Nº da aula 17 CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. CRIMES FUNCIONAIS PRÓPRIOS = BEM JURÍDICO + SUJEITO ATIVO + PREVISÃO LEGAL, todos exclusivos.

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Nº da aula 17 CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. CRIMES FUNCIONAIS PRÓPRIOS = BEM JURÍDICO + SUJEITO ATIVO + PREVISÃO LEGAL, todos exclusivos."

Transcrição

1 Página1 Curso/Disciplina: Direito Penal B. Aula: Crimes Contra Administração Pública - 17 Professor (a): Marcelo Uzêda Monitor (a): Amanda Ibiapina Nº da aula 17 CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 1. CRIMES FUNCIONAIS conceitos iniciais Crimes funcionais são os crimes praticados por funcionário público. A doutrina classifica-os em: PRÓPRIOS a qualidade de funcionário público é essencial à sua realização, não havendo outra figura típica semelhante para quem não ostente tal condição. Ex. prevaricação. Nos crimes funcionais próprios, portanto, temos três elementos relevantes: um BEM JURÍDICO, um SUJEITO ATIVO e uma PREVISÃO LEGAL, todos exclusivos. O bem jurídico tutelado é exclusivo da Administração Pública 1 (Ex. moralidade pública, publicidade, eficiência, legalidade, etc.). Ex. Na prevaricação (art. 319 do CP), os bens jurídicos tutelados são legalidade (porque o sujeito pratica o fato contra disposição expressa de lei), interesse público, moralidade pública, impessoalidade, etc. O sujeito ativo dos crimes próprios também é exclusivo, pois o ato praticado ou que se deixa de praticar, ou seja lá o que for, é indelegável. Somente pode ser realizado por funcionário público. É crime próprio e de mão própria. A previsão legal também é exclusiva, pois não há outra figura típica semelhante a essa ou com igual definição fora desse capítulo dos crimes funcionais. CRIMES FUNCIONAIS PRÓPRIOS = BEM JURÍDICO + SUJEITO ATIVO + PREVISÃO LEGAL, todos exclusivos. IMPRÓPRIOS: também podem ser praticados por outros agentes que não sejam funcionários públicos. Pode haver até concurso com funcionário público: coautoria. Nos crimes impróprios, o bem jurídico não é exclusivo da Administração Publica. Não há exclusividade do bem jurídico, do sujeito ativo e da previsão legal. Ex. Crime de peculato (art. 312 do CP). Temos o peculato-apropriação (caput); peculato-furto ( 1º); e o peculato-desvio (caput). O crime de peculato é um crime funcional, porque o sujeito ativo é um funcionário público. Mas o terceiro, não funcionário público, sabendo da condição de funcionário do outro, pode cooperar para o crime. Logo, não há exclusividade quanto ao sujeito ativo. 1 LIMPE legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

2 Página2 No que diz respeito à PREVISÃO LEGAL, se você exclui a condição de funcionário público do peculato-apropriação, por exemplo, você tem a desclassificação para o crime de apropriação indébita (art. 168 do CP). No peculato-furto, se ele não se vale da condição de funcionário público, isso é crime de furto (art. 155 do CP). Então, não há exclusividade quanto à previsão legal. Se retirar a condição de funcionário público, resta outro tipo de crime (nos exemplos, crimes patrimoniais). O exemplo que não tem correspondência é o peculato-desvio, não existe figura típica correspondente a esse crime fora desse capítulo. Então, PARA O PROFESSOR, O PECULATO-DESVIO É CRIME FUNCIONAL PRÓPRIO: o sujeito ativo tem que ser o funcionário; a previsão legal é exclusiva; e, quanto ao bem jurídico tutelado, embora não haja um prejuízo (perda patrimonial) para a Administração, há violação da legalidade, da impessoalidade, da moralidade e da eficiência. Ainda que o patrimônio seja afetado, não o é no sentido de propriedade, não há perda de propriedade, porque é desvio. Em contrapartida, há lesão de bens jurídicos exclusivos. Ex. Uso de bens públicos para fins particulares (peculato-desvio) uso da viatura para fins particulares (peculato-desvio) mesmo que não haja prejuízo patrimonial, há desvio da finalidade do bem em questão. Então, nos crimes funcionais impróprios, retirada a qualidade de funcionário público, ocorre a desclassificação para crimes comuns, crimes patrimoniais. E, prosseguindo a análise, nos crimes de peculato-furto e peculato-apropriação, o bem jurídico não é exclusivo, pois além da violação de bens jurídicos exclusivos da Administração Pública (LIMPE), também há violação do patrimônio, que pode ser público ou até mesmo do particular. Ex. material que é acautelado pela Justiça ou pela Polícia Federal, mas que é objeto de desvioapropriação. Há violação da legalidade, da impessoalidade, da moralidade e da eficiência. Mas também há violação do patrimônio. É por isso que, em regra, não se aplica o princípio da insignificância aos crimes contra a Administração Pública, pois, além do patrimônio, há violação de bens jurídicos exclusivos da Administração Pública, como, por exemplo, a moralidade. ATENÇÃO para o artigo 30, CP: Art Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. Se alguém concorre com esse funcionário público, pode responder na qualidade de partícipe; excepcionalmente, na qualidade de coautor (domínio funcional). Conceito de FUNCIONÁRIO PÚBLICO Art Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. O conceito de funcionário público aqui não é o mesmo conceito do Direito Administrativo. CARGO: diz respeito ao funcionário público em sentido estrito (relação estatutária). EMPREGO: quando a relação funcional é regida pela CLT. Ex. empregado público.

3 Página3 FUNÇÃO: é a própria atividade, atribuição, tarefa objetos dos serviços prestados. A função pública não está, necessariamente, vinculada ao cargo ou emprego público. Pode ser exercida ainda que transitoriamente ou sem remuneração. Ex. mesário. CASO CONCRETO: O chefe da zona eleitoral que recebe R$ 200,00 para custear a alimentação das 10 (dez) pessoas que exercem função pública ali. Ele não repassa o valor, fica para si. Pratica o crime de peculato-apropriação. Sobre a função pública: Não confundir com o múnus público encargo ou ônus conferido pela lei e imposto pelo Estado. Ex. depositário, curador, etc. Esses encargos não caracterizam função pública. A pessoa que tem múnus público responde como tal, não como funcionário público. Apropriação indébita Art Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Aumento de pena 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa: I - em depósito necessário; II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário judicial; III - em razão de ofício, emprego ou profissão. Sobre o art. 168, 1º, CP, vale mencionar que, na verdade, é parágrafo único. A pena é aumentada de um terço na hipótese do inciso II porque essas pessoas exercem múnus público e, de certa forma, traíram a confiança do Estado em prejuízo de alguém. Mas não são funcionários públicos. Por isso respondem por apropriação indébita (crime patrimonial), não por peculato-apropriação. FUNCIONÁRIO PÚBLICO por EQUIPARAÇÃO Art. 327, 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. Paraestatal autarquias, sociedades de economia mista, fundações públicas, empresas públicas, serviços sociais autônomos (sistema S ). CUIDADO! O caput do art. 327 trata dos funcionários públicos da Administração Direta; o 1º, dos funcionários públicos da Administração Indireta. Todos são funcionários públicos para fins de direito administrativo, mas para fins de direito penal, os funcionários públicos do 1º são funcionários públicos por equiparação. OUTRA IMPROPRIEDADE! Empresa não é só sociedade empresária. É qualquer pessoa jurídica prestadora de serviço contratada ou conveniada com a Administração Pública. Ex. Uma sociedade

4 Página4 empresária, uma entidade filantrópica, o médico da Santa Casa de Misericórdia que é conveniado com o SUS. EXEMPLO CLÁSSICO CONSAGRADO NA JURISPRUDÊNCIA. Médico da Santa Casa de Misericórdia (é uma entidade privada, mas não uma empresa, é uma entidade filantrópica sem fins lucrativos). Esse médico é vinculado à Santa Casa, mas a Santa Casa tem um convênio com o SUS. Saúde é uma atividade típica da Administração. Se o médico da Santa Casa exige valor para fazer uma cirurgia, ele responde pelo crime de concussão (art. 316, CP). O médico exigiu vantagem indevida e é equiparado a funcionário público para efeitos penais. Mas, não é em qualquer situação, é em caso de atividade típica da Administração. OUTRO EXEMPLO: DETRAN/RJ vistoria anual. O cidadão de jaleco que faz a vistoria veicular é funcionário público? Normalmente, é um estagiário, ou de uma empresa conveniada, contratada, de uma universidade, por exemplo, para exercer aquela atividade. Eles não são do DETRAN, são de uma empresa, ou de uma cooperativa, ou de uma entidade privada trabalhando para o DETRAN. Existe um contrato ou um convênio com o DETRAN para fazer vistoria. Vistoria é exercício de poder de polícia. Essa pessoa que faz a vistoria não é do DETRAN, é de uma terceirizada, uma empresa, uma entidade. Essa pessoa diz: O seu pneu está careca. Mas, como está chegando o Natal, você pode dar uma moral para o seu amigo. Isso é crime de corrupção passiva (art. 317 do CP). Essa pessoa não é servidor público, nem empregado público, tampouco exerce função pública, ainda que temporária ou sem remuneração, mas ele é funcionário público por equiparação, pois ele trabalha para uma entidade contratada ou conveniada com a Administração para a realização de atividade típica da Administração. E ele pode responder por crime de corrupção passiva. Prestadora de serviço empresa (sociedade empresária ou firma individual) contratada ou conveniada para exercer atividades típicas da administração pública. Ex. diretor de hospital privado conveniado/contratado que presta serviços de atendimento a segurados da previdência social. CAUSA DE AUMENTO DE PENA Art. 327, 2º, CP - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público. OBS. Fundação abrange autarquias também. Aqui, no caso do 2º, a reprovação penal é maior porque exercem função de chefia e/ou cargo de confiança. CRIMES EM ESPÉCIE 2. PECULATO (art. 312 do CP 2 ) 2 Peculato Art Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:

5 Página5 No caput, temos o peculato-apropriação e o peculato-desvio Conceito e Objetividade Jurídica Tutela-se a Administração Pública, em sentido amplo, no que diz respeito aos princípios que regem sua atividade (LIMPE), bem como o seu patrimônio Sujeitos do Delito Sujeito Ativo funcionário público. Sujeito passivo é o Estado, bem como o particular eventualmente lesado Elementos Objetivos do Tipo No caput (PECULATO PRÓPRIO): PECULATO APROPRIAÇÃO apoderar-se, invertendo o título da posse. Aqui, o sujeito tem a posse direta e desvigiada do bem em razão do cargo, apenas inverte o título da posse, com animus rem sibi habendi (ânimo de assenhoramento definitivo elemento subjetivo). Há o dolo na apropriação e o sujeito manifesta a vontade no ato de assenhoramento, ou seja, ela passa a se comportar como dono da coisa, por meio de atos de disposição (atuação comissiva Ex. venda, doação, locação, etc.) ou negativa de restituição (conduta omissiva, mas expressa, que demonstre o animus rem sibi habendi, não é uma simples mora). Aqui, há a estrutura exata da apropriação indébita. O que muda é que há um agente público que tem a posse em razão do cargo. PECULATO DESVIO desviar significa dar destinação diversa à coisa, em proveito próprio ou alheio. O proveito pode ser material ou moral. Ex. O funcionário público que recebe um notebook para uso funcional, mas entrega para a filha fazer trabalhos escolares, assistir filmes, enfim, para o uso pessoal da filha. Segundo entendimento da doutrina, se o desvio for para benefício da administração, não há crime de peculato, mas conforme o caso, pode ser emprego irregular de rendas ou verbas públicas (art. 315, CP). Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário. Peculato culposo 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.

6 Página6 Ex. A Defensoria recebe uma renda (valores que vem do público) de mil reais de um assistido satisfeito que recebeu seu RPV. O procedimento correto é gerar um GRU e recolher ao fundo da DPU, para que a Administração proceda à gestão da melhor forma. Entretanto, o Defensor-Chefe emprega aquela verba para consertar o ar-condicionado quebrado da sala de atendimento, sem recolher por GRU. E o faz na melhor das intenções, apenas pela celeridade (licitação demora) e em benefício dos assistidos. Por esse entendimento, não há peculato-desvio, mas pode haver emprego irregular de rendas ou verbas públicas. Esse é o entendimento majoritário. Entendimento contrário: GUILHERME DE SOUSA NUCCI entende que é crime de peculato-desvio mesmo, pois tudo que vem para a Administração tem que ter uma afetação (destinação). O funcionário público não pode interferir nisso, essa decisão não lhe compete. Como o tipo fala em proveito próprio ou alheio, no exemplo dado, foi em proveito alheio (os assistidos). A CESPE SEGUIU ESSE ENTENDIMENTO EM CONCURSO ANTERIOR. POSSE DESVIGIADA O sujeito tem a posse da coisa em razão do cargo (relação direta) º PECULATO IMPRÓPRIO É peculato impróprio porque não existe posse desvigiada; se houver posse, é vigiada. PECULATO FURTO Subtrair ou concorrer para que alguém subtraia. O sujeito não tem a posse da coisa, mas se aproveita da facilidade proporcionada pelo cargo. Se não houver essa facilidade, o crime é comum de furto. Ex. O funcionário, valendo-se do credenciamento que possui para acesso a determinado setor, vai até lá e subtrai ou deixa a porta aberta para que outro o faça. OBJETO MATERIAL dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular. Não existe peculato de bem imóvel. OBS. O peculato pode ser de bem móvel PARTICULAR também. Ex. O juiz que usou o porshe apreendido do Réu peculato-desvio de bem particular PECULATO CULPOSO ( 2º) É o único crime culposo contra a Administração Pública. 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta. Esse é um caso interessante, porque há quebra da Teoria Monista. De um lado, existe um crime culposo: peculato culposo (art. 312, 2º). Do outro lado, tem um crime doloso: pode ser um furto ou um peculato-furto. Não há concurso de pessoas, mas é importante perceber que há relevância causal da

7 Página7 conduta culposa para a ocorrência do crime doloso, praticado por outrem. O crime culposo é sempre um crime material, ou seja, que produz um resultado naturalístico, no caso, o crime de outrem. Ex.1: O órgão está mudando de um prédio para outro. Existe um funcionário responsável pela guarda do patrimônio. A transportadora deixa os equipamentos na calçada e o funcionário, negligente, não vigia direito e um terceiro passa ali na rua e furta um equipamento. Ex. 2: O funcionário responsável esquece de trancar o almoxarifado e outro funcionário vai lá e pratica peculato-furto. O funcionário público que concorre culposamente para o crime de outrem responde por figura típica autônoma, mas é necessário que haja um resultado naturalístico, é necessário que realmente haja um prejuízo patrimonial. No ex.1 acima, se houve uma negligência inicial, o equipamento é furtado, mas o funcionário corre atrás e recupera o bem, não há crime algum para ele, porque não houve prejuízo material, embora posse, de repente, responder administrativamente. Mas para o terceiro, haverá crime de tentativa de furto. Para o peculato culposo, temos, no 3º, uma causa de extinção da punibilidade, mediante a reparação do dano antes do trânsito em julgado da sentença condenatória. Se a reparação do dano é posterior ao trânsito em julgado, reduz-se a pena pela metade. MAS, OBSERVE QUE: a pena do peculato culposo é de detenção de três meses a um ano. Trata-se de crime de menor potencial ofensivo, com possibilidade de transação penal, etc. Se o MP oferece transação com a reparação do dano, aqui a reparação também extingue a punibilidade. Se o agente repara o dano antes mesmo da proposta de acordo, também há extinção da punibilidade, de forma que nem transação penal poderá acontecer. Mas se o agente não repara o dano antes da transação penal, o acordo pode prever outras condições também (multa, etc.). A transação penal é um instituto do art da Lei 9.099/1995 que visa evitar o início da Ação Penal. No caput, não sendo caso de arquivamento, o MP pode propor transação penal. Mas, se a reparação 3 Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta. 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade. 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado: I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva; II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo; III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida. 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação do Juiz. 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos. 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida no art. 82 desta Lei.

8 Página8 for antes do acordo, o MP não propõe acordo, ele pede arquivamento com extinção da punibilidade. Mas se chegar a ter acordo, cumprida a transação penal, extingue-se a punibilidade. Não há pretensão punitiva do Estado. Sobre os 4º e 6º do art. 76, a sentença que extingue a punibilidade não é sentença condenatória, por isso não gera antecedentes criminais. O registro visa tão somente impedir a obtenção de novo benefício dentro do prazo de 05 (cinco) anos. Também não há produção de efeitos civis. Se houver pretensão reparatória, deve-se buscar o juízo cível. Súmula Vinculante 35 A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9.099/1995 não faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito policial. CONCLUSÃO: Se a reparação ocorre antes da transação, é feito o arquivamento com extinção da punibilidade. Se é feita a transação, o cumprimento de suas condições extingue a punibilidade. Se na transação foi imposta pena pecuniária, a pena pecuniária pode ser revertida para a vítima. Então, esse valor é abatido de eventual pretensão reparatória posterior. Se não houve transação, ou se foi descumprida, ocorre a Ação Penal. Se a reparação ocorre até o trânsito em julgado, há extinção da punibilidade. Se após o trânsito em julgado, há redução da pena pela metade. ATENÇÃO! O 3º não é arrependimento posterior (art. 16 do CP 4 ), pois não há arrependimento posterior em crime culposo. Mas, em tese, o arrependimento posterior é possível nos peculatos do caput e do 1º. Isso porque o legislador só faz restrição para os crimes praticados com violência ou com grave ameaça. Mas não diz que só pode se o crime for patrimonial. A ideia é justamente incentivar a reparação e minimizar os danos da vítima. Mas, salvo engano 5, houve decisão recente (2015) de Tribunal Superior dizendo que não se admite arrependimento posterior nos crimes contra a Administração Pública. 6º A imposição da sanção de que trata o 4º deste artigo não constará de certidão de antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação cabível no juízo cível. 4 Arrependimento posterior (Redação dada pela Lei nº 7.209, de ) Art Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de ) 5 O professor faz essa observação de memória, mas não conseguiu localizar a decisão que disse ter visto. O que encontrou foi um precedente do STF, mas em crime militar, um caso antigo, não recente.

9 Página9 OUTRA OBSERVAÇÃO! Art. 33, 4º, CP 6. Estabelece uma condição especial de progressão de regime, introduzida no CP pela lei 9.983/2000. CAI MUITO EM CONCURSO. A condição para progressão é a reparação ou restituição do produto do crime, salvo manifesta impossibilidade de fazê-lo (essa impossibilidade deve ser demonstrada pela defesa). Na Execução Penal nº 12 do STF , de relatoria do Min. Barroso, houve um pedido de progressão de regime, o qual foi vedado por falta de pagamento da multa, não era nem da reparação/restituição. O indivíduo tinha sido condenado cumulativamente com pena de multa e pena privativa de liberdade. O Min. Barroso argumentou que a multa, que deliberadamente não foi paga, impediu a progressão. Então, o ministro, na verdade, criou mais um regra especial para progressão de regime PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM (art. 313 do CP 7 ) É uma forma de peculato, mas mediante erro de outrem. Alguns chamam peculato-estelionato (o professor discorda da nomenclatura). ERRO ESPONTÂNEO OU PROVOCADO? 1ª Corrente (MAJORITÁRIA): O recebimento deve ser de boa-fé. O erro deve ser espontâneo, não provocado pelo funcionário público, que num momento posterior apresenta dolo de apropriar-se do objeto material. Se, desde o início, havia dolo de ficar com a coisa e o funcionário induz ou mantém em erro o terceiro, responde por estelionato. Ex. Alguém chega na Defensoria e diz: preciso entregar esse pacote ao Marcelo Azevedo. A pessoa que recebe e vai entregar confunde e leva para o Marcelo Uzêda e diz: esse pacote é para você. O Marcelo Uzêda abre o pacote e vê que era para o Azevedo. Ainda assim, em vez de corrigir o erro, apropria-se do conteúdo do pacote, aproveitando-se do erro de outrem. Isso é peculato-apropriação. O Marcelo Uzêda recebe de boa-fé e, somente depois, surge o dolo de apropriação. A pena do art. 313 é de 1 a 4 anos; a do estelionato é mais grave, é de 1 a 5 anos, porque tem fraude. Para a posição majoritária, o recebimento tem que ser de boa-fé. Se já havia a má-fé inicial, é estelionato. O paralelo do art. 313 é o art. 169, CP 8 (apropriação mediante erro de outrem). 6 4o O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais. (Incluído pela Lei nº , de ) 7 Peculato mediante erro de outrem outrem: Art Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 8 Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza

10 Página10 Ex. de art. 169: O entregador quer entregar uma encomenda para o Marcelo Azevedo, no bloco 01, ap Mas confunde e entrega ao Marcelo Uzêda, bloco 02, ap O Marcelo Uzêda recebe de boa-fé, mas, depois, percebendo o erro, apropria-se da entrega. É o crime do art Agora se o Marcelo Uzêda viu no pacote que era Marcelo Azevedo no pacote, estava de má-fé desde o início e, nesse caso, responde por estelionato. Isso é pacífico no âmbito dos crimes patrimoniais e é a posição majoritária também nos crimes contra a Administração Pública. 2ª Corrente (Greco, Nucci): posição minoritária. O erro pode ser espontâneo ou provocado pelo funcionário público, que induz ou mantém em erro o terceiro. Em ambas as hipóteses, responde pelo artigo 313, CP. Essa é uma boa tese defensiva, dependendo do caso, porque a pena é menor. Em ambos os casos, tanto no 313, como no 171, a pena mínima é de 1 ano, então, cabe suspensão condicional do processo. O aspecto negativo dessa corrente é que, se eu sou funcionário público, eu prefiro responder por crime comum, não por crime funcional. Porque no crime funcional (art. 313), existe um abuso de confiança, eu recebo em razão do cargo. Mas, vejam o art. 92 do CP: Art São também efeitos da condenação:(redação dada pela Lei nº 7.209, de ) I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º ) a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º ) b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos. (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º ) II - a incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos crimes dolosos, sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de ) Art Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza: Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. Parágrafo único - Na mesma pena incorre: Apropriação de tesouro I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em parte, da quota a que tem direito o proprietário do prédio; Apropriação de coisa achada II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no prazo de quinze dias.

11 Página11 III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de ) Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de ) Então, veja que, ainda que condenado na pena mínima, se se entender que houve violação ao dever de probidade, com abuso de poder, de confiança, o funcionário público pode perder o cargo se responder pelo art Para o funcionário público, é melhor responder por estelionato (art. 171), crime comum, pois ele somente perderá o cargo se for condenado a pena superior a 4 anos INSERÇÃO DE DADOS FALSOS (art. 313-A CP 9 ) Esse crime também foi inserido pela lei 9983/2000, para suprir uma lacuna da lei. Capitulavam como peculato algo que não era peculato. Daí sempre era desclassificado para estelionato. Ex. benefício fraudulento. Eu tenho um funcionário público que alimenta o CNIS. Ele tem senha de acesso ao CNIS, que é o banco de dados da Previdência. Todos os seus vínculos e contribuições estão no CNIS. Esse funcionário, então, lança informações falsas no sistema. Esse funcionário atua com um especial fim de agir: obter vantagem indevida para si ou para outrem. Na outra ponta, você tem o beneficiário, que recebeu, por exemplo, uma aposentadoria fraudulenta. O sujeito que recebe a aposentadoria fraudulenta comete crime de estelionato (art. 171, 3º, CP), pois não está em contato com o funcionário público diretamente. O intermediário que conhece o funcionário público, como está em conluio com este, não responde por estelionato, mas pelo art. 313-A, pois a circunstância pessoal se comunica, à luz do art. 30 do CP. O beneficiário não responde pelo art. 313-A, mas responde pelo art. 171, pois, embora não conheça, não se relacione com o funcionário público, ele entrega os documentos ao despachante, mesmo sabendo ou desconfiando que não tem direito ao benefício previdenciário. Se o despachante, contudo, falsifica uma carteira de trabalho (CTPS) e induz o funcionário público em erro, o funcionário não comete crime algum, pois não teve dolo. Nesse caso, como o despachante não estava em conluio com o funcionário público, mas obteve o benefício para quem não tinha direito, mediante uso de documento falso, o despachante e o beneficiário respondem por estelionato (art. 171, 3º, CP). 9 Inserção de dados falsos em sistema de informações (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)) Pena reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

Direito Penal. Crimes Contra a Administração Pública

Direito Penal. Crimes Contra a Administração Pública Direito Penal Crimes Contra a Administração Pública Crimes Contra a Adm. Pública Código Penal - Título XI Dos crimes contra a Administração Pública Capítulo I Dos crimes praticados por funcionário público

Leia mais

DIREITO AMBIENTAL. Responsabilidade ambiental Leis dos Crimes Ambientais-Lei nº 9.605/98 Parte 3. Prof. Rodrigo Mesquita

DIREITO AMBIENTAL. Responsabilidade ambiental Leis dos Crimes Ambientais-Lei nº 9.605/98 Parte 3. Prof. Rodrigo Mesquita DIREITO AMBIENTAL Responsabilidade ambiental Leis dos Crimes Ambientais-Lei nº 9.605/98 Parte 3 Prof. Rodrigo Mesquita A lei nº 9.605/98 tutela o direito de todos os homens possuírem o direito fundamental

Leia mais

Direito Penal Prof. Joerberth Nunes

Direito Penal Prof. Joerberth Nunes Técnico Judiciário Área Judiciária e Administrativa Direito Penal Prof. Joerberth Nunes Direito Penal Professor Joerberth Nunes www.acasadoconcurseiro.com.br Edital DIREITO PENAL: Código Penal: Dos crimes

Leia mais

Direito Penal Prof. Joerberth Nunes

Direito Penal Prof. Joerberth Nunes Oficial de Justiça Direito Penal Prof. Joerberth Nunes Direito Penal Professor Joerberth Nunes www.acasadoconcurseiro.com.br Edital DIREITO PENAL: Código Penal, dos crimes praticados por funcionários

Leia mais

TJ - SP Direito Penal Dos Crimes Praticados Por Funcionários Públicos Emerson Castelo Branco

TJ - SP Direito Penal Dos Crimes Praticados Por Funcionários Públicos Emerson Castelo Branco TJ - SP Direito Penal Dos Crimes Praticados Por Funcionários Públicos Emerson Castelo Branco 2012 Copyright. Curso Agora eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor. DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO

Leia mais

Direito Administrativo e Constitucional

Direito Administrativo e Constitucional Direito Administrativo e Constitucional Código Penal Artigos 312 a 32701 Professor Joerberth Nunes www.acasadoconcurseiro.com.br Direito Administrativo e Constitucional CÓDIGO PENAL TÍTULO XI Dos Crimes

Leia mais

Professor Sandro Caldeira Dos Crimes contra a Administração Pública

Professor Sandro Caldeira Dos Crimes contra a Administração Pública Professor Sandro Caldeira Dos Crimes contra a Administração Pública TÍTULO XI DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CAPÍTULO I DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM

Leia mais

CRIMES - FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA ADMINISTRAÇÃO

CRIMES - FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA ADMINISTRAÇÃO CRIMES - FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA ADMINISTRAÇÃO www.trilhante.com.br 1 HABEAS DATA: CRIMES RESUMO PRATICADOS PRÁTICO POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO www.trilhante.com.br 1. Crimes praticados

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL PENAL

DIREITO PROCESSUAL PENAL DIREITO PROCESSUAL PENAL Procedimento Penal Procedimento comum sumaríssimo - Lei nº 9.099 de 1995 - Lei dos Juizados Especiais Criminais JECRIM Parte 2 Prof. Gisela Esposel - Artigo 62 da lei 9099/95.

Leia mais

Crimes Contra a Administração Pública

Crimes Contra a Administração Pública LEGALE Crimes Contra a Administração Pública CONCEITO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO O conceito de funconário público vem assentado no art. 327 do Código Penal CONCEITO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO Para efeitos penais

Leia mais

CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO (continuação)

CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO (continuação) LEGALE CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO (continuação) CRIMES DE USURPAÇÃO Crimes contra o Patrimônio - Usurpação Alteração de limites Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer outro sinal indicativo de

Leia mais

CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO (continuação)

CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO (continuação) LEGALE CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO (continuação) APROPRIAÇÃO INDÉBITA Crimes contra o Patrimônio Apropriação Indébita OBS: para todos os crimes de apropriação indébita (a seguir) é cabível o privilégio

Leia mais

Peculato Eletrônico Peculato Pirataria - Inserção de dados Falsos: 313 A. O peculato culposo está descrito no art. 312, 2.º, do Código Penal.

Peculato Eletrônico Peculato Pirataria - Inserção de dados Falsos: 313 A. O peculato culposo está descrito no art. 312, 2.º, do Código Penal. 2. PECULATO 2.1. Peculato Doloso Peculato-apropriação: art. 312, caput, primeira parte. Peculato-desvio: art. 312, caput, segunda parte. Peculato-furto: art. 312, 1.º. Peculato mediante erro de outrem:

Leia mais

CRIMES CONTRA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (PARTE II).

CRIMES CONTRA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (PARTE II). Curso/Disciplina: Noções de Direito Penal Aula: Noções de Direito Penal - 27 Professor : Leonardo Galardo Monitor : Virgilio Frederich Aula 27 CRIMES CONTRA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (PARTE II). 1. Crimes

Leia mais

Direito Penal. Dano e Apropriação Indébita

Direito Penal. Dano e Apropriação Indébita Direito Penal Dano e Apropriação Indébita Dano Art. 163 do CP: Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia. Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. - Infração penal de menor potencial

Leia mais

CRIMES DE TRÂNSITO I

CRIMES DE TRÂNSITO I Crimes de Trânsito I LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO CRIMES DE TRÂNSITO I Neste curso, vamos trabalhar os crimes de trânsito previstos na Lei n. 9.503/1997. DOS CRIMES DE TRÂNSITO (ARTS. 291 AO 312 DO CTB) Art.

Leia mais

CRIMES AMBIENTAIS. Conduta omissiva (deixar de impedir); Conduta comissiva (poderia agir para impedir).

CRIMES AMBIENTAIS. Conduta omissiva (deixar de impedir); Conduta comissiva (poderia agir para impedir). Prof. Durval Salge Junior TURMAS 14 e 04 (on-line) 04/12/2018 CRIMES AMBIENTAIS. Concurso de agentes: o crime ambiental poderá ser praticado em autoria, coautoria e participação, de modo mono subjetivo

Leia mais

Aula Classificação entre crimes funcionais próprios e crimes funcionais impróprios: Crimes funcionais

Aula Classificação entre crimes funcionais próprios e crimes funcionais impróprios: Crimes funcionais Turma e Ano: Curso sobre crimes contra a Administração Pública (2016) Matéria / Aula: Introdução Art. 312 / Crimes contra a Administração Pública Professor: Marcelo Uzêda 1 Monitor: Cesar Lima Aula 01

Leia mais

DESISTÊNCIA ARREPENDIMENTO

DESISTÊNCIA ARREPENDIMENTO DESISTÊNCIA E ARREPENDIMENTO A tentativa é perfeita quando o agente fez tudo o que podia, praticando todos os atos executórios, mas não obteve o resultado por circunstâncias alheias a sua vontade. Aplica-se

Leia mais

CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO

CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO 1 Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei: Pena - detenção, de quinze dias a

Leia mais

23/09/2012 DIREITO PENAL IV. Direito penal IV

23/09/2012 DIREITO PENAL IV. Direito penal IV DIREITO PENAL IV LEGISLAÇÃO ESPECIAL 13ª -Parte Professor: Rubens Correia Junior 1 Direito penal IV 2 1 Apropriação indébita previdenciária Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições

Leia mais

Aula nº 54. Liberdade Provisória (continuação)

Aula nº 54. Liberdade Provisória (continuação) Curso/Disciplina: Direito Processual Penal Aula: Liberdade Provisória - 54 Professor(a): Marcelo Machado Monitor(a): Adriana Vasconcellos Pereira Aula nº 54 Liberdade Provisória (continuação) O valor da

Leia mais

TEMA: Aumento das Penas e Crime Hediondo para Corrupção de Altos Valores (arts. 5º, 3º e 7º do PL) MEDIDA 3 (Versão 05/11/16 às 10:40)

TEMA: Aumento das Penas e Crime Hediondo para Corrupção de Altos Valores (arts. 5º, 3º e 7º do PL) MEDIDA 3 (Versão 05/11/16 às 10:40) CÂMARA DOS DEPUTADOS CONSULTORIA LEGISLATIVA ÁREA XXII - DIREITO PENAL, PROCESSUAL PENAL E PROCEDIMENTOS INVESTIGATÓRIOS PARLAMENTARES COMISSÃO ESPECIAL PL 4.850/16 10 MEDIDAS CONTRA A CORRUPÇÃO MEDIDA

Leia mais

ROUBO. (continuação)

ROUBO. (continuação) LEGALE ROUBO (continuação) Crimes contra o Patrimônio - Roubo Atenção: - Latrocínio é crime hediondo - No latrocínio tem responsabilidade objetiva EXTORSÃO Crimes contra o Patrimônio - Extorsão Constranger

Leia mais

ROTEIRO DE ESTUDO DIREITO PENAL : PARTE ESPECIAL. Prof. Joerberth Pinto Nunes. Crimes contra a Administração Pública

ROTEIRO DE ESTUDO DIREITO PENAL : PARTE ESPECIAL. Prof. Joerberth Pinto Nunes. Crimes contra a Administração Pública ROTEIRO DE ESTUDO DIREITO PENAL : PARTE ESPECIAL Prof. Joerberth Pinto Nunes Crimes contra a Administração Pública 01) art. 312, CP -Espécies : caput : peculato-apropriação e peculato-desvio -Parágrafo

Leia mais

CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR (arts. 299 a 318)

CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR (arts. 299 a 318) DIREITO PENAL MILITAR CFSD superior CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR (arts. 299 a 318) Prof. Rogério DESACATO A MILITAR Art. 299. Desacatar militar no exercício de função de natureza militar ou em

Leia mais

Processo Penal. Professor Luiz Lima CONCURSO TJSP - VUNESP

Processo Penal. Professor Luiz Lima CONCURSO TJSP - VUNESP Processo Penal Professor Luiz Lima CONCURSO TJSP - VUNESP BLOCO II: Conhecimentos em Direito (24) Questões de português; (16) Questões de informática; (4) atualidades; (6) matemática; (40) questões: 1.

Leia mais

Aula 02 PRESCRIÇÃO PENAL.

Aula 02 PRESCRIÇÃO PENAL. Curso/Disciplina: Prescrição Penal Aula: Prescrição Penal - 02 Professor : Marcelo Uzêda Monitor : Virgilio Frederich Aula 02 PRESCRIÇÃO PENAL. 1. Prescrição penal. A prescrição é matéria de ordem pública

Leia mais

Aula 28 CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO (PARTE I).

Aula 28 CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO (PARTE I). Curso/Disciplina: Noções de Direito Penal Aula: Noções de Direito Penal - 28 Professor : Leonardo Galardo Monitor : Virgilio Frederich Aula 28 CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO (PARTE I). 1. Crimes de furto e

Leia mais

Direito Penal. Furto e Roubo

Direito Penal. Furto e Roubo Direito Penal Furto e Roubo Furto Art. 155 do CP Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel. Pena reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Furto Objetividade Jurídica: Patrimônio. Sujeito

Leia mais

CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. Autor: Professor Alison Rocha todos os direitos reservados 1

CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. Autor: Professor Alison Rocha  todos os direitos reservados 1 Autor: Professor Alison Rocha www.beabadoconcurso.com.br todos os direitos reservados 1 AGRADECIMENTOS Primeiramente, a Deus por me abençoar com essa vida maravilhosa. Aos meus filhos, João Victor Coutinho

Leia mais

Aula nº 09. Juizados Especiais Criminais Objetivo Aula 09 - Exercícios Comentados

Aula nº 09. Juizados Especiais Criminais Objetivo Aula 09 - Exercícios Comentados Página1 Curso/Disciplina: Juizados Especiais Criminais Objetivo Aula: Juizados Especiais Criminais Objetivo Aula 09 Professor(a): Elisa Pittaro Monitor(a): Analia Freitas Aula nº 09. Juizados Especiais

Leia mais

Direito Penal. Roubo e Extorsão

Direito Penal. Roubo e Extorsão Direito Penal Roubo e Extorsão Roubo Impróprio Art. 157, 1, do CP Na mesma pena (do caput - reclusão de 4 a 8 anos, e multa) incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra a pessoa

Leia mais

ARREPENDIMENTO POSTERIOR EM DELTA

ARREPENDIMENTO POSTERIOR EM DELTA ARREPENDIMENTO POSTERIOR EM DELTA ELISA MOREIRA CAETANO Delegada de Polícia Civil do Estado de Minas Gerais. Especialista em Ciências Penais pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF/MG). Bacharela

Leia mais

CÓDIGO PENAL MILITAR CFS Cap Rogério. CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO Arts

CÓDIGO PENAL MILITAR CFS Cap Rogério. CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO Arts CÓDIGO PENAL MILITAR CFS- 2016 Cap Rogério CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO Arts. 240-256 FURTO (IMPROPRIAMENTE MILITAR) art. 240 SUBTRAIR PARA SI OU PARA OUTREM COISA ALHEIA MÓVEL DOLO DE PERMANECER COM A COISA

Leia mais

05/05/2017 PAULO IGOR DIREITO PENAL

05/05/2017 PAULO IGOR DIREITO PENAL PAULO IGOR DIREITO PENAL (VUNESP/ ASSISTENTE JURÍDICO PREFEITURA DE ANDRADINA SP/ 2017) A conduta de patrocinar indiretamente interesse privado perante a Administração Pública, valendo-se da sua qualidade

Leia mais

Direito Penal. Estelionato e Receptação

Direito Penal. Estelionato e Receptação Direito Penal Estelionato e Receptação Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento.

Leia mais

PONTO 1: Teoria Geral da Sanção Penal PONTO 2: Penas Restritivas de Direito 1. TEORIA GERAL DA SANÇÃO PENAL

PONTO 1: Teoria Geral da Sanção Penal PONTO 2: Penas Restritivas de Direito 1. TEORIA GERAL DA SANÇÃO PENAL 1 PROCESSO PENAL PONTO 1: Teoria Geral da Sanção Penal PONTO 2: Penas Restritivas de Direito 1.1 Sanções penais: 1. TEORIA GERAL DA SANÇÃO PENAL * Penas: a) Pena Privativa de Liberdade b) Pena Restritiva

Leia mais

O art. 98, do CPM enumera as chamadas penas acessórias. As três primeiras foram, desde sempre, consideradas inconstitucionais.

O art. 98, do CPM enumera as chamadas penas acessórias. As três primeiras foram, desde sempre, consideradas inconstitucionais. ENCONTRO 08 DAS PENAS ACESSÓRIAS Penas Acessórias Art. 98. São penas acessórias: I - a perda de posto e patente; (considerado inconstitucional) II - a indignidade para o oficialato; (considerado inconstitucional)

Leia mais

DIREITO PENAL. 1. Roubo art. 157, CP:

DIREITO PENAL. 1. Roubo art. 157, CP: 1 PONTO 1: Roubo PONTO 2: Extorsão PONTO 3: Apropriação Indébita Previdenciária 1. Roubo art. 157, CP: Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência

Leia mais

Das Penas Parte IV. Aula 4

Das Penas Parte IV. Aula 4 Das Penas Parte IV Aula 4 PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO Art 44 - As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade [...] Conceito Elas perfazem uma espécie de pena,

Leia mais

Comentários sobre a Prova de Direito Penal do MPU para o cargo de Analista Administrativo Autor: Dicler Forestieri Ferreira

Comentários sobre a Prova de Direito Penal do MPU para o cargo de Analista Administrativo Autor: Dicler Forestieri Ferreira Olá, amigos concurseiros. Com o objetivo de colaborar com os seus estudos, segue a resolução da prova de Direito Penal para o cargo Analista Administrativo do MPU, que foi aplicada pela Fundação Carlos

Leia mais

Aula nº. 62 USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA (PARTE II) (...) Art Usurpar o exercício de função pública:

Aula nº. 62 USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA (PARTE II) (...) Art Usurpar o exercício de função pública: Página1 Curso/Disciplina: Direito Penal - Parte Especial Aula: 62 - Usurpação de Função Pública (Parte II) e Resistência. Professor(a): Marcelo Uzêda Monitor(a): Leonardo Lima Aula nº. 62 USURPAÇÃO DE

Leia mais

CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER. Direito Penal. Período:

CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER. Direito Penal. Período: CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER Direito Penal Polícia Legislativa Câmara dos Deputados Período: 2007-2017 Sumário Direito Penal... 3 Dolo, Culpa e Preterdolo... 3 Arrependimento Eficaz... 3 Tentativa

Leia mais

Estatuto do Desarmamento

Estatuto do Desarmamento Estatuto do Desarmamento 1. Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: MPU Prova: Técnico - Segurança Institucional - Com referência ao Estatuto do Desarmamento, julgue o item subsecutivo. Se uma pessoa for flagrada

Leia mais

PROCESSO PENAL 1. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE. Reclusão e detenção está reservada para os crimes e a prisão simples para as contravenções.

PROCESSO PENAL 1. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE. Reclusão e detenção está reservada para os crimes e a prisão simples para as contravenções. 1 PROCESSO PENAL PROCESSO PENAL PONTO 1: Pena Privativa de Liberdade PONTO 2: Princípio da Individualização da Pena PONTO 3: Individualização Judicial São três: a) Reclusão b) Detenção c) Prisão Simples

Leia mais

Leis Penais CERT Mag. Federal 7ª fase Crimes contra a Ordem Tributária

Leis Penais CERT Mag. Federal 7ª fase Crimes contra a Ordem Tributária CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER Leis Penais CERT Mag. Federal 7ª fase Período 1) CESPE - JUIZ FEDERAL - TRF5 (2013) No que se refere aos delitos de natureza econômica, financeira, tributária e decorrentes

Leia mais

XXII EXAME DE ORDEM DIREITO PENAL PROF. ALEXANDRE SALIM

XXII EXAME DE ORDEM DIREITO PENAL PROF. ALEXANDRE SALIM XXII EXAME DE ORDEM DIREITO PENAL PROF. ALEXANDRE SALIM Atualização legislativa (Lei 13.344/2016) TRÁFICO DE PESSOAS Revogação dos arts. 231 e 231-A do CP Criação do art. 149-A do CP Alteração do art.

Leia mais

16/09/2012 DIREITO PENAL IV. Direito penal IV

16/09/2012 DIREITO PENAL IV. Direito penal IV DIREITO PENAL IV LEGISLAÇÃO ESPECIAL 12ª -Parte Professor: Rubens Correia Junior 1 Direito penal IV 2 1 SUPRESSÃO OU ALTERAÇÃO DE MARCA EM ANIMAIS Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado

Leia mais

DIREITO ADMINISTRATIVO IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

DIREITO ADMINISTRATIVO IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA DIREITO ADMINISTRATIVO IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA Atualizado em 04/11/2015 IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA A exigência de uma atuação moral se relaciona com o dever de probidade, ética e honestidade da Administração

Leia mais

Direito Penal. Teoria da Pena II

Direito Penal. Teoria da Pena II Direito Penal Teoria da Pena II Direitos do Preso Art. 38: O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a todas as autoridades o respeito à sua integridade física

Leia mais

Polícia Civil Direito Administrativo Improbidade Administrativa Clóvis Feitosa

Polícia Civil Direito Administrativo Improbidade Administrativa Clóvis Feitosa Polícia Civil Direito Administrativo Improbidade Administrativa Clóvis Feitosa 2012 Copyright. Curso Agora Eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor. Improbidade Administrativa Clovis Feitosa IMPROBIDADE

Leia mais

Direito Penal III 1º Bimestre

Direito Penal III 1º Bimestre Direito Penal III 1º Bimestre INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PENAL: Qual a função do direito penal? 1. Legitimar a ação do Estado 2. Restaurar a pacificação social 3. Prevenção geral (evitar que outras

Leia mais

Legislação Penal Especial Lei de Tortura Liana Ximenes

Legislação Penal Especial Lei de Tortura Liana Ximenes Lei de Tortura Liana Ximenes 2014 Copyright. Curso Agora eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor. Lei de Tortura -A Lei não define o que é Tortura, mas explicita o que constitui tortura. -Equiparação

Leia mais

a) Pressuposto para a existência do crime de peculato-apropriação (art. 312, caput, CP) é a posse ou detenção legítima da coisa pelo agente.

a) Pressuposto para a existência do crime de peculato-apropriação (art. 312, caput, CP) é a posse ou detenção legítima da coisa pelo agente. Os candidatos que já largaram na frente nos estudos para o concurso da Polícia Civil e estão se preparando contam com um teste da disciplina de Direito Penal e Direito Processual Penal. As questões foram

Leia mais

LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL

LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL - LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL - - Lei nº 9.455/1997 - Lei Antitortura - Professor: Marcos Girão - A TORTURA E A CF/88 1 - CF/88 - CF/88 O STF também já decidiu que o condenado por crime de tortura também

Leia mais

Juizados Especiais Criminais

Juizados Especiais Criminais Direito Processual Penal Juizados Especiais Criminais Constituição Federal Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão: I - juizados especiais, providos por juízes togados,

Leia mais

(...) SEÇÃO III DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DO SISTEMA INFORMÁTICO

(...) SEÇÃO III DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DO SISTEMA INFORMÁTICO SEÇÃO III DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DO SISTEMA INFORMÁTICO Artigo 150-A - Para efeitos penais, considera-se: a) sistema informático : qualquer dispositivo ou o conjunto de dispositivo, interligados

Leia mais

Reparação de Dano. A reparação do dano sempre beneficia o agente

Reparação de Dano. A reparação do dano sempre beneficia o agente LEGALE Reparação de Dano Reparação de Dano A reparação do dano sempre beneficia o agente Reparação de Dano Se o agente voluntariamente reparar o dano ou restituir a coisa, antes do recebimento da denúncia

Leia mais

Aula 08. Agora serão apresentadas as questões complementares às autarquias.

Aula 08. Agora serão apresentadas as questões complementares às autarquias. Curso/Disciplina: Direito Administrativo / 2017 Aula: Autarquia e Fundação Pública / Aula 08 Professor: Luiz Jungstedt Monitora: Kelly Silva Aula 08 Agora serão apresentadas as questões complementares

Leia mais

Material de Apoio Prof. Fernando Tadeu Marques Apontamentos de Direito Penal. Da suspensão condicional da pena - Sursis (arts.

Material de Apoio Prof. Fernando Tadeu Marques Apontamentos de Direito Penal. Da suspensão condicional da pena - Sursis (arts. Da suspensão condicional da pena - Sursis (arts. 77 ao 82, CP) Conceito A suspensão condicional da pena, também conhecida por sursis, pode ser conceituada como a suspensão parcial da execução da pena privativa

Leia mais

CÂMARA DOS DEPUTADOS

CÂMARA DOS DEPUTADOS CÂMARA DOS DEPUTADOS No ano de 2016 houve intenso debate na Casa sobre combate à Corrupção. Foram apresentados projetos pelo Ministério Público Federal que se convencionou chamar 10 Medidas Contra a Corrupção

Leia mais

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA PROJETO DE LEI Nº, DE 2012 (Da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania) Altera os arts. 7, 44, 75, 100, 145, 155, 157, 163,

Leia mais

DIREITO PENAL IV TÍTULO VI - CAPÍTULO II DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA O VULNERÁVEL. Prof. Hélio Ramos

DIREITO PENAL IV TÍTULO VI - CAPÍTULO II DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA O VULNERÁVEL. Prof. Hélio Ramos DIREITO PENAL IV TÍTULO VI - CAPÍTULO II DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA O VULNERÁVEL Prof. Hélio Ramos DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL Sedução - Art. 217: REVOGADO lei 11.106/2005. Estupro de vulnerável

Leia mais

Ponto 13 do plano de ensino. Efeitos da condenação: secundários; penais e extrapenais genéricos e específicos. Reabilitação. Reincidência.

Ponto 13 do plano de ensino. Efeitos da condenação: secundários; penais e extrapenais genéricos e específicos. Reabilitação. Reincidência. Ponto 13 do plano de ensino Efeitos da condenação: secundários; penais e extrapenais genéricos e específicos. Reabilitação. Reincidência. Efeitos da Condenação Art. 91/92 Condenação 1 Efeitos da Condenação

Leia mais

CURSO PROFESSOR ANDRESAN! CURSOS PARA CONCURSOS PROFESSORA SIMONE SCHROEDER

CURSO PROFESSOR ANDRESAN! CURSOS PARA CONCURSOS PROFESSORA SIMONE SCHROEDER CURSO PROFESSOR ANDRESAN! CURSOS PARA CONCURSOS PROFESSORA SIMONE SCHROEDER REGIME PENAL 1. Conforme entendimento do STF, a opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação

Leia mais

DIREITO ADMINISTRATIVO LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 8.429/92 ARTUR PRADO

DIREITO ADMINISTRATIVO LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 8.429/92 ARTUR PRADO DIREITO ADMINISTRATIVO LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 8.429/92 ARTUR PRADO LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 1-CONCEITO Em sentido amplo, Improbidade Administrativa é o ato ilegal ou contrário aos princípios

Leia mais

DIREITO AMBIENTAL. Responsabilidade ambiental Leis dos Crimes Ambientais-Lei nº 9.605/98 Parte 5. Prof. Rodrigo Mesquita

DIREITO AMBIENTAL. Responsabilidade ambiental Leis dos Crimes Ambientais-Lei nº 9.605/98 Parte 5. Prof. Rodrigo Mesquita DIREITO AMBIENTAL Responsabilidade ambiental Leis dos Crimes Ambientais-Lei nº 9.605/98 Parte 5 Prof. Rodrigo Mesquita art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de preservação permanente, mesmo

Leia mais

Funcionário público.

Funcionário público. Funcionário público. O OBJETIVO DESSE AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM SERÁ APRESENTAR O PROCEDIMENTO ESPECIAL REFERENTE AOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS DO PROCEDIMENTO E JULGAMENTO DOS CRIMES PRATICADOS POR

Leia mais

EU NÃO SONHEI COM O SUCESSO EU TRABALHEI PARA ELE

EU NÃO SONHEI COM O SUCESSO EU TRABALHEI PARA ELE EU NÃO SONHEI COM O SUCESSO EU TRABALHEI PARA ELE São Paulo, novembro de 2017 1) CRIME NAO CONSUMADO: TENTATIVA, DESISTENCIA VOLUNTÁRIA, ARREPENDIMENTO EFICAZ, CRIME IMPOSSIVEL, ARREPENDIMENTO POSTERIOR

Leia mais

7/4/2014. Multa Qualificada. Paulo Caliendo. Multa Qualificada. Paulo Caliendo. + Sumário. Multa Qualificada. Responsabilidade dos Sócios

7/4/2014. Multa Qualificada. Paulo Caliendo. Multa Qualificada. Paulo Caliendo. + Sumário. Multa Qualificada. Responsabilidade dos Sócios + Multa Qualificada Paulo Caliendo Multa Qualificada Paulo Caliendo + Sumário Multa Qualificada Responsabilidade dos Sócios 1 + Importância da Definição: mudança de contexto Modelo Anterior Sentido Arrecadatório

Leia mais

26/08/2012 DIREITO PENAL IV. Direito penal Iv

26/08/2012 DIREITO PENAL IV. Direito penal Iv DIREITO PENAL IV LEGISLAÇÃO ESPECIAL 6ª - Parte Professor: Rubens Correia Junior 1 Direito penal Iv 2 1 E DA EXTORSÃO Art. 157 Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave

Leia mais

Polícia Civil Legislação Penal Especial Liana Ximenes

Polícia Civil Legislação Penal Especial Liana Ximenes Polícia Civil Legislação Penal Especial Liana Ximenes Crimes de Trânsito- Lei 9503/97 Arts. 291-301 do CTB - Parte Geral Arts.302-312 do CTB Crimes em espécie Parte Geral Art. 291. Aos crimes cometidos

Leia mais

3- Qual das seguintes condutas não constitui crime impossível?

3- Qual das seguintes condutas não constitui crime impossível? 1- Maria de Souza devia R$ 500,00 (quinhentos reais) a José da Silva e vinha se recusando a fazer o pagamento havia meses. Cansado de cobrar a dívida de Maria pelos meios amistosos, José decide obter a

Leia mais

Pós Penal e Processo Penal. Legale

Pós Penal e Processo Penal. Legale Pós Penal e Processo Penal Legale Ações de Impugnação revisão criminal Órgão competente para julgar a revisão criminal: (art. 624, CPP) Ações de Impugnação revisão criminal STF TFR (???), TJ, TACRIM (???)

Leia mais

É sujeito passivo da improbidade a pessoa física ou jurídica lesada pelo ato (Lei nº 8429/92, art. 1º):

É sujeito passivo da improbidade a pessoa física ou jurídica lesada pelo ato (Lei nº 8429/92, art. 1º): IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA A Constituição Federal ordena os princípios básicos da Administração (art.37) e expressamente determina a imposição de sanções para os atos de improbidade administrativa. Da

Leia mais

DIREITO PENAL IV - CCJ0034

DIREITO PENAL IV - CCJ0034 Plano de Aula: Crimes contra a Administração Pública praticados por Particular. DIREITO PENAL IV - CCJ0034 Título Crimes contra a Administração Pública praticados por Particular. Número de Aulas por Semana

Leia mais

Direito Penal. Penas restritivas de direito. Substituição concessão. Prof.ª Maria Cristina

Direito Penal. Penas restritivas de direito. Substituição concessão. Prof.ª Maria Cristina Direito Penal Penas restritivas de direito. Substituição concessão. Prof.ª Maria Cristina Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: I aplicada

Leia mais

Contravenção Penal (Decreto nº 3.688/41) Crime anão Delito liliputiano Crime vagabundo

Contravenção Penal (Decreto nº 3.688/41) Crime anão Delito liliputiano Crime vagabundo Contravenção Penal (Decreto nº 3.688/41) Crime anão Delito liliputiano Crime vagabundo Extraterritorialidade Art. 2º. A lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território nacional. Tentativa

Leia mais

CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO LEGALE CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO Crimes contra o Patrimônio A partir do art. 155, o Código Penal traz os crimes contra o patrimônio FURTO Crimes contra o Patrimônio - Furto Furto Subtrair para si ou para

Leia mais

Ponto 6 do plano de ensino: Penas restritivas de direito.

Ponto 6 do plano de ensino: Penas restritivas de direito. Ponto 6 do plano de ensino: Penas restritivas de direito. Espécies: prestação pecuniária, perda de bens e valores, prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas, interdição temporária de direitos

Leia mais

DIREITO PENAL MILITAR

DIREITO PENAL MILITAR DIREITO PENAL MILITAR Teoria Geral do Crime Militar Parte 6 Prof. Pablo Cruz Desistência voluntária e arrependimento eficaz Teoria Geral do Crime Militar Art. 31. O agente que, voluntariamente, desiste

Leia mais

RESOLUÇÃO DE EXERCÍCIOS I

RESOLUÇÃO DE EXERCÍCIOS I RESOLUÇÃO DE EXERCÍCIOS I LEI N. 8.429/1992 I Julgue os itens subsecutivos, com base nas disposições da Lei n. 8.429/1992: 1. Organização privada que não possua a maior parte do seu patrimônio formada

Leia mais

Não se o crime tiver sido cometido com violência/grave ameaça a pessoa.

Não se o crime tiver sido cometido com violência/grave ameaça a pessoa. 1 Direito Penal Sala 207 UNIP Professor: Otávio Serra Negra Penas restritivas de direitos (art. 43 ao 48) Características: *substitutividade *autonomia *conversibilidade Crimes dolosos: *PPL aplicado menor

Leia mais

DIREITO ELEITORAL. Crimes Eleitorais Parte 2. Prof. Karina Jaques

DIREITO ELEITORAL. Crimes Eleitorais Parte 2. Prof. Karina Jaques DIREITO ELEITORAL Parte 2 Prof. Karina Jaques Impedimento ao alistamento (art. 293, CE) Perturbar ou impedir de qualquer forma o alistamento: Pena - Detenção de 15 dias a seis meses ou pagamento de 30

Leia mais

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA Controle dos atos do gestor público. André Vitor de Freitas Promotor de Justiça MP/SP

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA Controle dos atos do gestor público. André Vitor de Freitas Promotor de Justiça MP/SP IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA Controle dos atos do gestor público André Vitor de Freitas Promotor de Justiça MP/SP 1 O que é improbidade administrativa? Probidade = honestidade, honradez, retidão; Agir ímprobo:

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL PENAL

DIREITO PROCESSUAL PENAL DIREITO PROCESSUAL PENAL Procedimento Penal Procedimento Especial dos Crimes praticados por Servidores Prof. Gisela Esposel - Previsão legal: artigo 513 a 518 do CPP e artigos 312 a 327 do Código Penal

Leia mais

DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL

DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL PRINCÍPIOS Legalidade: Somente a lei, elaborada na forma que a Constituição permite, pode determinar o que é crime e indicar a pena cabível. Taxatividade: As leis que definem

Leia mais

Tropa de Elite - Polícia Civil Legislação Penal Especial Crimes de Trânsito Liana Ximenes

Tropa de Elite - Polícia Civil Legislação Penal Especial Crimes de Trânsito Liana Ximenes Tropa de Elite - Polícia Civil Legislação Penal Especial Crimes de Trânsito Liana Ximenes 2012 Copyright. Curso Agora eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor. Arts. 291-301 do CTB - Parte Geral

Leia mais

PROVA Delegado ES (2019)

PROVA Delegado ES (2019) QUESTÃO NUMERO: 01 O Código Penal Brasileiro adotou como fins da pena tanto a visão retributiva quanto a preventiva, assumindo um perfil eclético ou misto. Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade,

Leia mais

Direito Penal - Professor Sandro Caldeira. Concurso de Pessoas

Direito Penal - Professor Sandro Caldeira. Concurso de Pessoas Direito Penal - Professor Sandro Caldeira Concurso de Pessoas Art. 29 CP - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade Conceito: Configura-se

Leia mais

Polícia Legislativa Senado Federal

Polícia Legislativa Senado Federal CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER Direito Penal Polícia Legislativa Senado Federal Período: 2008-2017 Sumário Direito Penal... 3 Princípios Modernos de Direito Penal... 3 Nexo de Causalidade... 3 Arrependimento

Leia mais

4.8 Comunicabilidade das condições, elementares e circunstâncias 4.9 Agravantes no concurso de agentes 4.10 Cabeças 4.11 Casos de impunibilidade

4.8 Comunicabilidade das condições, elementares e circunstâncias 4.9 Agravantes no concurso de agentes 4.10 Cabeças 4.11 Casos de impunibilidade Sumário NDICE SISTEMÁTICO EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS DO CÓDIGO PENAL MILITAR 1. DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR 1.1 O princípio da legalidade e suas funções de garantia 1.2 Abolitio criminis e novatio legis

Leia mais

PLANEJAMENTO DE ESTUDOS Você merece se preparar com os melhores! Simulado 001 Lei 8429/92 Improbidade Administrativa PROFESSOR: LEANDRO PEREIRA Questões Comentadas 1. Dentre as possíveis sanções pela prática

Leia mais

PONTO 1: Improbidade Administrativa 1. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

PONTO 1: Improbidade Administrativa 1. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 1 DIREITO ADMINISTRATIVO PONTO 1: Improbidade Administrativa 1. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA A Administração Pública é regida por vários princípios, dentre eles, o princípio da moralidade, art. 37, caput

Leia mais

Juizados Especiais Criminais Elisa Pittaro

Juizados Especiais Criminais Elisa Pittaro Juizados Especiais Criminais Elisa Pittaro www.masterjuris.com.br 1-Godofredo tem a obrigação legal de cuidar de determinado idoso, mas o abandonou em um hospital conduta prevista no art. 98, do Estatuto

Leia mais

Professor Sandro Caldeira Concurso de Crimes

Professor Sandro Caldeira Concurso de Crimes Professor Sandro Caldeira Concurso de Crimes Concurso de crimes Espécies: Concurso material artigo 69 do CP; Concurso formal artigo 70 do CP; Continuidade delitiva artigo 71 do CP Concurso de crimes Espécies:

Leia mais

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA Aspectos Gerais

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA Aspectos Gerais IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA Aspectos Gerais André Stefani Bertuol Procurador da República Coordenador do Núcleo de Combate à Corrupção (NCC) na Procuradoria da República em Santa Catarina. Procurador Regional

Leia mais

DISPOSIÇÕES PENAIS. CRIMES ELEITORAIS São todas condutas que, durante o

DISPOSIÇÕES PENAIS. CRIMES ELEITORAIS São todas condutas que, durante o CRIMES ELEITORAIS São todas condutas que, durante o processo eleitoral atingem ou maculam a liberdade do direito ao voto, os procedimentos das atividades eleitorais, desde o alistamento até a diplomação

Leia mais

Crimes contra o Patrimônio

Crimes contra o Patrimônio Crimes contra o Patrimônio Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Objeto jurídico tutelado? patrimônio sujeito ativo: qualquer pessoa./

Leia mais