FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE BIOLOGIA E A INTERDISCIPLINARIDADE COMO POSSIBILIDADE NO ENSINO

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1 FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE BIOLOGIA E A INTERDISCIPLINARIDADE COMO POSSIBILIDADE NO ENSINO Igor Edvin Hedlund ¹ Simone Medianeira Franzin ² Resumo: Este trabalho teve como objetivo oportunizar aos licenciandos em Ciências Biológicas o acompanhamento de turmas de Ensino Médio em relação ao seu conhecimento e visão sobre interdisciplinaridade. Foi realizado por acadêmicos de Licenciatura em Ciências Biológicas, apresentando as diferentes concepções de duas turmas de 3º ano do curso de Manutenção e Suporte em Informática (MSI) do Instituto Federal Farroupilha Campus São Vicente do Sul/RS, dos anos de 2014 e Foi aplicado um questionário para ambas as turmas, em que os dados levantados foram tabulados e discutidos com base na teoria da interdisciplinaridade, com o intuito de investigar como é desenvolvida a interdisciplinaridade e a contextualização dentro do ambiente escolar, qual a relação destas ferramentas com o processo de ensino/aprendizagem na construção de um cidadão crítico que tenha a habilidade de participar ativamente do seu meio de convívio. Este ensaio apresenta relevantes diferenças entre as turmas, com visões dicotômicas sobre interdisciplinaridade e assim, percebe-se que na formação inicial de professores é necessário dar mais ênfase ao tema e desta forma trabalhar a Biologia de forma articulada com a realidade em que o aluno está inserido. Palavras-chave: Interdisciplinaridade; Ciências; Ensino-Aprendizagem. Introdução A educação brasileira tem sido repensada e muitas discussões surgem sobre metodologias de ensino que instiguem a busca do conhecimento pelos educandos. Nesse sentido as instituições de ensino desempenham papel fundamental no desenvolvimento da aprendizagem significativa dos alunos. Deste modo busca-se um perfil de educando, ainda inexistente na maioria das escolas, que seja crítico e que consiga formular e transcrever suas próprias ideias e opiniões. 1 Estudantes encontravam-se insatisfeitos com uma educação onde o conhecimento é depositado em caixinhas, uma isolada da outra, tornando a aprendizagem insuficiente. Partindo dessa concepção isso seria apenas 1 Licenciando em Ciências Biológicas. Bolsista do Programa de Educação Tutorial (PET-Biologia). Instituto Federal Farroupilha Câmpus São Vicente do Sul. Irgo2010@gmail.com 2 Orientadora Professora do Instituto Federal Farroupilha Campus São Vicente do Sul. simone.franzin@iffarroupilha.edu.br 1

2 conhecimento cientifico através de métodos científicos, em que esses não possuem muita utilidade no cotidiano do educando. Com isto podemos afirmar que a educação está sendo desenvolvida de forma errônea e o educando se recusa a aprender. A interdisciplinaridade é uma discussão emergente no meio educacional: uma forma de se pensar, no interior da Educação, a superação da abordagem disciplinar tradicionalmente fragmentária. Essa, frequentemente, é apontada como incapaz de atender às demandas por um ensino contextualizado. (AUGUSTO et al, 2004) O educando que se encontra no espaço escolar deve ser instigado a desenvolver/expor suas opiniões, serem mais críticos. A escola tem papel fundamental na formação do cidadão, ou seja, instigar o educando a participar do seu meio de convívio ativamente, em que esse se aproprie de crenças, valores e conhecimentos científicos e culturais. Com isto o educador também necessita de habilidades e conhecimentos pedagógicos, de acordo com Paniz (2007) Ser professor requer saberes e conhecimentos científicos, pedagógicos, educacionais, sensibilidade, indagação teórica e criatividade para encarar as situações ambíguas, incertas, conflituosas e, por vezes, violentas, presentes nos contextos escolares (PANIZ, 2007). Desta maneira todos os que se envolvem no processo de ensino/aprendizagem tem um crescimento, científico, pedagógico e humanístico. Este projeto teve como objetivo oportunizar aos licenciando em Ciências Biológicas o acompanhamento de turmas de Ensino Médio em relação ao seu conhecimento e visão sobre interdisciplinaridade. Desenvolvimento A primeira etapa do trabalho foi realizada no Instituto Federal Farroupilha Câmpus São Vicente do Sul/RS por um acadêmico do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas e Bolsista do Programa de Educação Tutorial PET-Biologia no segundo semestre de 2014 com educandos da turma do 3º MSI do próprio Campus, a segunda parte desenvolveu-se no primeiro semestre de 2015, também com uma turma do 3º MSI. Os resultados foram tabulados e estes dados apresentaram-se na forma de gráficos para que possa facilitar o entendimento e a discussão. 2

3 A partir das análises feitas dos questionários pode-se destacar as figuras 1 a 5. A figura 1 apresenta os dados sobre o conhecimento dos educandos com relação ao termo interdisciplinaridade. Observa-se que em % deles conheciam ou já tiveram contato com o termo, enquanto os outros 50% o desconhecem. No ano de 2015 observa-se uma redução na porcentagem de educandos que possui conhecimento sobre o tema, 36% deles responderam que sim e 64% disseram que não. Ao serem indagados em relação a maneira como tiveram contato tiveram o contato, constatou-se que foi através de professores e com o Projeto Integrador existente no campus. Em relação a figura 2, que apresenta dados referentes ao trabalho ou não de forma interdisciplinar pelos professores do curso. Podemos observar no gráfico abaixo que em 2014, 81% dos educandos responderam que sim, enquanto 19% não. Com relação ao ano de 2015 houve uma redução neste percentual em que 50% afirmaram que sim e a outra metade, 50% responderam que não. Na figura 3, que se refere ao aprendizado da escola ser utilizado no cotidiano observa-se que, no ano de % afirmaram que sim, e 31% dos educandos responderam que não. No ano de 2015, os dados mantiveram-se aproximados, pois 61% disseram que sim e 39% não. Desta forma, constata-se que o aprendizado tem sido significativo, pois os educandos conseguem transpor para o dia a dia as vivências da sala de aula, visto ser um curso voltado para a informática. A figura 4, os educandos foram questionados, se consideravam-se preparados para realizar provas como o ENEM. Pode-se observar que no ano de 2014, 63% responderam que não se consideravam capacitados e 37% afirmaram que sim. No ano de 2015, constatou-se que houve inversão, pois 57% responderam que sim e 43% afirmaram que não. A partir desta análise nota-se que os educandos consideram que a aprendizagem está acontecendo de forma interdisciplinar e contextualizada. A Figura 5, refere-se sobre os educandos se sentirem ou não preparados para realizarem provas contextualizadas e que necessitem de maior interpretação. No ano de 2014, 56% deles afirmaram que não se consideram preparados para tal avaliação e 44% responderam que sim, estão preparados para realizar esta 3

4 avaliação. No ano de 2015 ocorreu mudança nos dados, pois 57% dos educandos responderam que sim e 43 responderam que não, Figura 1: conhecimento dos educandos das turmas de 2014 e 2015 do 3º ano do curso de MSI sobre o termo interdisciplinaridade do Vicente do Sul São Vicente do Sul/RS Figura 2: forma interdisciplinar e contextualizada dos professores trabalhar, educandos das turmas de 2014 e 2015 do 3º ano do curso de MSI do Instituto Federal Farroupilha, campus São Vicente do Sul São Vicente do Sul/RS Figura 3: Utilização do conhecimento no cotidiano dos educandos das turmas do 3º ano do curso de MSI nos anos de 2014 e 2015 do Vicente do Sul São Vicente do Sul/RS Figura 4: O aprendizado dos educandos das turmas de 2014 e 2015 do 3º ano do curso de MSI do Instituto Federal Farroupilha, campus São Vicente do Sul, acontece de forma interdisciplinar e contextualizada, utilizando como exemplo a prova do ENEM São Vicente do Sul/RS Figura 5: Se os educandos, das turmas de 2014 e 2015 do 3º ano do curso de MSI do Vicente do Sul, sentem-se preparados em realizar avaliações interdisciplinares e contextualizadas São Vicente do Sul/RS

5 Considerações finais Ficou evidente que muitos dos educandos não percebem práticas interdisciplinares no seu cotidiano escolar e que muitos nunca ouviram falar sobre isso. Comparando os anos de 2014 e 2015, os dados apontam que os educandos apresentaram um maior conhecimento sobre interdisciplinaridade no primeiro ano e estes também conseguiram enxergar de forma mais nítida o trabalho interdisciplinar do professor em sala de aula. No que diz respeito sobre a utilização do conhecimento aprendido em sala de aula no cotidiano, ambos os anos afirmaram que isso vem ocorrendo, logo, o conhecimento por eles compreendido no ambiente escolar está sendo usufruído como algo prazeroso. Quanto a forma que os educandos enxergam o processo de ensino/aprendizagem, se este acontece de maneira interdisciplinar, no ano de 2015 os educandos sentem-se mais confiantes em estar aprendendo de forma interdisciplinar e contextualizada e afirmam estar preparados em realizar uma avaliação que ocorre dessa forma que é o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio). Nessa perspectiva de educação os educandos inseridos em um espaço escolar instigador e que possibilite desenvolver e expor suas opiniões poderão ser cidadãos mais críticos, e desenvolvedores de novas ideias utilizando-as em seu cotidiano transformando o processo Ensino/Aprendizagem em um algo prazeroso. O professor, nesta perspectiva é visto como um mediador de conhecimentos colaborando com a formação cidadã deste educando inserindo-o na sociedade de maneira preparada, crítica e inovadora. Referências AUGUSTO, T. G. da S.; CALDEIRA, A. M. de A.; CALUZI, J. J.; NARDI, R. Interdisciplinaridade: concepções de professores da área ciências da natureza em formação em serviço. Ciência & Educação, v. 10, n. 2, p , PANIZ, C. M. O Diário da Prática Pedagógica e a Construção da Reflexividade na Formação Inicial de Professores de Ciências Biológicas da UFSM. Mestrado (Mestrado em Educação) Universidade Federal de Santa Maria, UFSM