A INFLUÊNCIA DO TABAGISMO NA SAÚDE DA POPULAÇÃO IDOSA.
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- Ruth Maranhão Pinheiro
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1 A INFLUÊNCIA DO TABAGISMO NA SAÚDE DA POPULAÇÃO IDOSA. Sonia Welter (apresentação)¹, Marcos Augusto Moraes Arcoverde (Orientador)² Curso de Enfermagem Curso de Palavras-chave: Doenças crônicas, Idoso, Hábitos de vida, Saúde coletiva. Introdução A partir do dia em que nascemos já começamos envelhecer. Já o envelhecimento da população é fruto do desenvolvimento tecnológico conquistado ao longo dos anos, o qual trouxe a possibilidade de melhora na assistência á saúde e na qualidade de vida da população (BAKKER FILHO, 2000). O envelhecimento é um fenômeno biológico que deriva de uma interação entre fatores genéticos e ambientais, e, dentre estes, o tabagismo representa um poderoso acelerador do envelhecimento, afetando não apenas a expectativa de vida, mas também a qualidade de vida (CHURCH e EZZATI apud GOULART et al 2010). Atualmente, ainda é bastante comum encontrar as características advindas do envelhecimento sendo atribuídas ao estado patológico. É fundamental o esclarecimento de dúvidas sobre essas questões, conceituando como senescência as alterações do próprio envelhecimento natural, e a senilidade as alterações produzidas pelas varias afecções que podem vir a acometer os idosos, pois, embora possuam bases teóricas consistentes o que usualmente ocorre é a sobreposição desses fenômenos (REBELATTO e MORELLI, 2007). A população idosa vem crescendo mundialmente nos últimos anos. Esse processo de envelhecimento populacional também acompanha os países da América do Sul, dos quais o Brasil faz fronteira com a maioria deles. Especificamente, a cidade de Foz do Iguaçu faz fronteira com o Paraguai, com a Cidade Del Leste, e com a Argentina, com Porto Iguaçu. Essa proximidade das três cidades faz com que os seus habilitantes convivam ao mesmo tempo com realidades diferentes, pois em vários momentos as situações mostram-se convergentes e em outros divergentes, ou seja, essa proximidade possibilita que as pessoas vivam às vezes semelhantes, porém, às vezes, tão diferentes. Uma dessas diferenças está presente na cultura e hábitos das várias etnias que vivem nessa região. O hábito de fumar pode está relacionado à cultura local, o que faz dele uma variável bastante pertinente a ser estudada nessa região. O tabagismo é considerado uma doença muito frequente entre idosos, os aspectos sociais dessa dependência química são pouco estudados pela comunidade científica. E é visto que o número de fumantes aumentara conforme o envelhecimento de uma parcela maior da população (KÜMPEL, 2005).
2 Podem-se considerar os idosos um grupo de risco para os efeitos do cigarro, pois o tabagismo relaciona-se ao agravamento de várias doenças que adquirem maior significado com o avançar da idade. Cabe salientar que a maioria dos fumantes inicia o hábito quando jovem e fica dependente da nicotina presente no cigarro ainda na tenra idade. Para os idosos, é importante interromper o uso do tabaco para não prejudicar ainda mais as perdas funcionais que ocorrem na terceira idade (FINAMORE, 2010). Fumantes mais velhos apresentam algumas características que os diferenciam dos mais jovens. Geralmente apresentam maior dependência da nicotina, fumam maior número de cigarros, fumam há mais tempo, têm mais problemas de saúde relacionados ao cigarro e sentem mais dificuldade em parar de fumar. (COX apud GOULART et al, 2010) Dois fatos contribuem para dificultar a abordagem ao idoso que fuma: primeiro, o fato de que os idosos tabagistas crônicos aparentemente sadios utilizam o argumento de que já fumaram durante sua vida inteira e não adoeceram, portanto, acham-se imunes aos malefícios do cigarro. Em segundo lugar, o idoso tabagista crônico que já tenha adquirido uma doença, argumenta que, pelo fato de já estar doente, não fará mais diferença se vier a largar o tabaco. Esses dois tipos de situação geram conflitos na hora em que se decide intervir nesse importante fator de risco (DUNCAN et al apud MOURA, 2009). Orientar os pacientes sobre o tratamento para tabagismo e relacionálo a uma melhora na qualidade de vida é dever dos profissionais e gestores de saúde. Nesse sentido, a Educação em Saúde também contribui para um processo de trocas de saberes e experiências entre a população idosa e profissionais de saúde. Objetivos Realizar uma reflexão teórica sobre o hábito de fumar na terceira idade. Fundamentação teórica: Durante séculos, o uso do tabaco foi difundido das Américas para todo o mundo por acreditar-se que era uma erva dotada de propriedades medicinais, capaz de curar doenças diversas. Assim, o consumo do tabaco, sob diferentes formas e sem seu real poder de cura comprovado, foi ganhando seu espaço (INCA 2001). Em 1881, com a criação da máquina de enrolar cigarros, o consumo de tabaco sob a forma de cigarros registra uma grande expansão, em particular durante as duas Grandes Guerras Mundiais. As consequências para a saúde decorrente do consumo de tabaco passaram despercebidas, com raras menções, em alguns livros de medicina, a casos de angina provocada pelo fumo do tabaco, ou ao cancro do lábio ou da língua, em fumadores de cachimbo (DOLL R apud NUNES, 2006). Nas últimas décadas, o uso do tabaco foi tornando-se familiar e o cigarro objeto de desejos de milhares de pessoas especialmente a partir da
3 década de 50. Sem dúvida, a demora para o aparecimento de seus efeitos no organismo após o início do uso e para a divulgações de estudos sobre o malefício do cigarro contribuíram para a adesão de milhares de indivíduos a essa dependência (MURRY e LOPEZ apud INCA 2001). Em 1964 foi publicado nos Estados Unidos um relatório Smoking and Healt sobre os efeitos na saúde decorrentes do consumo de tabaco. Neste Relatório, assume-se pela primeira vez, num relatório oficial, a existência de uma relação causal entre consumo de tabaco e algumas formas de cânceres pulmão e laringe no homem. Estudos posteriores vieram mostrar a associação do consumo de tabaco com cancros em outras localizações (NUNES, 2006). Com o avanço da ciência, o tabagismo antes visto como estilo de vida é agora reconhecido como uma dependência química que expõe os usuários a inúmeras substâncias tóxicas. Atualmente, sendo classificado internacionalmente no grupo de transtornos mentais e de comportamento decorrente do uso de substância psicoativa (INCA 2001). Hoje em dia as consequências à saúde relacionadas a o uso do tabaco esta bem estabelecida. Sabe-se que no tabaco, além da nicotina existem mais de substâncias químicas, com efeitos cancerígenos, mutagênicos, tóxicos e irritantes. Além das substâncias existentes na folha do tabaco e produzidas durante a sua combustão, a indústria manipula a fabricação dos cigarros e outros produtos do tabaco, recorrendo à adição de aditivos químicos, humidificantes e aromatizantes, cujos efeitos na saúde, uma vez queimados e inalados, não são ainda completamente conhecidos (NUNES 2006). Embora os benefícios com a interrupção do hábito de fumar sejam maiores entre os mais jovens, o abandono do cigarro em qualquer idade reduz o risco de morte e melhora a condição geral de saúde (MENOTTI e GOSNEY apud PEIXOTO et al, 2006). Estudos já mostram que o hábito de fumar aumenta em pelo menos duas vezes o risco de desenvolver catarata, contribui para o agravamento do glaucoma e é um dos principais fatores de risco da doença de Graves, alteração muscular ao redor dos olhos relacionada ao funcionamento da glândula tireóide, que pode ocasionar a perda do globo ocular (DANTAS et al, 2009). O consumo de cigarros também está implicado como fator de risco para osteoporose, o próprio processo de envelhecimento já causa dano ósseo, e é agravado pelo hábito de fumar por que devido à redução da densidade mineral óssea, sendo resultado da diminuição da absorção do cálcio e aumento da reabsorção óssea (FREITAS et al apud MOURA, 2009). Os benefícios de parar de fumar têm um alcance amplo e aplicam-se a todas as faixas etárias. Por exemplo, o risco de sofrer derrame diminui após dois anos de abstinência do uso do cigarro e, após cinco anos, tornase igual ao dos indivíduos que nunca fumaram. O hábito de fumar é um indicador de risco presente e futuro, e a exposição no passado deve ser
4 levada em conta também. Os efeitos do ato de fumar são cumulativos e de longo prazo (DOLL apud OMS, 2005). Resultados e Discussão: A preocupação com essa faixa etária está crescendo, pois a longevidade tem aumentado, assim, busca-se uma vida longa de qualidade. Não existem programas específicos para essa faixa etária, as campanhas contra o tabagismo são muito gerais. Assim, mostra-se necessário pesquisar de que forma o hábito de fumar influencia na saúde dessa população, para que possam ser desenvolvidos programas específicos a eles e com mais aceitação dos idosos. O hábito de fumar é um fator agravante para a saúde da população idosa sendo responsável por diferentes co-morbidades, sofrimentos e mortes prematuras, além de um custo social e financeiro alto para as instituições, governo e família (SILVA FILHO, 2009). Em um contexto de saúde pública, é necessário conhecer os hábitos e costumes populacionais para poder propor mudanças do estilo de vida para padrões mais saudáveis. Referências BAKKER FILHO, J.P. É permitido colher flores?: Reflexões sobre o envelhecer. Curitiba/PR, Ed. Champagnat, DANTAS, P. E. C. Cigarro aumenta em pelo menos duas vezes o risco de doenças da visão, Disponível Em: < Acessado em: 02 de maio de FIGUEIREDO, N. M. A.; TONINI, T. Gerontologia: Atuação de Enfermagem no Processo de Envelhecimento. São Caetano do Sul -São Paulo- Ed Yendis, FINAMORE, C. O vício na terceira idade Disponível em: <. Acessado em: 03de maio de GOULART et al. Tabagismo em idosos. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Rio de janeiro; v. 13, n. 2. p , INCA. Abordagem e Tratamento do Fumante: Consenso. Rio de Janeiro: Divisão de comunicação visual, KÜMPEL, C. Aspectos clínicos sociais relacionados a tabagista idosos assistido pelo programa de saúde da família. (Dissertação de Mestrado)
5 Programa de pós- graduação em Gerontologia. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, MOURA, C. Tabagismo e o idoso: Importância das intervenções de enfermagem. Disponível em: < IMPORTANCIA-DAS-INTERVENCOES-DE- ENFERMAGEM/pagina1.html> Acessado em: 29 de abril de NUNES, E. Consumo do tabaco: efeitos na saúde. Rev Port Clin Geral, 2006; 22: ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Envelhecimento ativo: uma política de saúde. (trad: Gontijo, Suzana), Brasília/DF: OPAS, NETTO, M. P. Gerontologia: A velhice e o envelhecimento em visão globalizada. 2 ed. Rio de Janeiro: Atheneu, PEIXOTO, S.V; FIRMO, J.O.A; LIMA-COSTA,M. F. Condições de saúde e tabagismo entre idoso residentes em duas comunidades brasileiras (Projetos Bambuí e Belo Horizonte) Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 22(9): , set, 2006 SILVA FILHO, O. A Tabagismo em idosos. Disponível em: < Acessado em: 25 de abril de REBELATTO, J. R.; MORELLI, J. G. S. Fisioterapia Geriátrica: a prática da assistência ao idoso. 2 ed. São Paulo: Manole, p Fontes de Financiamento Usina Hidroelétrica Itaipu Binacional
E, em 20 anos, esse número chegará a 10 milhões se o consumo de produtos como cigarros, charutos e cachimbos continuar aumentando.
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