RESULTADOS E DISCUSSÃO
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- Ana Júlia Palmeira
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1 Atividade enzimática em mini melancia submetida a diferentes tipos de bandejas e substrato Ineilian Bruna Correa da Costa 1 ; Marizete Cavalcante de Souza Vieira 1 ; Rafaelle Fazzi Gomes 2 ; Renata Castoldi 2 ; Josiane Pereira da Silva 2. 1 UNESP/FCA - Departamento de Horticultura, Rua José Barbosa de Barros, n 1780, Bairro: Portaria II: Rodovia Alcides Soares, Km Botucatu, SP. inei_bruna@hotmail.com; marikvalcant@gmail.com. 2 UNESP/FCAV Departamento de Produção Vegetal, Via de Acesso Prof. Paulo Donato Castellane, s/n, Bairro: Zona Rural, Jaboticabal,SP. rafaelle.fazzi@yahoo.com.br; rcastoldi@gmail.com; josi19pereira@hotmail.com; RESUMO Este trabalho teve por objetivo mensurar a atividade enzimática de frutos de mini melancia Ki Kodama submetidos a diferente tipos de bandejas e substratos. Para isso foi montado um experimento no delineamento experimental de blocos ao acaso, em esquema fatorial 3 x 3, com três repetições, sendo considerados como fatores os tipos de bandejas (128, 200 e 288 células) e os tipos de substratos (Bioplant Prata HT, Biofibra, Bioflora). As análises enzimáticas avaliadas foram a atividade da peroxidase, polifenoloxidase e o teor de proteínas totais solúveis. Os resultados indicaram que não houve diferença significativa para as análises de peroxidase, polifenoloxidase e proteína solúvel. No geral, os resultados enzimáticos não foram significativamente afetados pelos tratamentos em diferentes tipos de substratos e bandejas para mini melancia Ki Kodama tanto para peroxidase, polifenoloxidase e proteína solúvel, viabilizando assim o uso de quaisquer das bandejas com os substratos para o plantio da mini melancia. Palavras-chave: Citrullus lanatus (Thunb.) Matsum. & Nakai, mini melancia, enzimas. ABSTRACT Enzymatic activity of mini watermelon subjected to different types of trays and substrates This study aimed to measure the enzymatic activity of mini watermelon 'Ki Kodama' subjected to different types of trays and substrates. The experiment was implemented in experimental design of randomized blocks, factorial 3 x 3 with three replications, considering as factors trays types (128, 200 and 288 cells) and substrates (Bioplant Prata HT, Biofibra, Bioflora). The analyzes evaluated enzymatic activity of peroxidase, polyphenol oxidase and total soluble proteins. The results indicated no significant difference for analysis of peroxidase, polyphenol oxidase and soluble protein. Overall, the enzymatic results were not significantly affected by treatments on different types of substrates and trays for mini watermelon 'Ki Kodama' for peroxidase, polyphenol S1085
2 oxidase and soluble protein, enabling the use of any of the trays with the substrates for planting mini watermelon. Keywords: Citrullus lanatus (Thunb.) Matsum.& Nakai, mini watermelon, enzymes. A melancia [Citrullus lanatus (Thunb.) Matsum. & Nakai], representa dentro da família Cucurbitaceae uma das principais olerícolas apreciadas em diferentes partes do mundo, sobretudo nas regiões tropicais e subtropicais. Suas propriedades refrescantes e diuréticas, associadas ao sabor agradável e ao baixo teor calórico fazem do fruto excelente alternativa para os adeptos dos mais variados regimes alimentares (Souza, 2008). Isso a torna, umas das principais fontes de renda para a agricultura familiar, atribuindo expressiva relevância socioeconômica para a cadeia produtiva (Vilela et al., 2006). No entanto, o tamanho e peso dos frutos, das variedades tradicionais, têm ocasionado uma redução na parcela dos consumidores modernos. Uma solução para esses consumidores são os frutos menores que podem ser consumidos de uma só vez, o que evita a necessidade de armazenamento. Mesmo quando armazenados, ocupam menos espaço no refrigerador e, portanto, são bastante adequados para atender as necessidades de pequenas famílias, cada vez mais comuns nos grandes centros urbanos. (Souza et al., 2004). Ademais a busca por variedades com rápida produtividade e qualidade fez com que o mercado se abrisse a novas pesquisas com híbridos, que segundo Filgueira (2000) apresentam uma maior uniformidade na produção, alta produtividade, precocidade, além de resistência a certas doenças e qualidades excepcionais, como os híbridos estéreis, que produzem frutos sem semente. O hibrido de mini melancia Ki Kodama, base de estudo para a presente pesquisa, possui as características que atendem o novo perfil de consumidor e de produção nos dias atuais, pois possui sabor excelente, é precoce, com colheita entre 35 a 40 dias após florescimento, tem frutos pequenos pesando entre 0,8 a 1,0 quilo. Além disso, possui fruto arredondado, com casca verde clara e estrias escuras e polpa de cor amarela. (Ferreira et al., 2013), cor esta que lhe confere uma nova fonte de beta-caroteno que é precursor da vitamina A. Sabido que as enzimas são proteínas específicas fundamentais como moléculas reguladoras das reações biológicas e que podem manifestar alterações em resposta ao S1086
3 ambiente em que a planta se desenvolve, objetivou-se com este trabalho mensurar a atividade enzimática do hibrido de mini melancia Ki Kodama submetido a diferentes tipos de bandejas e substratos. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado em duas etapas. A primeira etapa, referente à produção dos frutos, foi realizada em casa de vegetação, situada no Setor de Olericultura e Plantas Aromático-Medicinais da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Câmpus Jaboticabal, São Paulo, Brasil (21º14 05 S; 48º17 09 W, altitude 614 m). Nessa etapa adotou-se o delineamento experimental em blocos ao acaso, em esquema fatorial 3 x 3, com três repetições, onde foram considerados como fatores tipos de bandejas (128, 200 e 288 células) e tipos de substratos (Bioplant Prata HT, Biofibra, Bioflora). Para isso foi utilizado o hibrido de mini melancia Ki Kodama, sendo estes conduzidos em vasos preenchidos com substrato de fibra da casca de coco, fertirrigado seguindo a recomendação de Furlani et al. (1999). Após a obtenção dos frutos, estes foram encaminhados ao laboratório de Bioquímica Vegetal do Instituto de Biociências da UNESP, Campus de Rubião Junior, Botucatu, SP, sendo armazenados em freezer a -20 ºC para a determinação das atividades da peroxidase, polifenoloxidase e o teor de proteínas totais solúveis. A determinação da atividade de peroxidase (POD) foi realizada de acordo com o método espectrofotométrico proposto por Lima et al. (1999), onde amostras de material fresco foram coletadas e maceradas em 8 ml de tampão fosfato de potássio 0,2 M, ph 6,7 em banho de gelo, sendo em seguida centrifugado durante 10 minutos a rpm, a 4 C, onde 1 ml do sobrenadante foi usado como fonte da enzima, em tubos de ensaio, juntamente com 0,5 ml de 30% peróxido de hidrogênio em tampão fosfato de potássio 0,2 M (ph 6,7) e 0,5 ml de solução de fenol e aminoantipirina. Em seguida, os tubos foram colocados em banho-maria a 30 C durante 5 minutos, sendo adicionados 2 ml de álcool etílico. Após essa etapa, o extrato foi analisado através da leitura da absorbância realizada a 505 nm. A atividade específica da peroxidase foi expressa em moles de H 2 O 2 decomposto min -1 g -1 de massa fresca. Em relação à atividade da polifenoloxidase (PPO), está foi determinada pelo método adaptado de Kar e Mishra (1976), pela mensuração da conversão do catecol em quinona. Sobrenadantes (extrato bruto) foram obtidos a partir da homogeneização de S1087
4 amostras de tecido vegetal fresco em tampão fosfato de potássio 0,2 M, ph 6,7 e centrifugados a 4 C. Foi adicionado tampão fosfato de potássio 0,2 M (ph 6,7) e catecol 0,1 mol L -1. A leitura foi realizada em absorbância no espectrofotômetro a 395 nm. A atividade enzimática foi expressa em μmol catecol oxidado min -1 g -1 massa fresca. A determinação do teor de proteínas solúveis totais foi determinada de acordo com o método descrito por Bradford (1976), através da reação entre uma alíquota do extrato vegetal e 2,5 ml do reativo de Bradford, durante 5 min, realizando-se a leitura da absorbância em espectrofotômetro a 595 nm. Os valores obtidos na leitura foram substituídos na equação da curva de eficiência (caseína como padrão) e expressos em mg proteína g -1 massa fresca. Após a obtenção dos dados realizou-se analise de variância, sendo as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, utilizando-se o programa estatístico SAS. (SAS, 1995). RESULTADOS E DISCUSSÃO Considerando as atividades específicas analisadas por meio de análise estatística (Teste Tukey a 5%) (Tabela 1), não houve interação significativa entre os tratamentos bandejas e substratos. Ou seja, de acordo com os resultados da avaliação enzimática de peroxidase, polifenoloxidase e proteína total solúvel, realizada com amostras de mini melancia Ki Kodama (Figura 1) os resultados enzimáticos não foram significativamente afetados pelos tratamentos em diferentes tipos de substratos Bioplant Prata HT, Biofibra, Bioflora e tipos de bandejas 128, 200 e 288 células. Ademais, embora a melancia apresente quantidades protéicas menores que as demais oleráceas, as analises enzimáticas em melancias tendem ainda a disponibilizar informações significativas sobre as respostas químicas das plantas, independente de seu nível protéico, isso porque de acordo com Daiuto e Vietes (2008) pesquisas referentes à redução ou inativação da atividade dessas enzimas em frutos poderão fornecer informações benéficas ao setor industrial, permitindo comercialização da polpa ou produtos do fruto com reduzida ou nenhuma adição de aditivos químicos e sem alterar suas qualidades organolépticas originais. Assim, com base nos resultados obtidos, investigações mais amplas, incluindo outras metodologias experimentais, principalmente em condições de campo e formas de armazenamento que evidenciem os S1088
5 efeitos de possíveis respostas químicas das plantas em potencial enzimático deverão ser realizadas. REFERÊNCIAS BRADFORD, MM A Rapid and sensitive method for the quantitation of microgram quantities of protein utilizing the principle of protein-dye biding. Analytical Biochemistry 72: DAIUTO, ER; VIETES, RL Atividade da peroxidase e polifenoloxidase em abacate da variedade hass, submetidos ao tratamento térmico. Revista Iberoamericana de Tecnologia Postcosecha. 9: FERREIRA, GN; SUGUINO, E; MARTINS, AN; COMPAGNOL, R; FURLANETO, FPB; MINAMI, K A Cultura da Melancia. Serie Produtor Rural. Piracicaba: USP ESALQ. 71p. FILGUEIRA FAR Novo manual de olericultura. Viçosa: UFV. 402p. FURLANI, PR. et al Nutrição mineral de hortaliças: preparo e manejo de soluções nutritivas. In: Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v.20, n. 200/201, p KAR, M.; MISHRA, D Catalase, peroxidase, and polyphenoloxidase activities during leaf senescense. Plant Physiology 57: LIMA, GPP.; BRASIL, OG.; OLIVEIRA, AM de Polyamines and peroxidase activity in bean (Phaseolus vulgaris L.) grown under saline stress. Scientia Agricola 56: SAS Institute INC.SAS / STAT TM guia do usuário SAS para windowns ambiente. 6,11 ed. Cary: SAS Institute, SOUZA, FF Cultivo de melancia em Rondônia. Porto Velho: Embrapa Rondônia. 103p. SOUZA, FF; QUEIROZ, MA; REIS, RM; SOUZA, EBA Estimativa de parâmetros genéticos em populações de melancia do tipo Ice Box. Horticultura brasileira 22: VILELA, NJ; AVILA, AC; VIEIRA, JV Dinâmica do agronegócio brasileiro da melancia: produção, consumo e comercialização. Circular Técnica. Brasília: Embrapa Hortaliças. S1089
6 Tabela 1. Atividade da peroxidase (POX), polifenoloxidase (PPO) e proteína solúvel em frutos de mini melancia submetidos à influência de tipos de bandejas e substratos. (Peroxidase activity (POX), polyphenol oxidase (PPO) and soluble protein of mini watermelon fruit subjected to the influence of tray types and substrates). Botucatu, UNESP-FCA, Causas da variação Bandejas (B) POX PPO Proteína Solúvel (μmol H 2 O 2 min -1 g -1 MF) (µmol catecol min 1 g -1 MF) (mg proteína g- 1 MF) 128 células 0,0029 0, , células 0,0022 0, , células 0,0019 0, ,89 Substratos (S) Bioplant Prata HT 0,0027 0, ,41 Biofibra 0,0024 0, ,36 Bioflora 0,0021 0, ,11 Interação B x S 0,17 ns 0,15 ns 2,76 ns CV% 57,18 37,58 20,19 ns: não significativo. (no significant). S1090
7 Figura 1: Ilustração das amostras de mini melancia Ki Kodama utilizadas para análise enzimática de peroxidase (POX), polifenoloxidase (PPO) e proteína solúvel. (Illustration samples of mini watermelon "Ki Kodama" used for enzymatic analysis of peroxidase (POX), polyphenol oxidase (PPO) and soluble protein). Botucatu, UNESP- FCA, S1091
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