TELEFONIA MÓVEL - UM NOVO OLHAR PARA O DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA ACESSÍVEL

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1 TELEFONIA MÓVEL - UM NOVO OLHAR PARA O DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA ACESSÍVEL Anapaula Oliveira Araújo Ex-aluna do curso de Sistemas de Informação da PUC Minas São Gabriel Soraia Lúcia da Silva Professora da PUC Minas Rua João Gualberto Filho, 430 Sagrada Família - Belo Horizonte MG ou paula_br@ig.com.br RESUMO A posição demográfica e econômica ocupada pelos deficientes auditivos e visuais é um elemento chave para demonstrar seu baixo aproveitamento produtivo na sociedade brasileira. As dificuldades dos deficientes em inserir-se na sociedade e a tentativa de evitar a sua exclusão social é uma das barreiras a serem diminuídas por meio do uso de tecnologias. A inclusão do idoso nesta parcela da população devido às deficiências e limitações cognitivas causadas pelo envelhecimento, vem contribuindo para o aumento da população de portadores de deficiência no Brasil. A busca de novas tecnologias móveis que facilitem o cotidiano dos deficientes vem viabilizando a acessibilidade do portador de deficiência abrindo um espaço de oportunidades e de desenvolvimento social. O presente artigo propõe o desenvolvimento de uma tecnologia móvel livre e independente de plataforma para minimizar as dificuldades na utilização do telefone móvel pelos portadores de deficiência auditiva. Palavras-chave: Tecnologia móvel livre, portador de deficiência e inclusão social.

2 1 INTRODUÇÃO A telefonia móvel vem ocupando um papel importante na comunicação dos portadores de deficiências auditiva e visual. Os principais aspectos neste cenário são a inclusão social e a forma de suprir as necessidades que não foram abrangidas pelas tecnologias existentes no mercado. O estudo da população de deficientes auditivos e visuais é indispensável para a definição de medidas específicas mais adequadas à realidade nacional, e também para o desenvolvimento de tecnologias que facilitem a inserção desses indivíduos na sociedade brasileira. O censo demográfico [Censo, 2000] vem auxiliar na identificação dos deficientes que compõem a população brasileira, incluindo seu comportamento, sua participação social e os aspectos sócio-econômicos que a definem, respeitando as recomendações internacionais. A pesquisa que foi realizada tratou de pessoas completamente surdas e cegas até aquelas com apenas alguma deficiência auditiva ou visual. Existem no Brasil pessoas cegas e aproximadamente 2,4 milhões de pessoas que declaram ter grande dificuldade de enxergar e pessoas se declaram incapazes de ouvir. Este censo demonstrou que 19,8 milhões de deficientes situam-se nas zonas urbanas e 4,8 milhões nas zonas rurais. O maior percentual dos portadores de deficiência visual, aproximadamente , localiza-se na região Nordeste contra na Sudeste. Já os portadores de deficiência auditiva, cerca de residem na região Sudeste e estão na região Nordeste. No campo sócio-econômico os deficientes visuais e auditivos conseguem ter uma melhor inserção na força de trabalho do que os portadores de outras deficiências. Os deficientes auditivos tendem a ganhar até 1 (um) salário mínimo. Este censo de 2000 demonstrou ainda que as pessoas com incapacidade têm níveis mais baixos de educação, de rendimentos e de participação no mercado de trabalho. Além disso, a inserção na força de trabalho se concentra em ocupações e atividades que exigem menor especialização como agropecuária. Contudo, esta inserção varia de acordo com o tipo de deficiência e com o grau de severidade da mesma.

3 As figuras 1 e 2 demonstram a divisão da população deficiente de acordo com a participação no mercado de trabalho, com o sexo e a faixa etária no Brasil. Analisando as figuras nota-se uma maior participação do deficiente visual do sexo masculino entre 30 a 39 anos no mercado. FIGURA 1: Taxa de Atividade de Portadores de Deficiência Masculino FIGURA 2: Taxa de Atividade de Portadores de Deficiência Feminino Neste sentido, a aplicabilidade da tecnologia de informação voltada para portadores de necessidades especiais tem por linha mestra o dilema em que a sociedade vive atualmente, migrando para o uso intensivo da informática como meio de comunicação, pelo qual os portadores de necessidades especiais não podem permanecer afastados desta realidade - ao mesmo tempo em que são inseridos nas estatísticas da exclusão digital. Incluí-los na nova realidade digital significa permitir que estes indivíduos possam fazer parte dos que possuem habilidades no uso da tecnologia para acessar informações. O acesso a ela é uma questão de direito de qualquer cidadão [LÉVY, 1999]. O objetivo principal deste trabalho é desenvolver uma tecnologia móvel para minimizar as dificuldades na utilização do telefone móvel impostas pela deficiência auditiva, com embasamento no estudo das tecnologias disponíveis no mercado e na análise das necessidades que não foram supridas até o momento. 2 SOLUÇÕES QUE FACILITAM O COTIDIANO DO PORTADOR DE DEFICIÊNCIA

4 A Fundação Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) vem desempenhando um papel importante no levantamento das necessidades tecnológicas para os portadores de deficiência e buscando soluções viáveis para sua integração. A preocupação com a comunicação do deficiente auditivo e visual é um dos grandes pilares da sociedade brasileira [SANTOS et al., 2005]. Atualmente é possível encontrar tecnologias básicas para os deficientes auditivos como o telefone que auxilia na comunicação, mas essa tecnologia atende apenas uma pequena parcela dos deficientes, devido ao alto custo do serviço. Outro facilitador na comunicação de deficientes auditivos é o serviço de mensagens disponível para pagers e celulares, no entanto este serviço restringe o tamanho da mensagem, a garantia do recebimento pelo destinatário e não é em tempo real. A utilização de pesquisas qualitativas, em que um roteiro de temas foi questionado pelo entrevistador, englobando pessoas com deficiência e profissionais especializados, vem auxiliando na obtenção de soluções que atenda as necessidades dos deficientes [SANTOS et al., 2005]. 2.1 O uso de leitores de telas A solução proposta para as pessoas com deficiência é o leitor de telas que facilita a utilização da Internet e já vem sendo desenvolvido pela Fundação CPqD. Para os deficientes auditivos é proposto o desenvolvimento de terminais especiais de baixo custo que permitam a troca de mensagens em diversas plataformas com a utilização de síntese e reconhecimento de fala. Essa solução foi utilizada como base para o desenvolvimento do projeto de telecomunicação IRIS - INSTITUTO DE RESPONSABILIDADE E INCLUSÃO SOCIAL [IRIS, 2004], desenvolvido pelo Instituto IRIS, que tem o objetivo de facilitar a transmissão e recepção de mensagens de texto. A tecnologia da informação acoplada à linguagem em Braille também tem sido um facilitador na integração social, educacional, na comunicação e no mercado de trabalho para o deficiente visual. A utilização de computadores que fazem leitura e sistemas que utilizam comando de voz vem permitindo a interação dos deficientes a recursos disponíveis e tecnologias afins que são utilizadas por usuários nãodeficientes [IZIDORO, 2006].

5 Os recursos de acessibilidade são catalogados da seguinte forma: adaptações físicas, adaptação de hardware e os softwares especiais. Existem softwares que facilitam a comunicação para deficientes de fala: Anagrama-Comp, Bliss-Comp, NoteVox e para deficientes visuais: BibliVox, DosVox, CantaLetras [JÚNIOR, 2006]. 2.2 Projeto Rybená O desenvolvimento de projeto/software para os deficientes auditivos baseiase no treinamento de voz ou aquisição de vocábulos que deu origem às novas linhas de software que são utilizadas hoje. Atualmente as interfaces e a utilização dos softwares são padronizados pela Linguagem Brasileira de Sinais (LIBRAS). O software Rybená [RYBENÁ, 2005] (comunicação na língua indígena Xavante) vem sendo desenvolvido com o objetivo de facilitar a comunicação entre deficientes visuais e auditivos utilizando qualquer meio de comunicação. FIGURA 3: Modelo Simplificado para Troca de Mensagens Esse software utiliza o modelo simplificado e a figura 3 demonstra as fases desse modelo, que possibilita a troca de mensagens de voz, sendo repassada para o reconhecedor de voz e transmitida por mensagem de texto para o receptor. Antes do recebimento da mensagem pelo receptor, ela passa por um sistema interpretador em LIBRAS, que estabelece uma conexão com o banco de dados que armazena animações Linguagem Brasileira de Sinais (LIBRAS). Cada termo reconhecido é transmitido para o celular do receptor a animação. Caso isso não ocorra, a imagem dos caracteres será transmitida letra por letra para o celular de origem. Neste software, as palavras são soletradas utilizando a animação do Rybeninho, conforme demonstra a figura 4.

6 Fonte: Torpedo Rybená - Manual do Usuário [CTS, 2005] Figura 4: Rybeninho 2.3 Projeto TS/PC Outro software voltado para comunicação via telefonia móvel é o telefone para surdos via computador (TSPC) desenvolvido pela Agência Nacional de Telecomunicação (ANATEL), que permite a comunicação entre o deficiente auditivo e o destinatário por meio de mensagens de texto sem necessidade de intermediário [JÚNIOR, 2006]. 3 TECNOLOGIAS DISPONÍVEIS NO MERCADO O mundo tecnológico tem grande impacto na vida de todos os seres humanos e, como conseqüência lógica, também nos portadores de deficiência. Nos deficientes esse impacto é maior, à medida que elimina as barreiras que impedem a sua efetiva inclusão social [SILVA e VIZIM, 2003]. Algumas das tecnologias disponíveis que facilitam a utilização do telefone móvel pelo deficiente serão apresentadas. 3.1 Pacote de acessibilidade da empresa Nuance Constituído por aparelhos que atendem aos requisitos dos telefones móveis voltados para os portadores de deficiência visual. O pacote é formado por dois softwares: TALKS, um leitor de ecrã (tela) e ZOOMS, e um ampliador de ecrã. O TALKS e o ZOOMS possibilitam a qualquer pessoa com deficiência da visão usar a maior parte das funções do seu telefone.

7 O software concentra-se em utilizar as funcionalidades do telefone ao em vez de preocupar-se com comandos complicados do leitor de ecrã ou do ampliador [NUANCE,2007]. Algumas das funcionalidades disponíveis nesse pacote que atende as necessidades do deficiente visual são: ler o número que está ligando para a pessoa, ler e escrever mensagens de texto, mudar o perfil do seu telefone e outras definições. 3.2 Software Speechpak Talks A empresa ScanSoft lançou a aplicação SpeechPAK projetada especificamente para facilitar o acesso ao telefone móvel para os portadores de deficiência visual. Esse software cria uma interface com o aparelho para ler alto os textos do display, o menu do aparelho, contatos e mensagens curtas. Além de possuir voz sintetizada, identificador do número que está chamando no aparelho em voz alta, calculadora, editar e adicionar contatos, ajustes do perfil e outras ferramentas básicas dos aparelhos [NUANCE,2007]. 3.3 Software Mobile Speak A empresa CodeFactory desenvolveu o software Mobile Speak com a finalidade de facilitar o uso do telefone móvel pelo portador de deficiência visual, permitindo acesso a maior parte das funções do aparelho sem a utilização de uma interface. Esse software trabalha junto com o sintetizador de tela do grupo Acapela (Tecnologias Babel). Além desse software, a empresa CodeFactory disponibiliza um pacote adicional de software acessíveis como calculadora, gravador de som, jogos, reprodução de MP3 e sua perspectiva para as novas versões é oferecer um navegador web em parceira com a empresa Access Systems Europe, possibilitando o acesso a internet através do telefone móvel [CODEFACTORY, 2006]. 3.4 Aparelho DIX A empresa Telecomunicações Móveis Nacionais (TMN) lançou o aparelho DIX um telefone móvel integrado com a aplicação Mobile Speak, um software desenvolvido pela CodeFactory, adaptado para a língua portuguesa e tem como

8 público alvo os portadores de deficiência visual. O DIX lê em voz alta ao seu utilizador todo o texto escrito no visor, auxiliando-o na escolha de funções como relógio, agenda, bloco de notas, calculadora e mensagens escritas [TMN, 2007]. 3.5 Serviços e produtos da Vodafone Para obter melhores conhecimentos das necessidades dos deficientes visuais, a empresa Vodafone firmou uma parceria com o Instituto Nacional Real para os Cegos (RNIB) para o desenvolvimento de telefones móveis falantes que permitem que deficientes visuais acessem informações sobre a bateria do celular, o sinal de comunicação, , fax, listas de endereços, calendário, notpad entre outras ferramentas, tudo via áudio [VODAFONE, 2004]. Os deficientes auditivos podem utilizar o serviço de correio, em que a mensagem Voic , e fax podem ser armazenados em uma pasta acessível a qualquer momento e caso o cliente não possa ouvir suas mensagens de voz, um operador capacitado transformará a mensagem de áudio em texto para serem visualizadas no display do telefone móvel. O deficiente também pode optar por troca de mensagens de texto ao invés do discurso. O serviço RNID Typetalk disponibiliza para o deficiente a conversão da linguagem verbal para a linguagem escrita, sendo o facilitador da conversa entre o deficiente e um não-deficiente. 4 DESENVOLVIMENTO DA APLICAÇÃO LEMBRETE O desenvolvimento desta aplicação pretende facilitar o cotidiano do portador de deficiência auditiva por meio da utilização de lembretes no telefone móvel. A função da aplicação Lembrete é auxiliar o deficiente em lembrar seus compromissos no decorrer da semana, em que poderá optar mediante a uma lista pré-definida, qual a opção que melhor lhe atende. Para o desenvolvimento da aplicação foram utilizadas as seguintes ferramentas disponíveis gratuitamente no site da empresa SUN e no da comunidade código aberto NetBeans: CLDC (Connected Limited Device Configuration) versão 1.1, MIDP (Mobile Information

9 Device Profile) versão 2.0, Sun Java Wireless Toolkit versão 2.5.1, Easy Eclipseme versão e NetBeans Mobility Pack for CLDC/MIDP versão Essas ferramentas foram escolhidas devido a sua gratuidade, fazendo com que o custo da aplicação seja baixo, tornando-a acessível a pessoas menos favorecidas. A ferramenta NetBeans gera automaticamente um diagrama de processo que demonstra visualmente a modelagem da aplicação para o desenvolvedor. Figura 5: Diagrama de processo da aplicação Lembrete A figura 5 demonstra o diagrama de processo da aplicação Lembrete com seus elementos, conexões e estruturas de atividade. Para a implementação da aplicação foi utilizada inicialmente a ferramenta Netbeans devido à sua facilidade e usabilidade no momento do desenvolvimento da aplicação utilizando os seus recursos de interface gráfica. Devido à restrição imposta por essa ferramenta no momento da alteração no código fonte da aplicação foi utilizada a ferramenta Easy Eclipseme que fornece maior liberdade para o implementador. A interface gráfica da aplicação Lembrete preocupou-se em facilitar a visualização do portador de deficiência auditiva por meio do uso de imagens e da vibração do aparelho celular, para que haja uma melhor interação entre o deficiente e seu aparelho. A figura 6a mostra a primeira tela que o deficiente visualizará na aplicação Lembrete, constituída por vários ícones. O significado de cada ícone pode ser visto na figura 6b.

10 Senha Chamadas Mensagem Lembrete Calculadora Calendário Perfil Configuração Figura 6a: Tela Principal Figura 6b: Ícones e Funções Na tela principal Aplicativo, figura 6a, o deficiente auditivo deverá selecionar o ícone do aplicativo Lembrete e poderá optar entre os botões Ok e Ajuda. Caso o usuário pressione o botão Ok ele será direcionado para a próxima tela da aplicação, se optar pelo botão Ajuda será exibido na tela um texto que conterá informações que auxiliará a navegação do usuário pelo aplicativo Lembrete. No decorrer do desenvolvimento do aplicativo surgiu uma preocupação em atender a todos os níveis de escolaridades dos usuários deficientes auditivos, para que não haja uma exclusão dos deficientes analfabetos ou semi-analfabetos. Devido a esta preocupação foram incluídas imagens acima dos botões para que o deficiente consiga associá-las às funcionalidades dos botões, conforme demonstra a figura 7a. Na aplicação Torpedo Rybená [RYBENÁ, 2005] foi criado uma animação chamada Rybeninho que soletra as palavras através dos sinais de LIBRAS auxiliando o deficiente na utilização da aplicação. Para melhorar a interação do deficiente com o aplicativo Lembrete também foi adotada esta funcionalidade. Na figura 7b a animação, chamada Eureka, soletra a palavra lembrete para que o usuário saiba que está no aplicativo e para o usuário alfabetizado aparece lembrete no título da tela. Ok Ajuda Sair Menu Voltar Figura 7a: Imagens e Botões Figura 7b: Tela Lembrete

11 Na tela Lembrete o usuário terá como opções os botões Sair e Menu. Caso o usuário seleciona Sair o aplicativo retornará para a tela principal Aplicativo para que seja escolhida a opção adequada à sua necessidade. Se for selecionado o botão Menu serão exibidas as opções Anotar, Ver e Apagar através de uma lista. A opção Anotar tem o objetivo que anotar um lembrete para que o usuário não esqueça suas tarefas ou compromissos, a Ver o usuário poderá ver os lembretes que já foram agendados e na opção Apagar poderão ser excluídos lembretes agendados, conforme figura 8. Figura 8: Menu Após o deficiente optar pela opção Anotar, que é o objetivo do aplicativo, aparecerá a animação Eureka que soletrará através dos sinais em Libras as opções de uma lista pré-definida com os assuntos a serem escolhidos. Essa lista é constituída por três opões Remédio, Médico e Reunião, conforme figura 9. Figura 9: Opções de Assunto: Remédio, Médico e Reunião A lista tem como objetivo de exemplificar uma lista de assuntos, em que usuário poderá caminhar nela através das opções Próximo ou Anterior que fazem parte do botão Menu conforme demonstra a figura 10.

12 Figura 10: Menu Após o usuário escolher a melhor opção que lhe atende através do botão Ok, a animação Eureka irá solicitar a programação da data e hora do lembrete conforme mostrado nas figuras 11a e 11b. Em ambas as telas, data e hora, não foi possível inserir as imagens para facilitar a identificação dos botões devido a ser uma função nativa da plataforma Java. Figura 11 a: Calendário Figura 11 b: Hora Caso o usuário informe a data ou hora incorreta a animação Eureka exibirá a mensagem Data ou Hora Inválida! através da linguagem dos sinais, conforme figura 12a. O usuário deverá voltar e informar nova data ou hora correta para que seja agendado o lembrete corretamente. No final da aplicação a animação Eureka exibirá a mensagem Lembrete Agendado! informando que a aplicação foi finalizada de forma correta, conforme mostra a figura 12b.

13 Figura 12a: Data ou Hora Inválida Figura 12b: Lembrete Agendado! No dia e na hora agendada a animação Eureka lembrará o deficiente de seu compromisso por meio da linguagem dos sinais e o aparelho celular também vibrará para facilitar a identificação. 5. CONCLUSÕES Por meio do censo que foi realizado em 2000 e dos novos conhecimentos a respeito do portador de deficiência visual e auditivo incluso na sociedade brasileira, pode-se perceber que há muito a ser feito, tanto no campo tecnológico quanto na capacitação desses deficientes para um melhor aproveitamento no mercado de trabalho. Mesmo com a legislação brasileira garantindo os direitos dos portadores de deficiência e a política nacional auxiliando na luta contra a exclusão social e a favor da inclusão sócio-econômica, cultural e política, o portador de deficiência continua enfrentando algumas dificuldades na utilização de tecnologias. Um dos problemas no desenvolvimento da tecnologia acessível é o pouco incentivo e patrocínio do governo e das empresas, devido à contratação de mão-deobra especializada que ocasiona o alto custo de desenvolvimento dessas ferramentas e a comercialização desses produtos. Verifica-se que os softwares voltados para deficientes vêm tendo um pequeno e contínuo progresso na área de desenvolvimento, incluindo ambientes abertos. O deficiente visual está mais inserido na sociedade devido ao melhor acesso a softwares que facilitam o uso da Internet, do celular, da execução de operações bancárias entre outras. Já os deficientes auditivos estão à margem da sociedade,

14 por possuírem poucos aplicativos que facilitem a comunicação verbal, a leitura e a escrita. Com o auxílio dessas tecnologias, percebe-se que há uma melhora na autoestima do deficiente, promovendo o interesse no aprendizado de novos conceitos, no aprimoramento do nível cognitivo, aumentando a capacidade de criatividade, melhorando o desempenho na alfabetização das crianças deficientes, além de uma maior participação no âmbito familiar. Fazendo referência ao fator sócio-econômico dos deficientes, foi observado que há uma predominância dos deficientes na classe com menor poder aquisitivo, tornando necessário o desenvolvimento de tecnologias a baixo custo ou até mesmo de forma gratuita. Mesmo com a assistência de entidades filantrópicas, a abrangência dessas tecnologias é muito restrita aos deficientes. Para finalizar, a aplicação Lembrete abordou apenas o agendamento de tarefas a serem desempenhadas pelo portador de deficiência auditivo no decorrer do seu dia-a-dia. No entanto, pode-se desenvolver futuramente, novas aplicações com funcionalidades ainda não abordadas em tecnologias acessíveis. Como resultado, é possível ter uma tecnologia acessível e de baixo custo contendo todas as funcionalidades necessárias para o uso do aparelho celular pelos portadores de deficiência auditiva. 7. REFERÊNCIAS BARROS, Cecília Holtz de Camargo. O uso do telefone pelo deficiente auditivo. Fono Atual, São Paulo, v.6, n.25, p.46-51, 3. trim BRASIL TELECOM, Disponível em: < Acesso em 09 jun [CODEFACTORY, 2006] CODEFACTORY. Barcelona, Disponível em: < Acesso em 09 jun [Censo, 2000] INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Censo Demográfico 2000 Características - Gerais da População - Resultado da Amostra. Rio de Janeiro. p

15 [CTS, 2005] CENTRO DE TECNOLOGIA DE SOFTWARE (CTS). Torpedo Rybená Manual do Usuário. p [IZIDORO, 2006] IZIDORO, C.C. et al. Design de Inclusão. In: 7º Congresso de Pesquisa & Desenvolvimento em Design Paraná. [IRIS, 2004] INSTITUTO DE RESPONSABILIDADE E INCLUSÃO SOCIAL (IRIS). São Paulo, Disponível em: < Acesso em 09 jun [JÚNIOR, 2006] JÚNIOR, C. B. et al. Tecnologia da Informação Voltada para Portadores de Necessidades Especiais: Relato de Caso In: ETD Educação Temática Digital. Campinas, V.8, n.1, p , dez [LÉVY, 1999] CIBERCULTURA. Rio de Janeiro: Editora 34, [NUANCE,2007] NUANCE. Estados Unidos, Disponível em: < Acesso em 09 jun [RYBENÁ, 2005] RYBENÁ, Disponível em: < Acesso em 09 jun [SANTOS et al., 2005] SANTOS, R. F. et al. Solução de Comunicação para Pessoas com Deficiência Auditiva. In: ATIID III Seminário e II Oficina Acessibilidade, TI e Inclusão Digital São Paulo. [SILVA e VIZIM, 2003] SILVA, Shirley; VIZIM, Marli. Políticas públicas: educação, tecnologias e pessoas com deficiências. Campinas: Mercado de Letras, ALB, p. SILVA, Katia G. Comparativo entre as Plataformas J2ME e.net Compact Framework para Desenvolvimento de Aplicações para Dispositivos Móveis. Centro Universitário Luterano de Palmas p. Palmas. [TMN, 2007] TMN, Portugal. Disponível em: < Acesso em 09 jun [VODAFONE, 2004] VODAFONE. We re accessible. Vodafone Limited. Abr Disponível em: < > Acesso em: 01 abr