Superior Tribunal de Justiça

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1 CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº SP (2004/ ) RELATORA : MINISTRA DENISE ARRUDA AUTOR : BANCO CENTRAL DO BRASIL RÉU : BOMSENSO PROMOÇÕES PATRIMONIAIS LTDA - EM LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL SUSCITANTE : JUÍZO FEDERAL DA 8A VARA DE CAMPINAS - SJ/SP SUSCITADO : JUÍZO DE DIREITO DA 4A VARA CÍVEL DE CAMPINAS - SP EMENTA CONFLITO DE COMPETÊNCIA. INQUÉRITO ADMINISTRATIVO INSTAURADO PELO BANCO CENTRAL DO BRASIL. EMPRESA EM REGIME DE LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL. ARTS. 45 DA LEI 6.024/74 E 109, I, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. ENCAMINHAMENTO DO INQUÉRITO, APÓS A CONCLUSÃO PELA EXISTÊNCIA DE PREJUÍZOS, AO JUÍZO DA FALÊNCIA OU AO COMPETENTE PARA DECRETÁ-LA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL. 1. O art. 109, I, da Constituição Federal, ao prever a competência dos juízes federais, dispõe que a eles cabe processar e julgar as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, excepcionando, entre outras, as demandas envolvendo falência. 2. Por sua vez, a Lei 6.024/74, que dispõe sobre a intervenção e a liquidação extrajudicial de instituições financeiras, estabelece em seu art. 45 que o inquérito instaurado pelo Banco Central do Brasil, caso conclua-se pela existência de prejuízos, será encaminhado, com o respectivo relatório, ao Juízo da falência, ou àquele que for competente para decretá-la. 3. "Segundo o legislador, esta forma de distribuição do inquérito ao juiz competente nos casos de intervenção ou liquidação extrajudicial visa a prevenir a jurisdição do mesmo juiz, no caso de vir a ser decretada a falência da instituição" (TZIRULNIK, Luiz. "Intervenção e Liquidação Extrajudicial das Instituições Financeiras". 2ª edição, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2000, p. 80). 4. Considerando que o Juízo da falência também é o competente para o inquérito instaurado pelo Banco Central do Brasil nos procedimentos de liquidação extrajudicial, e tendo em vista que a Constituição Federal expressamente exclui as causas relativas à falência da competência atribuída à Justiça Federal, impõe-se o reconhecimento da competência da Justiça Estadual para processar e julgar a presente demanda. 5. Conflito conhecido para declarar a competência do Juízo de Direito da 4ª Vara Cível da Comarca de Campinas/SP, o suscitado. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da PRIMEIRA SEÇÃO do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, conhecer do conflito e declarar competente o Juízo de Direito da 4a. Vara Cível da Comarca de Campinas/SP, o suscitado, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora. Os Srs. Ministros Francisco Peçanha Martins, José Delgado, Eliana Calmon, João Otávio de Noronha, Teori Albino Zavascki e Castro Meira votaram com a Sra. Ministra Relatora. Ausente, ocasionalmente, o Sr. Ministro Francisco Falcão. Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Luiz Fux. Brasília (DF), 14 de dezembro de 2005(Data do Julgamento). MINISTRA DENISE ARRUDA Relatora Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 01/02/2006 Página 1 de 7

2 CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº SP (2004/ ) RELATORA : MINISTRA DENISE ARRUDA AUTOR : BANCO CENTRAL DO BRASIL RÉU : BOMSENSO PROMOÇÕES PATRIMONIAIS LTDA - EM LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL SUSCITANTE : JUÍZO FEDERAL DA 8A VARA DE CAMPINAS - SJ/SP SUSCITADO : JUÍZO DE DIREITO DA 4A VARA CÍVEL DE CAMPINAS - SP RELATÓRIO A EXMA. SRA. MINISTRA DENISE ARRUDA (Relatora): Em inquérito promovido pelo Banco Central do Brasil em decorrência da liquidação extrajudicial da empresa Bomsenso Promoções Patrimoniais Ltda., nos termos do disposto nos arts. 45 e seguintes da Lei 6.024/74, a referida autarquia federal encaminhou os autos ao ilustre Desembargador Corregedor-Geral de Justiça do Estado de São Paulo (fl. 82), que, por sua vez, determinou sua distribuição a uma das Varas Cíveis da Comarca de Campinas. Distribuídos os autos ao d. Juízo de Direito da 4ª Vara Cível da Comarca de Campinas/SP, foi determinada sua remessa à Justiça Federal, por se tratar de inquérito instaurado pelo Banco Central do Brasil (fls. 84 e 86-STJ). Encaminhados os autos ao d. Juízo Federal da 8ª Vara de Campinas - SJ/SP, esse suscitou o presente conflito de competência, pelas razões a seguir (fls. 47/49-STJ): "(...).Ocorre, porém, que a Justiça Federal não é competente para o processamento e julgamento da presente causa, pois o art. 109 da Constituição, ao estabelecer a referida competência dos juízes federais para processar e julgar as causas em que entidade autárquica federal seja interessada, excepciona dessa regra as causas relativas à falência. (...). Sendo assim, considerando que o Juízo competente para eventual decretação de falências (Justiça comum estadual que também será competente para qualquer causa judicial que tenha pertinência com a matéria falimentar) é também o competente para presidir o processamento e julgamento na presente causa, suscito conflito de competência ao egrégio Superior Tribunal de Justiça." O d. Ministério Público Federal se pronunciou às fls. 92/94 pela competência do d. Juízo Suscitado, em parecer sob a seguinte ementa: "Conflito de competência. Inquérito civil público instaurado pelo Banco Central do Brasil. Liquidação extrajudicial de instituição financeira. Matéria falimentar. Aplicação do art. 45 da Lei nº 6.024/1974. Competência da Justiça Estadual. Parecer pela competência do juízo suscitado." À fl. 96 o d. Juízo Suscitante comunicou a suspensão do processo em questão até o julgamento do presente conflito. É o relatório. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 01/02/2006 Página 2 de 7

3 CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº SP (2004/ ) VOTO A EXMA. SRA. MINISTRA DENISE ARRUDA (Relatora): Trata-se de conflito de competência suscitado pelo Juízo Federal da 8ª Vara de Campinas - SJ/SP em face do Juízo de Direito da 4ª Vara Cível da Comarca de Campinas/SP, em que se discute a competência para processamento e julgamento de inquérito promovido pelo Banco Central do Brasil em face de empresa sob o regime de liquidação extrajudicial. O art. 109, I, da Carta Magna, ao prever a competência dos juízes federais, dispõe que a eles cabe processar e julgar as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, excepcionando as demandas envolvendo falência, acidente de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho. Por sua vez, a Lei 6.024/74, que dispõe sobre a intervenção e a liquidação extrajudicial de instituições financeiras, estabelece o seguinte: "Art. 34. Aplicam-se à liquidação extrajudicial no que couberem e não colidirem com os preceitos desta Lei, as disposições da Lei de Falências (Decreto-lei nº 7.661, de 21 de junho de 1945), equiparando-se ao síndico, o liquidante, ao juiz de falência, o Banco Central do Brasil, sendo competente para conhecer da ação revocatória prevista no artigo 55 daquele Decreto-lei, o juiz a quem caberia processar e julgar a falência da instituição liquidanda." "Art. 45. Concluindo o inquérito pela existência de prejuízos será ele, com o respectivo relatório, remetido pelo Banco Central do Brasil ao Juiz da falência, ou ao que for competente para decretá-la, o qual o fará com vista ao órgão do Ministério Público, que, em oito dias, sob pena de responsabilidade, requererá o seqüestro dos bens dos ex-administradores, que não tinham sido atingidos pela indisponibilidade prevista no artigo 36, quantos bastem para a efetivação da responsabilidade." Outrossim, a nova Lei de Falências (Lei , de 9 de fevereiro de 2005), em seu art. 2º, II, prevê a não-aplicação de suas disposições às instituições financeiras públicas ou privadas, cooperativas de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores. Entretanto, o art. 197 do referido diploma legal dispõe que "enquanto não forem aprovadas as respectivas leis específicas, esta Lei aplica-se subsidiariamente, no que couber, aos regimes previstos no Decreto-Lei n. 73, de 21 de novembro de 1966, na Lei n , de 13 de março de 1974, no Decreto-Lei n , de 25 de fevereiro de 1987, e na Lei n , de 20 de novembro de 1997". Com efeito, não obstante estar em discussão um inquérito instaurado por uma autarquia federal - o Banco Central do Brasil -, assiste razão ao d. Juízo Suscitante, visto que a legislação de regência prevê a competência do Juízo da falência, ou daquele que for competente para decretá-la, para apreciar casos como o dos autos. A respeito do inquérito previsto na liquidação extrajudicial, cumpre Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 01/02/2006 Página 3 de 7

4 transcrever abalizadas lições doutrinárias: "Na liquidação extrajudicial o inquérito independe de requerimento do liquidante ou dos credores, Abre-se imediatamente após a decretação da medida e compete ao órgão que dirige o processo (Banco Central do Brasil). Conforme o art. 41 da lei nº 6.024, tem dupla finalidade: a) a apuração das causas que levaram a sociedade àquela situação (insolvência); b) a verificação da responsabilidade civil dos seus administradores e membros do conselho fiscal. O relatório do inquérito deverá mencionar sinteticamente: a) a situação patrimonial da entidade; b) as causas da sua queda; c) o nome e a qualificação dos administradores que geriram a sociedade nos últimos 5 anos; d) a relação dos bens pessoais desses dirigentes; e) o montante ou a estimativa dos prejuízos por eles causados nas respectivas gestões. Na falência o inquérito judicial visa à determinação da existência de crimes relacionados com as suas causas ou com a conduta do falido. Na liquidação extrajudicial, o liquidante tem o dever de apurar a existência de crimes e contravenções penais, praticados pelos administradores e conselheiros fiscais, e encaminhar os elementos de prova, mesmo indiciária, ao Ministério Público para promover a ação penal (lei 6.024, art. 32). O inquérito administrativo objetiva exclusivamente a verificação da responsabilidade civil dos administradores e membros do conselho fiscal da entidade em liquidação. Os investigados têm o direito de acompanhar o inquérito, produzir documentos, requerer diligências e, na conclusão dos trabalhos, apresentar alegações e explicações por escrito (art. 42). Recebendo relatório que concluir pela existência de prejuízo imputável a todos ou alguns dos administradores e conselheiros fiscais da entidade, o Banco Central do Brasil remete-o, com o inquérito, ao juiz competente para processar e julgar falências, em cuja jurisdição a instituição financeira tem a sede administrativa dos seus negócios (art. 45). Se o relatório der pela inexistência de prejuízo causado por dirigentes sociais e membros do conselho fiscal, o processo é arquivado no próprio Banco Central do Brasil, ou apensado aos autos da falência da instituição (art. 44)." (original sem grifo). (FARIA, Werter Rotunno. Liquidação extrajudicial, intervenção e responsabilidade civil dos administradores das instituições financeiras. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 1985, p. 38) "Por outro lado, caso seja apurada existência de prejuízos, o Banco Central do Brasil deverá encaminhar o inquérito, juntamente com o respectivo relatório, para o juiz da falência ou para o juiz competente para decretá-la, que o fará com vista ao órgão do Ministério Público. Segundo o legislador, esta forma de distribuição do inquérito ao juiz competente nos casos de intervenção ou liquidação extrajudicial visa a prevenir a jurisdição do mesmo juiz, no caso de vir a ser decretada a falência da instituição. A este juiz caberá requerer o seqüestro dos bens dos ex-administradores não atingidos pela indisponibilidade de que trata o art. 36 da Lei O requerimento do seqüestro dos bens dos ex-administradores da instituição deverá: a) ser realizado no prazo de oito dias a contar do recebimento do inquérito pelo juiz competente, sob pena de responsabilidade; b) incluir tantos bens quantos forem necessários para a efetivação da responsabilidade" (grifos não constantes da versão original). (TZIRULNIK, Luiz. Intervenção e Liquidação Extrajudicial das Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 01/02/2006 Página 4 de 7

5 Instituições Financeiras. 2ª edição, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2000, p. 80) Em casos relativos à competência para julgamento de demandas envolvendo empresas sob o regime de liquidação extrajudicial, confiram-se alguns precedentes desta Corte Superior: "PROCESSUAL CIVIL. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL. EX-ADMINISTRADORES. INDISPONIBILIDADE DOS BENS - ARRESTO. LEGITIMIDADE E INTERESSE DE AGIR DO MINISTÉRIO PÚBLICO. ART. 535 DO CPC. PREQUESTIONAMENTO. MATÉRIA CONSTITUCIONAL. 1. Esta Corte já proclamou, em diversas oportunidades, a impossibilidade de conhecer-se do recurso especial pela alegada violação ao artigo 535 do CPC nos casos em que a argüição é genérica, por incidir a Súmula 284/STF. 2. Ausência do requisito indispensável do prequestionamento de dispositivos legais apontados, viabilizador do acesso às instâncias superiores. 3. Declinada a competência para a comarca do Rio de Janeiro, o Ministério Público daquele estado assumiu o pólo passivo da ação, em razão do princípio da indivisibilidade do Ministério Público. Este é órgão uno e indivisível, nada obstando sua atuação conjunta. 4. O fato de estarem os bens indisponíveis em razão da decretação da liquidação extrajudicial não afasta a legitimidade e o interesse do Ministério Público para propor ação cautelar de arresto, de forma a salvaguardar o interesse público. 5. Não há como examinar a pretensão do recorrente em demonstrar que a Lei nº 6.024/74 não foi recepcionada pela atual Constituição Federal, pois a análise de discussão afeita às regras constitucionais é de competência exclusiva da Suprema Corte, conforme estabelecido no artigo 102 da Carta Magna. 6. Recurso especial improvido." (REsp /RJ, 2ª Turma, Rel. Min. Castro Meira, DJ de ) "Agravo regimental. Recurso especial não admitido. Liquidação extrajudicial. Administradores. Indisponibilidade de bens. 1. Remetidos os autos do inquérito à Justiça Comum, cessa a competência do Banco Central para promover o levantamento da indisponibilidade de bens. A ofensa ao artigo 34 da Lei nº 6.024/74 não restou caracterizada, já que o mesmo não trata da competência do Banco Central para resolver questão relativa à indisponibilidade de bens de administradores após a remessa do inquérito ao Juízo competente. Precedente da 2ª Seção. 2. Ausência de prequestionamento quanto ao artigo 46, IV, do Código de Processo Civil. 3. Agravo regimental desprovido." (AgRg no Ag /DF, 3ª Turma, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito, DJ de ) "COMPETÊNCIA. BANCO EM REGIME DE INTERVENÇÃO. INEXISTÊNCIA DE INTERESSE JURÍDICO DA UNIÃO. LEI NUM /1990, ART O FATO DE ENCONTRAR-SE O BANCO SOB O REGIME DE INTERVENÇÃO NÃO DESLOCA A COMPETÊNCIA PARA A JUSTIÇA Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 01/02/2006 Página 5 de 7

6 FEDERAL. - O INTERESSE DA UNIÃO COMO EVENTUAL SUCESSORA, EM HIPÓTESE DE LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL, NÃO SE ERIGE EM INTERESSE JURÍDICO. PRECEDENTES DA 2ª SEÇÃO. - CONFLITO CONHECIDO, DECLARADO COMPETENTE O SUSCITADO." (CC /SP, 2ª Seção, Rel. Min. Barros Monteiro, DJ de ) "COMPETÊNCIA. CONSÓRCIO. LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL. COMPETE À JUSTIÇA ESTADUAL O PROCESSO E JULGAMENTO DE CAUSA EM QUE FIGURE COMO PARTE EMPRESA ADMINISTRADORA DE CONSÓRCIO EM REGIME DE LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL. CONFLITO CONHECIDO, DECLARANDO-SE A COMPETÊNCIA DO JUÍZO DE DIREITO." (CC 5.330/RJ, 2ª Seção, Rel. Min. Costa Leite, DJ de ) "COMPETÊNCIA. AUTARQUIA ESTADUAL EM REGIME DE LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL. O ESTADO DE LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL DA AUTARQUIA, SOB INTERVENÇÃO DO BACEN, NÃO DESLOCA A COMPETÊNCIA À JUSTIÇA FEDERAL. PRECEDENTES. CONFLITO CONHECIDO, DECLARADO COMPETENTE O SUSCITADO." (CC 4.122/MG, 2ª Seção, Rel. Min. Barros Monteiro, DJ de ) "COMPETÊNCIA. CONFLITO. SOCIEDADE FINANCEIRA EM LIQUIDAÇÃO. COMPETE À JUSTIÇA DO ESTADO JULGAR AS CAUSAS EM QUE FIGURE COMO PARTE SOCIEDADE FINANCEIRA EM LIQUIDAÇÃO." (CC 106/BA, 2ª Seção, Rel. Min. Antônio Torreão Braz, DJ de ) Assim, considerando que o Juízo da falência também é o competente para o inquérito instaurado pelo Banco Central do Brasil nos procedimentos de liquidação extrajudicial, e tendo em vista que a Constituição Federal expressamente exclui as causas relativas à falência da competência atribuída à Justiça Federal, impõe-se o reconhecimento da competência da Justiça Estadual para processar e julgar a presente demanda. À vista do exposto, conheço do conflito para declarar a competência do Juízo de Direito da 4ª Vara Cível da Comarca de Campinas/SP para apreciar o inquérito em questão. É o voto. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 01/02/2006 Página 6 de 7

7 CERTIDÃO DE JULGAMENTO PRIMEIRA SEÇÃO Número Registro: 2004/ CC / SP Números Origem: EM MESA JULGADO: 14/12/2005 Relatora Exma. Sra. Ministra DENISE ARRUDA Presidente da Sessão Exmo. Sr. Ministro LUIZ FUX Subprocurador-Geral da República Exmo. Sr. Dr. JOSÉ EDUARDO DE SANTANA Secretária Bela. Zilda Carolina Véras Ribeiro de Souza AUTOR RÉU SUSCITANTE SUSCITADO AUTUAÇÃO : BANCO CENTRAL DO BRASIL : BOMSENSO PROMOÇÕES PATRIMONIAIS LTDA - EM LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL : JUÍZO FEDERAL DA 8A VARA DE CAMPINAS - SJ/SP : JUÍZO DE DIREITO DA 4A VARA CÍVEL DE CAMPINAS - SP ASSUNTO: Administrativo - Atuação do Estado no Domínio Econômico - Liquidação Extrajudicial de Instituição Financeira CERTIDÃO Certifico que a egrégia PRIMEIRA SEÇÃO, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: "A Seção, por unanimidade, conheceu do conflito e declarou competente o Juízo de Direito da 4a. Vara Cível da Comarca de Campinas-SP, o suscitado, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora." Os Srs. Ministros Francisco Peçanha Martins, José Delgado, Eliana Calmon, João Otávio de Noronha, Teori Albino Zavascki e Castro Meira votaram com a Sra. Ministra Relatora. Ausente, ocasionalmente, o Sr. Ministro Francisco Falcão. Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Luiz Fux. Brasília, 14 de dezembro de 2005 Zilda Carolina Véras Ribeiro de Souza Secretária Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 01/02/2006 Página 7 de 7