Respirar Agroecologia Ch. Espaço dos Dons. Marilde Viana

Transcrição

1 Respirar Agroecologia Ch. Espaço dos Dons Marilde Viana Tema Gerador: Apresentação Eu sou Marilde Viana, vivo na Colônia Agrícola Aguilhada, Br. 251 km 35, Chácara Espaço dos Dons, nº 20 - São Sebastião DF, há 21 anos voltei pra roça já que a roça não saia de mim; deixei a profissão onde meu instrumento de trabalho era um microfone, minha voz e o conhecimento adquirido para tal: Guia de Turismo, pra voltar a minha origem a Agricultura Familiar, no Mato Grosso nasci, no Nordeste vivi, casei e 4 filhos pari no sertão da Bahia Sobradinho, vi a seca ao meu redor, dali pro sertão de Pernambuco Itaparica hoje Jatobá, minha horta ecológica muita gente ia olhar, porque o que plantava, a maioria nunca tinha ouvido falar. Participo de duas organizações: da OCS de São Sebastião desde sua fundação e da APRA Associação de Produtores Rurais da Aguilhada, desde Contextualização A experiência com Agroecologia? Tenho a pratica de casa, minha mãe exigia que a gente economizasse água, em pleno Mato Grosso, meu pai nunca usou veneno e nem cobra matava. A consciência, e o cuidado com a terra, aprendi com eles... é ou não é AGROECOLOGIA? E em vários cursos e vivencias. No Núcleo Rural Casa Grande Gama -DF me recebeu, ali recomecei minha Jornada aos 42 anos em uma Chácara emprestada, fiz parceria com o SENAR-DF e Emater Gama, realizávamos cursos e treinamentos, vi que a roça que eu voltava era muito diferente da que eu havia deixado, o desperdício era total, as frutas apodreciam debaixo dos pés, os caseiros nada sabiam fazer, nem plantar um pé de coentro, fizeram chacota de mim quando estava plantando feijão e milho com esterco e uma senhora me disse... se eu colhesse um quilo se feijão ela compraria... O resultado foi incrível duas colheitas de feijão, primeiro o carioquinha e depois o preto, os pés de milho passavam de 2 metros e muitos 3 espigas grandes tinham! Ai nasceu um restaurante rural onde 80% do que eu servia era colhido ali, depois veio o Coffee Roça Buffet servindo sabores das mães da roça!

2 Em 1998 consegui comprar minha chácara na Aguilhada, 03 anos vivi sem energia elétrica, anos de muita luta até levar uma queda em 2002, construindo um galinheiro, que me deixou alguns anos sem ação. Em 2005 fui morar na Chácara São Gabriel da minha filha e genro que estavam na Espanha, coloquei em pratica meu sonho de viver da roça, plantei milho, feijão, feijão azuque, mandioca, banana, batatinha, pimentas, quiabo, beterraba, alface, brócolis, etc. etc., vender pra quem????????????? Esse era um grande problema. Fui pra Espanha início de 2007, novas experiências, plantei minha primeira horta diante dos olhares de assombro dos vizinhos, todo o mato do quintal foi para debaixo da terra dos canteiros, foi o adubo que usei, resultado as escarolas,tomates, pepinos, alfaces ficaram maiores que os deles... A forma de plantar deles mesmo orgânico é muito diferente. De lá vendi minha outra chácara e comprei a atual, voltei final de 2010, cheguei doente e 3 meses depois outra queda e mais fraturas de coluna começava mal, havia acabado de inscrever-me, no PAIS, uma benção em minha vida, fui aprovada e eu com um coletão de Gesso... Mesmo assim, com a ajuda de meu neto Gabriel com 13 anos e Anderson com 15 consegui construir o galinheiro da horta Mandala, e os canteiros + desafios, só em novembro consegui plantar verduras, milho e feijão de corda na roça. Produzi muito, com muita alegria e veio o reflorestamento em 2012 do Projeto Rio São Bartolomeu vivo, dentro comecei a Agro floresta, nessa época chegou minha sonhada aposentadoria como Agricultora, ia ter uma ajuda fixa todo mês, em 06/2013, + desafios, deixei minha chácara sozinha por 2 anos, voltei pra recomeçar vai fazer 2 anos... eita luta, mas estou aqui firme e forte ainda não estou produzindo como antes, mas estou plantando devagar tenho 32 bananeiras já saindo cachos.

3 Desenvolvimento da experiência Minha vontade de ter uma terra altamente produtiva, e servindo de exemplo, de que é possível, produzir alimentos puros e saudáveis cuidado de si, da terra e de todos que consomem os produtos. Com o PAIS, são muitas as comunidades e com a OCS - São sebastião creio que são 08 comunidades. Desafios Ser sozinha, ter pouca força física, e a falta de recursos financeiros, esse para mim tem sido o principal desafio. O fato de ser sozinha de enfrentar problemas de saúde é por si um grande desafio. Sou eu mesma, fazendo as coisas mais devagar e com Paciência, tenho conseguido bastante, dentro das minhas possibilidades. Se tivesse com quem dividir o trabalho/produção, poderia gerar mais renda na comunidade, com a Agro floresta mais fortalecida, produziria mais água e CO2, para o meio ambiente ser mais saudável! Principais Resultados alcançados Auto-suficiência, não preciso comprar quase nada no supermercado, nem na casa Agropecuária!

4 E posso garantir que os Resultados são grandes, quando comprei esses dois hectares, pouco restava de mata nativa, com as práticas, o solo está coberto, já tem novas árvores de mais de 05 metros de altura, a fauna e flora estão muito mais presentes, a nascente voltou. Nos melhores tempos da produção consegui comprar um carro para entrega, vendi quando parei de produzir, quero comprar outro dessa vez pelo Pronaf. Disseminação da experiência Já recebi vários grupos, como Viveiristas e produtores envolvidos pelo Projeto Rio São Bartolomeu Vivo, pessoas da Espanha e França. Vários vizinhos já adotam as minhas boas práticas Agroecológicas.

5 Uma floresta começa com uma semente, um grão de milho devolve no mínimo 860 grãos, uma semente de alface te devolve uma infinidade de outras sementes e assim começa uma grande transformação, local e planetária. União faz a força, vamos resgatar os mutirões a ajuda comunitária, juntos PO- DEMOS MUITO MAIS!