Dividendos ou juros sobre Capital Próprio: Estudo de caso em uma empresa do setor elétrico
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- Regina Fontes Clementino
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1 Dividendos ou juros sobre Capital Próprio: Estudo de caso em uma empresa do setor elétrico Ivan Fernandes da Cruz Mestrando em Administração CEFET-MG João Eduardo Ribeiro Mestrando em Administração CEFET-MG Claudia Faria Maciel Mestranda em Administração CEFET-MG Gabriel Augusto de Carvalho Mestrando em Administração CEFET-MG Fabrício Molica de Mendonça Professor do Departamento de Ciências Sociais Aplicadas CEFET-MG Resumo: Este artigo tem objetivo analisar, por meio de um estudo caso descritivo, os impactos dos principais mecanismos de distribuição de resultados utilizados no Brasil, dividendos e Juros sobre o Capital Próprio (JCP), no período de 2010 a 2015, com foco na otimização tributária. É utilizada uma empresa do setor energético, de transmissão de energia, denominada Alfa. Propõem-se reprodução dos demonstrativos econômicos financeiros, realizando uma conjugação de dividendos e JCP para verificar o impacto tributário. Procura-se evidenciar o custo evitado com a redução da carga tributária, sob a ótica da empresa ALFA, do acionista e de ambos, simultaneamente (visão global). Considerando todos os encargos pagos quando realizada a distribuição de resultado por meio JCP, a isenção fiscal ao utilizar os dividendos e o contexto global (acionista e empresa), conclui-se que o JCP deve ser considerado uma alternativa de distribuição de resultados, desde que a soma das alíquotas de Imposto de Renda Pessoa Jurídica e Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido, pagos sobre o resultado da empresa naquele ano sejam superior à alíquota de tributação do JCP, caso contrário ocorrerá ineficiência fiscal. Palavras-Chave: Dividendos; Juros Sobre Capital Próprio; Tributação. 1
2 1. Introdução No Brasil, a distribuição de resultados por meio de dividendos ou pagamento de juros sobre capital próprio (JCP) tem sido uma das principais questões debatidas em finanças corporativas. A distribuição de dividendos, de acordo com o 2º do art. 202 da lei 6.404/76, corresponde à parcela do lucro apurado por uma sociedade anônima, distribuída aos acionistas por ocasião do encerramento do exercício social. O pagamento de juros sobre capital próprio (JCP) é entendido como outra forma de distribuição de resultado que é regulado pela Lei 9.249/95 e suas alterações. Ambas as formas de distribuição de resultados, perante a legislação, apresentam similaridades, uma vez que, são possibilidades de distribuição dos resultados das empresas permitidas pelas leis brasileiras e somente poderão ser utilizadas ser houver lucro líquido do exercício apurado, lucros acumulados ou reservas de lucros, conforme lei 6.404/76 e lei 9.249/95 e suas posteriores alterações. Apesar de apresentarem similaridades conceituais, é sabido que há diferenças quanto ao regime tributário e restrições em relação ao montante total que pode ser distribuído. Nesse sentido, questiona-se qual das duas formas de distribuição de resultados é mais vantajosa para a empresa, para o acionista ou para ambos? Desta forma, o objetivo principal deste estudo é analisar os impactos dos principais mecanismos de distribuição de resultados utilizados no Brasil, dividendos e Juros sobre o Capital Próprio (JCP), com foco na otimização tributária. Com intuito de expor uma composição mais eficiente na distribuição de lucros, com uma carga tributária menor e, consequentemente, propiciando mais eficiência e competividade da empresa, uma vez que a redução de encargo tributário poderá ser convertida em produto de melhor qualidade e/ou com preço menor. Esse trabalho se justifica, uma vez que, principalmente neste momento de crise, a utilização adequada dos mecanismos de distribuição de lucros pode representar uma das alavancas para impulsionar a retomada de crescimento. Além disso, os valores pagos em função dos resultados, no Brasil, nos últimos anos têm sido bem relevantes. Conforme levantamentos feitos por Carnier (2005) o montante de resultados distribuídos pelas companhias abertas em 2004 foi R$13,648 bilhões, R$9,039 bilhões em 2003 e R$6,936 bilhões em Outro levantamento de Gamez (2006) demonstra que foram R$ 17,7 bilhões, em E, ainda, segundo Camarotto & Torres (2009) em levantamento realizado considerando as 20 maiores empresas de capital na crise de 2008, houve crescimento no total de remuneração paga aos acionistas de R$18,5 bilhões para R$21,7 bilhões, comparadas ao ano anterior. Considerando o foco deste estudo outro ponto que merece destaque é uma subdivisão, não exaustiva, entre os tipos de acionistas de uma empresa. Acionistas chamados de financeiros que estão direcionados para maior distribuição de resultados, orientados para o curto prazo. E os acionistas que se vincularam a empresa porque entendem do negócio da empresa e pretendem permanecer nela por muito tempo e esses são orientados para logo prazo. A empresa utilizada na análise é uma sociedade anônima, com ações negociadas na Bolsa de valores de São Paulo, do setor de energia, área de transmissão de energia, de grande porte. Porém, em função de não haver tempo hábil para resposta da empresa em relação à permissão para utilização do seu nome e, por questões éticas, informações de identificação da empresa não serão mencionadas. Cumpre esclarecer que todos os dados e informações obtidas para demonstração das simulações propostas, são de domínio público e foram obtidas por fontes tais como site da empresa e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Assim sendo, esta empresa será chamada de empresa ALFA e o período analisado foi 2010 a
3 2. Fundamentação Teórica 2.1. A distribuição de dividendos Conforme Requião (1995;p.198) dividendos é a parcela de lucros que corresponde a cada ação. Segundo Sá e Sá (l990;p. 164) o dividendo pode ser entendido como parcela do lucro da empresa destinada a remunerar o capital do sócio ou do acionista. O estatuto, geralmente, fixa as normas de atribuição dos dividendos e formas de pagamento, bem como épocas. Para Iudícibus, Martins e Gelbecke, (l990;p.433) os dividendos representam uma destinação do lucro do exercício, dos lucros acumulados ou de reservas de lucros aos acionistas da companhia. A distribuição de dividendos é uma forma de distribuição dos lucros das empresas que figura entre as mais debatidas pelas finanças coorporativas Para Speranzini (1994), até o início da década de 1960, acreditava-se que as empresas deveriam pagar dividendos generosamente. No Brasil a lei 6.404/76 faz distinção clara dos tipos e possibilidades de pagamento de resultados. Ressalta-se que diferentemente de muitos outros países dentre eles os Estados Unidos, a distribuição de dividendos, atualmente, no Brasil é isenta. Mas, a história brasileira foi testemunha muitos períodos em que os dividendos foram tributados. Segundo Futema et al. (2009), no Brasil, a tributação sobre os dividendos acontecia até o ano de De 1996 até a presente data (2017), os dividendos não sofreram tributações relativas ao imposto de renda. A Lei 6.404/76, inicialmente, deixa a cargo do estatuto a fixação de dividendo mínimo a ser distribuído. Mas de acordo com o artigo 202 poderão ser distribuídos no mínimo 50% (cinquenta por cento) do lucro líquido com os acréscimos e deduções estabelecidas. Sendo garantido mínimo legal de 25% (vinte e cinco por cento) em caso de omissão do estatuto. No entanto, se a empresa for de capital fechado, a assembleia poderá deliberar, caso não haja oposição de qualquer acionista presente, a distribuição de dividendo menor do que 25% (vinte e cinco por cento) do lucro. Conforme Iudícibus et al. (2010) existem divergências na interpretação do mínimo legal. De acordo com os autores, uma corrente jurídico-societária entende que a companhia constituída após o dispositivo não tem a obrigatoriedade citada. Os estatutos de 82,1% das companhias brasileiras de capital aberto adotaram, no final de 2012, apresentaram em seus estatutos 25% de seu de seu lucro líquido como dividendo obrigatório, como resultado de má compreensão da lei, na visão de Procianoy e Vancin (2016). Cabe esclarecer que, a condição para que se possa distribuir proventos a conta do lucro da empresa é a existência de lucro (dividendos e JCP). E, ainda, conforme artigo 204 da Lei 6.404/76 A companhia que, por força de lei ou de disposição estatutária, levantar balanço semestral, poderá declarar, por deliberação dos órgãos de administração, se autorizados pelo estatuto, dividendo à conta do lucro apurado nesse balanço são os chamados dividendos intermediários, que permite o pagamento de proventos no transcorrer do ano. Analisando pela lente do mercado de capitais a distribuição de dividendos tem outras implicações, segundo Gitman (2012), os dividendos esperados constituem a principal variável de retorno com a qual os acionistas e os investidores determinam o valor da ação. Representam uma fonte de fluxo de caixa para os acionistas e fornecem informações sobre o desempenho atual e futuro da empresa. Assim sendo, cabe ressaltar que a política de dividendos tem forte impacto no comportamento do investidor. A política de dividendos está ligada a pagar ou não pagar dividendos e quanto devem ser pagos. Dentre as principais teorias sobre dividendos cita-se a Teoria Residual de Dividendo que segundo Gitman (2002) somente ocorrerá pagamento de dividendos se este for residual, ou seja, o pagamento ocorrerá somente depois de cumpridas três etapas: (i) Definição de nível ótimo de dispêndio de capital, por meio da intersecção de oportunidade de investimento e 3
4 custo marginal; (II) Definição da estrutura ideal de capital visando suportar o item anterior; (iii) Utilizar lucros retidos para suportar o item ii, desde que as fontes de financiamentos tenham custo superior, caso contrário captar no mercado e distribuir o dividendo residual. No caso do Brasil esta teoria não se aplica muito em função da possiblidade de dedução fiscal das dívidas onerosas. Na Teoria da irrelevância dos dividendos, a forma como a empresa distribui dividendos não afeta o preço da ação, o que determina o valor da empresa são o retorno e riscos de seus ativos. Há ainda o efeito clientela no qual os acionistas procuram empresas com determinado padrão de distribuição de dividendo. Por outro lado, a Teoria da relevância dos dividendos entende que a distribuição de dividendos tem total relação com valor da empresa, utilizando o argumento de que mais vale um pássaro na mão do que dois voando dividendos agora valem mais do que dividendos e ganhos no futuro (MODIGLIANI E MILLER, 1961). Lintner (1956) desenvolveu um modelo que descreve o comportamento dos dividendos. Segundo Silva e Brito (2004), esse modelo possui três premissas relevantes para a política de dividendos: (i) assume que para a administração da empresa a estabilidade dos dividendos deve ser privilegiada porque isso é reconhecido pelo mercado; (ii) o determinante mais importante para qualquer mudança na distribuição de dividendos é o lucro e (iii) a política de dividendos é decidida a priori, sendo as demais decisões, após a de dividendos. Com intuito de demonstrar a participação das políticas de dividendos no gerenciamento dos resultados das empresas Sobrinho, Rodrigues e Sarlo Neto (2014) estudaram as empresas brasileiras de capital aberto. Os achados indicaram que as empresas que realizam maiores pagamentos de dividendos estão associadas a maiores níveis de gerenciamento de resultados. Melo e Fonseca (2015), por sua vez, pesquisaram as relações entre divulgação de fato relevante pelas empresas e as suas respectivas distribuições lucro, na forma de dividendos ou Juros sobre Capital Próprio JCP e concluíram que independentemente dessa divulgação, há a presença de retorno anormal com a aplicação de estudo de evento, evidenciando mudança no comportamento das ações com base nas informações divulgadas. Após exposição do panorama legal e mercadológico sobre dividendos não poderíamos deixar de mencionar as principais restrições e/ou limitações que afetam a política de dividendos, como: (i) restrições legais e restrições contratuais, (ii) restrições internas falta de caixa; (iii) perspectivas de crescimento taxa de crescimento alta requer financiamento alto desta forma pode ocorrer redução de distribuição, empresas maduras com baixa taxa de crescimento, podem distribuir mais dividendos e geralmente tem mais acesso ao mercado; (iv) percepção do mercado sobre o padrão de pagamento de dividendo. A meta assumida com este tópico foi a de traduzir instrumento financeiro dividendos, visando traçar um panorama legal e mercadológico, proporcionando assim mais informações para tomada de decisão Juros Sobre o Capital Próprio Os Juros Sobre o Capital Próprio JCP é um mecanismo brasileiro de remuneração dos resultados, usado para distribuir os lucros para sócios, acionistas e titulares de uma determinada organização, conforme definido na Lei 9.249/95 e suas alterações posteriores. O JCP permite dedução fiscal, uma vez que, é entendida pela legislação como um empréstimo da empresa aos sócios. Nesse sentido, tem tratamento similar ao de dívida onerosa, dentro dos limites legais. O JCP é regulado pela Lei 9.249/95, artigo 9º e tratado segundo a legislação tributária, como despesa financeira para a empresa que o declarar, fazendo com que haja uma redução no lucro tributável, constituindo, assim, um benefício, uma vez que, reduz a base de cálculo e consequentemente o valor a ser pago de Imposto de Renda e Contribuição Social (lucro real). 4
5 Conforme referida Lei, o teto a ser utilizado como pagamento de JCP é o resultado da aplicação, pro rata dia, da Taxa de Juros de Longo Prazo TJLP sobre contas do patrimônio líquido. Além disso, salienta-se que conforme Lei 6.404/76, o JCP tem tratamento similar ao de dividendos quanto à forma e montante a ser distribuído. Esta lei dista que o pagamento de JCP pode ser deduzido do valor do dividendo mínimo obrigatório. De acordo com a lei 9.249/95 o teto a ser utilizado como pagamento de JCP é o resultado da aplicação, pro rata dia, da Taxa de Juros de Longo Prazo TJLP sobre contas do patrimônio líquido, conforme já citado, porém, o montante passível de dedução para efeitos de determinação do lucro real e da base de cálculo da contribuição social limita-se ao maior dos seguintes valores: I - 50% (cinquenta por cento) do lucro líquido do exercício antes da dedução desses juros; II - 50% (cinquenta por cento) do somatório dos lucros acumulados e reserva de lucros, sem computar o resultado do período em curso. Para os efeitos do limite referido no item I, o lucro líquido do exercício será aquele após a dedução da contribuição social sobre o lucro líquido e antes da dedução da provisão para o imposto de renda, sem computar, porém, os juros sobre o patrimônio líquido. Os requisitos para distribuição de JCP se equivalem aos dos dividendos descrito na Art. 201 da Lei 6.404/76. O qual preconiza que as companhias somente poderão pagar dividendos à conta de lucro líquido do exercício, de lucros acumulados e de reserva de lucros; e à conta de reserva de capital, no caso das ações preferenciais de que trata o 5º do artigo 17. O pagamento de JCP está sujeito à incidência de imposto sob a alíquota de 15% retido na fonte. Essa lei criou um incentivo fiscal, equivalente ao benefício dos impostos sobre dívida normalmente vigentes em outros lugares do mundo. Para o cálculo de JCP são excluídas as Reservas de Reavaliação de bens ainda não realizados e a Reserva de Correção Monetária Especial, conforme previsto na Lei nº 8.200/1991. Ainda, existe a possibilidade da utilização do valor creditado líquido do imposto incidente na fonte para integralização de aumento de capital na empresa, o que não prejudica o direito a dedutibilidade da despesa, tanto para efeito do lucro real quanto da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, conforme previsão da Instrução Normativa SRF nº 41, de 22 de abril de 1998 e no 9º do artigo 9º da Lei 9.249/95. No caso de pessoa jurídica investidora tributada com base no lucro real, o IRPJ poderá ser compensado utilizando o IRRF no recebimento dos JCP, ou seja, com o valor retido por ocasião do pagamento ou crédito de juros a título de remuneração de capital citado acima. A lei faculta, ainda, a possibilidade de utilização do JCP que é para o aumento do capital social, conforme faculta o transcrito:... 9º À opção da pessoa jurídica, o valor dos juros a que se refere este artigo poderá ser incorporado ao capital social ou mantido em conta de reserva destinada a aumento de capital, garantida sua dedutibilidade, desde que o imposto de que trata o 2º, assumido pela pessoa jurídica, seja recolhido no prazo de 15 dias contados a partir da data do encerramento do período-base em que tenha ocorrido a dedução dos referidos juros, não sendo reajustável a base de cálculo nem dedutível o imposto pago para fins de apuração do lucro real e da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido.... 5
6 Entretanto, verifica-se que normalmente as empresas não utilizam essa ferramenta por desconhecimento. Mas o JCP apresenta-se como mais uma alternativa na busca de eficiência em estrutura tributária excessiva do Brasil. 3. Método de Pesquisa Neste trabalho o método adotado foi estudo de caso único (BALOGUN e JOHNSON, 2005; SELZNICK, 1966), associada às técnicas qualitativas de coleta e análise de dados. E segundo a classificação adotada por Gil (2002) esta pesquisa é descritiva. Segundo Decourt e Procianoy (2012) O setor elétrico se diferenciou dos demais setores, por uma participação relevante no pagamento de dividendos, sendo reconhecidas como boas pagadoras de resultados pelo mercado. As informações utilizadas são de uma companhia aberta, do setor de energia mais especificamente da área de transmissão de energia, com ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo cujos dados estão disponíveis no site da CVM, bem como site da própria empresa no período de 2010 a A delimitação do período justifica-se por ser um período no qual houve um grande volume de pagamento de distribuição de lucro pela empresa. Conforme já convencionado a empresa será nomeada como empresa ALFA. A seleção da empresa ALFA foi em função do setor reconhecido como bom pagador de dividendos, as demonstrações financeiras estão disponíveis e o grande volume de pagamento distribuição dos resultados no período. Os principais dados utilizados são encontrados no Balanço Patrimonial - BP e nas Demonstrações de Resultado DRE da Empresa. Por meio de reprodução nas demonstrações financeiras propõe-se a inserção de pagamentos de distribuição de resultado composto por JCP e Dividendos, buscando a melhor alternativa para redução da carga tributária. Desta forma, serão analisados os impactos fiscais sob a ótica da empresa ALFA, do acionista e de ambos conjuntamente (visão global). Além da figura dos dividendos e JCP, outra variável importante a Taxa de Juros de Longo Prazo TJLP que será explicitada a seguir. Foram utilizados apenas extratos da DRE e do BP, contemplando apenas as contas necessárias para o estudo. Outro ponto relevante é o fato de que para explicitar o ganho e/ou perda tributária, foram deduzidos dos lucros líquidos os dividendos. O objetivo é demonstrar o ganho ou perda tributária ao final do período, após o pagamento de todas as obrigações da empresa, inclusive com sócios. Assim sendo, foram desconsiderados os regimes de competência e de caixa, apenas para análise didática do impacto tributário na escolha da composição do portfólio de distribuição de resultados. 4. Análise dos Resultados 4.1. Cálculo de Juros sobre capital próprio Antes de adentrar nos resultados faz-se necessário conceituar um componente fundamental no cálculo do JCP que é a Taxa de Juros de Longo Prazo TJLP (Figura 1), a qual representa o custo básico dos financiamentos concedidos pelo BNDES e foi instituído pela Medida Provisória nº 684, de 31/10/94. A TJLP tem período de vigência de um trimestrecalendário e é calculada a partir de parâmetros meta da inflação estabelecida pelo Conselho monetário acrescida do prêmio de risco, no caso concreto foi calculada a taxa média da TJLP a.a. 6
7 Abril - Junho Janeiro - Março Outubro - Dezembro Julho - Setembro Abril - Junho Janeiro - Março Outubro - Dezembro Julho - Setembro Abril - Junho Janeiro - Março Outubro - Dezembro Julho - Setembro Abril - Junho Janeiro - Março ,50% Outubro - Dezembro 7,00% 7,50% Julho - Setembro 6,50% Figura 1. Taxa de Juros de Longo Prazo - TJLP Fonte: Adaptado pelos autores a partir do site do BNDES Conforme legislação o valor do JCP é obtido pelo resultado da multiplicação de TJLP pelo patrimônio líquido da empresa, sendo que do patrimônio líquido é excluído as reservas de reavaliações. Porém, para cálculo de JPC da empresa em estudo foi excluído do cálculo, também, os dividendos adicionais propostos, haja vista, que diante do princípio da prudência entende-se que esses representam um compromisso estabelecido da empresa para com os sócios, ou seja, encontram-se no patrimônio líquido apenas momentaneamente. O valor de JCP indicado na Tabela 1 o máximo que a empresa poderia pagar por meio de JCP. Porém, como poderá ser verificado na Tabela 2 e Tabela 3 tributação - a vantagem utilizar o JCP como possibilidade com dedutibilidade também encontra limite na legislação. Tabela 1: Extrato do Balanço Patrimonial da empresa analisada Empresa ALFA. EXTRATO BALANÇO PATRIMONIAL EMPRESA ALFA Patrimônio Líquido (Valores expressos em milhares de reais) 5,50% 5,00% Outubro - Dezembro 5,00% Julho - Setembro 5,00% Abril - Junho 5,00% 5,00% Janeiro - Março 5,00% ,50% Outubro - Dezembro 5,50% Julho - Setembro Abril - Junho Janeiro - Março Abril - Junho Janeiro - Março Capital Social Reserva de Capital Reserva de Lucros Dividendos Adicionais Patrimônio Líquido TJLP 5,75% 5,00% 5,00% 6,25% Calculo JCP Fonte: adaptado do site da Comissão de Valores Mobiliários - CVM. 4.2 Tributação dos dividendos e Juros Sobre Capital Próprio O conceito do artigo 202 da lei 6.404/76 de dividendo também é abarcado pelo JCP. Atualmente, a distribuição de dividendo é isenta de tributação, o JCP por sua vez é tributado em 15% de imposto de renda retido na fonte sobre o valor a ser distribuído. Ou seja, a cada R$100,00 (cem reais) distribuídos por meio de JCP, apenas R$85,00 (oitenta e cinco reais) 7
8 chegaram ao bolso do acionista e R$15,00 (quinze reais) ficarão retidos para pagamento de impostos. Então qual a vantagem de se pagar JCP? Pois bem, dentro dos limites legais o valor de JCP é entendido pela legislação como um empréstimo da empresa aos sócios, desta forma tem tratamento tributário diferenciado, permitindo que seja incluído na despesa financeira da empresa, reduzindo o lucro tributável, proporcionando um pagamento de imposto de renda e contribuição social menor. Mas, este benefício fiscal tem limites e/ou restrições. A primeira restrição apontada é o regime tributário utilizado pela empresa, neste caso apenas empresas que apuram o lucro pelo regime tributário por lucro real, podem utilizar do benefício. Além disso, tem os limites legais definidos para alcance do benefício fiscal conforme a seguir: Limita-se ao maior dos seguintes valores: I - 50% (cinquenta por cento) do lucro líquido do exercício antes da dedução desses juros; II - 50% (cinquenta por cento) do somatório dos lucros acumulados e reserva de lucros, sem computar o resultado do período em curso. No caso da empresa ALFA tem-se: Tabela 2: Extrato da Demonstração de Resultados da empresa analisada Empresa ALFA. EXTRATO DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS ALFA Resultados do Período (Valores expressos em milhares de reais) Resultados Antes das Despesas Financeiras Equivalência Patrimonial Receitas Financeiras Despesas Financeiras Imposto de Renda e Contribuição Social Lucro Líquido Cálculo JCP - limite 50% (I) Fonte: Site da empresa analisada e no site da Comissão de Valores Mobiliários Tabela 3: Extrato do Balanço Patrimonial da empresa analisada Empresa ALFA. EXTRATO BALANÇO PATRIMONIAL EMPRESA ALFA Patrimônio Líquido (Valores expressos em milhares de reais) Capital Social Reserva de Capital Reserva de Lucros Dividendos Adicionais Patrimônio Líquido Cálculo JCP - limite 50% (II) Fonte: Site da empresa analisada e no site da Comissão de Valores Mobiliários 8
9 Observa-se que a conta lucros acumulados não consta no patrimônio da empresa ALFA, com o surgimento da Lei /2007 as sociedades por ações devem destinar totalmente o saldo de lucro acumulados por proposta da administração da companhia ao final do período. Desta forma, a única conta utilizada para no cálculo acima foi reserva de lucro. Na comparação entre os valores mencionados, verifica-se que referente ao o inciso I reflete o maior valor e será o considerado para efeito das simulações Outras limitações e/ou Restrições Outras restrições quanto à distribuição dos resultados tanto para dividendos como para JCP é insuficiência de caixa, pois o fato de obter lucro quer dizer que existe caixa para pagamento de distribuição; A decisão quanto ao instrumento financeiro utilizado para distribuição de lucros da empresa muitas vezes está definida em estatuto e neste caso para empresas S.A a alteração de estatuto requer assembleia geral, tornando-se um dificultador; O acionista cliente que segundo Gitman (2012) é definido como o acionista que está interessado somente em receber dividendos é outro obstáculo. Pois prefere receber dividendos com a devida isenção de imposto, agora, a ter que pagar 15% (quinze por cento) de imposto para obter um aproveitamento tributário, haja vista que não está preocupado com futuro da empresa Histórico de distribuição de resultados De acordo com seu estatuto social a empresa ALFA deve distribuir pelo menos 50% do seu lucro líquido. A companhia teve uma distribuição de resultados bem expressiva. O gráfico 1 mostra o histórico de pagamento de dividendos desde 2010 (R$/milhões). Gráfico 1: Dividendos Distribuídos 2010 a 2015 Fonte: Site da empresa ALFA e CVM 4.5. Reprodução e comparação A proposta do deste trabalho é realizar uma reprodução com dados da empresa ALFA, visando demonstrar que a distribuição de dividendos por meio de JCP pode ser mais benéfica para empresa do ponto vista tributário. Incialmente calculou-se o máximo de JCP poderia ser pago pela empresa no período de 2010 a 2015, em seguida foi calculado o valor total de JCP poderia ser alcançado pelo benefício fiscal conforme Tabela 4 abaixo: 9
10 Tabela 4: Limite dedutibilidade. JCP Cálculo JCP - limite 50% (I) Fontes: adaptado a partir de site CVM Verifica-se que em todos os anos poderia ter sido pago o valor máximo de JCP e este poderia ser utilizado para dedução do imposto renda de contribuição em sua totalidade. Segue abaixo extrato da demonstração de resultados DRE contemplando a dedução dos dividendos. Foram considerados os dividendos pagos pela empresa de forma que se simulou apenas a composição entre dividendos e JCP. Outro ponto relevante é o fato que a empresa ALFA em função do mercado ao qual está inserida tem isenções fiscais específicas e créditos fiscais que já permitiam o pagamento inferior a 34% (trinta e quatro por cento) referente ao imposto de renda e contribuição social. Na Tabela 5 não foi feito as distribuições de resultado via JCP apenas dividendos, observa-se que saldo líquido é valor após o pagamento de todas as obrigações inclusive com os sócios. Na Tabela 6 foi realizada uma distribuição composto por dividendos e por JCP. Cabe ressaltar que conforme já foi mencionado o tratamento dispensado ao JCP é mesmo de uma dívida onerosa da empresa. Assim sendo, o valor relativo à JCP será incluso na despesa financeira deduzindo a base de cálculo para o pagamento de imposto de renda e contribuição. Tabela 5: Extrato de demonstração de resultado da empresa ALFA. EXTRATO DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS ALFA Resultados Antes das Despesas Financeiras (Valores expressos em milhares de reais) Resultados Antes das Despesas Financeiras Equivalência Patrimonial Receitas Financeiras Despesas Financeiras Resultado Antes do IRPJ e CSLL IRPJ e CSLL Lucro Líquido Dividendos Pagos Saldo Líquido Fonte: Adaptado a partir de site CVM Tabela 6: Simulação de Custo Evitado EXTRATO DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS ALFA Resultados Antes das Despesas Financeiras (Valores expressos em milhares de reais) Resultados Antes das Despesas Financeiras Equivalência Patrimonial
11 Receitas Financeiras Despesas Financeiras Resultado Antes do IRPJ e CSLL IRPJ e CSLL Lucro Líquido Dividendos Pagos Saldo líquido Ganho Tributário Fonte: Adaptado a partir de site CVM Tabela 7: Composição de dividendos e JCP JCP Dividendos Total Fonte: Simulação realizada pelos autores Apenas no ano de 2010 não foi pago distribuição de resultados por meio de JCP, uma vez que a empresa apresentava crédito fiscal e neste caso o instrumento seria ineficiente, mas nos demais se verifica que o menor custo evitado foi de R$ milhões em 2013 e o total de benefício fiscal no período analisada foi superior a R$150 milhões de reais. Vale ressaltar que esta é uma visão exclusiva do ponto vista da empresa. Pois apesar da tributação do JCP o valor relativo ao pagamento de imposto seria desembolsado de qualquer forma pela empresa. Mas se fosse utilizado os dividendos a empresa não teria o ganho tributário indicado Visão acionista e global Até o momento foi tratada apenas o ponto de vista da empresa ALFA, que a princípio desembolsará o mesmo valor para pagamento de distribuição seja por meio JCP ou dividendos tradicionais. Desta forma, considerando que o JCP é tributado em 15% de IRPJ, o valor recebido pelo acionista será inferior, conforme indicado na linha total do quadro abaixo. Em uma situação hipotética em que a empresa ALFA tenha apenas um acionista e este resolva avaliar o planejamento tributário em relação ao JCP, visando a menor carga tributária para ambos, conjuntamente, constata-se que a utilização em todos os anos gerou uma ineficiência tributária em 2013 e Nos anos de 2013 e 2015 observa-se pela DRE que em função de isenções e/ou subsídio obtidos pela empresa ALFA a tributação de IRPJ e CSLL foi inferior a 15% e nestas situações, considerando a menor carga tributária global (acionista e empresa ao mesmo tempo) o JCP é ineficiente. Desta forma considerando o panorama global (acionista e empresa conjuntamente), a eficiência tributária máxima seria de cerca de R$30 milhões de reais, ou seja, a utilização do JCP apenas nos anos que o valor da CSLL e do IRPJ foi superior a 15% (quinze por cento) caso contrário gera uma ineficiência quando analisando a carga tributária total paga pela empresa e pelo acionista. 11
12 VISÃO DO ACIONISTA / GLOBAL JSCP Rec Dividendos Total Ganho tributário IRRJ JSCP Eficiencia tributária Figura 2. Visão Fiscal do Acionista e Global Fonte: Adaptado pelos autores a partir do site do BNDES PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO GLOBAL JSCP Rec Dividendos Total Ganho tributário IRRJ JSCP Eficiencia tributária Figura 3. Planejamento Tributário Fonte: Adaptado pelos autores a partir do site do BNDES 5. Conclusões Este estudo, inicialmente, buscou esclarecer as principais diferenças entre as formas de distribuição de resultados aplicadas no Brasil, com foco específico em dividendos e Juros sobre o Capital Próprio. Observa-se que perante a legislação essas apresentam similaridades conceituais, porém apresentam diferenças quanto ao regime de tributação em que estão inseridas. O JCP é entendimento como uma dívida da empresa para com os sócios e neste caso é possível utiliza-lo para dedução do lucro líquido. Cabe ressaltar que foi realizada a escolha de uma empresa que apresentou uma crescente distribuição de resultados no período de 2010 a O cálculo para aplicação do JCP não apresenta complicação, mas a que se discernir a diferença entre possibilidade de utilização do JCP como distribuição de resultado e o limite de dedutibilidade. O primeiro é um cálculo realizado sobre contas do patrimônio líquido conforme já descrito. Já o segundo que é o limite de dedutibilidade a apresenta cálculo simplificado é o máximo que empresa poderá utilizar para dedução do lucro e consequentemente obter o benefício com a redução da base cálculo do imposto de renda e da contribuição social. E neste caso percebe-se que o limite para dedutibilidade da empresa ALFA é muito superior ao valor máximo que poderia paga de JCP. O estudo concentra-se no impacto na carga tributária quando da utilização diversificada do portfólio de instrumentos de distribuição de resultados, especificamente, de uma composição entre dividendos e juros sobre o capital próprio da empresa ALFA, no período de 2010 a Comparando os seus resultados obtidos sob três óticas sendo a da empresa ALFA, do acionista e a visão global na qual é analisada a menor carga tributária considerando tanto o acionista com a empresa. Na ótica da empresa ALFA verifica-se que todas as vezes que se utilizou a composição entre dividendos e JCP, constatou-se que houve ganho para empresa uma vez que sempre ocorre o achatamento da base cálculo para o imposto de renda e 12
13 contribuição social, em função da possibilidade de inclusão integral do JCP como despesa financeira fazendo com que o lucro líquido seja reduzido, porém está uma visão unidimensional, haja vista, que não existe preocupação com o acionista, mas apenas com a empresa. Quando o foco do estudo é apenas o acionista percebe que ocorre uma redução dos resultados recebidos pelo acionista, representa, novamente, na visão unidimensional do acionista uma perda significativa quando da utilização da mesma composição entre dividendos e JCP. Isto se deve ao fato de que o JCP é tributado pelo imposto de renda em 15% (quinze por cento) que é retido na fonte. Ao realizar a análise conjunta com visão global observando todos os impactos do ponto de vista da empresa ALFA e do acionista busca-se minimizar ao máximo a carga tributária paga por ambos. Nesta análise percebe-se que existe vantagem em utilizar o JCP, porém não de forma indiscriminada, então se observa que nos anos de 2013 e 2015 a utilização foi ineficiente. Mesmo com as limitações legais e/o operacionais a isenção tributária dos dividendos e a dedução fiscal possibilitada pelo JCP, proporcionam um custo evitado superior de R$150 milhões na ótica apenas da empresa ALFA. Por outro lado, houve uma redução significativa nos dividendos recebidos pelos acionistas em função da tributação de 15% conforme já mencionado. Diante dos resultados conclui-se que a utilização do JCP do ponto de vista global é indicada quando a alíquota total de IRPJ e CSLL forem superiores à do JCP. Em uma terceira análise em que se propõe a não utilização do JCP no período de 2013 e 2015 obtém-se ainda um custo evitado em torno de R$30 milhões de reais. Ante ao exposto, ratifica-se a necessidade do planejamento tributário na análise das alternativas de distribuição de lucros, considerando todo o contexto tributário no qual a empresa está inserida, com intuito de permitir que as empresas obtenham ganhos tributários e possam utilizar como vantagem competitiva. Os resultados encontrados não podem ser generalizados, uma vez que, se trata de um estudo de caso. Nesse sentido, propõe-se para pesquisas futuras a análise com amostra composta por empresas com regime tributário similar e diferenciado, com intuito de verificar se resultado permanecerá inalterado. Referências ABREU, A. F. As Preposições de Modigliani e Miller e a Tributação Brasileira. XXVI ENANPAD. Salvador: Set BALOGUN, J.; HUFF, A. S.; JOHNSON, P. Three responses to the methodological challenges of studying strategizing. Journal of Management Studies, v. 40, n. 1, p , BRASIL. Lei n. 6404, de 15 de dezembro de Disponível: [capturado em 15 mai. 2016]. BRASIL. Lei n. 9249, de 26 de dezembro de Disponível: [capturado em 15 mai. 2016]. BRASIL. Lei n. 9430, de 27 de dezembro de Disponível: [capturado em 15 mai. 2016]. 13
14 BRASIL. Regulamento do Imposto de Renda - RIR 1999, de 26 de março de Disponível: [capturado em 15 mai. 2016]. CAMAROTTO, M.; TORRES, F. Distribuicão de Lucros Cresce Em Plena Crise. Jornal Valor Economico CARNIER, T. A Renda Vai Para O Bolso Do Aplicador. Revista Bovespa, CHERRY, R. T. Introdução a administração financeira. 2 ed. São Paulo: Atlas, COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS. Deliberação CVM n. 207 de [online]. Disponível: [capturado em 15 mai. 2016]. COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS. Instrução Normativa CVM n. 247 de [online]. Disponível: [capturado em 15 mai. 2016]. DECOURT, R. F.; PROCIANOY, J. L. O Processo Decisório sobre a Distribuição de Lucros das Empresas Listadas na BM&FBOVESPA: Survey com CFOs. Revista Brasileira de Finanças, Rio de Janeiro, Vol. 10, No FUTEMA, M. S. Estrutura de capital, dividendos e juros sobre o capital próprio: testes no Brasil. Revista Contabilidade & Finanças - USP, São Paulo, v. 20, n. 49, p GAMEZ, M. Mais dinheiro na mão do acionista. Revista Bovespa, GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. - São Paulo: Atlas, GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira: essencial. Traduzido da 2ª ed. de IUDÍCIBUS, Sergio de, MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Emesto Rubens. Manual de contabilidade das sociedades por ações. 3ª. ed. São Paulo: Atlas, IUDÍCIBUS, S. D. et al. Manual de contabilidade societária. São Paulo: Atlas, LINTNER, J. Distribution of incomes of corporations among dividends, retained earnings and taxes. The American Economic Review. v. 46, p , May MELO, F. J.; FONSECA, M. W. Política de dividendos no Brasil: uma análise na reação do mercado a anúncios de distribuição de dividendos. Revista Contemporânea de Contabilidade, v. 12, n. 27, p , SÁ, A. L.; SÁ, A. M. L. Dicionário de contabilidade. 8ª ed. São Paulo: Atlas, SPERANZINI, M. M. Efeito da política de dividendos sobre o valor das ações no mercado brasileiro de capitais Tese (Doutorado em Administração) - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo. SILVA, J. C.; BRITO, R. D. Testando as previsões de trade-off e pecking order sobre dividendos e dívida para o Brasil. Finance Lab Working Paper FLWP,
15 SOBRINHO, W. B. R.; RODRIGUES, H. S. Dividendos e accruals discricionários: um estudo sobre a relação entre a política de distribuição de dividendos e a qualidade dos lucros. Revista Contemporânea de Contabilidade, v. 11, n. 24, p , VANCIN, F. D.; PROCIANOY, J. L. Os fatores determinantes do pagamento de dividendos: o efeito do obrigatório mínimo legal e contratual nas empresas brasileiras. Revista Brasileira de Finanças, v. 14, n. 1, p ,
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