Curso de Gestão de Águas Pluviais
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- Rodrigo Galvão Aldeia
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1 Curso de Gestão de Águas Pluviais Capítulo 1 Prof. Carlos E. M. Tucci Prof. Dr. Carlos E. M. Tucci Ministério das Cidades 1
2 Características do curso Objetivos Apresenta uma visão de integrada e interdisciplinar da gestão das águas pluviais. Procura introduzir o aluno no conjunto destes conhecimentos para melhorar a gestão, planejamento e projeto nas cidades dentro de uma visão sustentável. Público Alvo Este curso é voltado para profissionais de qualquer formação que atuam no ambiente urbano na tomada de decisão, na gestão, planejamento e projeto. O curso não apresenta metodologias de projeto em drenagem ou inundações, mas trata dos impactos, concepções integrada. Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 2
3 Programa 1. Águas Urbanas Urbanização, abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem urbana e inundações ribeirinhas, resíduos sólidos e saúde 2. Gestão das Inundações Ribeirinhas Ocupação do espaço, Avaliação das enchentes, Medidas de Controle, Medidas Estruturais, Medidas Não-estruturais e Avaliação dos Prejuízos 3. Gestão da Drenagem Urbana Impactos da Urbanização, gestão atual, medidas sustentáveis, Medidas na Micro e Macro-drenagem 4. Gestão Integrada das Águas urbanas Gestão cidade e da bacia 5. Plano de Águas Pluviais Plano dentro da cidade dos componentes de drenagem urbana e inundações ribeirinhas 6. Estudos de Caso Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 3
4 Programação Horário 9:00-10:30 10:30 10:45 10:45-12:30 12:30-14:00 14:00-15:30 15:30 15:45 15:45-17:45 Dia 1 Águas Urbanas Inundações Ribeirinhas Inundações Ribeirinhas Drenagem urbana Drenagem Urbana Intervalo Plano Diretor Almoço Dia 2 Plano Diretor Estudos de Casos Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 4
5 Bibliografia - CD \artigos\ artigos selecionados \apresentações\ todos os slides \filmes\ filmes selecionados Livros incluídos no CD (a)iph, 2004a. Manual de Drenagem Urbana. Instituto de Pesquisas Hidráulicas DEP Departamento de Esgotos Pluviais de Porto Alegre. (b)tucci, C.E.M., Urban Drainage in Humid Tropics Unesco (c)tucci, C.E.M.; Bertoni, J.C. Inundações Urbanas da América do Sul ABRH GWP. (d) Tucci, C.E.M. Gestão de Águas Pluviais.Ministério das Cidades (texto do curso, versão em português e espanhol). Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 5
6 Capítulo I - Águas Urbanas Visão de conjunto da infra-estrutura urbana; Relação entre o uso do solo e os elementos das águas urbanas; Impactos sobre a população e sobre os sistemas; Cenários dos países Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 6
7 Desenvolvimento urbano Crescimento da população Grandes cidades e regiões metropolitanas Desenvolvimento irregular Cidade legal e ilegal Gestão do uso do solo e infra-estrutura urbana nas cidades Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 7
8 Crescimento Urbano Grande taxa de crescimento em países em desenvolvimento; Redução nos países desenvolvidos Taxa de estabilização de 2,1 filhos por casal; Fator importante é a taxa de urbanização developing countries developed countries population ib billions Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 8
9 Urbanização Taxa muito alta na América do Sul > 75% Países de grande população como China e India (22%) possuem pequena taxa de urbanização 8 das 10 maiores cidades do mundo estão nos países em desenvolvimento Gestão deficiente das cidades nos países em desenvolvimento, potencializando os problemas City Population Millions Tokyo 27,8 Bombay 18,0 Sao Paulo 17,8 Shanghai 17,0 New York 16,6 Mexico City 16,3 Peking 14,2 Djakarta 14,0 Lagos 13,5 Los Angeles 13,0 Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 9
10 Crescimento da população nas Américas America Latina e Caribe aumentou de 100 milhões (1930) para 519 milhões (2002) (419% em 73 anos. US aumentou de 123 milhões (1930) para 290 milhões (2002) (120% em 73 anos) Canada 10,3 milhões (1930) para 35 milhões (2002) (250% em 73 anos) América Latina e Caribe, urbanização média de 79% e proporção média de crescimento urbano de 1,5% Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 10
11 Tendência das regiões mundiais From; WBDR, 2003 Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 11
12 América do Sul e Central % da populaçào urbana América do Sul e México 20 América Central habitantes, 1000 Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 12
13 Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 13
14 População e urbanização na América do Sul País População % do total % urbana população urbana mil mil Argentina ,6 90, Bolívia ,5 68, Brasil ,9 81, Chile ,3 86, Colombia ,4 76, Equador ,7 65, Guiana 768 0,2 38,5 296 Paraguai ,7 59, Peru ,5 73, Suriname 426 0,1 77,2 329 Uruguai ,9 93, Venezuela ,1 88, total ,0 80, ,51 Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 14
15 População urbana Argentina Bolívia Brasil Chile Colombia Equador Guiana Paraguai Peru Suriname Uruguai Venezuela país Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 15 % pop. urbana
16 Crescimento urbano no Brasil No Brasil, grande crescimento da população urbana nas últimas décadas, com tendência de estabilização. 50% da população em cidades acima de 100 mil habtitantes O país já entrou na estabilização da população, com pequeno crescimento inercial. 81,1% da população ocupam ~ 4% do território do país ,1 78,4 75,6 68, ,9 93,1 157,1 146,8 169 urbana % população, milhões Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 16
17 Regiões Metropolitanas Tendência na maioria das cidades de crescimento alto na periferia e baixo no núcleo central das grandes cidades. Desenvolvimento irregular na periferia com importante impacto sobre as áreas de mananciais. Necessidade de adequação da legislação de mananciais e desenvolvimento de infraestrutura que iniba a irregularidade. O desenvolvimento urbano é a fonte do impacto na água. Cidade População em 1996 Milhões Aumento do núcleo entre 91 e 96 % Aumento da periferia entre 91 e 96 % S. Paulo 16, ,3 R. dejaneiro 10,532 1,3 7,1 B. Horizonte 3,829 3,5 20,9 P. Alegre 3,292 2,0 9,4 Recife 3,258 3,7 7,4 Salvador 2,776 6,6 18,1 Fortaleza 2,639 11,1 14,7 Curitiba 2,349 12,3 28,2 Belém 1,629-8,1 157,9 Fonte: IBGE Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 17
18 Características do desenvolvimento urbano Aumento das áreas impermeáveis; Verticalização e densificação dos espaços com poucos espaços públicos; Avenidas paralelas a macro-drenagem e canalização da mesma; Planejamento urbano que considera apenas o sombreamento, aspectos volumétricos e trânsito, desprezando as outras infra-estruturas como água, saneamento, drenagem urbana e inundações ribeirinhas. Não preserva as condições naturais de escoamento: infiltração e canais naturais; desenvolve os condutos (galerias) e canais com superfícies de concreto para aumentar o escoamento, geralmente mantidos de forma subterrânea; privilégio para o uso do espaço de acordo com os interesses de ocupação sem nenhuma preocupação de conservação ambiental; Conseqüências são os impactos diretos sobre a qualidade de vida da população. Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 18
19 Relação entre ocupação e áreas impermeabilizadas Cada pessoa impermeabiliza da ordem de 50 m2 Tendência assintótica com a verticalização Curva se altera em função da área e topografia Válido para áreas maiores que 2 km2 Baseado em dados de Curitiba, S. Paulo e Porto Alegre Impervious area % urban density, inhab/ha Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 19
20 Cidade Legal e ilegal Áreas de mananciais: ocupação irregular induzida pela legislação Falta de investimentos de infra-estrutura preventivos: o desenvolvimento urbano é espontâneo, ficando o ônus futuro para o próprio município. Valor reduzido dos terrenos: no processo formal o custo do terreno é alto devido as obrigações de infra-estrutura, como não é realizado o custo cai viabilizando para a renda baixa a sua compra Migração e população de baixa renda: predomina a população de baixa renda que se sujeita as os condicionantes de irregularidade e que pode ser beneficiado pelo poder público no futuro Resultado: Cidade legal e ilegal Os Planos Diretores são obra de ficção e atendem a cidade legal. Possuem visão de previsão e não de planejamento. Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 20
21 Gestão Inadequada Falta de uma gestão permanente. A cada mandato mudam as pessoas; informações, manuais e projetos realizados são perdidos; O planejamento da cidade é fragmentado e setorizado; Falta de capacidade gerencial por formação e remuneração; Forma-se lobbies de serviços entre quem fiscaliza e quem executa. Falta de profissionais mais permanentes, qualificados e remunerados para gestão do sistema urbana dentro de uma concepção integradora. Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 21
22 Sistemas Hídricos Urbanos Mananciais de águas; Abastecimento de água; Saneamento de efluentes sanitários; Resíduos sólidos Controle da drenagem urbana; Controle da inundações ribeirinhas. Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 22
23 Água e Esgoto Sanitário Manancial Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 23
24 Mananciais superficiais Rios, lagos e reservatórios ou o mar (dessalinilização); para demandas altas. P.ex. 1 milhão de pessoas corresponde a 3 m 3 /s. ~200 l/s.pessoa) Um hectar de bacia hidrográfica atende da ordem de 35 a 60 pessoas. As águas superficiais podem ser obtida a fio d água (sem regularização) ou com regularização; A maior vazão que pode ser regularizada é a média de longo período; Geralmente é possível 60 a 80% da média Q Qreg Qnat Sem reservatório Com reservatório 95% % do tempo Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 24
25 Riscos sobre os mananciais Excesso de demanda: grande metrópoles em bacias pequenas. Exemplo : São Paulo, Curitiba, Recife, etc Conflito com outros usos da água: outros usos como irrigação que retiram água antes de chegar aos rios. Vários açudes que retém a primeira parte da chuva aumentando os períodos secos para os rios principais onde as cidades retiram água. A lei dá prioridade ao abastecimento, a realidade pode ser outra. contaminação dos rios por despejo de esgoto sanitário, industrial e pluvial sem tratamento. Os mananciais tornam-se inviáveis e a cidade tende a buscar em outro local, aumentando custos; Eutrofização dos Reservatórios de regularização próximos às cidades: risco de contaminação dos reservatórios urbanos, resultando em eutrofização e toxidade. Dificuldade de preservar as áreas de mananciais Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 25
26 Tendência de ocupação das áreas de mananciais Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 26
27 Billings Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 27
28 Manancial Subterrâneo Manancial subterrâneo: Tipos: confinado e não confinado Usos: pequena demanda, cidades menores. 35% da água para as cidades no Brasil usa manancial subterrâneo; Riscos : (a) rebaixamento pelo excesso de uso; (b) contaminação das cidades por fossas, poços de gasolina, efluentes industriais, etc Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 28
29 Recargas e contaminações aterros Rio poluído Drenagem industrial Vazamento de tanques fossas Vazamentos de rede e lagos agricultura Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 29
30 Disponibilidade hídrica risco de escassez Escassez quantitativa: aumento da demanda para a mesma quantidade de água; Escassez qualitativa: redução da disponibilidade por contaminação da água Gestão inadequada Com o aumento da demanda e a contaminação os projetos buscam água em rios não contaminados, cada vez mais distantes Grande perda de água na rede de abastecimento e contaminação dos rios por falta de tratamento. Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 30
31 Preservação de Mananciais A legislação de mananciais contribui para desobediência e ocupação das áreas de mananciais; Tendência internacional de preservação do manancial de abastecimento pela compra ou aluguel do espaço Quanto custaria na conta de água o aluguel para preservação? Para 0,5% do valor do imóvel, para áreas variando de R$ 10 a 30 mil por ha, em regiões do Sul e Sudeste o custo aumenta de 5 a 15% a conta de água; Preço a pagar para evitar a perda de manancial para o futuro Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 31
32 Abastecimento Perdas da rede de abastecimento de 35 a 60%; Grandes cidades e regiões metropolitanas estão no limite da capacidade, como São Paulo e passam a utilizar água de reúso: Racionalização geralmente não tem sido uma política de gestão devido a falta de incentivos; O maior custo geralmente é cobrado da sociedade. Local Brasil (média) Brasília São Paulo S. Catarina Minas Gerais Santiago Bogotá Costa Rica Canada (média) USA (média) Ano / / Consumo Lit./pessoa/ dia Perdas na rede % Tóquio Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 32
33 Sistema de Esgoto Sanitário O sistema é forma de Rede de coleta e ETE Estação de tratamento de esgoto; As redes podem ser: mista: rede pluvial que recebe esgoto sanitário. Muito freqüente no Brasil separador sem drenagem: sistema de esgoto sem drenagem, várias cidades da América do Sul sem drenagem e esgoto sanitário: fossas para o esgoto e drenagem pelas ruas. Por exemplo, Paraguai não utiliza sistema de drenagem separador : rede de esgoto e pluvial separadas, mas com baixo nível de tratamento de esgoto. Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 33
34 Redes Unitário Separador E E ETE ETE E E R R Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 34
35 Separador x Misto Sistema Combinado ou misto Separador Vantagens Apenas uma rede o que pode ter menor custo; Controle do impacto poluente com menor custo; Situação de fato em muitas cidades onde o custo de separar as conexões é alto. Eficiente tratamento de esgoto; Vedação do sistema de esgoto evitando vetores de doenças e cheiro ruim. Desvantagens Em climas quentes é uma fonte de vetores de doenças; Grande variação de concentração, o que torna o tratamento do esgoto ineficiente; Cheiro ruim durante o período seco. Custo maior de uma nova rede; Dificuldade e custo alto de eliminar conexões indevidas entre as redes. Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 35
36 Cenários Cidades antigas ou parte das mesmas possuem sistemas mistos; No cenário brasileiro, as cidades quando são pequenas usam fossas com extravasamento para a rede pluvial; Quando a cidade cresce é necessário o uso de rede e tratamento a população resiste a ligar na rede devido ao custo adicional e os governos municipais; O resultado são investimentos sem retorno e com poluição. Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 36
37 Ligações Cruzadas Investigação na Bacia do Córrego do Sapateiro SVMA, São Paulo, 2004 Fonte: Eng. Orsini Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 37
38 Ligações Diretas R. Janeiro Rio Viegas S. Paulo Zona Leste Nova Friburgo - Córrego Cônego Lançamentos diretos de esgotos no sistema de drenagem Fonte: eng. Orsini Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 38
39 Contaminação nos rios por falta de tratamento São Paulo Porto Alegre Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 39
40 Estatísticas e metas Reduzida cobertura de coleta e tratamento de esgoto; As estatísticas informam sobre a coleta e não sobre a coleta & tratamento Quando informam sobre o tratamento, informam do total coletado quanto é tratado e não do total utilizado pela população. Por exemplo, com cobertura de 70% de coleta, 30% é tratado, significa que apenas 0,7 x 0,3 = 0,21, 21% do total é efetivamente tratado; Metas do Milênio das Nações Unidas: reduzir a falta de abastecimento, esgoto e tratamento em 50% até 2015 Nos últimos anos aumento de 1%, menor que o crescimento populacional; Estima-se um tratamento da ordem de 10% do total retirado dos rios. (7 a 11 mi ton de DBO/dia nos rios). Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 40
41 Estatísticas Brasileiras Tipo Urbano Rural Total População (milhões) Abastecimento de Água 1 (%) Coleta de Esgoto 1 (%) Rede (%) Fossas (%) Tratamento de Esgoto 2 (%) Atendimento 152 (83%) 91,95 77,22 54,27 22,95 Déficit Atendimento Deficit Atendimento Deficit 31,6 (17%) 183,60 8,15 88, ,56 8,65 91,35 22,78 18,43 81,57 32,9 67,10 4,08 45,63 14,35 21,47 28,2 4 81,8 Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 41
42 Gestão de água & esgoto Projetos inadequados: quando existem redes não é prevista a ligação Objetivo na obra e não no serviço Empresas sem fiscalização da qualidade dos serviços e sem competição Público x privado conflito sem foco; A regulação dos serviços é inexistente ou fraca. a empresa do Estado sem fiscalização é utilizada politicamente A empresa privada sem fiscalização otimiza seus resultados com serviço limitado; O foco deve ser nos serviços com baixo custo, tendo uma efetiva agência fiscalizadora independente do regime da empresa que presta o serviço Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 42
43 Relação entre renda e A & S Água Segura Tratamento Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 43
44 Águas Pluviais Inundações ribeirinhas: inundações naturais resultado da flutuação dos rios durante os períodos secos e chuvosos. Os problemas ocorrem devido a ocupação das áreas de riscos pela população. Leito maior de inundação Leito menor Inundações devido a urbanização (drenagem urbana): escoamento em áreas urbanizadas, geralmente pequenas bacias. A urbanização amplia as vazões devido a canalização e a impermeabilização do solo. Q Urban Rural Time Belo Horizonte Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 44
45 Inundações ribeirinhas é um processo natural, como decorrência do ciclo hidrológico das águas; Principal causa é a ocupação do leito maior pela população nos anos secos e prejuízos nos anos úmidos; Quem ocupa as áreas de risco sofrem os impactos No Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, das cidades geralmente não existe nenhuma restrição quanto à ocupação das áreas de risco de inundação, invasão de áreas ribeirinhas, que pertencem ao poder público prejuízos de perdas materiais e humanos doenças de veiculação hídrica contaminação da água pela inundação Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 45
46 Inundações na drenagem urbana Aumento da vazão máxima, freqüência da inundação devido a impermeabilização e canalização; Aumento da carga de resíduos sólidos transportada pela drenagem; Aumento da carga de poluentes e redução da qualidade da água de jusante. Erosão e escorregamento de encostas devido a falta de drenagem e ocupações inadequadas. Doenças de veiculação hídrica: leptospirose e outras População (1000) população inundações anos Quem produz o problema não sofre impacto Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci eventos de inundação
47 Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 47
48 Efeito da Urbanização Sobre o Comportamento Hidrológico Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 48
49 Efeito da Quantidade Aumento da área impermeável com a densidade habitacional Alterações na vazão média de cheia Dados: Curitiba, São Paulo e Porto Alegre Impervious area % urban density, inhab/ha Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 49
50 Sólidos Totais Sólidos Totais = Sedimentos + Resíduos (população) Sedimentos = F (proteção do solo, intensidade da chuva, relevo..) Resíduos = F (coleta de lixo, limpeza urbana e educação). Fase 1 : crescimento da cidade: grande produção de sedimentos (construções, superfícies desprotegidas); Fase 2 : transição com sedimentos e resíduo sólido; Fase 3: quando a cidade ou área urbana está estabelecida a produção de resíduo sólido (lixo) é alta. Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 50
51 Sedimentos Fonte Erosão = aumento de velocidade, desproteção do solo e relevo Transporte = sistema de drenagem Sedimentação = quando diminui a velocidade do escoamento Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 51
52 Erosão urbana Erosão urbana produzida pelo aumento de energia da água com condutos, superfícies impermeáveis, entre outros. Sedimentação a jusante no sistema de drenagem, quando o sistema reduz a velocidade Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 52
53 Evolução dos sedimentos com as construções Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 53
54 Resíduo sólido em detenção Resíduos Sólidos Trs = Tc + Tli + Td Tc = total coletado Tli = total da limpeza urbana Td = total na drenagem Quando os dois primeiros termos são pequenos e a eficiência da gestão é ruim aumenta o último que tem custo maior. Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 54
55 População em Área de Risco Tipos: Áreas de grande declividade (talos) e estrangulamento de canais; Impactos: escorregamento, inundação e distribuição, contaminação. Causas: Falta de drenagem;excesso de chuva faz com que o solo escorregue devido ao peso; Controles: (a) Evitar o aumento de umidade no solo com drenagem na superfície; (b) proteger superfícies para não infiltrar; (c) reforçar os taludes; (d) retirar as pessoas Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 55
56 Exemplos Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 56
57 Qualidade da água pluvial Carga equivalente ao esgotamento sanitário composição orgânica: DBO, N, P composição com metais: Chumbo, Ferro, etc; grande carga no início da precipitação Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 57
58 Características Para eventos com alguns dias anteriores sem precipitação a carga (~80%) ocorre nos primeiros mm de chuvas Representa ~ 90% dos eventos chuvosos A concentração é um indicativo e a carga é a quantidade total. A maior parte da carga ocorre no início da chuva C Q polutograma hidrograma t C = concentração (mg/l) Q = vazão (m 3 /s) Carga = C. Q (Kg/Tempo) Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 58
59 Tipos de Doenças Doenças com origem na água dependem da água para transmissão, como a cólera, doenças devido a higiene: depende das condições higiênicas relacionada com a água: (water related, water-based) : aumento do nível de água gera condições de criar mosquitos da malária, dengue, leptospirose, esquistossomose Diarréia principal fonte de mortalidade infantil e resultado de água contaminada. Malária: transmitida por mosquito em áreas rurais com sombreamento e água estanque (Região Norte). Aumenta em períodos chuvosos e ataca as pessoas no início e final de dia; (~400 mil casos por ano) Dengue: Transmitida por mosquito que deposita a larva em água de boa qualidade. Clima tropical. Leptospirose: ocorre em inundação como resultado do contato com urina de rato. Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 59
60 Diaréia State/Region Nº Cases monitored 2002 Nº Cases monitored 2003 Nº Cases monitored 2004* North 253, , ,940 Northeeast 898,235 1,005, ,829 Southeast 255, , ,960 South 187, , ,326 Center-West 200, , ,902 BRAZIL 1,795,560 2,234,549 2,307,957 Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 60
61 Leptospierose State/Regio n Nº Cases 1998 Nº Cases 1999 Nº Cases 2000 Nº Cases 2001* North Northeast , Southeast 1,242 1, South 1,084 1,030 1,037 1,675 Center-West BRAZIL 3,449 3,643 4,151 3,281 Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 61
62 Dengue State/Region Total number of cases notified 2003 Total number of cases notified 2004 (1) Cases of Hemorrhagi c Fever 2003 Cases of Hemorrhagi c Fever 2004 Total number of deaths 2003 Total number of deaths 2004 NORTH 41,982 31, NORTHEAS T 172,308 34, SOUTHEAST 87,305 31, SOUTH 9, C.WEST 34,524 15, BRAZIL 346, , Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 62
63 Malária Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 63
64 Exemplo de áreas com saneamento Manaus- Palafitas: Durante o período chuvoso no rio Negro o remanso faz com a água fique estagnada próxima das palafitas, com esgoto despejado pelas pessoas o ambiente fica terrível; No período seco do Negro as cheias locais transportam lixo que ficam retidos nas palafitas, podem derrubar as mesmas É inevitável a proliferação de doenças precário Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 64
65 Cenário comparativo Infra-estrutura urbana Abastecimento de água Saneamento Drenagem Urbana Inundações Ribeirinhas Países desenvolvidos Resolvido, cobertura total Grande Cobertura na coleta e tratamento dos efluentes Os aspectos quantitativos estão controlados; Gestão da qualidade da água Medidas de controle nãoestruturais como seguro e zoneamento de inundação Países em desenvolvimento Grande cobertura; tendência de redução da disponibilidade devido à contaminação das fontes; grande quantidade de perdas na rede Falta de rede e estações de tratamento; as que existem não conseguem coletar esgoto como projetado; Impactos quantitativos sem solução; Impactos devido à qualidade da água não foram identificados. Grandes prejuízos por falta de política de controle Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 65
66 Resumo dos Impactos Ambientais Aumento da temperatura e possivelmente das chuvas máximas Aumento do escoamento e sua freqüência; Erosão e Áreas degradadas Deteriorização da qualidade da água; Áreas de Risco Fragmentação dos ambientes urbanos Impactos na saúde. Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 66
67 Ciclo de contaminação Retirada de água a montante Despejo a jusante sem tratamento dos efluentes; Abastecimento Transferência dos impactos para jusante; Sempre haverá uma cidade a montante e outra a jusante com o crescimento urbano Ciclo de impactos generalizados Mananciais Drenage Urbana Efluente cloacal Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 67
68 Ciclo de impactos na cidade Efluentes urbanos sem tratamento Contaminação dos rios e dos aqüíferos Impermeabilização e canalização Erosão do solo Redução das recargas Assoreamento dos rios e mudanças de seções Degradação das áreas urbanas Aumento da freqüência e magnitude das cheias Doenças Impactos ambientais Prejuízos Impactos sociais Redução da água e qualidade de vida Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 68
69 Principais Causas na gestão Instituições fracas; Desconhecimento; Falta de sustentabilidade; Fragmentação da gestão urbana; Falta de recursos Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 69
70 Comentários e discussões Quais são as suas dúvidas? Você concorda com os aspectos abordados? Quais os temas que considera importantes que não foram abordados? Você considera tudo perdido? Existe esperança? Gestão de Águas Pluviais Carlos Tucci 70
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