V ENCONTRO ANUAL DA ANDHEP: DIREITOS HUMANOS, DEMOCRACIA E DIVERSIDADE. 17 à 19 DE SETEMBRO UFPA

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1 V ENCONTRO ANUAL DA ANDHEP: DIREITOS HUMANOS, DEMOCRACIA E DIVERSIDADE 17 à 19 DE SETEMBRO UFPA GRUPO DE TRABALHO: GT 3 - ACESSO À JUSTIÇA E DIREITOS HUMANOS TÍTULO DO TRABALHO: Porque peticionar ao Judiciário com fundamento em direitos humanos AUTOR: THERESA RACHEL COUTO CORREIA INSTITUIÇÃO: Universidade Federal do Ceará (Pós-Graduação em Direito) Agência de Fomento: PRODOC/CAPES BELÉM - PARÁ 1

2 Porque peticionar ao Judiciário com fundamento em direitos humanos Resumo: Esse artigo pretende indicar as razões pelas quais é possível efetivar direitos humanos por meio do uso técnico-jurídico processual dos tratados internacionais de direitos humanos incorporados à legislação brasileira. Essa estratégia tenta, em primeiro lugar, superar o desconhecimento do tema entre os operadores do direito em geral. Por outro lado, postula tornar efetivos os enunciados dos tratados de direitos humanos possibilitando a identificação de práticas culturais e leis nacionais que violem tais preceitos na perspectiva de ultrapassar os obstáculos formais e materiais. Na verdade, os juristas carecem de referencial teórico e metodológico que precisam ser superados. Assim, faz-se necessária a associação entre Estado, sociedade e indivíduos para descobrir modos eficazes de assegurar a dignidade humana. As discussões sobre direitos humanos no trâmite processual das demandas judiciais possuem o potencial para alcançar aspirações adicionais de justiça social. Palavras-chave: Direitos humanos, tratados internacionais de direitos humanos, acesso á Justiça, Poder Judiciário. 1. Introdução: Uma pergunta sempre intriga os juristas que estudam o tema dos direitos humanos: Por que os dispositivos de direitos humanos, já incorporados na legislação interna, não são utilizados como fundamento jurídico nas petições endereçadas ao Poder Judiciário brasileiro? Bem, Esse artigo pretende responder parte desse questionamento e lançar idéias sobre outras dúvidas originadas do mesmo ponto de partida. Inicialmente entendemos que a pergunta pode ser respondida, em tese, com base no desconhecimento do operador do direito em geral. A explicação pode ser histórica, pois até bem pouco tempo, sequer a disciplina de direito internacional era ministrada nas Faculdades de Direito no país, e só em 2002 a disciplina de direitos humanos começa a ser ministrada em alguns currículos. Então como podem os advogados formados antes desse período conhecer a legislação pertencente a ramo tão específico do Direito? Essa resposta, entretanto, não explica tudo. Não se pode admitir que com as facilidades dos meios de comunicação, especialmente a internet e com tanta informação 2

3 sobre direitos humanos circulando, os juristas ainda tenham tanta resistência ao tema. Contudo, ainda persiste um certo preconceito ou discriminação em relação aos direitos humanos, mesmo entre aqueles que conhecem a lei. Direitos Humanos enquanto disciplina jurídica e de aplicabilidade prática real são considerados matéria subsidiária, secundária, de menor importância. Mesmo porque não era cobrada nos principais concursos públicos para carreira jurídica nem para OAB. Porém, essa realidade está mudando e ao que parece, para melhor. Percebe-se hoje, um crescente interesse pelos direitos humanos, que estão na pauta das principais discussões sobre o Estado e a sociedade. Por outro lado, tornaram-se uma estratégia política. Observa-se que mesmo em governos totalitários, os governantes negam violações a direitos humanos, e quando perguntados se violam esses direitos e resposta é sempre negativa. Ou seja, dificilmente nos dias de hoje encontraremos uma pessoa que explicitamente seja contrária a idéia dos direitos humanos. 2. Conceito de Direitos Humanos: Nesta perspectiva, convém conceituar que direitos humanos constituem as condições necessárias para que cada homem possa realizar plenamente suas potencialidades humanas, nas condições históricas do mundo contemporâneo, todavia consideraremos como tal aqueles direitos elencados nos tratados internacionais ratificados pelo Brasil. O conceito de direitos humanos é bastante discutido na doutrina, entretanto a algumas características básicas como a universalidade e a indivisibilidade 1 encontram lugar na Declaração Universal dos Direitos Humanos de Em seu preâmbulo afirma: (...) A presente Declaração Universal dos Direitos Humanos como ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, para promover o respeito e esses direitos e liberdades e pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, para assegurar o reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto entre os povos do próprios Estados-membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição. 1 TRINDADE, Antônio Augusto Cançado. Tratado de Direito Internacional dos Direitos Humanos. Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris, 1997 v.1. 3

4 Para complementar a Declaração Universal, foram adotados dois Pactos Internacionais: O Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional de Direitos Econômicos Sociais e Culturais, ambos de 1966, que no conjunto formam A Carta Internacional dos Direitos Humanos. A partir daí sucederam-se inúmeros instrumentos internacionais de natureza, origens e efeitos jurídicos variáveis, formando-se gradualmente um complexo conjunto jurídico de direitos humanos, que chamamos de sistema internacional de proteção dos direitos humanos. A Declaração Universal efetivamente abriu caminho à adoção de sucessivos tratados de direitos humanos, tanto que vários fazem referência expressa a ela em seus preâmbulos. Entendemos, contudo, que a efetivação dos direitos humanos é necessariamente uma disputa de poder, portanto passa por políticas e programas que abordem as desigualdades econômicas e sociais. Nesse sentido é crucial garantir o acesso à justiça e às demais garantias do Estado democrático de Direito como condições para o concreto exercício dos demais direitos. 2 Outra característica importante dos Direitos Humanos é a complementaridade dos instrumentos globais, regionais e nacionais de proteção, que reforçam-se mutuamente e colaboram para ampliar, aprimorar e fortalecer os direitos reconhecidos. Rompendo com outra idéia do direito internacional tradicional, denominada domínio de proteção ou reserva da soberania. Essa complementaridade reforça a autonomia e especificidade dos direitos humanos que já mencionamos anteriormente. 3 Além disso, os tratados de Direitos Humanos inspiraram diversos constituintes originários na composição do rol de direitos fundamentais, como os expressos na Constituição brasileira de De todo modo, o jurista é chamado a interpretar o direito conforme dispositivos dos direitos humanos, se atentamos corretamente para interpretação dos parágrafos do artigo 5º da Magna Carta. Isso encerra um velho debate a respeito da incorporação de tratados internacionais no direito interno ou a dicotomia entre monismo e dualismo. Desvencilhando-se do positivismo clássico, em caso de conflito entre o direito constitucional e os direitos humanos, norma aplicável será a que mais favoreça o indivíduo, quer seja de origem nacional ou internacional. Apesar do crescimento numérico da legislação internacional de direitos humanos, os mesmos continuam a ser violados cotidianamente. Somente a elaboração de legislação não é suficiente, no caso brasileiro sua incorporação; para garantir uma proteção integral e eficaz, faz-se necessário um trabalho pró-ativo de conscientização 2 ANNONI, Danielle. A responsabilidade do Estado pela demora na prestação jurisdicional. Rio de Janeiro: Editora Forense, CORREIA, Theresa Rachel Couto. Considerações iniciais sobre o conceito de direitos humanos. In Pensar, Revista do Curso de Direito da Universidade de Fortaleza. Fortaleza,vol. 10, nº 10, p , fevereiro de

5 sobre a importância de práticas institucionais e individuais com vistas a efetivação dos mesmos Do Direito Internacional dos Direitos Humanos: Olhando em perspectiva histórica os trágicos caminhos pelos quais a humanidade enveredou, relembramos aqui a 2º Guerra e os tantos outros conflitos armados e guerras que ainda se perpetuam - os direitos humanos constituem um horizonte irrenunciável do nosso tempo e uma oportunidade efetiva - ainda que precária - de transformá-lo ou pelo menos evitar a desgraça completa. O quadro contemporâneo apresenta uma série de aspectos inquietantes no que se refere às violações de direitos humanos. O processo de globalização é entendido como um complexo momento nas relações entre Estados e indivíduos. 5 Tem resultado na concentração da riqueza, beneficiando apenas um terço da população mundial em prejuízo dos demais, especialmente dos habitantes do hemisfério sul. Paradoxalmente, abrem-se novas oportunidades para o reconhecimento dos direitos humanos pelos diversos atores políticos numa série de fatores positivos que vamos destacar: a) o incremento da sensibilidade e da consciência sobre os assuntos globais por parte do cidadão; b) a institucionalização de um padrão mínimo de comportamento nacional e internacional dos Estados; c) a visibilidade de categorias historicamente vulneráveis como mulheres, negro, homossexuais, indígenas, pessoas com deficiências, grupos raciais, entre outros; d) a reorganização da sociedade civil nacional e transnacional, a partir de redes de ativistas que lançam ações coletivas de defesa dos direitos humanos. Todos visando acionar os Estados para ações garantidoras de direitos. 6 Nesse sentido, podemos afirmar que tratados internacionais de direitos humanos têm criado obrigações e responsabilidades para os Estados. Pretende-se argumentar sobre a necessidade de investigação a respeito da efetivação dos tratados internacionais de direitos humanos pelo direito brasileiro, o que conduzirá ao exame do sistema internacional e interamericano de proteção de direitos humanos, suas peculiaridades, limites e possibilidades. O direito internacional e o direito interno se mostram em constante interação, de modo a assegurar proteção mais eficaz ao ser humano. No Brasil, essas inovações 4 Robinson, Mary. Concretizando nossos compromissos. In Revista Direitos Humanos. N. 01 dezembro, Secretaria Especial de Direitos Humanos. Presidência da República- Brasil. 5 CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede (A era da informação: economia, sociedade e cultura vol.1). 5ª Edição.São Paulo: Paz e Terra, SANTOS, Boaventura de Souza. Por uma concepção multilateral de direitos humanos. In SANTOS, Boaventura de Souza. Reconhecer para Libertar: Os caminhos do cosmopolitanismo multicultural. p Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,

6 legais e políticas começaram com a Constituição de 1988, na qual os direitos fundamentais são amplamente enumerados e concebidos como valores e objetivos a serem promovidos pelo Estado. Nossa Constituição, a exemplo de algumas estrangeiras, é situada no contexto da abertura à internacionalização dos direitos humanos, com já explicitamos. Para interação entre o direito brasileiro e o direito internacional dos direitos humanos, faz-se necessária a articulação dos seguintes pontos: a) Os tratados de direitos humanos são dotados de mecanismos próprios de supervisão, com todas as conseqüências jurídicas advindas nos planos do direito internacional e do direito interno. b) O direito internacional e o direito interno mostram-se em constante interação na realização do propósito comum de salvaguarda dos direitos humanos. c) Na solução de casos concretos, a primazia é da norma que melhor proteja as vítimas de violação de direitos humanos, seja ela internacional ou interna. d) A jurisprudência das Cortes Internacionais de Direitos Humanos é pouco conhecida e estudada como meio auxiliar de interpretação e aplicação de direitos humanos. e) Faz-se necessário orientar os operadores do direito no Brasil em relação ao sistema internacional de proteção dos direitos humanos. f) Desenvolver critérios de avaliação e de aplicação da jurisprudência internacional ao direito brasileiro. Assim como correlacionar os dispositivos oriundos de decisões das Corte Internacionais a dispositivos de leis nacionais. f) Elaborar sugestões de maneira a adequar o direito interno brasileiro à normativa internacional, evitando a responsabilização internacional do Brasil. Tais perspectivas merecem, ao nosso ver, uma reflexão específica, pois não há como negar que a proteção jurisdicional é a forma mais evoluída de salvaguarda dos direitos humanos e a que melhor atende aos imperativos do direito e da justiça. Por isso, acreditamos que a implementação e o aperfeiçoamento das medidas nacionais de proteção dos direitos humanos é essencial para a evolução da proteção internacional desses mesmos direitos. Contudo, ainda falta uma clara percepção do alcance das obrigações convencionais de proteção dos direitos humanos por parte do judiciário nacional. Neste sentido, uma nova mentalidade precisa ser implementada, a saber: a aplicação 6

7 da normativa internacional tem o propósito de aperfeiçoar, e não de desafiar, a normativa interna, buscando sempre beneficiar o ser humano. 7 Portanto, nesta perspectiva internacional podemos destacar três conseqüências imediatas: (a) a ampliação dos direitos humanos estabelecidos no sistema nacional; (b) os tratados internacionais reforçam a obrigatoriedade do Estado brasileiro de conferir efetividade aos direito humanos; e (c) influenciam a legislação interna. Como exemplos da interação entre os sistemas nacional e internacional de proteção dos direitos humanos, é possível apontar inúmeros direitos, que embora não previstos no âmbito nacional, encontram-se enunciados na Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de San José), tais como: a proibição de qualquer propaganda em favor da guerra e a proibição de qualquer apologia ao ódio nacional, racial ou religioso que constitua incitamento à discriminação, à hostilidade ou à violência (art.13.5); a proibição do restabelecimento da pena de morte nos Estados que a tenham proibido (art.43); a vedação da utilização de meios destinados a obstar a comunicação e a circulação de idéias e opiniões (art.13); o direito ao duplo grau de jurisdição como garantia judicial mínima (art.8.h e 25.1); e outros. 8 Este elenco de direitos enunciados, do qual o Brasil é parte, inova e amplia o universo de direitos nacionalmente assegurados. Dessa forma, é necessária a produção de conhecimento jurídico para embasar a atuação do Brasil perante os órgãos do Sistema da Organização dos Estados Americanos (OEA), principalmente a Comissão e Corte Interamericana de Direitos Humanos, servindo como foro para a troca de experiências entre as diversas entidades que atuam com direitos humanos e possuem o compromisso de respeitar, promover e aplicar os princípios fundamentais desses direitos 9. Algumas iniciativas têm sido tomadas tanto por parte do Poder Judiciário como seminários, cursos de aperfeiçoamento de magistrados, criação de núcleos de estudos de direitos humanos em diversas universidade públicas, bem como, no Poder Executivo, a criação da Secretaria Especial de Direitos Humanos, vinculada a Presidência da República e também a edição do plano nacional de educação em direitos humanos. 7 CANÇADO TRINDADE, Antônio Augusto Memorial em prol de uma nova mentalidade quanto à proteção dos direitos humanos nos planos internacional e nacional. in Os Direitos Humanos e o Direito Internacional. Rio de Janeiro: Renovar, Essa referência pode ser conferida na página da Corte Interamericana de Direitos Humanos: 9 CORREIA, Theresa Rachel Couto. Corte Interamericana de Direitos Humanos: Repercussão jurídica das opiniões consultivas. Curitiba: Juruá,

8 4. Da prática jurídica em Direitos Humanos No domínio da proteção dos direitos e liberdades fundamentais da pessoa humana há três funções essenciais e inter-relacionadas: (a) é preciso defender os direitos humanos, (b) é preciso ensiná-los e (c) é necessário promovêlos. A defesa dos direitos humanos é a tarefa mais imediata e é percebida pelo grande público como tal. Inúmeras organizações, inter-governamentais e nãogovernamentais militam para que esses direitos sejam respeitados em toda parte, tanto no plano nacional como internacional. É imperioso ensiná-los, tarefa particularmente árdua, pois os instrumentos proclamando os direitos e estabelecendo os mecanismos que devem protegê-los são extremamente numerosos e complexos. Em tempos difíceis e conturbados, nada mais necessário e urgente que educar em direitos humanos, tarefa indispensável para a defesa, e respeito e a promoção do bem comum. A educação é a mais eficiente ferramenta para o desenvolvimento do ser humano. Ela habilita os indivíduos para uma vivência cidadã, compreendida como o respeito e o cumprimento de direitos e deveres submetidos ao Estado Democrático de Direito. Essa idéia está bem resumida no artigo XXVI da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 10 de dezembro de 1948: Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem com a instrução superior, esta baseada no mérito. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da pessoa humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos do homem e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações, grupos raciais e religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz É preciso portanto formar professores e aplicadores dos direitos humanos nas escolas e no Poder Judiciário, que possam transmitir conhecimentos ou utilizá-los contra eventuais abusos. 8

9 A terceira função essencial em matéria de direitos humanos é a promoção desses direitos. Pode ela ser dividida em dois aspectos distintos e complementares: a propagação e o desenvolvimento dos sistemas de proteção que já existem. Em primeiro lugar, há que ressaltar a atitude do Brasil, ao ratificar inúmeros instrumentos internacionais, notadamente na década de 90, assumindo, desta forma, compromissos internacionais no tocante à proteção dos direitos humanos. Por outro lado, somente percorrendo o enorme material referente a esses instrumentos, tem-se uma visão do conjunto, o que nos permitirá afirmar o caráter universal e prático dos direitos humanos 10. Consideramos que os Estados latino-americanos em geral e inclui-se o Brasil, deveriam fazer melhor uso da jurisprudência desenvolvida no âmbito da Corte Interamericana de Direitos Humanos; demonstrando interesse por formas mais elaboradas de proteção. Através do exercício de sua função poderá a Corte fazer frente aos novos desafios que enfrenta o sistema interamericano de proteção, como bem revela Antônio Augusto Cançado Trindade, a saber : - A diversificação das novas fontes de violações e a necessidade de desenvolver métodos para combatê-las; - A promoção da indivisibilidade de todos os direitos humanos (civis, políticos, econômicos, sociais e culturais) tanto na teoria como na prática; - O dever do Estado de prover recursos internos eficazes e o fortalecimento do Poder Judiciário; - A aplicabilidade direta das normas da Convenção Americana no direito interno dos Estados Partes; - A interação entre o direito internacional e o direito público interno na salvaguarda dos direitos humanos e no desenvolvimento de obrigações erga omnes de proteção. A idéia central é a de propor medidas concretas para promover a aplicação e a divulgação dos tratados internacionais, assim como dos aspectos processuais inerentes a estes para que possam complementar o sistema nacional de proteção dos direitos humanos. Neste sentido insta difundir junto à sociedade a informação de que o sistema internacional de proteção consagra inúmeras 10 PIOVESAN, Flávia. A implementação das obrigações, standarts e parâmetros internacionais de direitos humanos no âmbito intragovernamental e federativo. In BENVENUTO, Jaime (org). Direitos Humanos Internacionais: perspectiva prática no novo cenário mundial. Recife: Gajop,

10 garantias processuais e materiais, que podem ser aplicadas no plano interno, ampliando a efetiva salvaguarda dos direitos humanos no Brasil. Para tanto, abre-se a possibilidade das vítimas de violência recorrerem ao Poder Judiciário, a fim de que este aplique e execute os dispositivos tutelares de seus específicos direitos, tanto aqueles contemplados diretamente pela legislação nacional, bem como outros resultantes dos tratados internacionais de direitos humanos. Ademais, deve-se proporcionar aos juristas o acesso a informações referentes aos meios de, no plano internacional, promover a salvaguarda daqueles direitos violados e não protegidos satisfatoriamente pelo aparato estatal. 5. Conclusão: Esse artigo pretendeu discutir propostas para a melhoria da aplicação dos tratados de direitos humanos pelos juristas. Esperamos fortalecer as redes de promoção, ensino e pesquisa dos direitos humanos, especialmente na região nordeste, mostrando assim a relevância dos direitos humanos do ponto de vista teórico e prático, e abrindo novos horizontes não somente para a academia, mas para toda a sociedade. Demonstramos que existe um campo inexplorado de investigação e de intervenção para todos que queiram participar do amplo movimento em prol dos direitos humanos. Talvez a nossa contribuição, enquanto intelectuais e professores, para o desenvolvimento do nosso país, consista em fazer valer o artigo I da Declaração Universal: Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas com as outras com espírito de fraternidade. Este artigo, longe de ser um ponto final, ao contrário, deve ser o ponto de partida. 6. Referências Bibliográficas: ANNONI, Danielle. A responsabilidade do Estado pela demora na prestação jurisdicional. Rio de Janeiro: Editora Forense, BENVENUTO, Jaime (org). Direitos Humanos Internacionais: perspectiva prática no novo cenário mundial. Recife: Gajop, CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede ( A era da informação: economia, sociedade e cultura vol.1). 5ª Edição.São Paulo: Paz e Terra, CANÇADO TRINDADE, Antônio Augusto Memorial em prol de uma nova mentalidade quanto à proteção dos direitos humanos nos planos internacional e nacional. in Os Direitos Humanos e o Direito Internacional. Rio de Janeiro: Renovar, Tratado de Direito Internacional dos Direitos Humanos. Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris,1997 v.1. 10

11 CORREIA, Theresa Rachel Couto. Corte Interamericana de Direitos Humanos: Repercussão jurídica das opiniões consultivas. Curitiba: Juruá, Considerações iniciais sobre o conceito de direitos humanos. In Pensar, Revista do Curso de Direito da Universidade de Fortaleza. Fortaleza,vol. 10, nº 10, p , fevereiro de PIOVESAN, Flávia. A implementação das obrigações, standarts e parâmetros internacionais de direitos humanos no âmbito intragovernamental e federativo. In BENVENUTO, Jaime (org). Direitos Humanos Internacionais: perspectiva prática no novo cenário mundial. Recife: Gajop, Robinson, Mary. Concretizando nossos compromissos. In Revista Direitos Humanos. N. 01 dezembro, 2008 SANTOS, Boaventura de Souza. Por uma concepção multilateral de direitos humanos. In SANTOS, Boaventura de Souza. Reconhecer para Libertar: Os caminhos do cosmopolitanismo multicultural. p Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,

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