EXPEDIENTE Trabalho para disciplina de Oficina de Jornalismo Orientação: Professor Eduardo Freire Equipe: Ana Vitória Matos, Larissa

Transcrição

1 A dupla dinâmica do meio ambiente EXPEDIENTE Trabalho para disciplina de Oficina de Jornalismo Orientação: Professor Eduardo Freire Equipe: Ana Vitória Matos, Larissa Barreto, Manuela Serpa, Tatiana Soares e Walesson Guedes

2 A dupla dinâmica do meio ambiente Qualquer atitude para salvar o planeta é válida em nossos dias, mas quando um dupla de estudantes da escola pública cearense resolve, não só se preocupar com o futuro, mas criar uma forma simples e barata de ajudar o meio ambiente, a atitude se torna notícia que todo jornalista, seja em qualquer momento de sua carreira, faz questão de noticiar. João Vitor Vidal Fernandes, de 14 anos e Thelly Ângela Barbosa Caciano, de 13, estão demonstrando que a idade não impede a responsabilidade com o futuro do planeta. Com jeitinhos despretensiosos, os dois chegaram onde muitos professores de várias escolas jamais conseguiram chegar. Participantes de feiras nacionais e internacionais, João e Thelly já estão de malas prontas para uma nova empreitada, desta vez o México é o destino. A invenção pioneira destes pequenos alunos começou no ano de 2010 e nasceu do olhar inquieto dos estudantes quando, na horta da Escola Pública Sinfrônio Peixoto de Moraes, perceberam que as mudas enterradas para a plantação sempre vinham envoltas em um saco plástico e muitas vezes eram plantadas sem a retirada do envólucro. Éramos responsáveis pela horta da scola e todas as vezes que cuidávamos da plantação, notávamos que as mudas vinham em sacolas plásticas pretas,como acontece em várias lojas de jardinagens. Sabíamos que no contato com o solo, o plástico, que não é biodegradável, acabaria prejudicando tanto o meio ambiente como o crescimento da própria planta afirma Vitor. #1

3 A dupla de estudantes, incentivada pela professora de Ciências, Tânia Menezes, começou a pesquisar alguma forma de substituir o saco por algo mais ecologicamente correto e idealizaram os vasos biodegradáveis. A escola já estava com desejo de incentivar alguns projetos. O primeiro foi sobre os benefícios da folha da moringa, intitulado Moringa: a planta de múltiplos usos. Desenvolvemos até inseticida com a folha desta planta. Em 2010, o sucesso do primeiro projeto havia sido tão grande, que começamos outro com o 7 ano, nascendo assim o segundo com a ideia dos vasos, narra empolgada a professora Tânia Menezes. No começo foi uma pesquisa extensa. Diversos materiais foram usados. Serragem, bagaços de cana, amido de milho, água e cola branca, conforme os materiais iam transformando a ideia em realidade, os dois meninos iam aprendendo que, mesmo na tenra idade, a dedicação, perseverança e o desejo de ajudar o planeta, falam mais alto. Depois de várias tentativas, chegou a hora de confirmar a viabilidade das pesquisas e estudos. #2

4 Os vasos fabricados foram enterrados e, depois de alguns meses ao desenterrarem, repararam que os vasos já estavam em processo de decomposição. Para eles foi uma descoberta, que trouxe bastante satisfação. O próximo passo foi plantar duas mudas, uma com o saco plástico, como de costume, e a outra com o vasinho feito de bagaço de cana, água, cola e amido de milho, que eles nomearam de vaso ecológico. Oito meses se passaram e ao desenterrarem as duas mudas, testemunharam o invento que ganharia, não só prêmios nacionais, mas os levariam ao reconhecimento em feiras internacionais. Tudo aquilo que imaginavam havia sido comprovado de forma prática. As raízes das mudas estavam diferentes. Os alunos observaram que a muda enterrada com o saco plástico estava com a raízes em forma de um novelo, o que prejudicava o crescimento da planta. As raízes da muda envolta do vaso ecológico se desenvolveram com mais propriedade, além de todo o material do vaso já ter sido decomposto, comprovando o benefício ao meio ambiente. Quando se deram conta da descoberta, sentiram até medo. No começo, ficamos atordoados, meio que receosos, pois teríamos um grande desafio pela frente, comenta o tímido João. Thelly, mais falante, garante que o medo não atrapalhou a causa. A gente usava demais as sacolas na horta e nos incomodava saber que aquele material não era bom para o nosso meio ambiente diz com firmeza. #3

5 Além da lição de cuidado com o mundo, Thelly faz o alerta. A gente só tem esse meio ambiente. Não dá para viver em outro lugar. Os outros planetas não têm a vegetação vasta que temos e, muito menos, água. A gente precisa dar valor ao nosso meio ambiente, sinaliza a estudante. O vaso é feito de forma simples e barata. Os alunos explicam que qualquer um em sua própria residência pode confeccionar o vaso. Eles podem ser feitos com qualquer tipo de matéria orgânica, como a serragem, cascas de frutas e vegetais, plantas medicinais e até mesmo, com papel de jornal e rolinhos de papel higiênico, orienta Thelly. Para pormos em prática a ideia, João Vitor ensina o que fazer. Pegamos o bagaço de cana-de-açúcar e mergulhamos na água sanitária para tirar os micro organismos que estão nele. Depois, juntamos o amido de milho, cola e um pouco de água. Misturamos tudo até formar uma pasta grudenta e pegajosa. Após isso, pegamos um molde, como copos descartáveis que já iam para o lixo, moldamos e colocamos no sol para secar. No outro dia, quando já estiverem durinhos e bem resistentes, recortamos o molde e os vasos saem prontos, ensina. A invenção trouxe três grandes ajudas ao meio ambiente. Primeiramente, a redução do uso excessivo de sacolas plásticas em jardinagens e floriculturas. O segundo ponto é que o lixo orgânico acumulado diminuirá substancialmente e, por último, os vasos servem para a nutrição das plantas, juntamente com o adubo. #4

6 O currículo dos dois em participação de feiras e prêmios é considerável. O tema do projeto Vasos Ecológicos para Mudas de Plantas, já esteve em vários encontros científicos no Brasil. Em 2013, o invento esteve na IV Mostra de Ciências e Tecnologia das Escolas (MCTEA) Açai (PA), onde tirou o 2º lugar e recebeu a condecoração do Exército Brasileiro como melhor projeto de sustentabilidade, além do reconhecimento da ABRIC e credencial para CIENTEC, feira em Lima, no Peru. No mesmo ano, no Ceará, participaram da Expo Milset Brasil, feira internacional de juventude politicamente independente, que visa desenvolver a cultura científica entre os jovens através da organização de programas de ciência e tecnologia, incluindo feiras e congressos. Lá, ganharam o 2º lugar e o reconhecimento da Associação Brasileira de Incentivo a Ciência (ABRIC). Em 2014, estiveram na II Feira de Ciências e Engenharia do Estado do Amapá (FECEAP), quando foram premiados e reconhecidos pelo melhor projeto sobre sustentabilidade. Lá obtiveram a credencial para a ExpoCiência Nacional de 2015, quando viajarão entre os 06 a 09 de dezembro, para Tampico, no México. No último resultado da dupla, em outubro, ganharam o 1 lugar, no Ceará Faz Ciência, feira organizada pelo Governo do Estado através da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior. Lá, Telly Angela e João Vitor foram premiados com tablets e jogos cientícos. A alegria dos adolescentes com o invento e premiações é tão grande que eles não se deram conta que podem seguir uma vasta carreira no mundo científico. Não estou pensando nisso ainda, mas seria muito interessante. O que queremos mesmo é diminuir o uso das sacolas plásticas e ajudar o planeta que vivemos, diz sorrindo Telly Angela. O futuro do meio ambiente ninguém sabe, mas de uma coisa pode-se ter certeza: a dupla de cearense fez a sua parte.

7 O poder do reflorestamento O reflorestamento é de suma importância no combate às mudanças climáticas, no aumento dos recursos hídricos, na redução dos prejuízos na agricultura relacionados com enchentes, no aumento do estoque sustentável de madeira legal, dentre outros aspectos com forte relevância para o nosso ecossistema. Veja alguns dos motivos para promover o reflorestamento: As árvores evitam ou reduzem a erosão do solo e a contaminação da água. Segundo sua situação, espécie, tamanho e estado, a sombra das árvores pode reduzir os gastos em ar condicionado de edifícios residenciais e comerciais entre um percentual de 15% a 50%. A sombra das árvores refresca as ruas e os estacionamentos. Nas cidades as temperaturas costumam registrar entre 05 e 09 graus a mais do que nas regiões onde existem árvores. Contribuem com as correntes subterrâneas e à manutenção dos rios As árvores convenientemente plantadas reduzem significativamente a poluição acústica nos cruzamentos e vias de grande movimento. O manejo planejado e controlado de florestas é uma fonte sustentável de madeira. As árvores de uma zona residencial ou comercial, bem colocadas e cuidadas, podem aumentar o valor dos imóveis, além de protegê-las do vento. As florestas têm papel, importante na preservação da Fauna e da Flora silvestres.

8 Você sabia? O reflorestamento é obrigatório Desde 16 de setembro de 1965, a Lei Federal definiu o reflorestamento como obrigatório. O Código Florestal Brasileiro declara que os consumidores de matéria-prima florestal como a madeira e os seus derivados tem a obrigação de reflorestar o equivalente ao que foi consumido para que não haja um déficit de árvores. Além desta lei, que faz parte do Código Florestal existe outra que determina o reflorestamento obrigatório. Trata-se da lei estadual de 9 de março de A lei federal exige o reflorestamento e apresenta como punição para quem descumprir as determinações uma multa em 10% do valor da matéria utilizada.

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