COMUNICADO À COMUNIDADE ACADÊMICA DO PROGRAMA UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL - IFMA
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- Miguel Antunes Barreiro
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1 COMUNICADO À COMUNIDADE ACADÊMICA DO PROGRAMA UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL - IFMA O empreendimento de ações no campo da educação, notadamente na modalidade a distância, solicita de seus agentes o cuidado de se oferecerem as condições minimamente necessárias para o atingimento dos objetivos traçados. Ao se iniciar tal processo, nem sempre temos a total percepção dos elementos que influenciam em seu desenvolvimento. Por isso, o planejamento e o replanejamento dos procedimentos didático-pedagógicos são, com certeza, medidas que contribuem para a efetividade do processo ensino aprendizagem. Mesmo em circunstâncias de dificuldades estruturais (precariedade de alguns polos, problemas de acesso ao ambiente virtual, indisponibilidade de material impresso ou de qualquer outra ordem das quais não nos estamos eximindo), o centramento nos aspectos essenciais desse processo que são ensinar e aprender (que supõe, também, estudar), na perspectiva da educação a distância ajuda na busca de resultados satisfatórios para todos. No contexto dos cursos de licenciatura oferecidos pelo Programa Universidade Aberta do Brasil IFMA, assim como em qualquer contexto em que seja trabalhada a educação na modalidade a distância, é necessário termos a compreensão adequada do que significam ensinar, aprender e estudar. A reflexão sobre esses aspectos essencial para o ajustamento de todos os agentes (gestores, coordenadores, professores, tutores e alunos) a um perfil mais adequado à educação a distância mostra-se extrema e urgentemente necessária, quando, em manifestações recentes sobre o andamento das atividades das licenciaturas da UAB/IFMA, verificam-se, ao mesmo tempo, tanto legítimas e fundadas reivindicações, como indicadores da equivocada compreensão do que sejam ensinar, aprender e, principalmente, estudar em um curso ofertado na modalidade a distância. De pronto, é preciso dizer a todos que é urgente realizar aquilo que alguns autores denominam como transição paradigmática; ou
2 em palavras mais diretas: processo de mudança de comportamento, de atitude, motivada por novas perspectivas de inserção no mundo da educação. Tanto alunos como professores, acostumados que estamos aos paradigmas tradicionais da educação presencial, apresentamos, no início, dificuldades naturais para essa transição. Por isso é um processo e não uma adaptação mágica que deve acometer cada um dos atores desse contexto. Essa situação tem claramente refletido no andamento inicial do programa. Portanto, para os gestores e coordenadores dos cursos é importante planejar, avaliar, replanejar e adequar procedimentos didático-metodológicos; sempre no sentido de ajustar as ações às bases teórico-práticas da EAD. É o que estamos realizando de forma cada vez mais consistente. Ao mesmo tempo em que temos investido na melhoria dos recursos tecnológicos de interlocução midiática, somos obrigados a superar certas estruturas administrativas institucionais que, ainda atreladas à concepção tradicional de educação, demoram para assimilar a dinâmica característica da EAD. Do ponto de vista do aluno, é preciso que ele estabeleça (planeje) uma rotina de estudo e de interlocução com professores, tutores e com os próprios colegas e dela não se afaste, sob pena de estar prejudicando o exercício de um princípio fundamental na educação a distância: o da autoinstrução. Diferentemente do processo tradicional de educação, na educação a distância, é essencial que o aluno reconheça-se primordialmente responsável pelo próprio processo de formação. Não lhe cabe, portanto, uma postura meramente receptiva, a partir da qual exija, passivamente, que outros lhe transmitam, presencial ou virtualmente, determinado conhecimento. O conhecimento deve ser experimentado, questionado, construído pelo aluno, cabendo ao professor (e ao tutor) oferecer-lhe as bases e a devida motivação para isso.
3 Feitas essas ressalvas preliminares, pontuamos a seguir alguns aspectos manifestos na comunidade de aprendizagem da UAB/IFMA, sobre cuja pertinência apresentamos algumas reflexões e orientações. 1. Dificuldades no processo ensino-aprendizagem: É notório que estamos todos lançados a realizar uma experiência nova em termos de educação. Tanto o poder público federal, o município, a instituição, seus agentes e os próprios alunos ainda estão ajustando sua percepção do que seja atuar pedagogicamente na modalidade de educação a distância. Essa inexperiência, sem dúvida, reflete no processo ensino-aprendizagem. Há, portanto, certa naturalidade nas dificuldades que todos estamos enfrentando. Entretanto, para superá-las, alguns requisitos são fundamentais: a) Termos consciência desse estágio inicial de precariedade em alguns componentes do processo; b) Diagnosticar a natureza e o elemento gerador dessas dificuldades para saneá-las; c) Desenvolver a capacidade de ajustes e reorganização técnica, acadêmica e administrativa; d) Estabelecer continuamente programas de formação e capacitação dos componentes da comunidade de aprendizagem; e) Responsabilização de todos os atores desse processo para o pleno desenvolvimento de suas atribuições e competências. Essas ações estão se efetivando paulatinamente. 2. Oferta de aulas presenciais: A legislação caracteriza a educação a distância como:
4 modalidade educacional na qual a mediação didáticopedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. (Decreto nº 5.222, de 19 de dezembro de 2005). Vemos, portanto, e de modo coerente, que a ocorrência de aulas presenciais, nos moldes da educação tradicional, não é um requisito da modalidade a distância. Entretanto não está vedada a realização daquilo que o nosso projeto prevê como encontros presenciais ou momentos presenciais, motivados pelo caráter teórico-prático que se manifesta em todo o processo formativo das licenciaturas. Tendo o cuidado de não sugerir a redução da participação do aluno a apenas esses momentos presenciais (o que de certo modo já vinha se verificando), a proposição de tais encontros passa por uma etapa de redefinição, em que eles são instituídos de acordo com a caracterização prática que os procedimentos didático-pedagógicos assumem dentro do planejamento do professor e da própria configuração das disciplinas. 3. Organização didático-pedagógica: A organização didático-pedagógica do processo ensino aprendizagem nos cursos UAB/IFMA tem como pressuposto básico um contexto em que o aluno não está fisicamente diante do professor, o que solicita constante relação dialógica entre aluno e professor/tutor, proporcionada por materiais didáticos como fascículos, slides, sites, fóruns, chats, audioaulas, entre outros. Essas ferramentas estão disponíveis no ambiente virtual de aprendizagem denominado Moodle. Portanto, as atividades de formação desses cursos na modalidade a distância
5 rompem as distâncias geográficas, redefinem as relações espaço/tempo e possibilitam a inserção da cultura digital entre professores e alunos. Para tanto, é fundamental que todos os atores desse programa desenvolvam a capacidade de se comunicar bem através das estratégias didáticas que subsidiam, nesse contexto, o processo ensino aprendizagem. Para finalizar, algumas ponderações: a) Vemos que esta exposição se adensou e abrange aspectos diversos. Sugerimos, então, que se faça mais de uma leitura, evitando uma compreensão parcial de seu conteúdo; b) Retomando a ideia de que compomos uma comunidade acadêmica que tem como objetivo comum a formação docente de qualidade, evitemos a parcialidade e a simplificação rasteira no tratamento das questões atinentes a esse universo educativo. De igual modo, cuidemos para desenvolver a interlocução dentro de um nível de linguagem compatível com o ambiente da academia, seja ele virtual ou não; c) De nossa parte, reiteramos o compromisso com a educação de qualidade, ao mesmo tempo presumível e imperioso para uma Instituição que, historicamente, tem contribuído consistentemente para o desenvolvimento do estado e do país. O IFMA, ao desenvolver as atividades da UAB, não se afasta desta meta. Pelo contrário, inaugura novas perspectivas nesse sentido, ainda que para isso tenha que trilhar por caminhos nem sempre tão bem pavimentados. São Luís, fevereiro de 2011 Coordenação Geral do Programa UAB/IFMA
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