A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: O QUE SIGNIFICA ISSO PARA OS ALUNOS E AS PROFESSORAS
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- Luiz Gustavo Cipriano
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1 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: O QUE SIGNIFICA ISSO PARA OS ALUNOS E AS PROFESSORAS Giovana Santana dos Santos 1 RESUMO O texto apresenta os resultados e as reflexões advindas do Trabalho Acadêmico Interdisciplinar (TAI II), cujo tema é a função social da escola e de outros espaços educativos, e foi apresentado atendendo as exigências do I Ciclo de Estudos do Curso de Pedagogia do Centro Universitário Ritter dos Reis (Uniritter), localizado em Porto Alegre (RS). O trabalho teve por objetivo articular os conhecimentos das diversas disciplinas do semestre e do curso em torno de uma pesquisa qualitativa com crianças e adultos sobre suas concepções sobre o ensinar e o aprender na escola e no convívio familiar. A referida pesquisa foi feita em uma escola da rede pública estadual, na cidade de Porto Alegre. Ela foi realizada através de entrevistas com crianças entre sete e doze anos e com professoras que atuam na educação básica dos anos iniciais. As entrevistas foram analisadas a partir do embasamento teórico proposto pelas disciplinas e com as aprendizagens realizadas durante o semestre. Para muitas crianças ir para a escola pela primeira vez é como sair de um mundo só seu e descobrir um mundo que pode ser muito diferente, apresentam-se novas experiências, novos convívios e diversos desafios a superar. Na pesquisa pude concluir que as crianças possuem uma vontade de aprender muito mais aflorada, a maioria das crianças entrevistadas, afirma que aprendem mais com seus familiares mais próximos, como: mãe, pai, tios e primos. Muitas vezes aprendem com pessoas mais distantes do vínculo familiar, pelo simples fato dos pais estarem trabalhando e assim precisarem deixar a criança aos cuidados de um parente próximo em quem confiem, para cuidar de seus filhos. Constata-se com isso, que a família dessas crianças as estimula a aprender, tanto em casa como na escola. Foi notável que através de uma simples conversa ou de um desenho que foi solicitado como forma de registro pelas as crianças entrevistadas, fez com que elas demonstrassem encantamento pela escola, e refletissem sobre o que poderia mudar para que se tornasse um ambiente melhor e mais divertido, afinal eles passam meio turno do dia neste local, seguindo regras que nem sempre existem em suas casas. Cheguei à conclusão que as 1 Estudante do Curso de Pedagogia do Centro Universitário Ritter dos Reis (UNIRITTER), Campus Zona Sul, em Porto Alegre, RS. giovana.ss@outlook.com
2 crianças admiram a escola, mesmo que ela tenha problemas de infraestrutura e aprendizado. Surpreendentemente constatei que as professoras entrevistadas já não se sentem motivadas, tampouco sentem prazer em exercer esta profissão, inclusive tentando desaconselhar a atuar nesta área. Acredito que esse fato acaba interferindo na relação pedagógica que se estabelece na escola e que muito ainda há por se fazer para que no espaço escolar seja um lugar onde as interações efetivem momentos de aprendizagem significativa para todos. PALAVRAS-CHAVE: Ensinar. Aprender. Escola 1. Contextualizando a pesquisa Em meados do mês de outubro de 2016 me encaminhei a Escola Estadual de Ensino Fundamental Professores Langendonck, localizada no bairro Guarujá, em Porto Alegre (RS), para a realização de uma pesquisa que fazia parte da disciplina de Pesquisa em Educação II, do curso de Pedagogia. Já havia feito observação pelo AE Aproveitamento de estudos \ Magistério, curso que também frequento e decidi voltar a este local para realizar o estudo de pesquisa proposto pela disciplina. Na referida escola, fui bem recebida pela equipe diretiva que autorizou a realização da pesquisa. Solicitei a autorização para o presente trabalho e de imediato elas me encaminharam para as turmas e professoras disponíveis. Assim, os dados coletados envolveram três professoras dos anos iniciais do Ensino Fundamental e seis alunos, sendo um de cada ano. A escola é pública estadual atendendo alunos do Ensino Fundamental, do 1 ao 9 ano. Observando a escola, constatei que possui uma boa infraestrutura embora o Estado não colabore com a verba necessária, segundo depoimento da direção. A figura 1 evidencia aspectos da vista da escola. No pátio, existem duas quadras de esportes abertas; uma é utilizada enquanto a outra encontra-se fechada para manutenção.
3 Figura 1: A escola onde foi realizada a pesquisa Fonte: Arquivo pessoal (2016) O pátio está bem danificado pelo tempo e por falta de recursos o ambiente não se torna mais agradável, ela abrange uma comunidade carente que por muitas vezes não incentiva a criança a estudar, a fazer o tema de casa proposto pela professora. Tive uma vivência muito boa naqueles dias de entrevistas, os alunos sentem a necessidade de conversar com outras pessoas, de explicar as atividades feitas, coisas que eles aprenderam a curiosidade de aprender ainda mais. 2. Um olhar investigativo sobre a escola Este artigo tem como objetivo destacar aspectos relativos ao ensinar e ao aprender, destacando a função social da escola. A função social da escola não é algo preponderante quando consideramos as observações feitas nesta instituição de ensino. Tal como expresso pela diretora, a mesma não tem recebido os recursos necessário para investimentos na manutenção de sua infraestrutura, fato que também compromete a qualidade de ensino. Em visita realizada a escola, observei que as crianças pararam para olhar uma joaninha na folha em outro momento para ver uma borboleta voando. Nesses momentos observam e perguntam por quê?. Elas são curiosas por natureza, são ávidos por aprender e conhecer. Elas também têm muitas hipóteses a respeito dos fenômenos naturais e dos objetos; e trazem suas próprias certezas em relação ao mundo.
4 A leitura e a escrita utilizada pela criança oportunizam a interpretação, e o desenvolver de habilidades como interação, senso crítico, construção, comunicação bem como registrar e expressar seus sentimentos e conhecimentos. Mas há que se destacar que é preciso ouvir o que elas têm a nos dizer, partir de seu contexto cultural e de suas experiências e propiciar, um conjunto variado e diversificado de experiências, declara a professora do Jardim I, que foi entrevistada durante a realização da pesquisa. Eu, Giovana, tenho uma vizinha que tem atualmente 12 filhos e um deles, por sinal, é o melhor amigo do meu irmão de 6 anos. Observo que eles são tratados de um modo muito diferente, pedem comida para nós e nós sempre damos, e ele sempre brinca com meu irmão. Neste trabalho de pesquisa (TAI) tive a oportunidade de ficar observando a turma dele. Observei que na escola, ele é um excelente aluno, onde faz todas as tarefas e nunca falta, assim podemos enxergar o quanto o incentivo dos pais não contou nesta situação. Eles não dão nenhum incentivo para o filho ir para a escola, até pedem que ele não vá, mas ele está sempre lá, pois gosta do ambiente escolar, e gosta mais ainda de aprender, esperamos que as famílias consigam dar o real incentivo a seus filhos a buscar a aprendizagem e concluir que o estudo e a diversão são mais importantes na vida de uma criança. A função social da escola consiste em resgatar este aluno que não possui muito incentivo familiar e que vive em uma situação de vulnerabilidade social, e não deixar que este interesse pela educação mude, é necessário um acompanhamento da escola com o aluno, avaliar seus desempenhos, estimular para que siga sempre neste caminho. 3.Análise dos dados das entrevistas Durante a realização da pesquisa pude observar que através de uma conversa questionando sobre o que acham da escola e a representação de situação em que se está aprendendo através de um desenho, as crianças manifestaram o quanto gostam da escola e sentem a importância de frequentá-la. Nota-se que a criança contemporânea está inserida em um processo em que cada vez mais informações são disponíveis mesmo assim, são necessárias propostas pedagógicas que possibilitem transformar essas informações em conhecimentos, fato que não acontece de forma mecânica. Eis uma das funções sociais da escola.
5 Outra criança, ao ser questionada: - Se pudesse mudar algo aqui, e o que seria? Por quê? Afirma: Eu ia tirar fotos os matos e colocar mais salas de aula, para ter mais alunos e também para colocar vasos de flor (LH, 9 anos). Um garoto de nove anos, pensa em aumentar o número de salas, para que entrassem mais alunos na instituição, e lembra das flores que deixam os lugares ainda mais aconchegantes e belos. Por mais que a escola tenha seus contratempos, os alunos seguem acreditando que podem conviver em um lugar mais adequado para o seu dia a dia. Na pesquisa também pude perceber que muitas crianças ainda sentem a falta da natureza inserida no ambiente escolar, o processo de crescimento de uma planta, um ser vivo diferente, isso estimula a curiosidade da criança e faz com que ela queira saber ainda mais sobre tal assunto. Observei também que as professoras entrevistadas já não sentem mais tanto prazer em trabalhar nesta profissão, não motivam aqueles que estão começando e até mesmo aconselham a não entrar nesta profissão. Eis mais um desafio que se apresenta: envolver os professores e toda a equipe da escola em um trabalho coletivo, em que possam ir ao encontro dos desejos de saber dos alunos e que possam fazer da escola, um espaço onde de fato todos podem aprender. 3.Considerações Finais A pesquisa me ensinou a me mostrou como funciona uma escola em seu espaço real, como as crianças entendem a escola e seu espaço educativo, qual a importância da mesma na vida de cada um, e como os professores da escola se sentem em relação aos alunos e pais, e suas funções como educador. Tive muitas surpresas ao entrevistar os professores, pois encontrei bastante desmotivação em relação à educação, muito descaso com a profissão. Vivemos em uma sociedade onde o professor não é valorizado como deveria, com seus direitos legais e sem luta, todos os direitos que professores do Brasil tem hoje, foi lutando com protestos, ocupando escolar, creio que se ele fosse mais valorizado com a sua devida importância, eles estariam bem mais motivados a continuar nesta profissão. Quem escolheu essa profissão deveria ser nutrido, pelo desejo infinito de ensinar e aprender com seus alunos, de marcar a vida deles de uma forma positiva. Tal como
6 expressa Paulo Freire (2003, p. 47) Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção. REFERÊNCIAS KUNH, Cristiane. A função social da escola. Disponível em: < Acesso em: 26 outubro Freire, Paulo. Citações. Disponível em: < Acesso em: 26 outubro SADALLA, Izabel. Função social da escola. Disponível em: < Acesso em: 16 novembro FERREIRA, João. Políticas e Gestão na Educação: Função social da educação e da escola. Disponível em: < >. Acesso em: 15 novembro 2016.
PALAVRAS-CHAVE: Profissionalização, Aprendizagem, Desenvolvimento.
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