Seminário discute o desenvolvimento de sonares com tecnologia nacional
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1 Seminário discute o desenvolvimento de sonares com tecnologia nacional Inaugurado em julho deste ano, o Laboratório de Tecnologia Sonar (LabSonar) do Instituto de Pós- Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) tem como principal desafio o desenvolvimento, juntamente com a Marinha, de sonares com tecnologia 100% nacional para a proteção da costa brasileira. Para debater a aplicabilidade dessa tecnologia, não só na defesa, mas também em áreas como a do meio ambiente, a Coppe promove amanhã (10), em seu auditório, no campus da Ilha do Fundão, zona norte do Rio, o seminário Open Sonar Day Um Dia Aberto de Tecnologia Sonar. Destinado à comunidade universitária, o evento vai reunir, em palestras e experimentos práticos da tecnologia, especialistas
2 da Coppe, da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação da Marinha (SecCTM) e do Instituto de Pesquisa da Marinha (IPqM). Por meio de um contrato de transferência de tecnologia firmado com a França, a Marinha do Brasil vai construir, ao longo dos próximos anos, cinco submarinos, entre eles um com propulsão nuclear, que deverá ser concluído em Nós buscamos, no desenvolvimento da tecnologia, fazer um sonar nacional, disse o engenheiro elétrico e professor da Coppe José Manoel Seixas, coordenador do LabSonar. Especialista em processamento de sinais, ele informou que a Marinha vai incorporar, nas novas embarcações, um sonar diferente do que está acostumada a usar. Ela usa hoje um sonar que fica embarcado no próprio navio, mas há também a tecnologia sonar de arrasto, em que você tem um conjunto de hidrofones, que são microfones que podem operar embaixo d água e que são arrastados pelo próprio submarino. Segundo Seixas, a ideia é de que no projeto do submarino nuclear brasileiro haja lugar para um sonar totalmente nacional em duas versões, o embarcado e o de arrasto. No caso dos submarinos, cuja maior importância é perceber o cenário à sua volta, sem que sua presença seja detectada, o sistema utilizado é dos chamados sonares passivos, que, ao contrário dos ativos, não irradiam sinal. O sonar passivo não irradia nada, só fica ouvindo o barulhinho no mar. Ou seja, as embarcações produzem ruídos, que se propagam bastante longe no mar. Com isso o sonar acústico pode perceber a presença do sinal distante, fazer a detecção e a classificação de que tipo de navio ele monitorou, explica o professor. Uma das palestras do seminário, que será aberto às 9h, vai abordar a Amazônia Azul, conceito criado pela Marinha em analogia à Amazônia Verde (a floresta) para se referir à defesa da riqueza que o país tem em seu mar territorial, principalmente a partir das imensas reservas de petróleo da
3 camada do pré-sal. Segundo Seixas, o sistema de sonares pretende monitorar toda a costa brasileira, todo o mar territorial que nos pertence, tanto na defesa de um possível ataque militar, como em pirataria e na defesa das próprias plataformas de exploração do petróleo. A cooperação entre o Coppe e a Marinha data da década de 1980 e já possibilitou a instalação de componentes desenvolvidos no Brasil nos sonares que a Marinha utiliza. Agora, com o LabSonar, esta parceria tecnológica se amplia. Estamos prestes a dar esse passo, no sentido de controlar de cima a baixo essa tecnologia. É muito importante para o Brasil tomar essa decisão. A gente não sabe, com a questão do pré-sal o que pode vir de agressão ou de pirataria, ressaltou José Manoel Seixas. Fonte: Agência Brasil Paulo Virgilio Coppe participa da construção do submarino nuclear brasileiro
4 No momento em que se planeja a construção do primeiro submarino movido a energia nuclear no Brasil, a Coppe/UFRJ inaugura, no dia 30 de julho, o Laboratório de Tecnologia Sonar LabSonar, que desenvolverá tecnologias para acompanhar, detectar e classificar ruídos produzidos pelos motores e condições operativas de navios, protegendo a costa marítima brasileira. O laboratório vai colaborar na capacitação da Marinha na produção dos seus próprios materiais e assessorá-la nas negociações para transferência de tecnologia. A inauguração do LabSonar será realizada, às 14h30, no auditório G-122, no Bloco G do Centro de Tecnologia 1, na Cidade Universitária, e integra as comemorações dos 50 anos da Coppe.
5 Professor José Seixas O LabSonar é uma parceria dos Programas de Engenharia Elétrica e Oceânica e vai aglutinar as pesquisas que a Coppe desenvolve com a Marinha na área de sonares, instrumentos de localização que utilizam sinais acústicas submarinos. Segundo José Seixas, coordenador do LabSonar e professor do Programa de Engenharia Elétrica da Coppe, o laboratório participará do grande arrasto tecnológico que virá a partir da compra pela Marinha brasileira de um submarino nuclear francês, fruto de acordo firmado em 2009 entre o Brasil e França para transferência de tecnologia. A construção de um submarino nuclear representa muito para o Brasil e será um grande incentivo para as pesquisas que realizamos na Coppe. No momento, nossos pesquisadores estão envolvidos na construção do sonar do submarino nuclear, mas outras tecnologias ainda terão que ser desenvolvidas no país, como sistemas para retirada de gases dos submarinos, postos nucleares para abastecimento, entre outros, diz o professor José Seixas. Segundo o professor, além de participar do desenvolvimento de novas tecnologias para capacitar a Marinha a produzir seus próprios materiais, o Labsonar estimulará novos temas para as teses a serem produzidas na Coppe. Projeto pioneiro
6 A cooperação entre a Coppe e a Secretaria de Ciência e Tecnologia e Inovação da Marinha vem de longa data e parte do sonar que está instalado hoje nos submarinos brasileiros foi desenvolvido num projeto de colaboração com a Coppe nos anos 90. O sonar a ser desenvolvido no LabSonar é do tipo passivo, que acompanha, detecta e classifica os ruídos produzidos no mar pelos motores dos navios e suas condições operativas. Há também possibilidades de projetos com os sonares ativos, que emitem sinais, ouvem o eco e detectam os corpos presentes. A construção de submarinos nacionais tem como objetivo proteger a costa marítima brasileira, o que é essencial para a soberania nacional. Mas a construção dos sonares para submarinos nucleares tem se mostrado uma tarefa cada vez mais desafiadora, segundo o professor Seixas: Trata-se de uma área muito sensível, com tecnologia cara. Atualmente os alvos irradiam menos ruído e os sonares precisam ser cada vez mais sofisticados para detectá-los. Nesse contexto, está cada vez mais complexo projetar os sonares. Outro trabalho na área de sonares que já resultou numa tese na Coppe tem o objetivo de melhorar a informação que os sonares captam quando dois navios se aproximam, causando interferência mútua. A pesquisa desenvolveu algoritmos que conseguem separar as duas fontes e tornar o sinal mais limpo para detecção. A inauguração do LabSonar contará com a presença do diretor do Instituto de Pesquisa da Marinha, do secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação da Marinha e outras autoridades, além de representes da Coppe e pesquisadores. Na ocasião será promovida ainda a primeira reunião do Comitê Gestor da cooperação da Coppe com a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação da Marinha. FONTE: Planeta COPPE NOTA DO EDITOR: A Marinha do Brasil não comprou um submarino nuclear francês como é mencionado no texto da COPPE. A Marinha
7 através do acordo firmado, adquiriu a tecnologia para a construção do casco de pressão, com as dimensões necessárias para o seu reator em desenvolvimento. Coppe e Marinha do Brasil juntas para equipar o primeiro submarino nuclear brasileiro >LabSonar, no Fundão, ajudará a desenvolver tecnologias de defesa
8 Cesar Baima Por O fundo do mar é escuro, mas é muito barulhento. Chuvas, raios, peixes, baleias e navios, entre outros, enchem os oceanos de ruídos que podem se propagar por centenas de quilômetros. Assim, detectar, localizar, identificar e acompanhar os sons produzidos por embarcações inimigas e diferenciá-los dos barulhos naturais sem revelar a própria posição são capacidades fundamentais para que uma das mais furtivas máquinas de guerra já inventadas, o submarino nuclear, cumpra suas missões. Sonar passivo é o foco Para isso, os submarinos usam os chamados sonares passivos, conjuntos de hidrofones, computadores e programas guardados em
9 segredo pelos países que têm esta tecnologia. Com planos de lançar ao mar seu primeiro submarino nuclear em 2023, a Marinha do Brasil precisa dominar o desenvolvimento deste tipo de sistemas e por isso se juntou à Coppe/UFRJ, que na próxima segunda-feira inaugura na Ilha do Fundão seu Laboratório de Tecnologia Sonar (LabSonar). Segundo José Seixas, professor do Programa de Engenharia Elétrica da Coppe e coordenador do LabSonar, o laboratório é fruto da histórica parceria entre as duas instituições. Ele lembra que os sonares em uso pela Marinha já contam com partes desenvolvidas conjuntamente e desataca que o foco principal do novo laboratório é fabricar um sonar passivo totalmente com tecnologia nacional, desde a captação dos sinais até seu processamento. O submarino nuclear é uma oportunidade especial para colocar o Brasil em uma posição de destaque na área de defesa diz. Este projeto traz grandes demandas tecnológicas que vão exigir um salto de qualidade e inovação da indústria brasileira. A soberania nacional é resguardada quando se tem autonomia nas tecnologias e processos como as dos sonares passivos, e temos o conhecimento de processamento, instrumentação e capacitação para fazer isso. De acordo com Seixas, um dos principais desafios é encontrar maneiras de separar e identificar os sons de interesse tático e estratégico no ruidoso ambiente subaquático. Em geral, o ruído é algo que atrapalha o desempenho dos sistemas de detecção, mas neste caso tudo é ruído, com a diferença que alguns são de interesse e outros não explica. São muitos os possíveis contatos para serem identificados, e a propagação do som no ambiente subaquático é um processo bem complexo, principalmente quando se tem contatos múltiplos, em que o ruído de um pode interferir no do outro e eles têm que ser desembaralhados.
10 De olho neste problema, Seixas conta que a Marinha já está construindo uma base de dados com a assinatura de vários sons subaquáticos, desde os produzidos naturalmente até os de variados tipos de navios. O sistema tem que conhecer muitas classes de som, reconhecer algo desconhecido que pode representar um problema e fazer tudo isso rápido, já que ele será a base de decisões de vida ou morte, ou de vitória e derrota conclui.
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