Vidas letradas de adultos em processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências 1

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1 Resumo Em Portugal é ainda dominante a ideia de que ser-se letrado é unicamente o domínio de capacidades técnicas para a (des)codificação de textos escritos. Quem não atinge um bom nível em testes de literacia é considerado, assim, iletrado. Esquece esta visão que, no quotidiano de cada indivíduo, mesmo entre quem não tem aquele domínio, são múltiplos os eventos de literacia, envolvendo o uso eficaz de textos variados com finalidades de leitura e de escrita também distintas. Abordando as práticas de leitura e escrita numa perspetiva social, este texto toma como objeto os modos de uso da linguagem escrita por 113 adultos envolvidos no processo de RVCC, em Centros de Novas Oportunidades do distrito de Braga, Portugal. Entre as principais conclusões dos dados obtidos por questionário, com que se visava genericamente compreender o lugar da literacia nas vidas destas pessoas, destaca-se a variedade de textos produzidos e usados pelos adultos no seu quotidiano, aos quais se ligam propósitos variados das diferentes esferas das suas vidas. Palavras chave: Adultos, Práticas de literacia, Eventos de literacia Abstract In Portugal it is still dominant the idea that to be literate means solely the mastery of technical skills for (de)coding written texts. Those who do not have good performances in literacy tests are then considered illiterate. This view ignores that in each individual daily life, even among those that are said not to have that mastery, there are multiple literacy events, involving the use of diverse texts with reading and writing purposes also distinct. Approaching literacy practices under a social perspective, this text elects as its main object the ways of using written language by 113 adults enrolled in the Recognition and Accreditation of Prior Learnings process (RVCC, in Portugal), at New Opportunities Centers, of Braga, Portugal. Among the main conclusions of the data collected through a questionnaire, with which we aimed at understanding the place of literacy in these adults lives, we highlight the variety of the texts that they produce and used in their everyday lives, to which different purposes of their different life spheres may be connected. Keywords: Adults, Literacy events, Literacy Practices Vidas letradas de adultos em processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências 1 Ana Cristina Alves da Silva Universidade do Minho b5373@iep.uminho.pt Ana Sofia da Silva Arqueiro Universidade do Minho b5388@iep.uminho.pt Maria de Lourdes da Trindade Dionísio Universidade do Minho mldionisio@ie.uminho.pt 1. A literacia enquanto prática social Nas sociedades modernas, permanece fortemente enraizada a convicção de que a competitividade dos países depende, em parte, dos níveis de literacia das populações. A sustentar essa crença estão os inúmeros relatórios da OCDE, entre eles o de 1992 Analfabetismo funcional e rentabilidade económica, em que se afirma ser sobejamente reconhecido que a capacidade das empresas de responder aos desafios económicos depende estreitamente do nível de alfabetização da população activa (p. 11). Estas ideias encontram materialização em ações políticas da esfera da educação e formação de adultos, como, por exemplo, o processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC) em Portugal. Com o retorno dos mais iletrados e socialmente desfavorecidos aos ambientes formais de aprendizagem, deseja-se expandir as competências de uso de textos escritos pelos indivíduos. A fundamentar a implementação do RVCC e de outras iniciativas formativas orientadas para adultos está a visão da leitura e da escrita enquanto técnicas e capacidades que se adquirem independentemente dos contextos onde são produzidas e usadas. Neste sentido, parece pressupor- -se que o ato interpretativo de qualquer tipo de texto está exclusivamente associado a capacidades cognitivas que, no essencial, se prendem com o conhecimento da língua, o qual, uma vez adquirido, pode ser aplicado em qualquer circunstância de vida. A esta conceção instrumental dos usos da escrita, Street (1984; 1995; 2005) chamou modelo autónomo, por oposição à perspetiva sócio-histórica e identitária que veio a designar de modelo ideológico (cf. também Kleiman, 1999; 2010; Soares, 1998). O modelo ideológico entende a literacia como um conjunto de práticas sociais, histórica e culturalmente situadas, e observáveis em eventos mediados 123 CONFERÊNCIA INTERNACIONAL INVESTIGAÇÃO, PRÁTICAS E CONTEXTOS EM EDUCAÇÃO

2 124 por textos (Barton, Hamilton & Ivanic, 2000), refutando, dessa forma, a sua conceção enquanto capacidade de decifração de textos escritos, ou seja, como algo técnico, resultado de skills independentes (Luke & Freebody, 1999; Gee, 2005). Nesta linha de pensamento, adotada pelos Novos Estudos de Literacia, as práticas de literacia unidades básicas de uma teoria social da literacia (Barton, Hamilton & Ivanic, 2000) são modos culturais de utilização da linguagem escrita a que as pessoas recorrem diariamente e que moldam os eventos de literacia, isto é, os episódios observáveis onde a literacia assume um papel específico e em que os textos fazem parte das interações e dos processos de interpretação dos sujeitos (Barton & Hamilton, 1998; Barton, Hamilton & Ivanic, 2000; Dionísio, 2006; Fischer, 2007; Keating, 2002; Torrão, 2007). Em tais eventos, os modos como se usam os textos variam, podendo apresentar características, não só linguísticas, mais próximas ou mais afastadas das instituições sociais que definem o que é legítimo dizer e fazer com a linguagem (Barton, Hamilton & Ivanic, 2000). Nesse quadro, ser letrado num determinado domínio de prática é possuir e poder exibir um bilhete de identidade que inclui traços pessoais não apenas relativos às habilidades e processos de manipulação da palavra escrita, mas também aos comportamentos, valores, crenças e saberes, por vezes tácitos, sobre o que pode ser dito e feito, como e com que acessórios, naquele domínio particular (Dionísio, 2006; Dionísio & Castro, 2009). Nesta teoria social, pressupõe-se, assim, que as práticas de uso de textos não apresentam sempre as mesmas características em todos os contextos, variando conforme as distintas esferas de vida: a familiar, a laboral, etc. (Barton, Ivanic, Appleby, Hodge & Tusting, 2007), cada qual mobilizando a linguagem social e identidade específicas dessas esferas em que há modos preferidos de fazer sentidos com os textos, formas particulares de os usar e, mesmo, de sobre eles falar. A possibilidade de adquirir, aprender e exibir os traços identitários de cada esfera - o pai de família, o trabalhador, o membro do clube recreativo,... - resulta, pois, de vários processos de socialização, segundo as normas e ideologias das instituições ou grupos que configuram os contextos onde os sujeitos atuam. Daqui depreende-se que é do envolvimento nos eventos de literacia que ocorrem nas diferentes esferas moldados não só por práticas dominantes, que apresentam características muito próximas de instituições formais como a escola, mas também por práticas vernáculas, geralmente pouco valorizadas porque enraizadas na experiência quotidiana que resulta a transformação das identidades letradas dos sujeitos: suas linguagens, modos de aceder, usar e valorizar os textos. É com base neste enquadramento, e com o intuito de compreender até que ponto são (e como são) desafiadas e transformadas as práticas vernáculas de usos de textos, por adultos em processos de RVCC de nível Básico, que se encontra em desenvolvimento o Projeto A vida em mudança. A literacia na educação de adultos (PTDC/CPE-CED/105258/2008). Partilhando dos princípios que fundamentam a perspetiva social de literacia, pretende-se compreender as literacias dos sujeitos num quadro de pressupostos em que avultam: a sua multiplicidade, dada a associação intrínseca a diversos domínios de vida; a sua natureza motivada, porque meio de outras práticas culturais mais vastas; a sua variabilidade e transformação, por ação de processos de aprendizagem tanto formais como informais. Para responder a estes objetivos, o estudo, no seu desenho, previa genericamente três momentos, definidos pela relação dos indivíduos com o processo de RVCC: o antes, o durante e o após a formação. Na primeira fase recolheram-se dados por meio de um questionário que pretendia reconstituir as trajetórias de literacia dos adultos; isto é, as práticas, atitudes, valores e conceções de literacia que constituem e definem as identidades dos adultos quando ingressam no processo de RVCC. A partir dos dados recolhidos, é propósito deste artigo dar a conhecer que lugar ocupam, nas vidas destes adultos, a leitura e a escrita, identificando o que escrevem e leem no seu quotidiano e com que finalidades. 25/26 MAIO 2012 ESECS IPL

3 Procura-se ainda contribuir para a desconstrução do entendimento da leitura e da escrita enquanto técnicas e capacidades ainda fortemente enraizado no discurso público, apresentando-as, antes, como atividades sociais variáveis e complexas que ocorrem em relações sociais também complexas. Expostas as assunções teóricas e as orientações gerais de investigação do estudo que aqui se apresenta, enunciam-se sucintamente, a seguir, os procedimentos metodológicos adotados e procede-se à caracterização dos adultos que constituíram a amostra, terminando-se com a discussão do papel da literacia nas suas vidas, a partir da descrição de o quê, para quê e em que contextos leem e escrevem. 2. Histórias de literacia de adultos em processo de rvcc Os dados que aqui são mobilizados para a análise do modo como adultos, de novo implicados num contexto formal de educação, usam a literacia no seu dia a dia, resultam, como atrás foi referido, de um amplo Projeto de investigação sobre as transformações das identidades letradas de adultos que chegam ao processo de RVCC com o objetivo de obter o nível Básico de escolaridade (9º ano). Foram inquiridos por questionário 113 adultos do distrito de Braga, Portugal, que, no momento em que davam entrada nos CNOs e eram encaminhados para o processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências, se disponibilizaram a colaborar com o estudo. Por meio de 28 questões, organizadas em função de dois grandes marcos temporais (o tempo de frequência da escola e o período de aí em diante até aos dias de hoje), solicitava-se aos sujeitos informação sobre alguns aspetos das suas práticas de uso de textos escritos, com o objetivo de aceder às suas biografias de literacia, aos modos como usam a leitura e a escrita nos diferentes domínios sociais em que se movimentam e suas principais finalidades. Dadas as atuais circunstâncias políticas e a pouca afluência de indivíduos aos Centros de Novas Oportunidades, a constituição da amostra foi aleatória, regendo-se apenas pelo critério de serem sujeitos que iniciavam naquela altura o processo de diagnóstico para a entrada num RVCC. Consequentemente, os adultos deste estudo não se distinguem, por exemplo, por pertencerem a grupos etários particulares: a maior parte situa-se entre os 54 a 58 anos, tendo o mais jovem 18 e o mais velho 66. Pela mesma razão, apenas por coincidência a distribuição por género é equilibrada: 55 homens e 57 mulheres. A grande maioria (cerca de 80%) encontra-se atualmente em situação de desemprego, sendo que 13,3%, ainda que no ativo, ocupa postos de trabalho pouco qualificados e mal remunerados (dos 13 sujeitos empregados que assinalaram a sua ocupação profissional, 10 são operários em fábricas têxteis e 3 desempenham tarefas na área do comércio e serviços). A precária situação laboral de uma expressiva fração destes indivíduos justifica-se pelo contexto social onde vivem e actuam 2 e pelas baixas qualificações académicas, a exigir a sua presença no processo de educação e formação de adultos. Em termos de habilitações e frequência escolares, 50,4% dos adultos da amostra frequentaram o 4º ano de escolaridade, 4,5% anos anteriores, 23% o 5º e 6º anos e 20,4% os anos subsequentes (7º ao 9º). Ainda que, dos 57 sujeitos que frequentaram a 4ª classe, apenas 24 tenham andado entre 5 a 7 anos na escola, é possível constatar que o percurso escolar da maioria dos inquiridos foi marcado pelo fracasso (se se tomarem como referência os 13 indivíduos que chegaram ao 3º Ciclo do Ensino Básico, verificamos que apenas dois frequentaram a escola pelo período esperado de 9 anos, precisando os restantes de 10 a 12 anos). Igualmente associadas ao contexto social onde os adultos cresceram estão as razões que os levaram a abandonar precocemente a escola: dificuldades económicas (40,7%) e, em sua estreita dependência, a atitude impositiva dos pais, que os terá compelido a desistir dos estudos (8%). Além disso, também a tradição cultural da sua época passava por abandonar o sistema escolar quando o primeiro ciclo era completado, sendo 125 CONFERÊNCIA INTERNACIONAL INVESTIGAÇÃO, PRÁTICAS E CONTEXTOS EM EDUCAÇÃO

4 esta uma das razões que levou 10,6% dos adultos a deixarem de estudar para darem início à sua carreira laboral Literacias, finalidades e contextos A perspetiva social de literacia, que, como vimos, rejeita liminarmente qualquer visão da leitura e da escrita enquanto habilidades exclusivamente psico-cognitivas, concebe os usos de textos como atividades humanas de natureza social (Barton, 1994; Barton & Hamilton, 1998). Neste sentido, ler e escrever abrangem tudo aquilo que as pessoas fazem com os textos, nas suas mais diversas formas, no seu dia a dia e nos diferentes eventos em que se envolvem. Tendo em consideração que, em tais eventos, também os modos como se usam os textos variam, tal é a multiplicidade de finalidades existentes, pressupõe-se que a literacia não é a mesma em todas as esferas de vida, podendo inclusivamente sofrer variações ao longo do tempo. Assim, e semelhantemente, se atentarmos na vida destes 113 homens e mulheres, naquilo que trazem para o processo de RVCC, desde logo percebemos que o seu quotidiano é marcado pelo escrito, surgindo a leitura como uma prática social mais generalizada, comparativamente à escrita: apenas a redação de recados, cartas, notas, mensagens no telemóvel e na Internet, a par de apontamentos pessoais, são práticas frequentes na vida dos inquiridos, maioritariamente utilizadas como forma de estabelecer comunicações à distância, de tratar de situações do dia a dia e de distração. Ainda assim, é de referir que estas práticas de escrita são em maior número do que as da sua vida passada, reduzidos sobretudo à produção de trabalhos escolares. Relativamente à leitura seja para informação, organização pessoal, lazer ou aprendizagem de coisas novas, os adultos inquiridos afirmam ler frequentemente jornais, revistas, rótulos de produtos, contas, faturas, recibos, folhetos de publicidade, legendas de televisão, recados, cartas, mensagens de telemóvel, horários, mapas, instruções, avisos, comunicados, documentos oficiais e relatórios. Fora da frequência regular, encontram-se os livros técnicos e de histórias que, ainda assim, mais de metade dos sujeitos (58,3%) leem às vezes ou muitas vezes. Na medida em que, com a entrada na fase adulta, vem também a assunção de novos papéis sociais que implicam, inevitavelmente, o envolvimento em novas práticas de literacia e, logo mais, a transformação de identidades, não é de estranhar que a leitura de contas, faturas e recibos seja hoje uma atividade que 76,1% dos sujeitos revelem fazer assiduamente, e que a leitura de manuais escolares permaneça agora, e ao contrário do que aconteceu na infância e juventude, como uma prática pouco habitual nas suas vidas. Deste modo, se, antes, liam quase exclusivamente para fins escolares (apenas por vezes recreativos, com a leitura de jornais e de revistas), atualmente a leitura está muito mais presente nas suas vidas sobretudo para darem resposta às necessidades reais do seu quotidiano. Pelo exposto, verificamos prevalecerem na vida destes sujeitos as suas práticas vernáculas que, geradas no quotidiano, não são reguladas pelas regras formais e procedimentos das instituições sociais dominantes (Barton, 1994). E cremos ser precisamente esta sua natureza privada, doméstica e familiar que leva a que muitas vezes as não identifiquem e reconheçam como práticas de leitura e de escrita tão válidas quanto outras, específicas de domínios como o escolar: as dominantes. Será por isto, que embora estes adultos leiam e escrevam com regularidade nas diferentes esferas das suas vidas, não consideram as suas práticas legítimas (e até dignas ) conforme atestam relatos como: Peço desculpa se alguma coisa estiver mal, pois desde que saí da escola que a minha escrita nunca foi instruída. Intimamente relacionada com a visão que têm de si próprios enquanto sujeitos (não) letrados está também a resposta à questão sobre o que leram e escreveram em dois dias da semana previamente selecionados (terça-feira e domingo): ainda que alguns admitam ler jornais/revistas 25/26 MAIO 2012 ESECS IPL

5 nas manhãs de terça-feira, a maioria não declara qualquer tipo de prática de literacia nos restantes períodos do dia, o mesmo acontecendo nos domingos. Por isto, os espaços reservados a esta pergunta, no questionário, surgem quase sempre em branco ou com comentários como: Não li/não escrevi nada. Eventualmente pela adaptação já ao contexto em que se encontram, as conceções destes adultos são atravessadas pela conceção dominante de que a leitura que conta socialmente é a leitura de livros. Decorrerá, inclusivamente, daqui, a sua necessidade de mencionar o tipo de livros que preferem: O que mais faço normalmente é ler livros de todo o género de leitura, mais policiais, a par de razões que justificam a relativa ausência desta prática nas suas rotinas diárias: Muitas vezes não leio mais livros por falta de tempo. No entanto, este sentimento de deficit, por parte dos adultos, relativamente a práticas que têm como legítimas, atribuído ao facto de não possuírem níveis de escolarização mais elevados, e que, no questionário e em conversas, vão revelando, tende a ser ocultado noutras respostas. Assim, ao serem interrogados sobre se sentem dificuldades quando leem e escrevem, 54% afirmam que não e 88,5% que só às vezes. Do mesmo modo, quando lhes é solicitado que avaliem as suas competências de leitura e de escrita, apenas 17,7% as classificam como insuficientes, enquanto a maioria as considera suficientes ou plenamente suficientes. Constata-se, todavia, que, em questões sobre dificuldades na leitura de textos específicos (os mesmos que se lhes pedia para assinalar se os liam e escreviam), são em grande número os inquiridos que afirmam ter muitas dificuldades quando leem livros técnicos, comunicados, documentos oficiais, manuais de instruções, informação na Internet, mensagens de telemóvel e s. Já os textos onde mencionam ter poucas ou nenhumas dificuldades correspondem, previsivelmente, aos que estão presentes na sua vida diária, como os jornais, as contas, as faturas e recibos, as legendas de televisão, os folhetos de publicidade, entre outros. Colocados, desta forma, numa situação de conflito entre o que consideram que são enquanto sujeitos de literacia e aquilo que representam como devendo ser, naturalmente com vista à autorização plena das suas biografias, pressentem-se, no discurso destes 113 adultos, alguns ajustamentos aos contextos em que julgam que têm de ser bem sucedidos. Isto é desde logo visível quando 53 deles mencionam ter só às vezes dificuldades de leitura e 95 afirmam que, se tivessem mais habilitações, compreenderiam melhor os textos que têm de ler. Manifesta-se ainda quando, no quadro de leituras mencionadas (maioritariamente instrumentais), 81 (71,7%) adultos declaram que ler é algo que sempre gostaram de fazer, verificando-se, no entanto, que, no domínio das atividades com que ocupam os seus tempos livres, a leitura é assinalada como pouco ou nada frequente por 44,3% dos sujeitos. Semelhante posicionamento de adequação às características que consideram identitárias dos insiders (Gee, 2005) destas comunidades educativas: quem frequenta a escola gosta (e tem de gostar) de ler, quem é certificado valoriza a leitura é percetível nas afirmações relativas i) ao valor da leitura e da escrita no quotidiano de cada um e ii) à relevância dessas práticas para uma plena participação comunitária. Qualquer dos casos acolhe a quase unanimidade de opiniões concordantes e totalmente concordantes. 3. Conclusão Cada indivíduo é uma combinação única de identidades, resultante de experiências sociais diversas, ao longo da vida. É a partir do envolvimento em distintas práticas sociais, nos vários contextos de vida, que os sujeitos adquirem habilidades e processos de uso de textos escritos, mas também atitudes, saberes, valores e crenças sobre o que pode ser dito e feito, como e com que recursos, num determinado evento de literacia. Embora reconhecendo-se que a participação dos sujeitos em situações de aprendizagem diversificadas desencadeia novos modos de aceder, usar e valorizar os textos, tende-se a considerar somente como válidas e legítimas as práticas de literacia que resultam, especificamente, 127 CONFERÊNCIA INTERNACIONAL INVESTIGAÇÃO, PRÁTICAS E CONTEXTOS EM EDUCAÇÃO

6 Notas 1 Este texto foi produzido no âmbito do Projeto A vida em mudança: A literacia na educação de adultos (PTDC/CPE- CED/105258/2008), em desenvolvimento no Centro de Investigação em Educação (CIEd) da Universidade do Minho e no Centro de Investigação Sobre o Espaço e Organizações (CIEO) da Universidade do Algarve, com financiamento de fundos nacionais, através da FCT/MCTES (PIDDAC) e cofinanciamento do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) através do COMPETE Programa Operacional Fatores de Competitividade (POFC). 2 Mais de metade dos inquiridos reside em Guimarães, na zona do Vale do Ave, cuja economia é fundamentalmente suportada pela indústria têxtil. Com a crise económica instalada, muitas das fábricas do setor foram obrigadas a encerrar, deixando no desemprego grande parte da população. Agudizando a situação, o facto de muitos destes desempregados, incluindo uma expressiva fração dos sujeitos inquiridos, possuírem apenas o 1º Ciclo do Ensino Básico. 128 do domínio escolar. Neste sentido, são frequentemente desvalorizadas e esquecidas as experiências textuais dos indivíduos com origem nas práticas do dia a dia, que, muitas vezes, são determinantes na resposta às exigências sociais. Os dados que aqui se apresentaram corroboram, uma vez mais, a perspetiva dinâmica e multifacetada que caracteriza o relacionamento dos indivíduos com as literacias de contextos formais e informais, reconhecendo as práticas vernáculas que moldam o nosso quotidiano enquanto indivíduos e cidadãos, no âmbito da aprendizagem ao longo da vida como parte integrante, e fundamental, das vidas letradas dos adultos. Assim, muito mais do que adquirir e mobilizar skills de (des)codificação do escrito, tendencialmente associados ao domínio escolar e a capacidades que se creem representativas do ser-se letrado, estão em jogo os modos específicos de reconhecimento e edificação das práticas literácitas por parte dos indivíduos. E é, pois, procurando contribuir para o desmantelamento das representações ainda dominantes e criar condições para a compreensão dos pluridimensionais e complexos processos de construção de sujeitos letrados, que, neste olhar breve, devolvemos a cada um (de nós todos) a primordial tarefa de reconhecer e validar, certificando, as competências de ler e escrever o (seu) próprio mundo. Referências Barton, D. (1994). Literacy: An introduction to the ecology of written language. London: Blackwell Publishers. Barton, D., & Hamilton, M. (1998). Local literacies. Reading and writing in one community. London/New York: Routledge. Barton, D., Hamilton, M., & Ivanic, R. (2000). Situated literacies. Reading and writing in context. London/New York: Routledge. Barton, D., Ivanic, R., Appleby, Y., Hodge, R., & Tusting, K. (2007). Literacy, lives and learning. London/New York: Routledge. Dionísio, M. L. (2006). Educação e Literacias. Relatório da disciplina. Grupo Disciplinar de Metodologias da Educação do Departamento de Metodologias da Educação Instituto de Educação da Universidade do Minho, Braga (manuscrito não publicado). Dionísio, M. L., & Castro, R. V. (2009). (Re)defining literacy: New roles of the workplace. In M. Bron Jr, P. Guimarães & R. V. Castro (Eds.), The State, civil society and the citizen. Exploring relationships in the field of adult education in Europe (pp ). Frankfurt am Main: Peter Lang. Fischer, A. (2007). A construção de letramentos na esfera académica. Tese de Doutoramento em Linguística Aplicada (não publicada). Santa Catarina: Universidade Federal da Santa Catarina. Gee, J. P. (2005). La ideología en los discursos. Lingüística social y alfabetizaciones. Madrid: Ediciones Morata. Keating, M. C. (2002). O poder de dar nome às coisas: Sobre reconhecimentos e aprendizagens em práticas e discursos. Revista Portuguesa de Educação, 15(2), Kleiman, A. (Org.). (1999). Os significados do letramento: Uma nova perspectiva sobre a prática social da escrita. Campinas: Mercado de Letras. Kleiman, A. (2010). Trajetórias de acesso ao mundo da escrita: Relevância das práticas não escolares de letramento para o letramento escolar. Perspectiva, 28(2), Luke, A., & Freebody, P. (1999). Further notes on the four resources model. Reading Online. Disponível em research/lukefreebody.html (acesso em 3 de dezembro de 2010). OCDE (1992). Analfabetismo funcional e rentabilidade económica. Porto: Edições ASA. Soares, M. (1998). Letramento: Um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica Editora. Street, B. V. (1984). Literacy in theory and practice. Cambridge, UK: Cambridge University Press. 25/26 MAIO 2012 ESECS IPL

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8 FICHA TÉCNICA TÍTULO I Conferência Internacional investigação, práticas e contextos em Educação ORGANIZADORES Isabel Pereira, Isabel Simões Dias, Hélia Pinto, Hugo Menino, Rita Cadima EDIÇÃO Escola Superior de Educação e Ciências Sociais Instituto Politécnico de Leiria DESIGN E PROJETO GRÁFICO Leonel Brites PAGINAÇÃO Leonel Brites João Pedro Magalhães (estagiário) ISBN LEIRIA 1.ª Edição junho/2012 Edição digital 2012 ESECS Instituto Politécnico de Leiria

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