1 Política Antecipada X Política Não Antecipada
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- Melissa Sampaio Lima
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1 FGV-RJ / EPGE Economia Monetária e Financeira Prof. Marcos Antonio Silveira Nota de Aula 19: Regras X Discrição: Viés Inflacionário Modelo de Kynland Prescott Bibliografia: Advanced Macreoeconomics (David Romer), capítulo 9, seção Política Antecipada X Política Não Antecipada política não antecipada discricionaridade do policymaker ativismo de política monetária: reação à inflação e hiato do produto formação das expectativas do mercado: preferências do policymaker; estrutura da economia política antecipada credibilidade: lei, delegação, reputação regras ativas: ativismo passivas formação das expectativas do mercado: política anunciada 1
2 2 Modelo de Kynland Prescott 2.1 Hipóteses do modelo Curva de oferta de Lucas: y y n = b (π π e ) b > 0 Expectativas racionais: π e = E [π] Função de bem-estar social ("função perda"): L = 1 2 (y y ) a (π π ) 2 y > y n a > 0 função objetivo do policymaker quem é o policymaker? policymaker 6= autoridade monetária (Bacen) policymaker: governo, Tesouro, sujeito à pressão política inflação acima de certo nível π traz custo social custo marginal da inflação crescente y >y n : impostos distorcivos; competição monopolista Policymaker decide nível de inflação π através da política monetária 2.2 "Binding Commitment" Expectativas formadas após anúncio da regra de política Regras com credibilidade Policymaker tem as mãos amarradas = credibilidade = π = π e = y = y n = L = 1 2 (y n y ) a (π π ) 2 > 0 Regra ótima: π = π = L Comm = 1 2 (y n y ) 2 2
3 2.3 Discricionaridade Policymaker escolhe inflação tomando expectativas como dadas Policymaker escolhe π para minimizar a função perda: L (π) = 1 y z } { y n + b (π π e ) y a (π π ) 2 Derivada primeira da função perda: L(π) π = BMg CMg z } { z } { b [y n + b (π π e ) y ]+ a (π π ) Derivada segunda da função perda: função perda estritamente côncava 2 L (π) π 2 = b 2 + a>0 Condição de primeira ordem (necessária e suficiente): política escolhida π o satisfaz L(π o ) π Resolvendo para π o na equação acima: = b [y n + b (π o π e ) y ]+a (π o π )=0 π o = b2 π e + aπ + b (y y n ) a + b 2 = π + b (y y n ) a + b 2 + b2 (π e π ) a + b 2 (1) Inconsistência dinâmica (temporal) da inflação ótima π : π e = π = π o = π + b (y y n ) a + b 2 >π Intuição: suponha π e = π = perda marginal avaliada em π = π : L(π ) π = BMg<0 CMg=0 z } { z } { b [y n + b (π π ) y ]+ a (π π ) = b [y n y ] < 0 = CMg < BMg 3
4 Expectativas racionais: mercado antecipa incentivo doa policymaker em se desviar da política previamente anunciada para minimizr função perda = Combinando eqs. (1) e (2): Resultado: viés inflacionário π EQ > π y n = y 2.4 Viés inflacionário π o = π e (2) π e = π + b (y y n ) + b2 (π e π ) a + b 2 a + b 2 = π o = π e = π + b (y y n ) a π EQ L Disc = 1 2 [y n y ] a π EQ π 2 >LComm = 1 2 (y n y ) 2 incentivo do policymaker em usar política não antecipada para aumentar o produto expectativas racionais: mercado antecipa este comportamento viés-inflacionário: mais inflação e produto inalterado 2.5 Recomendações de Política Novos-clássicos: regras ativas = política antecipada = sem efeito real discricionaridade = viés inflacionário; instabilidade do produto Recomendação: política passiva através de regras com credibilidade regra de crescimento constante da moeda coerente com a estabilidade dos preços: desinflação sem custos estabilidade para a economia 4
5 2.6 Credibilidade das regras monetárias inconsistência dinâmica das regras : incentivo do policymaker em se afastar das regras, após a formação das expectativas = perda de credibilidade como superar o problema da falta de credibilidade? "amarrar as mãos do policymaker: necessidade de regras explícitas e amparadas na lei problema: regra não considera todas as contingências delegação: Banco Central (autoridade monetária) independente (Rogoff) reputação Constituição (Milton Friedman) 5
6 3 Independência do Banco Central Pq independência do Bacen pode conferir maior credibilidade às regras? Bacen mais avesso à inflação que o policymaker e o resto da sociedade Banco Central conservador (Rogoff): independência de objetivos e instrumentos contrato entre Executivo e Bacen (Walsh): independência de objetivos Independência formal: amparo na lei, mandato para diretoria = Bacen imune a pressões políticas Independência informal: reputação (caso brasileiro) Independência de instrumentos (independência operacional): objetivos estabelecidos pelo governo plena liberdade de ação para perseguir o objetivo único de estabilidade dos preços caso brasileiro: metas de inflação de terminada pelo CMN Independência de objetivos: tarefa estatutária de guardião do poder de compra da moeda caso norte-americano: inflação ótima determinada pelo FED Critérios de medida da autonomia dos Bancos Centrais (Cukierman, Godhart) rotatividade dos dirigentes: mandato para diretores estatutos: grau de interferência do Executivo nas decisões do Bacens Estudos empíricos: correlação negativa entre grau de independência e taxa de inflação (Alesina, Summers) 6
Carvalho et al. (2015: cap. 10) Modenesi (2005: cap. 3, ss.3.2 e 3.3) Ineficácia, inconsistência, viés inflacionário da PM e independência BC
5. Política Monetária Novo-Clássica 5.2. Ineficácia da política monetária, inconsistência temporal, viés inflacionário e a tese da independência do Banco Central Carvalho et al. (2015: cap. 10) Modenesi
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