de água, lagos, pântanos, etc. ) Verde: sinais relacionados com a vegetação. Preto: caminhos, edifícios, caminhos de ferro, aterros, desaterros, nomes de locais e povoações. Vermelho: estradas, nomes de vértices geodésicos, pontes Castanho: representação do relevo por curvas de nível, pontos cotados. 5
6 As curvas de nível são sinais que servem para representar a morfologia do terreno. A partir da sua observação podemos deduzir imediatamente a disposição dos cumes, vales, planícies, etc. Estas curvas obtém-se através da intersecção da superfície terrestre com sucessivos planos horizontais chamados planos de nível. Cada forma de terreno está associada a uma certa disposição das curvas de nível. Vejamos alguns exemplos típicos: Cumes isolados: curvas de nível concêntricas, com a cota a diminuir do centro para a periferia 6
7 Encostas: podem ser mais ou menos inclinadas. Se as curvas estão muito próximas as encostas são íngremes, se estão afastadas as encostas apresentam declives suaves. Depressões: curvas de nível com cota a aumentar do centro para a periferia. Decidir qual o trajecto a seguir ou identificar aspectos do terreno torna-se mais simples procedendo à orientação da carta. Para isso a posição relativa dos diferentes pontos do mapa deve coincidir com a posição relativa dos mesmos pontos da superfície terrestre. 7
8 Como? 1. Identificar na carta onde nos encontramos 2. Identificar no terreno um ponto de referência ( de preferência ) uma elevação, uma ponte, torre, etc. ) 3. Identificar esse ponto de referência na carta 4. Rodar a carta até que a direcção da linha definida pelos dois pontos do mapa coincida com a direcção da mesma linha no terreno. Podemos também recorrer a aspectos do terreno que nos forneçam imediatamente linhas facilmente identificáveis: rios, estradas, linhas de alta tensão, etc. Também neste caso, basta fazer coincidir a direcção destas linhas no mapa com a sua direcção no terreno. com utilização simultânea da carta topográfica e da bússola O melhor processo para nos orientarmos em terreno desconhecido consiste na utilização conjunta da carta topográfica e da bússola. Como? 1. Identificar na carta o ponto onde nos encontramos ( A ), e o ponto para onde nos queremos dirigir ( B ) - fig. 31 A 2. Medir no mapa, recorrendo à bússola, o azimute magnético da direcção AB. Para este efeito, temos que orientar a carta e a agulha magnética. (fig. 31b ) 8
9 3. Determinar no terreno a direcção a seguir, dado pelo azimute encontrado no ponto 2. ( fig 31c ) O erro que cometermos é irrelevante se durante a marcha formos comparando os aspectos do terreno com a sua representação na carta por curvas de nível e pontos de referência. Podemos colher no meio que nos rodeia informações bastante simples, se bem que pouco precisas, sobre a localização dos pontos cardeais: As Igrejas antigas estão orientadas segundo a direcção Este-Oeste estando o Altar- Mor virado para Este. Em certas regiões há ventos dominantes que sopram segundo uma direcção conhecida e que obrigam as árvores a crescer com uma certa inclinação A casca das árvores é mais rugosa e contém mais líquenes ou musgo do lado onde é menos banhada pelo Sol, geralmente o lado Norte. Muitas torres e campanários possuem indicação dos pontos cardeias em cataventos Numa construção as paredes mais húmidas e com mais musgo indicam aproximadamente a direcção do Norte Os anéis de crescimento das árvores observados em troncos cortados são mais estreitos no lado que receber menos luz do Sol ( o Norte ) e são mais largos no lado que recebe mais Sol ( o Sul ). 9
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11 Legenda da carta Topográfica 10
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