SOBRE A NECESSIDADE DA SOCIEDADE CIVIL ORGANIZADA ASSUMIR O PROTAGONISMO DO DESENVOLVIMENTO DO BRASIL
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- Paulo da Cunha Fartaria
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1 SOBRE A NECESSIDADE DA SOCIEDADE CIVIL ORGANIZADA ASSUMIR O PROTAGONISMO DO DESENVOLVIMENTO DO BRASIL Bem vindo prezado leitor! Estou intencionalmente neste artigo me afastando de tratar de temas relacionados com aspectos específicos referentes à gestão e governança corporativa, diante do quadro de enorme baixo astral que domina atualmente qualquer conversa ou encontro empresarial, quando somente se ouvem expressões pessimistas em relação ao estado de coisas atualmente existente no País. Concordo que nunca existiu em nossa turbulenta história econômica uma tempestade perfeita como a que atualmente atinge o Brasil, que foi criada internamente, devido ao espantoso número de erros que foram cometidos e de iniciativas mal conduzidas, que literalmente destruíram boa parte dos fundamentos de nossa economia que haviam sido penosamente conquistados ao longo de muitos anos, levando a que o país esteja perdendo posições relativas em praticamente todos os terrenos, inclusive no social. Esse tema tem sido exaustivamente exposto e debatido por praticamente todos os nossos melhores economistas e cientistas políticos do País e de nada adiantaria gerar apenas mais um texto a respeito deste contexto trágico. Acredito, porém, muito na tese de que no âmago de um grande problema sempre existe um pequeno embrião com a sua solução, desde que tenhamos a sensibilidade de identificá-lo, e, ainda mais importante, tenhamos a determinação e a persistência para fazer esse frágil organismo crescer, apesar de todas as adversidades. 1
2 Nesse sentido refiro-me à necessidade das instituições da sociedade civil organizada assumirem um papel de muito maior relevância como protagonistas de uma retomada do desenvolvimento do país, já que O BRASIL NÃO PODE PARAR! E afirmo isso diante da evidente involução que vem já por muitos anos ocorrendo na capacidade de PLANEJAMENTO ESTRUTURADO dos governos, principalmente na esfera federal e, com poucas e honrosas exceções, também nas esferas estaduais e municipais. Isso até porque se torna extremamente difícil se estruturar um planejamento de âmbito estadual ou municipal, quando, no âmbito federal, esse processo praticamente deixou de existir de modo consistente. Isso nos leva à necessidade imperiosa de que esse protagonismo que foi perdido principalmente pelo governo federal, seja suprido, pelo menos a nível regional, estadual ou local, pela articulação das instituições da sociedade civil organizada, sendo que, em especial, me refiro às ASSOCIAÇÕES COMERCIAIS, instituições que por excelência melhor representam o empresariado tipicamente nacional, constituído, em sua enorme maioria por empresas de pequeno e médio porte, de natureza comercial, sendo a indústria, apesar de sua enorme importância, quantitativamente largamente minoritária. Tenho até mesmo ouvido que constitui atualmente uma loucura alguém instalar e operar uma indústria em nosso país, já tendo afirmado em artigo anterior que os industriais brasileiros deveriam todos receber uma medalha por manterem funcionando suas indústrias em um ambiente tão hostil à sua existência. O mesmo, no entanto, não ocorre com as atividades COMERCIAIS, aqui consideradas latu sensu, ou seja, englobando as atividades agropecuárias, de comercialização nacional e internacional, de prestação de serviços, de alta tecnologia e de intermediação financeira, exatamente 2
3 onde ocorre o maior nível de dinamismo na economia mundial em um período pós-industrial como o que já estamos vivendo. Deste modo, o protagonismo a que me referi anteriormente terá que ser exercido essencialmente pelas entidades da sociedade civil organizada que sejam representativas do COMÉRCIO, em seu sentido ampliado acima mencionado, sendo por tal razão de enorme importância o que possa ser feito a partir das ASSOCIAÇÕES COMERCIAIS, as mais antigas e tradicionais instituições existentes no país como representantes da sociedade civil organizada. E, em especial, a partir da mais antiga e tradicional de todas essas instituições, ou seja: a ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DO RIO DE JANEIRO (ACRJ), já existente há mais de 206 anos e protagonista de inúmeros momentos relevantes da vida do país, em especial quando o centro político do país se encontrava centrado no Rio de Janeiro. Não por mera coincidência, o PATRONO da ACRJ é o VISCONDE DE MAUÁ, de longe o maior empresário consistente que o Brasil já teve: que chegou a alcançar uma receita consolidada de suas empresas de valor maior do que a arrecadação de impostos do então império; que foi o maior credor da dívida externa do Uruguai; que implantou pioneiramente a construção naval, as ferrovias e a iluminação a gás no país; que fundou o BANCO DO BRASIL, visando reciclar o dinheiro que era alocado por praticamente todas as famílias abastadas da época no tráfego de escravos em projetos de desenvolvimento, até que foi dele expropriado pelo então governo imperial; 3
4 que fundou um banco no exterior capaz de emitir títulos de crédito que eram aceitos nas maiores praças financeiras do mundo e que seriam classificados como AAA, caso essa classificação de rating já existisse naquela época; e que utilizava na gestão de suas empresas abordagens e processos que seriam ainda hoje considerados INOVADORES, por ainda não existentes atualmente na enorme maioria das empresas brasileiras. Ocorre que, no último dia 29.06, tomou posse na presidência da Associação Comercial do Rio de Janeiro o empresário Paulo Manoel Lenz Cesar Protasio, também presidente da Associação Brasileira das Empresas de Comércio Exterior e diretor da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Luiz Fernando Paiva (esq.) e o novo Presidente da ACRJ Paulo Protasio congregando deste modo praticamente todos os fatores de maior dinamismo a que anteriormente me referi, ou seja: atividades agropecuárias, de comercialização nacional e internacional, de prestação de serviços, somente faltando as de intermediação financeira, pois aí já seria querer demais... Tenho tido a honra de participar do planejamento das principais realizações pretendidas por essa nova gestão da ACRJ, podendo já citar que, no decorrer das duas primeiras semanas de suas atividades, já ocorreram: a assinatura de um inédito Acordo de Cooperação envolvendo as Associações Comerciais do Rio de Janeiro, de São Paulo, de Belo Horizonte e de Vitória; a assinatura de um convênio com a Secretaria Estadual de Transportes, visando colaborar no planejamento de logística do Estado do Rio de Janeiro; a assinatura do PACTO DO RIO, uma ação inédita de mobilização e integração das principais entidades da sociedade civil organizada do Rio de janeiro e de sua região Metropolitana; 4
5 a realização de uma AUDIÊNCIA PÚBLICA que reuniu os governadores dos estados do Rio de janeiro e do Espírito Santo e respectivos Secretários Estaduais de Transportes, o presidente da ANTT, senadores e deputados federais e diversas outras autoridades, objetivando debater o projeto da ferrovia RIO- VITÓRIA, destinada a interligar os principais portos da região sudeste do Brasil, com enorme impacto em sua competitividade logística; o estabelecimento do objetivo de consolidar o Rio de Janeiro como um dos polos de uma Zona Internacional de Serviços (ZIS), promovendo não só o desenvolvimento da cidade e da Região Metropolitana, como de todo o país o relacionamento de um significativo elenco de PROJETOS TRANSFORMADORES, capazes de produzir evoluções substanciais nos terrenos da saúde, educação, segurança, logística e infraestrutura. A ideia-força é transformar a Associação Comercial do Rio de Janeiro em uma plataforma capaz de induzir a realização desses PROJETOS TRANSFORMADORES, revitalizando o protagonismo da sociedade civil organizada, tão bem exemplificada pela ACRJ, para que O BRASIL NÃO PARE! Não sei até onde essas iniciativas conseguirão chegar, podendo apenas afirmar que constituem a melhor busca de mobilização da sociedade civil organizada que já presenciei, objetivando restabelecer um processo de desenvolvimento para o País. Na medida em que novos avanços sejam conseguidos, pretendo voltar periodicamente a esse tema em próximos artigos, pois essas iniciativas são certamente as melhores possibilidades de serem introduzidos aprimoramentos na gestão e na governança de nossas instituições e nas empresas brasileiras. E como sempre, se desejar trocar ideias a respeito dos aspectos acima mencionados, não hesite em entrar em contato comigo. 5
6 A relação completa dos artigos já publicados pelo autor pode ser acessada utilizando a aba Colunistas do O Jornal do Estado ( e após selecionando a opção Mundo Empresarial, ou então diretamente através do link Luiz Fernando Paiva, 13 de julho de 2015, do Rio de Janeiro para O JORNAL DO ESTADO paivaluiz@globalconsult.com.br Web site: Skype: lpaiva3 6
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