Agroecologia e Sistemas Agroflorestais
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- Eugénio Gesser Gomes
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1 Agroecologia e Sistemas Agroflorestais
2 Deixai-nos amar as árvores As árvores nos querem bem Nos seus brotos verdes Corre o sangue eterno de Deus. Outrora a madeira quis endurecer Então Cristo nela se pendurou Para que nós de novo nos alimentemos Um florir eterno se iniciou Albert Steffen
3 Um sistema de produção agropecuária ria ENTRADAS água, energia, mão-deobra; capital, sementes, agroquímicos INTERAÇÕES SAÍDAS COMPONENTES Estrutura (arranjo) Alimentos, lenha, produtos animais
4 OS SISTEMAS DE PRODUÇÃO SÃO SUSTENTÁVEIS? Valores da sociedade O QUE AS GERAÇÕES ATUAIS DESEJAM PARA SI E PARA AS FUTURAS GERAÇÕES O QUE É BIOLOGICA E FISICAMENTE POSSÍVEL DE SE OBTER NO LONGO PRAZO Capacidade de suporte dos ecossistemas locais Sustentabilidade do Agroecossistema
5 AGROECOLOGIA Abordagem que integra os princípios agronômicos, ecológicos e sócio-econômicos à compreensão e avaliação do efeito das tecnologias sobre os sistemas agrícolas e a sociedade como um todo (Altieri, 1998) - Agroecossistema = unidade de estudo Visão unidimensional (genética, agronomia, edafologia,...) Dimensões ecológicas, sociais, culturais,...
6 PRINCÍPIOS AGROECOLÓGICOS A produção estável somente pode acontecer no contexto de uma organização social que proteja a integridade dos recursos naturais e estimule a Interação harmônica entre os seres humanos, o agroecossistema e o ambiente (Altieri, 1998). A Agroecologia fornece as ferramentas metodológicas necessárias para que a participação da comunidade venha a se tornar a força geradora dos objetivos e atividades dos projetos de desenvolvimento.
7 O Características conhecimento dos Agroecossistemas dos agricultores Tradicionais sobre o ecossistemas resulta - Grande em número estratégias de espécies produtivas multidimensionais de - Uso uso de da vários terra, microambientes que criam, com dentro diferentes de certos características limites ecológicos - Mantêm os ciclos e técnicos, de materiais a auto-suficiência e resíduos através alimentar de práticas das de reciclagem comunidades em várias regiões (Chambers, 1983). - Interações biológicas que resultam em um certo grau de supressão biológica de pragas - Utilizam baixos níveis de insumos tecnológicos, mobilizando recursos locais baseados na energia humana e animal - Uso de variedade locais e espécies silvestres de animais e plantas - Produzem para o consumo local
8 Elementos Técnicos Básicos de uma Estratégia Agrecológica I Implementação de elementos técnicos II Conservação e Regeneração dos Recursos Naturais a) III definição Manejo dos de técnicas recursos de produtivos regeneração, conservação e manejo de recursos adequados às necessidades locais no contexto agroecológico e sócio-econômico. a) Solo (controle da erosão, fertilidade e saúde das plantas) a) Diversificação: b) -O temporal nível de implementação pode ser o da microrregião, bacia hidrográfica, unidade b) -Água produtiva espacial (captação/coleta, (consórcios, ou sistema de sistemas cultivo conservação agroflorestais) in situ, manejo e irrigação) - genética c) -Germoplasma A regional implementação (zoneamento, (espécies é orientada bacias nativas por hidrográficas) uma de concepção plantas e holística animais, (integrada) espécies e, locais, portanto, não germoplasma sobrevalorizaadaptado) elementos isolados. b) Reciclagem de nutrientes e matéria orgânica d) -A biomassa estratégia de deve plantas estar (adubo de acordo verde, com restos a racionalidade de colheitas, dos fixação agricultores, de nitrogênio) incorporando d) Fauna elementos e flora do manejo benéficas tradicional (inimigos dos recursos naturais, polinizadores, vegetação de uso - biomassa animal (esterco, urina) múltiplo) - reutilização de nutrientes e recursos internos e externos da propriedade c) Regulação biótica (proteção de cultivos e saúde animal) - controle biológico natural (aumento dos agentes de controle natural) - controle biológico artificial (inseticidas biológicos, produtos veterinários alternativos)
9 SISTEMAS AGROFLORESTAIS Sistemas de uso da terra em que: plantas lenhosas perenes (árvores, arbustos, palmeiras, bambus) são cultivadas em associação com plantas herbáceas (culturas agrícolas e/ou pastagens) e/ou animais em uma mesma unidade de manejo, de acordo com um arranjo espacial e temporal, nos quais deve haver interações ecológicas e econômicas entre componentes lenhosos e não lenhosos (Young, 1991)
10 OUTRAS CARACTERÍSTICAS DOS SAFs 2 ou mais espécies de plantas ou animais estarão sempre presentes, sendo no mínimo 1 lenhosa; sempre há 2 ou mais produtos; ciclos são mais longos, sistemas sempre mais complexos que monoculturas; ênfase na manutenção da produtividade; enfoque de uso múltiplo dos recursos
11 OBJETIVO FUNDAMENTAL DOS SAFs Otimizar o uso da terra, conciliando a produção florestal com a produção de alimentos, conservando o solo, a água e biodiversidade, diminuindo a pressão de uso da terra para produção agrícola.
12 POR QUE OPTAR POR SAFs? Enfoques FLORESTAL Diminuição dos custos de implantação e manutenção da floresta Diminuição do prazo de benefícios diretos Conciliação com produção de alimentos Maior aceitação por pequenos e médios produtores Incorporação do elemento florestal na paisagem agrícola Etapa intermediária para a restauração florestal AGRONÔMICO Melhoria ambiental na paisagem agrícola; Conservação do solo e da água; Diversificação da produção e adaptação às flutuações de mercado Melhor utilização da mãode-obra ao longo do ano; Aproveitamento de áreas marginais e áreas degradadas Delimitação de unidades de manejo
13 O PAPEL DO COMPONENTE ARBÓREO REO Mudanças no balanço de radiação e alteração do microclima ; Diminuição da erosão; Melhoria nas propriedades físicas do solo: compactação, umidade; estrutura; porosidade; Ciclagem de nutrientes: folhedo, fixação biológica de nitrogênio, micorrizas; Regulação do ciclo hidrológico; Aumento da biodiversidade: colonização, sucessão secundária.
14 OS SAFs NA PAISAGEM Cultivo em encostas; Delimitação de unidades de manejo; Reabilitação de áreas degradadas e restauração de ecossistemas florestais Criação de zonas tampão entre áreas agrícolas e reservas florestais, áreas ripárias ou unidades de conservação; União de fragmentos florestais através de corredores para a fauna;
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