Extension course in music - ecm: group guitar lessons

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1 Revista Intercâmbio - vol. XI /ISNN x - Página 249 Curso de extensão em música cem: aulas de violão em grupo Extension course in music - ecm: group guitar lessons Isaías Pereira Silva 1 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho trata-se de um relato de experiência e tem como objetivo descrever a minha prática docente nas aulas de violão do Curso de Extensão em Música CEM, projeto de extensão do curso de licenciatura em Artes/Música da Universidade Estadual de Montes Claros Unimontes. O Curso de Extensão em Música de acordo com o seu projeto constituído em 2008 visa: Oferecer à população de Montes Claros e demais membros do Norte de Minas um ensino de música qualificado, que atenda de maneira significativa os anseios artístico-musicais dessa sociedade possibilitando maior diálogo entre a Universidade Estadual de Montes Claros e toda a região de alcance desta instituição (CEM 2008, p. 4). O projeto busca dar oportunidade à sociedade de usufruir de aulas de música considerando as poucas oportunidades de ensino de música oferecidas em Montes Claros e na região do Norte de Minas, com algumas exceções, como o Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernandez (CEM 2008, p. 5). Evidentemente que a região norte de Minas Gerais possui vários músicos qualificados que exercem o chamado ensino informal em aulas particulares; Contundo, não são todas as pessoas que possuem condições financeiras para manterem um curso nesses moldes. Portando, o CEM se torna um importante instrumento de ensino de música sem custo direto ao usuário para nossa região. Além de proporcionar à sociedade usufruir de aulas de música, o projeto também visa à atuação docente dos alunos do curso de licenciatura em Artes/Música da Unimontes. Dessa forma, possibilita a esses mesmos alunos um espaço a mais para o estágio e para a prática de como ensinar, pois um dos 1 Aluno do Curso de licenciatura em Artes/Música, Universidade Estadual de Montes Claros UNIMONTES. Izaiasguitarr@gmail.com

2 Revista Intercâmbio - vol. XI /ISNN x - Página 250 resultados esperados do projeto é exatamente a experiência ao aluno estagiário no que se refere ao ensino do instrumento (CEM 2008, p. 15). O público alvo do programa é bem abrangente e contempla: Músicos informais e professores atuantes no Ensino Fundamental e Médio, alunos que já estejam cursando o Ensino Médio e que possam, posteriormente, ingressarem no Curso de Artes Licenciatura em Música; membros da sociedade norte mineira e funcionários da Unimontes (CEM 2008, p. 15). Atualmente os cursos oferecidos pelo CEM são de canto, violão, piano e coral. O processo de seleção para os interessados se dá por inscrição prévia em uma das áreas citadas acima e aplicação de um teste para assim definir os novos integrantes do programa. Especificamente para o ano de 2018, o projeto abriu 50 novas vagas 2. Apresentadas algumas informações relevantes sobre o CEM, falarei agora da minha experiência como docente da disciplina de violão nesse projeto de extensão. 2. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES Por meio do convite dos professores Luciano Cândido e Sarmento e Igor H. Coimbra Rocha (atual coordenador do CEM), ingressei no projeto com o propósito de ministrar as aulas de violão nos semestres 1º e 2º de Já com um pouco de experiência na área do ensino de violão, devido às aulas particulares ministradas anteriormente e pelos estudos concluídos no Conservatório Lorenzo Fernandez tendo o violão como o foco desses estudos a experiência de ministrar aulas de violão em grupo seria a primeira vivenciada por mim, acadêmico do curso de licenciatura em Artes/Música da Unimontes. Vieira e Ray (2007, p. 2) ressaltam que: Pesquisadores como Cruvinel (2001), Negreiros (2003) e Queiroz (2005) vêem o ensino coletivo como uma importante ferramenta para o processo de socialização do ensino de música, acreditando então que ele democratiza o acesso do cidadão a formação musical através da motivação e interação social. 2 Disponível em: Acesso em Abril de 2018.

3 Revista Intercâmbio - vol. XI /ISNN x - Página 251 Tendo isso em vista, as aulas de violão ministradas procuraram principalmente democratizar o ensino do violão a todos os integrantes das aulas. Por ser um instrumento harmônico, o violão nos dá a possibilidade de usá-lo como instrumento acompanhador ou como um instrumento solista. Entretanto, foi definido que nas aulas o usaríamos como um instrumento acompanhador de músicas populares. Ressalto que também foram trabalhadas com os alunos de nível intermediário escalas para improvisação. A princípio, as aulas de violão tiveram 13 participantes, que foram divididos em grupos para realização das atividades. O critério para a divisão dos grupos levou em conta o nível técnico em que cada aluno estava no instrumento. Sendo assim, dividimos os alunos em dois grupos de iniciantes (novatos no instrumento) e dois grupos de intermediários (com algum conhecimento técnico do instrumento), totalizando quatro turmas para serem ministradas as aulas. Vale ressaltar que, entre os 13 alunos que começaram o curso, haviam adolescentes estudantes do ensino médio, uma pessoa idosa, uma professora da educação básica, uma funcionária da Unimontes e dois policias militares. Com aproximadamente dois meses de aula, ocorreu que alguns dos alunos, por motivos pessoais, desistiram do curso e outros precisaram mudar seus horários e suas turmas. Com isso, ocorreu que as turmas se misturam e, apesar de algumas dificuldades, com algumas orientações do professor coordenador do projeto Igor Coimbra, consegui fazer com que as aulas não fossem interrompidas por esse motivo. Com as turmas mistas (iniciantes e intermediários juntos), usamos de uma forma não muito convencional nas aulas de grupo que foi a individualização e/ou a formação de duplas no decorrer das aulas. Tourinho (2003) ressalta que é importante o professor ser capaz de coordenar a ação individual na prática instrumental dentro da aula em grupo, contudo, adverte que a aula de instrumento não se transforme em uma colagem de atendimentos individuais fragmentados (TOURINHO, 2003, p. 52). Porém, para não ocasionar o encerramento das atividades, foi preciso fazer o processo de individualização e/ou a criação de duplas para o bom andamento das aulas.

4 Revista Intercâmbio - vol. XI /ISNN x - Página 252 Em um primeiro momento, foram trabalhados com os alunos iniciantes princípios básicos de nomenclaturas do instrumento, além de cifras 3 para o possível acompanhamento do repertório, postura no instrumento (isso inclui posturas de mão direita e esquerda), conceitos e princípios básicos da música em geral. No decorrer das atividades, foi apresentado aos alunos o conceito de acordes e foram ensinados aos mesmos, acordes de tríades como lá maior, mi maior e ré maior. Tendo por base metodologias propostas por Ricardo Novais 4, ritmos e músicas simples foram utilizados nessa etapa das atividades, de acordo com a figura apresentada a seguir. Figura 1. Música utilizada nas aulas de violão em grupo do Curso de Extensão em Música, Fonte: Elaborado por Isaías Pereira Silva Mais adiante, ritmos e músicas frequentemente executados no cenário musical popular brasileiro foram utilizados no processo de aprendizagem dos alunos. Já com os alunos de nível intermediário, foram trabalhados acordes de sétima, escala maior e menor, campo harmônico maior e menor, acordes com 3 É um processo prático utilizado internacionalmente, para representar as notas e os acordes por meio de letras, números e sinais (CONSERVATÓRIO ESTADUAL DE MÚSICA LORENZO FERNANDEZ, 2012, p.12). 4 Professor de música e pesquisador de educação musical, bacharel em violão pela UFMG, criador do canal Amigo Violão. Disponível em Acesso em Abril de 2018.

5 Revista Intercâmbio - vol. XI /ISNN x - Página 253 alterações, além de princípios básicos para improvisação. Músicas de bossa nova e samba também foram trabalhados com esses alunos. Os resultados adquiridos no período em que foram ministradas as aulas foram satisfatórios. Os alunos conseguiram compreender os princípios básicos gerais da música, de nomenclatura e postura no instrumento, de escalas para improvisação, além de, no processo prático das atividades, tocarem ritmos e músicas frequentemente ouvidos em rádios e em outros meios de comunicação. 3. CONCLUSÃO Acredito que os objetivos do programa nas aulas de violão foram alcançados, tanto para o público que participou tanto para minha experiência como docente. Isso torna o Curso de Extensão em Música uma ferramenta essencial para a comunidade acadêmica e também para a sociedade como todo, uma vez que, além de proporcionar ao acadêmico a prática docente, oferece ao público atividades musicais sem custo direto ao usuário. Atesto que a minha participação como docente no CEM, além de ter sido gratificante, proporcionou-me um aprendizado significativo no que se refere à prática docente em aulas de violão em grupo. A oportunidade de trabalhar e desenvolver práticas pedagógicas em aulas de violão com contextos diversos será essencial para um futuro trabalho com a docência na área de música, especificamente na área do instrumento. REFERÊNCIAS CEM. Curso de Extensão em Música, Montes Claros-MG, 2008 (material não publicado). CONSERVATÓRIO ESTADUAL DE MÚSICA LORENZO FERNANDEZ. Apostila de Percepção Musical, Montes Claros, (material não publicado). TOURINHO, A.C.G. dos.s. A formação de professores para o ensino coletivo de instrumento. In: Encontro Anual da ABEM, I colóquio do NEM. XII, 2003, Florianópolis/ SC. Anais... Florianópolis: Associação Brasileira de Educação Musical, p

6 Revista Intercâmbio - vol. XI /ISNN x - Página 254 VEIRA, G. RAY, S. Ensino coletivo do violão: Técnicas de arranjo para o desenvolvimento pedagógico. In: Encontro Anual da ABEM e Congresso Regional da ISME na América Latina. XVI