DOSES DE ENXOFRE ASSOCIADAS A INSETICIDA EM PULVERIZAÇÃO NO CONTROLE DO BICUDO Anthonomus grandis BOHEMAN,1843 NO ALGODOEIRO

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1 DOSES DE ENXOFRE ASSOCIADAS A INSETICIDA EM PULVERIZAÇÃO NO CONTROLE DO BICUDO Anthonomus grandis BOHEMAN,1843 NO ALGODOEIRO Silvestre Bellettini (Fundação Faculdades Luiz Meneghel FFALM / bellettini@ffalm.br), Nair Mieko Takaki Bellettini (FFALM), Márcio Minoru Harada (Estagiário FFALM), Cleverson César Bianchini (Estagiário FFALM), Sanderlei Montanhani (Estagiário FFALM), Alexandro Montanhani (Estagiário FFALM) RESUMO - Avaliou-se em Bandeirantes - PR, doses de enxofre associadas a inseticida no controle do bicudo utilizando cultivar IPR 95, espaçamento de 0,9 m entrelinhas, 8 plantas por metro. O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso, com 7 tratamentos e 4 repetições, parcelas isoladas de 32,4 m 2. Efetuou-se 3 pulverizações com intervalos de 5 dias, dos tratamentos em i.a./ha: betacyfluthrin (Bulldock 125 SC) 10 e 12,5 g; betacyfluthrin + enxofre (Bulldock 125 SC + Kumulus DF) ; ; 12, e 12, g e testemunha (sem inseticida). Para aplicação, utilizou-se pulverizador de CO 2, bico X 4, pressão de 70 lb/pol 2 e volume de calda de 200 L/ha. As avaliações foram efetuadas em pré-contagem e a 1, 3, 6, 9 e 12 dias após a terceira aplicação, examinando-se em 50 botões florais ao acaso por parcela, os danos de alimentação e/ou oviposição do bicudo. Concluiu-se que: a) Todos os tratamentos apresentaram eficiência superior a 81% no controle do bicudo a 1, 3, 6, 9 e 12 dias após a terceira aplicação; b) A associação de enxofre ao betacyfluthrin aumentou a eficiência de controle; c) As maiores eficiências foram obtidas com a maior dose de enxofre e betacyfluthrin. Palavras-chave: enxofre, bicudo, algodão SULPHUR DOSES ASSOCIATED WITH PULVERIZATION INSECTICIDE IN ORDER TO CONTROL BOOL WEEVIL Anthonomus grandis BOHEMAN, 1843 IN COTTON CROP ABSTRACT - It was been evaluated in Bandeirantes-PR, sulphur doses associated with insecticide in bool weevil control using cultivar IPR 95, 0,9 meter space between lines, 8 plants per meter. It was been used as experimental design were randomized blocks, with 7 treatments and 4 repetitions, isolated plots of 32,4 square meters. It has accomplished 03 pulverizations at intervals of 5 days, with following treatments on a.i./ha: betacyfluthrin (Bulldock 125 SC) 10 and 12,5 g; betacyfluthrin + sulfur (Bulldock ; ; 12, and 12, g and control (without insecticide). For applications they have used CO 2 sprayer, X 4 nozzle, 70 lb/pol 2 pressure and a volume of 200 L/ha. The appraisals have been done by in pre-reckoning up to 1, 3, 6, 9 and 12 days after the third application, analyzing in 50 randomized flower bud at random by plot, the food damage and/or bool weevil egg laying. It was concluded that: a) Every treatments has shown efficiency over 81% in bool weevil control the 1, 3, 6, 9 and 12 days affer the third application; b) The association of sulphur with betacyfluthrin has improved controling efficiency; c) The best results were obtained with larger sulphur and betacyfluthrin doses. Key words: sulphur, bool weevil, cotton

2 INTRODUÇÃO O bicudo do algodoeiro Anthonomus grandis Boheman, 1843, tornou-se uma das pragas de maior importância econômica em todas as regiões cotonicultoras brasileiras. No Brasil, o bicudo foi registrado em fevereiro de 1983, pela primeira vez, no município de Campinas-SP (HABIB e FERNANDEZ,1983). Em julho de 1983, o bicudo foi encontrado no município de Ingá - PB (BARBOSA et al., 1983) e no Paraná, nos municípios de Barra do Jacaré e Maringá no final da safra de 1986 (SANTOS, 1989). Gallo et al. (2002) citam como prejuízos, a queda anormal de botões florais e flores que impedem a abertura dos frutos, destruindo-os internamente, pois uma única estrutura pode abrigar várias larvas. Devido ao ataque do bicudo, a lavoura perde a carga, apresenta grande desenvolvimento vegetativo, fica bastante enfolhada, mas sem produção. Os mesmos autores citam que a época de ocorrência na cultura vai dos 50 dias após a emergência das plantas até o final da cultura e que as amostragens devem ser realizadas através de botões florais e armadilha com feromônio sexual grandlure. O nível de controle é de 10% de plantas atacadas e um adulto por armadilha. Com o objetivo de avaliar doses de enxofre associadas a inseticida em pulverização no controle do bicudo no algodoeiro, instalou-se experimento. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi instalado no dia 5 de janeiro de 2002, no campus da Fundação Faculdades Luiz Meneghel, Bandeirantes - PR, em cultura do algodoeiro, cultivar IPR 95, com sementes deslintada quimicamente, tratadas com imidacloprid (Gaucho 400g/100kg de sementes) + tolylfluanid (Euparen 500 PM 150g) e pencycuron (Monceren PM 350 g/100kg de sementes), semeada em 14/11/01, no espaçamento de 0,9 m entrelinhas com 12 sementes por metro. A completa emergência das plântulas ocorreu em 20/11/01. O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso com 7 tratamentos e 4 repetições, parcelas isoladas de 32,4 m 2 (5,4m x 6m), perfazendo área total de 907,2 m 2. Foram efetuadas três pulverizações com intervalos de 5 dias, dos tratamentos em i.a./ha: betacyfluthrin (Bulldock 125 SC) 10 e 12,5 g; betacyfluthrin + enxofre (Bulldock ; ; 12, e 12, g e testemunha (sem inseticida). Para as pulverizações, utilizou-se pulverizador de pressão constante (CO 2 ), bico X 4, pressão de 70 lb/pol 2 e volume de calda de 200 L/ha. As avaliações foram realizadas em pré-contagem e a 1, 3, 6, 9 e 12 dias após a terceira aplicação. Em cada avaliação, examinou-se em 50 botões florais ao acaso por parcela a presença ou não de danos advindos da alimentação e/ou oviposição do bicudo do algodoeiro. Para a análise estatística, os dados foram transformados para x + 0, 5, aplicando-se os testes F e Tukey conforme Gomes (2000). A porcentagem de eficiência foi calculada através dos dados originais pela fórmula de Abbott (ABBOTT, 1925).

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO As médias do número de botões florais danificados pelo bicudo do algodoeiro encontram-se na Tabela 1 e a porcentagem de eficiência na Tabela 2. Através dos dados da pré-contagem, verifica-se que o experimento apresentou infestação variando de 5 a 6,5% de ataque, com distribuição homogênea nos tratamentos sendo a análise estatística não significativa. Nas avaliações a 1, 3, 6, 9 e 12 dias após a terceira aplicação, todos os tratamentos químicos apresentaram o mesmo comportamento estatístico entre si e diferiram significativamente da testemunha. Tabela 1. Médias do número de botões florais danificados pelo bicudo no algodoeiro. Bandeirantes - PR, précontagem DIAS APÓS A TERCEIRA APLICAÇÃO Doses Tratamentos g i.a./ha X 1 MT 2 X 1 MT 2 X 1 MT 2 X 1 MT 2 X 1 MT 2 X 1 MT 2 1.betacyfluthrin (Bulldock 125 SC) 10 2,8 1,8a 1,8 1,4a 2,5 1,7a 1,3 1,2a 1,5 1,4a 2,8 1,7a 2.betacyfluthrin (Bulldock 125 SC) 12,5 2,5 1,7a 1,3 1,2a 2,3 1,6a 0,8 1,1a 1,3 1,3a 2,0 1,5a 3.betacyfluthrin+ enxofre (Bulldock ,5 1,6a 1,5 1,3a 1,8 1,5a 0,8 1,1a 1,3 1,3a 1,5 1,4a 4.betacyfluthrin+ enxofre (Bulldock ,8 1,7a 1,0 1,2a 1,5 1,3a 0,3 0,8a 0,8 1,1a 1,3 1,3a 5.betacyfluthrin+ enxofre (Bulldock , ,0 1,9a 0,8 1,1a 1,3 1,3a 0,3 0,8a 0,3 0,8a 1,3 1,2a 6.betacyfluthrin+ enxofre (Bulldock , ,3 1,9a 0,5 1,0a 0,8 1,1a 0,3 0,8a 0,3 0,8a 0,8 1,1a 7.testemunha (sem inseticida) - 3,3 1,9a 14, 11, 3,8b 17,8 4,2b 11,8 3,5b 3 5 3,5b 15,0 3,9b F para tratamentos 0,3n.s. 30,2** 25,2** 35,1** 27,5** 20,0** C.V. (%) 24,9 23,3 24,0 24,4 24,1 25,9 D.M.S. (5%) 1,0 0,9 1,0 1,0 0,8 1,0 1 - Médias originais 2 - Médias transformadas para x + 0, 5 Médias seguidas de mesma letra, na vertical, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

4 Tabela 2. Porcentagem de eficiência dos inseticidas no controle do bicudo no algodoeiro. Bandeirantes - PR, DOSES DIAS APÓS A TERCEIRA APLICAÇÃO TRATAMENTOS g i.a. /ha betacyfluthrin (Bulldock 125 SC) 10 87,4 86,0 89,0 87,0 81,3 2.betacyfluthrin (Bulldock 125 SC) 12,5 90,9 87,1 93,2 88,7 86,7 3.betacyfluthrin+ enxofre (Bulldock ,5 89,9 93,2 88,7 90,0 4.betacyfluthrin+ enxofre (Bulldock ,0 91,6 97,5 93,0 91,3 5.betacyfluthrin+ enxofre (Bulldock , ,4 92,7 97,5 97,4 91,3 6.betacyfluthrin+ enxofre (Bulldock , ,5 95,5 97,5 97,4 94,7 7.testemunha (sem inseticida) CONCLUSÕES 1. Os tratamentos betacyfluthrin (Bulldock 125 SC) 10 e 12,5 g; betacyfluthrin + enxofre (Bulldock ; ; 12, e 12, g i.a./ha apresentaram eficiência superior a 81% no controle do bicudo do algodoeiro a 1, 3, 6, 9 e 12 dias após a terceira aplicação; 2. A associação de enxofre ao betacyfluthrin aumentou a eficiência de controle da praga; 3. As maiores eficiências de controle foram obtidas com a maior dose de enxofre e betacyfluthrin.

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABBOTT, W. S. A method of computing the effectiveness of an insecticide. J. Econ. Entomol.,v. 18, p BARBOSA, S.; BRAGA SOBRINHO. R.; LUKEFAIR, M. J., BEINGOLEA, O.G. Relatório sobre a ocorrência do bicudo do algodoeiro, Anthonomus grandis Boheman Boll Weevil, no Brasil e recomendações para a sua erradicação. Campina Grande: EMBRAPA/CNPA, 1983, 12p. GALLO, D.; NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S., CARVALHO, R.P.L., BAPTISTA, G.C. de., BERTHI FILHO, E., PARRA, J.R.P., ZUCCHI, R.A., ALVES, S.B., VENDRAMIM, J.D., MARCHINI, L.C., LOPES, J.R.S., OMOTO, C. Entomologia agrícola. Piracicaba: FEALQ, p. GOMES, F. P. Curso de estatística experimental. Piracicaba: ESALQ - USP, p. HABIB, M. E. M.; FERNADEZ, W. D. Anthonomus grandis Boheman (Curculionidae) já está na lavoura algodoeira do Brasil. Revista de Agricultura, v. 58, n.1-2, p.74, SANTOS, W. J. dos. Recomendações técnicas para a convivência com o bicudo do algodoeiro Anthonomus grandis Boheman, 1843), no Estado do Paraná. Londrina: IAPAR, p. (Circular, 64).