UMA ENTREVISTA COM O PROFESSOR MESTRE IGOR HEMERSON COIMBRA ROCHA: COORDENADOR DO CURSO DE EXTENSÃO EM MÚSICA (CEM)

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1 Revista Intercâmbio - vol. VIII / ISSN X - Página 279 UMA ENTREVISTA COM O PROFESSOR MESTRE IGOR HEMERSON COIMBRA ROCHA: COORDENADOR DO CURSO DE EXTENSÃO EM MÚSICA (CEM) Daniela I. Pereira Costa 1 Nesta seção de entrevistas, tivemos a honra de conversar com o Coordenador do Projeto Curso de Extensão em Música (CEM), Professor Igor H. Coimbra Rocha. Graduado em Educação Artística - Licenciatura Plena em Música pela Universidade Estadual de Montes Claros e Mestre em Música pela Universidade Federal da Paraíba. É extensionista desde 2008, ano em que foi convidado a participar da Camerata de Violões da Unimontes. O professor Igor Coimbra ressalta o diferencial na formação acadêmica durante a graduação quando há articulação com ações de extensão. A presente entrevista teve como pontos de destaque as relações: extensão futuro profissional, extensão comunidade, extensão empreendedorismo. Os motivos que levaram à pesquisadora, Daniela I. Pereira Costa, a entrevistar o Prof. Igor Coimbra foram o fato da entrevistadora ser coordenadora editorial deste periódico de Extensão e também atuar como extensionista no programa Núcleo de Apoio Pedagógico (Nap) da Unimontes, no qual coordena a disciplina Língua Espanhola. Assim, a Extensão, aproxima os dois professores da Universidade Estadual de Montes Claros. A seguir, apresentamos os principais pontos da entrevista concedida pelo coordenador do CEM: 1 Professora do Curso de Letras Espanhol da Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes. E- mail: daniela.espanhol79@gmail.com

2 Revista Intercâmbio - vol. VIII / ISSN X - Página Há quanto tempo você atua na extensão universitária no Campus da Unimontes em Montes Claros? IG: Desde que ingressei na Unimontes como professor, em Fui convidado a trabalhar na Camerata de Violões. Não me lembro se naquela época eu já possuía horas para atuar na extensão. 2- Por que você se interessou pela extensão? IG: No curso de Música e na minha formação também, sempre fui muito idealista em muitos aspectos e isso tem relação com a extensão, ela abrange um todo. A extensão possibilita um maior campo de atuação, te dá mais liberdade e flexibilidade para implantar projetos que tem como foco a sociedade. 3- Como surgiu o projeto Curso de Extensão em Música? IG: A proposta do projeto quando iniciou era a seguinte: houve um período de greve nas escolas estaduais de ensino, então os acadêmicos do curso de Música não tinham onde estagiar e só havia o conservatório de música, como esse não atendia toda a demanda houve um alerta para a necessidade de se criar um projeto que desse oportunidade aos acadêmicos de aperfeiçoarem o que eles aprenderam na graduação, atendendo à comunidade. Assim, ao mesmo tempo, o acadêmico aproveita as horas adquiridas trabalhando projeto, computando como Atividades Acadêmico Cientifico Culturais (AACC) e também uma parte da carga horária pode ser aproveitada como estágio supervisionado a partir do 5 período. 4- Quais são os objetivos do projeto CEM? IG- O objetivo do projeto é oferecer música à comunidade. Atendendo às pessoas que querem estudar música, mas não querem fazer um curso de período longo, com várias disciplinas, então o aluno vai aprender um instrumento e teoria da música. Ao mesmo tempo, o projeto tem o objetivo de capacitar os futuros profissionais do curso de graduação em música para o mercado de

3 Revista Intercâmbio - vol. VIII / ISSN X - Página 281 trabalho. Vale lembrar também que, proporciona uma melhor entrada dos alunos na graduação, uma vez que o estudante que passar pelo curso de extensão e for tentar uma prova de vestibular para música terá um conhecimento básico, o que possibilita um melhor rendimento nessa prova. Isso na graduação é bom porque a universidade passa a receber alunos com melhor qualificação, que é um dos problemas do estudante ingressante. Os alunos entravam na graduação em música Licenciatura da Unimontes sem nenhuma bagagem musical, ou com uma boa base porque realizam/realizavam estudo no conservatório de música. 5- Qual o público alvo do projeto? IG- O projeto atende pessoas de várias idades, desde que elas tenham o interesse em música. Assim, atendemos pessoas a partir de 14 anos, pessoas que sempre sonharam tocar uma música e só agora depois de aposentadas tiveram tempo, temos adolescentes, alguns inclusive têm o interesse de cursar a faculdade de música futuramente. Alguns servidores da Unimontes. Alunos da Unimontes de outros cursos. Atualmente, atendemos mais de80 alunos. Cada professor tem uma média de 15 a 20 alunos. Para ingressar no projeto, fazemos um teste de seleção, que consiste em aptidão, coordenação motora e afinação. 6- Fale sobre os extensionistas do projeto? IG: A base do projeto são os acadêmicos extensionistas, que são os tutores. Escolhemos os alunos que têm maior aproveitamento no curso de música e os colocamos para ministrar as aulas. Como coordenador, os preparo com o repertório, procedimentos didáticos a serem utilizados no atendimento à comunidade, em outras palavras, os acadêmicos é que são os professores. Porque a proposta do projeto é essa. Assim, o CEM conta com 6 acadêmicos extensionistas atualmente, sendo que 3 desses são de canto, 1 de violão e 1 de piano, 1 que fica no atendimento, porque a demanda é muito grande.

4 Revista Intercâmbio - vol. VIII / ISSN X - Página Qual é o seu tempo dedicado semanalmente ou mensalmente ao projeto? E em relação aos alunos? IG: Depende. Quase 60 h semanais, quando é período de seleção e inscrição. Normalizando para 14 horas semanais porque também atuo na Camerata de Violões. Cada aluno deve comparecer duas vezes por semana, sendo 1 hora de aula para o instrumento e 1h de teoria da música. 8- Relate benefícios do projeto para extensionistas e para a comunidade ou público-alvo? Vivenciou algo que tenha lhe marcado? IG: Em relação ao público, há um contato mais efetivo com o instrumento, de maneira mais prazerosa. Apesar de haver uma parte formal (teoria da música), não é um curso formal como uma graduação ou um curso técnico. Na verdade, ele é um curso livre. Portanto, quando você atende à necessidade de se aprender um instrumento e com isso você oferece teoria da música, atingiu a necessidade para o aluno ter um desenvolvimento básico. No tocante ao repertorio, trabalhamos com algo mais leve. Outros pontos positivos são o de agregar alunos independentemente da idade assim, a pessoa sente-se mais valorizada, sente que realmente está aprendendo. Outros benefícios são para a graduação, formamos profissionais com melhor conhecimento didático pedagógico, tanto no instrumento quanto em relação à atuação como professor. O CEM é para o acadêmico extensionista um laboratório de 1 ou 2 anos, no qual esse futuro profissional tem contato com alunos de diversas idades, várias necessidades de aprendizado. E com o nosso apoio como coordenador, ele vai sabendo lidar com essas situações diversas. 9- Já surgiu algum projeto de pesquisa a partir da Extensão? IG: Não. Entretanto, publicamos alguns artigos a respeito das experiências realizadas nas aulas do CEM. Temos também trabalhos de conclusão de curso em que os acadêmicos extensionistas relatam suas experiências durante o projeto.

5 Revista Intercâmbio - vol. VIII / ISSN X - Página Em que medida o projeto contribui para a sua atuação como professor universitário? IG: O contato com as demandas do público alvo em relação ao que são os seus desejos e aspirações assim, você como professor universitário pode saber mais e fazer melhor. Além disso, percebi que o professor extensionista também é um empreendedor porque você passa a ter que gerenciar acadêmicos extensionistas, estagiários, selecionar alunos, cumprir metas. 11- Sua perspectiva e atuação em relação ao projeto mudaram durante sua experiência? IG: Adquiri mais maturidade. No início queremos abraçar o mundo. Atender várias pessoas. Hoje priorizamos a qualidade. Não conseguiremos atender todos, temos que criar critérios de seleção. A extensão tem nos dado um suporte muito bom através de estagiários, agora remunerados. Desse modo, o trabalho fica mais ágil. Muitos estagiários que gostavam de trabalhar no projeto, o abandonaram porque faltava uma bolsa de incentivo. Atualmente, isso não acontece. 12- Fale sobre as novas ações de extensão que você está desenvolvendo? Os objetivos. O público. O Local. IG: Na verdade, é uma ampliação do CEM, que passará a ocorrer no Município de Engenheiro Navarro/MG, a partir do mês de julho de Eles nos escolheram, vimos a viabilidade e aceitamos.