DIREITO ELEITORAL. Prof. Roberto Moreira de Almeida
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- Pedro Klettenberg
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1 DIREITO ELEITORAL Ações Especiais Eleitorais: Ação Rescisória Eleitoral (ARE), Recurso contra Diplomação (RCD) e Representação ou Reclamação por Infringência à Lei das Eleições (Lei n.º 9.504/97) Prof. Roberto Moreira de Almeida
2 Ação Rescisória Eleitoral (ARE) Noção inicial É a ação civil destinada a desconstituir decisão judicial eleitoral de mérito transitada em julgado, salvo a criminal. O bem jurídico tutelado com o manejo da ARE é o exercício regular dos direitos políticos negativos. A rescisão de decisão judicial criminal transitada em julgado é feita mediante o manejo de ação de revisão criminal. Previsão legal A ARE está prevista na alínea j do inciso I do artigo 22 do Código Eleitoral, introduzida que foi pela Lei Complementar nº 86, de 14 de maio de 1996.
3 Natureza jurídica A ação rescisória eleitoral não é recurso, mas ação de conhecimento destinada a desconstituir decisão judicial de mérito transitada em julgado, qual seja a que culminou pela decretação da inelegibilidade de pretenso candidato. Podemos dizer, sucintamente, que a ARE tem natureza jurídica de ação cognitiva desconstitutiva.
4 Legitimidades ativa e passiva A ARE deve ser proposta por quem foi parte no processo originário e teve sua inelegibilidade decretada, seu sucessor, terceiro juridicamente interessado ou o Ministério Público Eleitoral. No processo originário podem ter figurado como parte prejudicada: candidato, partido político, coligação ou o próprio Parquet. No polo passivo da ARE, devem figurar aqueles que participaram como autores da AIRC, que redundou na declaração de inelegibilidade do titular da rescisória. Se o Ministério Público Eleitoral não atuar como parte autora da ARE, exercerá obrigatoriamente o mister de custos legis.
5 Cabimento Admite-se a propositura da ação rescisória eleitoral apenas em caso de decretação definitiva de inelegibilidade pela Justiça Eleitoral, ou melhor, de decisão oriunda exclusivamente do TSE. No que concerne à aplicabilidade por analogia do art. 485 do CPC/73, atual art. 966 do CPC/15 ao processo eleitoral, decidiu o colendo Tribunal Superior Eleitoral: A aplicação das disposições do Código de Processo Civil ao processo eleitoral somente ocorre subsidiariamente, ou seja, na omissão do regulamento específico disciplinado nas leis eleitorais
6 Não é possível a aplicação analógica do art. 485 do CPC, porquanto há previsão expressa acerca do cabimento da ação rescisória no processo eleitoral, na alínea j do inciso I do art. 22 do Código Eleitoral. A previsão da ação rescisória é de tipificação estrita em respeito à estabilidade das relações sociais e ao princípio constitucional da segurança jurídica. Nesse entendimento, o Tribunal, por unanimidade, desproveu o agravo regimental (Agravo Regimental no Agravo de Instrumento nº /MG, rel. Min. Nancy Andrighi, em ).
7 Competência Apenas o Tribunal Superior Eleitoral tem competência para processar e julgar ação rescisória eleitoral (art. 22, I, j, do Código Eleitoral c/c os arts. 102, I, j e 105, I, e, da Constituição Federal). Por isso, se o indeferimento de pedido de registro de candidatura foi emanado de juízo de primeiro grau (juiz eleitoral) ou de segundo grau (TRE) e vier a decisão transitar em julgado, não caberá, em tais hipóteses, a propositura da aludida medida.
8 Prazo de interposição Não se deve utilizar o prazo bienal, tal qual previsto no art. 495 do Código de Processo Civil, mas sim o lapso temporal de 120 (cento e vinte) dias, a contar do trânsito em julgado da decisão atacada, conforme estabelecido pela LC nº 86/96. Competência As ações rescisórias eleitorais são da competência exclusiva do Tribunal Superior Eleitoral.
9 Peculiaridades Tutela antecipada: somente em casos excepcionais (situações teratológicas que causem dano grave e evidente, de impossível ou difícil reparação ou quando possa ser comprometido o processo eleitoral como um todo (TSE); Rescisória da rescisória: em tese, juridicamente possível, mas até hoje o TSE não julgou nenhum pedido desses.
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