Alfabetização na Educação do Campo
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- Maria Eduarda Aleixo Neto
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1 Alfabetização na Educação do Campo Autor: Nelci Defente da Silva (FCSGN) * Coautor: Juliano Ciebre dos Santos (FSA) * Resumo: Este trabalho vem mostrar como está a alfabetização nas escolas do campo. Esta pesquisa tem como objetivo conhecer os desafios que os professores alfabetizadores encontram nas escolas do campo. Para fundamentos deste trabalho foi feita pesquisa bibliográfica e também pesquisa de campo com os professores alfabetizadores do Campo. Os educadores têm que buscar continuamente sua formação para contribuir de forma significativa para superação deste problema das escolas do campo. A aprendizagem das crianças acontece de forma significativa, sendo que ela possui um conhecimento trazido do seu cotidiano e cabe ao professor proporcionar o desenvolvimento destas habilidades. O conjunto de informações obtidas nos favorece no sentido de perceber nossa função enquanto agentes educativos em uma sociedade marcada pela necessidade de transformação e ao mesmo tempo perceber a grande riqueza que cada um dos professores e alunos do campo têm dentro de si. Tornando assim seu trabalho significativo o bastante para a melhoria da qualidade de vida de cada educando do campo. Palavras-chave: Alfabetização do Campo; Aprendizagem. 1. INTRODUÇÃO Este trabalho tem como tema a alfabetização do campo, buscando mostrar a realidade da alfabetização do campo. Os professores do campo esta sempre em busca de métodos diversificados com criatividade, respeitando a cultura de cada e um buscando trabalhar a realidade do educando do campo. O professor alfabetizador deverá utilizar se de recursos pedagógicos da realidade do campo, desta forma a escola tem o dever de facilitar a aprendizagem prazerosa no ambiente da alfabetização visando favorecer o processo de aquisição da autonomia do educando. Nelci Defente da Silva, Licenciada em Pedagogia pela Faculdade de Ciências Sociais de Guarantã do Norte ( FCSGN, Guarantã do Norte-MT, 2008 ), Especialista em Psicopedagoga pela faculdade Reunidas ( FACO, Guarantã do Norte-MT, 2009) Docente do ensino de 1 a 4 no município de Peixoto de Azevedo. nelcidefentedasilva@hotmail.com. Agosto de * Juliano Ciebre dos Santos, Licenciado em Informática pela Fundação Santo André (FSA, Santo André-SP, 2004), Especialista em Informática aplicada à Educação e Mestre em Educação Desenvolvimento e Tecnologias pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS, São Leopoldo-RS, 2008). Atualmente docente do ensino superior na Faculdade de Ciências Sociais de Guarantã do Norte-MT, Rua Jequitibá, nº 40, Jardim Aeroporto. CEP.: jciebres@gmail.com 1
2 Assim o objetivo e de analisar o processo de alfabetização do campo. As dificuldades encontradas pelos educadores são as metodologias diferenciadas voltadas para o campo e a falta de curso de capacitação. Dessa maneira surgiu a necessidade de realizar uma pesquisa de campo e bibliográfica. Esperamos contribuir de forma significativa para enriquecer o processo de aprendizagem dos alunos do campo. 2. A EDUCAÇÃO DO CAMPO A Educação do Campo, na perspectiva de escola pública, torna-se objeto de discussões por todo território brasileiro, visto que abarca questões polêmicas como os problemas de ordem ambiental, social, cultural, política e econômica, estando marcada por desigualdades, lutas sociais e falta de políticas públicas. (OLIVEIRA; BISCONSINI; NAKAZAWA, 2013, p. 2 e 3 ) Podemos verificar algumas dificuldades encontradas pelo professor em alfabetizar os educandos na educação do campo, sendo que vários fatores contribuem para essa realidade. A educação do campo, nas últimas décadas avança nos espaços de pesquisa sobre escola pública, no esforço de construção de uma metodologia que de conta dos aspectos pertinentes à esfera rural, dando ênfase as características próprias de cada realidade, para tanto, se faz necessário um esforço de integração entre escola e comunidade, com o objetivo de conhecer a realidade a qual a escola esta imersa. ( SAGGIOMO, 2012, p. 3 ) A educação do campo não pode trabalhar sem considerar a realidade do aluno, sendo que a aprendizagem ocorre de forma mais significativa quando o professor considera a realidade em que o aluno esta inserido para alfabetizá-lo. O aluno já possui um conhecimento trazido do seu cotidiano e cabe ao professor proporcionar o desenvolvimento de suas habilidades. 3. A ALFABETIZAÇÃO DA ESCOLA DO CAMPO. De início, pode-se definir alfabetização como o processo específico e indispensável de apropriação do sistema de escrita, a conquista dos princípios alfabético e ortográfico que possibilitem ao aluno ler e escrever com autonomia. Noutras palavras, alfabetização diz respeito à compreensão e ao domínio do chamado código escrito, que se organiza em torno de relações entre a pauta sonora da fala e as letras ( e outras convenções) usadas para representá-la, a pauta, na escrita.( CARVALHO; MENDONÇA, 2006, p. 19) Alfabetizar é proporcionar condições para que o indivíduo [ ] tenha acesso ao mundo da escrita, tornando-se capaz não de ler e escrever, enquanto habilidades de 2
3 decodificação do sistema da escrita, mas, e, sobretudo, de fazer uso real e adequado da escrita com todas as funções que ela tem em nossa sociedade e também como instrumento de luta pela conquista da cidadania plena. (SOARES, 1990, p. 16). Assim a alfabetização da Educação do Campo deve proporcionar que esse aluno consiga compreender as informações presentes em sua vida, através da leitura e escrita, possibilitando resolver problemas cotidianos. Mas na realidade muitas vezes isso não ocorre devido a diversos fatores. Dentre esses fatores temos as salas multisseriadas, falta de apoio pedagógico, curso de capacitação voltado para a alfabetização da educação do campo, falta de materiais pedagógicos, estrutura da escola, falta de apoio da família no processo educacional dos pais. O professor alfabetizador deve estar sempre em busca de métodos diversificados, com criatividade, respeitando a cultura de cada um e buscando trabalhar a realidade dos mesmos. O professor poderá utilizar-se de recursos pedagógicos diversificados, desta forma a escola tem o dever de facilitar a aprendizagem prazerosa no ambiente da alfabetização visando favorecer o processo de aquisição de autonomia do educando. Sendo assim as metodologias voltadas para a alfabetização da educação do campo deve se inovadoras, criativas e contextualizadas com a realidade em que o aluno esta inserido, respeitando a diversidade do povo do campo. O professor deve considerar a realidade e o conhecimento que o aluno já traz de casa na alfabetização, para possibilitar um aprendizado mais eficaz. O educador precisa instigar a criança para a necessidade primeira do ato de ler e escrever. É preciso despertar nela o desejo, o querer, o interesse em perceber as letras, como algo capaz de sensibilizá-la. Quando a criança percebe que ler e escrever pode ser interessante, os horizontes se abrem no processo de ensino-aprendizagem e a comunicação entre quem ensina e aprende fica mais forte e significativa, torna-se verdadeira. A criança que compreende o sentido do ler e do escrever num mundo letrado rompe uma das barreiras que impedem de construir seu processo pessoal de leitura e escrita. Cada professor deve observar o percurso realizado por seu aluno e, assim propor atividades que dêem a ele condições de superar suas hipóteses de escrita e suas estratégias de leitura. O professor alfabetizador precisa estar sempre em busca de mecanismos de inovação didático, com o objetivo de conduzir o desenvolvimento de inúmeras habilidades. 3
4 Considerando as mudanças das escolas do campo como na estrutura, tecnologias, tem melhorado o trabalho pedagógico do alfabetizador. Mos últimos anos a educação do campo teve melhorias consideráveis na busca de qualidade, e também na formação dos professores. Assim entende se que a ação pedagógica mais adequada e produtiva é aquela que contempla de maneira articulada com a realidade do aluno. 4. RESULTADO DA PESQUISA Neste artigo foi realizada uma pesquisa com os professores alfabetizadores das escolas do campo de União do Norte, no ano 2014, buscando mostrar a realidade das escolas do campo. Com a primeira pergunta podemos observar que a predominância e do sexo feminino nas salas de alfabetização, sendo 100% dos entrevistados do sexo feminino. As respostas obtidas na segunda pergunta com relação à idade dos professores, 14,3 % entre 18 a 25 anos, 28,5 % entre 26 a 35 anos, 42,9 % entre 36 a 45 anos e 14,3 % com mais de 45 anos. É possível observar que eles possuem uma vasta experiência de vida. A terceira questão sobre a formação dos professores, 14,3 % tem magistério, 42,9 % cursando licenciatura, 14,3 % com licenciatura e 28,5 % com pós-graduação. Podemos verificar que estes profissionais do campo possuem formação e outros estão em buscando sua formação. Na quarta pergunta foi questionado há quanto tempo atuam na educação do campo, 28,5 % entre 1 a 5 anos, 28,5 % entre 6 a 10 anos e 42,9 % com mais de 10 anos. Percebemos que a maioria dos profissionais possui uma vasta experiência, possibilitando fazer um trabalho de qualidade. Na quinta pergunta quando foram questionados se já participaram de curso de alfabetização para a educação do campo, 57,1 % responderam que sim e 42,9 % responderam que não. Podemos afirmar que os professores possuem uma grande experiência com alfabetização e estão sempre em busca de inovação. Ao serem questionados na sexta pergunta se as suas salas são multisseriadas 100% responderam que sim. Na sétima questão perguntou se os professores encontram dificuldade em alfabetizar em salas multisseriadas, 100% responderam que sim. Podemos assim verificar que as salas multisseriadas e uma realidade da educação do campo, sendo necessária devido ao número de 4
5 alunos. Na oitava questão foi perguntado qual e o método ou processo utilizado para alfabetizar. O professor A respondeu brincadeiras leituras, aula fora da sala observando a paisagem (o ambiente). O professor B respondeu musical alfabético, silábico e pós-silábico. O professor C respondeu método sócio-construtivo, processo silábico e letramento. O professor D respondeu todos os possíveis, do mais tradicional ao mais moderno, dependendo a dificuldade de cada educando. O professor E respondeu são utilizados cartazes, atividades no caderno, no sulfite, fichas CDS educativos. O professor F respondeu método analítico e o sintético, através de cartilha. O professor G respondeu pelo processo silábico, letramento sócio-construtivista respondeu Principalmente a falta de interesse do educando e em segundo a falta da participação da família. Notamos que os métodos são variados, cada professor os adapta conforme a necessidade do educando. De acordo com a nona pergunta sobre os materiais pedagógicos utilizados pelos alfabetizadores são variados. O professor A respondeu livros, jogos, etc.brincadeiras. O professor B respondeu cartaz, sulfite, com figuras, recortes, musicas. O professor C respondeu jogos didáticos, livros, cartilhas. O professor D respondeu Livros, DVDS, material humano, voltando sempre para a realidade. O professor E respondeu os materiais didáticos concretos. O professor F respondeu cartilhas, jogos, cartaz, quebra-cabeça, livros de historia infantil. O professor G respondeu Livro didático, cartilhas e textos. A décima pergunta foi você trabalha com metodologias voltadas para o campo. O professor A respondeu sim, trabalhamos com a pedagogia da alternância. O professor B respondeu não, ainda não me sinto preparada espiritualmente e na formação há insegurança. O professor C respondeu apesar de estarem trabalhando no campo, as metodologias são voltadas para zona urbana. O professor D respondeu sim. O professor E respondeu sim, conto com poucos materiais pedagógicos, mas tento fazer o trabalho com o que tenho em mãos. O professor F respondeu sim. O professor G respondeu não, as mesas da zona urbana. E possível perceber que para os professores alfabetizadores trabalhar com metodologias voltadas para o campo ainda é um desafio. Na décima primeira questão foi perguntado se na educação do campo os pais participam do processo educacional dos filhos, 85,7 % responderam que sim e 14,3 % responderam que não. 5
6 Ao se justificar na questão décima segunda. O professor A respondeu a maioria dos pais são mais que participativos, os mesmos estudam com seus filhos. O professor B respondeu participa de reuniões, acompanhamento e visitas. O professor C respondeu é raro quando isso realmente funciona. O professor D respondeu em reuniões, ajudam dando opiniões no planejamento. O professor E respondeu não comparecem nas reuniões e eventos marcados. O professor F respondeu pouco, mais vem e participa parcialmente. O professor G respondeu só nas reuniões de pais. De acordo com a opinião dos educadores os pais participam do processo educacional dos filhos, pois na educação do campo a comunidade e a escola esta mais próxima. Na décima terceira questão foi perguntada qual a dificuldade em alfabetizar na educação do campo. O professor A respondeu a falta de material didático pedagógico e salas multisseriadas. O professor B respondeu em inserir métodos reais no currículo que serão avaliados no vestibular. O professor C respondeu a falta de materiais didáticos voltados para a educação no campo, e também a falta de orientação que é o mais importante já que se trata de algo novo e diferente. O professor D respondeu falta de apoio da secretaria com materiais. O professor E respondeu a falta de material pedagógico adequado. O professor F respondeu a participação da família e materiais de acordo com o campo. O professor G respondeu falta de orientação sobre o currículo da educação do campo e que é diferenciada e falta de materiais. Como podemos verificar são vários fatores que dificultam o trabalho do professor. A décima quarta questão perguntou sugestões de como melhorar o ensino na alfabetização do campo. O professor A respondeu sair dos livros e mostrar a realidade do campo para os alunos. O professor B respondeu iniciar o conhecimento com palavras chaves da realidade. O professor C respondeu cursos de capacitação, pois mesmos no campo, falta ainda orientações e conhecimentos sobre o mesmo. O professor D respondeu trabalhar com a realidade do aluno para tornar as aulas mais atraentes. O professor E respondeu com materiais pedagógicos bons e todo apoio administrativo. O professor F respondeu a participação dos pais na cobrança dos seus filhos e materiais voltados para o campo e apoio de todos envolvidos na educação. O professor G respondeu Cursos e mais orientações sobre a educação do campo. Percebemos que a maioria dos professores não mede esforço para tentar solucionar estes problemas de aprendizagem presente nas escolas do campo. 5. CONCLUSÃO 6
7 Após o termino da pesquisa bibliográfica e da pesquisa de campo foi possível constatar que as escolas estão no campo, mas as metodologias utilizadas pela maioria dos professores são urbanas, não se trabalhando com diferenciada. E possível observar que os educadores do campo estão sempre em busca de proporcionar ao aluno uma educação de qualidade. Portanto vimos que nas escolas do campo os professores desempenham o trabalho pedagógico perante a comunidade, demonstram se entusiasmado na melhoria do processo educativo, envolvendo a faixa etária e o nível de aprendizagem de cada criança. Percebemos que através dessa pesquisa muitos professores sentem a necessidade de mudar sua atitude em sala de aula, sentimos que através dessa pesquisa conferimos o potencial e o esforço dos educadores do campo para que se tenha uma educação de qualidade. REFERÊNCIAS CARVALHO, Maria Angélica Freire de; MENDONÇA, Rosa Helena (orgs.). Brasília: Ministério da Educação, SOARES, Magda. Letramento e Alfabetização: Muitas Facetas. Revista Brasileira de Educação. Minas Gerais, nº 25, jan/fev Disponível em Oliveira, Wellington Piveta; Bisconsini, Vilma Rinaldi; Nakazawa, Márcia do Amaral Takahashi. Educação do Campo: Um Enfoque na Educação Matemática Articulada á Resolução de Problemas. Disponível em: < >. Acesso em: 13/06/2013 SAGGIOMO, Thais Gonçalves [ etal]. Desafios na realidade educativa do campo: uma abordagem de encontros e desencontros nas escolas do campo. Disponível em : < >. Acesso em: 13/06/2013 7
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