Cartografia e Prospeção
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- Paulo Soares Gentil
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1 Cartografia e Prospeção
2 Prospeção Consiste na atividade de pesquisa de entradas de cavidades no terreno. Antes de se abordar o terreno deve efetuar-se um trabalho de casa que nos forneça o máximo de informação da área a pesquisar. Podem ser preciosas informações sobre: 1. Geologia do terreno 2. Hidrologia (ex: localização de nascentes) 3. Vegetação 4. Geomorfologia 5. Acessos As fontes de informação podem ser múltiplas, de origem académica ou associativa, podem ser consultadas referências bibliográficas, cartas geológicas, cartas topográficas. Nos dias de hoje as pesquisas na internet são incontornáveis.
3 Prospeção Qualquer incursão no terreno pode prever um reconhecimento prévio que identifique pontos essenciais que possam condicionar o trabalho de prospeção no terreno. Pode ser geralmente muito produtivo um estágio no café da aldeia mais próxima. Os habitantes do local são os melhores conhecedores da área de estudo e as suas indicações podem poupar muito tempo e quilómetros para encontrar cavidades. Uma vez delimitada uma área de trabalho, bem identificada nas cartas, as equipas de prospeção devem varrer toda a área a pé, lado a lado, inventariando e registando novas cavidades ou pontos com potencial para aceder ao subsolo.
4 Cartografia Cartas: representações gráficas da superfície terrestre. De acordo com o seu uso podemos ter: Cartas planimétricas para representação da ocupação do solo Ortofotomapas fotografia aérea da superfície terrestre Cartas hidrográficas para representação de massas de água Cartas aeronáuticas para navegação aérea Cartas topográficas para representação do relevo
5 Cartas Militares ou Cartas Topográficas Instituto Geográfico do Exército (1:25000) Instituto Geográfico Português (a partir 1:50000)
6 Informações Marginais (1:25000) a) Nome da folha [topo, à direita. Ex.: LORIGA (Seia)] b) N.º da folha. Baseia-se num sistema arbitrário que cresce de Oeste para Este e de Norte para Sul e que vai da 1 à 612 em Portugal Continental c) Escala da carta e escala gráfica [em baixo, ao centro.] d) Diagrama de Ligação das folhas [topo à esquerda.] e) Legenda [em baixo]
7 Informações Marginais (1:25000) f) Diagrama de declinação. Norte Magnético (seta), Cartográfico (N.C. ou x) e Geográfico (asterisco) [Topo, à direita] Norte Geográfico: Direcção da linha que une um local da Terra com o Polo Norte. É representado por um asterisco nos diagramas de declinação das cartas. Norte Magnético: É a direcção indicada pela bússola. É usualmente representado por uma flecha no diagrama referido. Norte cartográfico: É a direcção indicada pelas linhas verticais da quadrícula de uma carta. É normalmente simbolizado pelas letras N.C. ou pela letra X.
8 Informações Marginais (1:25000) g) Escala de tangentes. Serve para marcação do Norte Magnético na carta. [Topo à direita; ponto P em baixo à direita] h) Equidistância das curvas de nível. [Em baixo ao centro.] i) Sistema de referência. Margem inferior ao centro. Contém os elementos para a identificação de pontos nas quadrículas Gauss e UTM, os quadrados de 100 Km nos quais está localizada a área representada e instruções para referenciar um ponto sobre a carta. [Em baixo ao centro]
9 Sistemas de coordenadas Coordenadas de Hayford-Gauss quadrícula de Gauss impressa a castanho (Datum de Lisboa) Rede Geodésica Europeia quadrícula UTM impressa a azul (Datum Europeu) Rede Geodésica Nacional coordenadas impressas a preto (Datum de Lisboa)
10 Escalas e Distâncias Escala Numérica: Quociente entre uma distância medida na carta e a correspondente medida no terreno, por exemplo: E= 1: cm da carta corresponde a cm (ou 250m) no terreno. 1 km no terreno corresponde a 4cm na carta. Escala Gráfica: Esta escala, impressa na carta, permite-nos, por comparação directa, estimar distâncias reais no terreno.
11 Representação do relevo (curvas de nível): Uma curva de nível representa numa carta pontos no terreno que possuem a mesma cota. Na maioria das cartas, as curvas de nível estão impressas a castanho. Curvas vizinhas representam diferenças de 10m de cota. De cinco em cinco as curvas mestras são representadas a traço mais grosso e que são interrompidas por vezes para se inscrever o valor da cota respectiva.
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14 Outros processos de representação do relevo Método hipsométrico (bandas ou faixas de cores), método das normais (mostram a inclinação relativa, não representam elevações exactas.), método de sombreado, etc.
15 Orientação da carta Segundo o terreno Localizamos 2 ou 3 pontos de referência, bem visíveis e distintos, no terreno: picos, colados, casas, etc. Identificamos estes na carta e rodamos a carta até que coincidam. Percursos de água, linhas de alta-tensão, caminhos, cumeadas, marcos ou picotos fornecem-nos possíveis linhas de paralelismo. É importante ter espírito crítico, analisar bem para não tomarmos decisões precipitadas. Segundo indícios naturais Determinamos o Norte segundo indícios naturais e alinhamos a carta segundo essa direcção. Segundo a bússola (...)
16 Bússola Agulha magnética Linhas de direcção N-S Seta fixa que indica o Norte, para regular a declinação magnética actualizada (alguns modelos) Setas fluorescentes auxiliares Mostrador móvel para medidas de azimutes (ângulos), graduado de 0º a 360º Base transparente, com réguas e escalas laterais Cordão para transporte com chave para alterar declinação magnética (opção) Lupa (alguns modelos) Clinómetro (alguns modelos) Espelho móvel com mira.
17 Cuidados a ter: A bússola deve ser utilizada na horizontal Nunca se deve fazer leituras com a bússola nas proximidades de objectos metálicos ou de circuitos eléctricos; são disso exemplo: Linhas de alta tensão 60 m Fios telefónicos 10 m Os metais não magnéticos e as ligas metálicas não afectam o bom funcionamento da bússola.
18 Orientação de uma carta: Colocamos a graduação da bússola nos 0º e a bússola sobre a carta com as linhas N-S coincidentes com as linhas do Norte cartográfico e rodamos a carta até que o norte da agulha magnética coincida com os 0º Determinar Rumos no terreno: Apontar a mira da bússola para o ponto de referência. Rodar o mostrador até que as linhas N-S coincidam com o Norte Magnético. Ler (através do espelho) o valor medido. Determinar Rumos na carta: Aproveitar a régua lateral da bússola. Coincidir o as linhas N-S da carta com as linhas N-S da bússola. Ler o valor (serve como transferidor).
19 Determinação da nossa posição com triangulações: Escolher 2 ou mais pontos de referência, bem visíveis, perfeitamente identificáveis na carta e de certa forma precisos. ( Estes pontos devem formar entre eles, relativamente à nossa posição, um ângulo próximo dos 90º (erro menor). Determinar os azimutes respectivos a esses pontos. Transpor esses azimutes para a carta. No local de intersecção das rectas temos a nossa localização no terreno.
ORIENTAÇÃO. Para a orientação recorremos a certas referências. A mais utilizada é a dos pontos cardeais: Norte Sul Este Oeste
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