ATIVIDADE FÍSICA E MOBILIDADE COMO INDICADORES DE SAÚDE DE UMA POPULAÇÃO IDOSA QUE VIVE NA FRONTEIRA BRASIL E PARAGUAI.
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- Isadora Bernardes
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1 ATIVIDADE FÍSICA E MOBILIDADE COMO INDICADORES DE SAÚDE DE UMA POPULAÇÃO IDOSA QUE VIVE NA FRONTEIRA BRASIL E PARAGUAI. Vanessa Betanin 1, Marcos Augusto Moraes Arcoverde 2 Curso de Enfermagem 1 (vanessa_betanin@hotmail.com; Curso de Enfermagem 2 (marcosarcoverde@bol.com.br) Palavras-chave: envelhecimento ativo, atividade física, saúde. Introdução O quantitativo da população idosa vem crescendo mundialmente. Em alguns contextos, o número de idosos aumentou em maior proporção do que os nascimentos, acarretando um conjunto de situações que modificam a estrutura de gastos dos países em uma série de áreas importantes. No Brasil, o ritmo de crescimento da população idosa é sistemático, consistente e constante. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD 2009, o País contava com uma população de cerca de 21 milhões de pessoas de 60 anos ou mais de idade (IBGE, 2010, p. 191). Envelhecer é um processo dinâmico, progressivo e inevitável, em que ocorrerão alterações morfológicas, funcionais e bioquímicas, o qual acarretará na diminuição da capacidade de adaptação homeostática às situações de sobrecarga funcional, alterando progressivamente o organismo e tornando-o mais susceptível às agressões intrínsecas e extrínsecas (GUIMARÃES et al. apud MAZO et al. 2007). Assim, envelhecer é inerente a todo ser humano esse processo assume dimensões que ultrapassam o simples ciclo biológico, pois pode acarretar, também, consequências sociais e psicológicas (OKUMA, 1998, p.13). Do ponto de vista físico, o envelhecimento é um processo constante no qual ocorrerá um declínio progressivo de todos os processos fisiológicos (ALENCAR et al., 2010), portanto, é contínuo e segue por toda a vida do indivíduo. Neste contexto, o termo envelhecimento ativo foi criado pela Organização Mundial da Saúde no final dos anos 90. Para a OMS, 2005 p.13, envelhecimento ativo é o processo de otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas ficam mais velhas. Assim, a palavra ativo refere-se à participação contínua nas questões sociais, econômicas, culturais, espirituais e civis, e não somente à capacidade de estar fisicamente ativo ou de fazer parte da força de trabalho (OMS, 2005 p.13). O envelhecimento ativo tem como principal objetivo aumentar a expectativa de uma vida saudável e a qualidade de vida para todas as pessoas que estão passando pelo processo de envelhecer, inclusive as que
2 são frágeis, fisicamente incapacitadas e que necessitam de cuidados (OMS, 2005). Para Montti (2005) atividade física é um conjunto de ações que um indivíduo ou grupo de pessoas pratica, as quais envolvem gasto de energia do organismo, por meio de exercícios que promovam movimentos corporais, com aplicação de uma ou mais aptidões físicas, além de atividades mental e social, de modo que terá como resultados os benefícios à saúde. Segundo Matsudo (2001) a atividade física é definida como qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos que resultam em gasto calórico acima do basal. Já exercício físico é compreendido como uma subcategoria da atividade física que antecipadamente planejada, estruturada e repetitiva; que irá resultar na melhora ou manutenção de uma ou mais variáveis da aptidão física (MATSUDO, MATSUDO e NETO, 2001). A prática de atividade física oferecerá oportunidades de destacar um número favorável de fatores, contribuindo para envelhecer com saúde, por meio de um estilo de vida independente, aprimorando a capacidade funcional e a qualidade de existência nesta fase (DANTAS et al., 2002). Essa atividade praticada regularmente consegue frequentemente retardar ou reverter o decréscimo de mobilidade, decréscimo este que contribui para doenças e incapacidades em pessoas idosos (BUCKWATER apud DANTAS et al. 2002). Envelhecer com qualidade de vida e bem estar é um desafio e também um objetivo desejável para a população. A reabilitação preventiva e flexível que valoriza o ser humano a partir de suas complexidades pode contribuir para a realização desse propósito (SILVEIRA e FARO, 2008, p. 56). A prática de atividade física traz benefícios tanto preventivos quanto terapêuticos para a pessoa debilitada pelo passar dos anos, benefícios estes que o principal objetivo é tornar seus dias mais prazerosos, ao se aperfeiçoarem as possibilidades das ocupações cotidianas e de lazer (DANTAS et al. 2002). Os benefícios da atividade física incluem efeitos antropométricos (aumento da força muscular), efeitos metabólicos (aumento de sangue circulante), efeitos cognitivos e psicossociais (diminuição de medicamentos usados, menor nível de estresse), efeitos nas quedas (redução no risco de quedas) e efeito terapêutico (menor risco de constipação) (MATSUDO, 2009). Eles são aceitos pela população em geral e científica de forma positiva a cada ano, e estes se tornam mais evidentes na terceira idade. Exercícios físicos para pessoas idosas necessitam de planejamento cuidadoso e eficiente, sempre considerando a idade, a experiência vivencial, o nível de preparo, a escolaridade e as condições de saúde de cada sujeito. Para a escolha correta do tipo de exercícios deve-se levar em consideração as preferencias de cada pessoa e as possibilidades que esta terá para efetuar estes exercícios, sendo que uma ou mais modalidades
3 podem não ser indicadas em decorrência de doenças encontradas no individuo (NÓBREGA et al., 1999). A falta de atividade física, ou seja, a inatividade é comum entre os idosos, e esta irá favorecer no processo de aceleração de envelhecimento, além de ser um fator para surgimento de doenças crônicas. Em algumas situações, o envelhecimento pode estar relacionado com um estado de dependência, fraqueza generalizada, mobilidade limitada e resistência diminuída (FRISARD et al. apud SILVEIRA, FARO e OLIVEIRA, 2011). Deve-se levar em consideração que uma maior proporção de pessoas idosas representa, para o sistema de saúde, elevação dos gastos com internações por doenças crônico-degenerativas associadas ao processo de envelhecimento (PEIXOTO et al., apud CASSOU et al., 2008). Cabe lembrar que quanto menos se investir na prevenção, mais se gastará nas internações. No Brasil, os idosos que vivem em domicílios multigeracionais no estão muito mais sujeitos a uma situação de isolamento e maior grau de dependência e incapacidade. O que acaba sendo determinante para uma baixa qualidade de vida. Este fato ocorre não por escolha, mas justamente pela falta de outras opções que esses idosos tem em seu cotidiano (RAMOS et al. apud GARRIDO E MENEZES, 2002). Ainda neste contexto, a mobilidade é a capacidade do indivíduo se deslocar pelo ambiente, e é um componente da função física extremamente importante; sendo um dos pré-requisitos para a execução das atividades de vida diária (AVDs) e manutenção da independência. O prejuízo desta pode gerar dependência e incapacidades (OLIVEIRA, GORETTI, PEREIRA, 2006). A habilidade de um idoso em manter a destreza e a mobilidade cotidianas como caminhar, levantar-se e alcançar algum objeto acima da cabeça - evidencia importantes aspectos de um estilo de vida saudável e de qualidade (DANTAS et al., 2002). A qualidade de vida que as pessoas terão quando avós dependem não só dos riscos e oportunidades que experimentarem durante a vida, mas também da maneira como as gerações posteriores irão oferecer ajuda e apoio mútuos, quando necessário (OMS, 2005). Apesar do envelhecimento da população ser uma grande vitória para o mundo, tem-se nas mãos um difícil desafio que é a preparação para este envelhecimento; os idosos são ignorados como fonte de produção para o país, quando na realidade são parte de um recurso importante para a constituição da nossa sociedade. Se as pessoas procurassem envelhecer visando uma saúde melhor, as despesas médicas, provavelmente, não aumentariam de modo tão rápido; já que na maioria dos países os idosos continuam representando uma parte vital para as famílias e comunidades, afinal, grande parte destes idosos trabalha tanto no mercado formal quanto no informal. Por essa razão, a proporção de dependência é de uso limitado para indicar as necessidades de uma população (OMS, 2005)
4 Objetivos Identificar na população idosa de Foz do Iguaçu e Cidade de Leste as atividades físicas mais frequentes e o nível de mobilidade. Materiais e métodos Trata-se de uma pesquisa epidemiológica de caráter descritoexploratório. Os dados serão coletados do banco de dados da pesquisa Conhecimento sobre os indicadores de saúde da população idosa da tríplice fronteira Brasil, Argentina, Paraguai, aprovada pelo Comitê de ética com o parecer número 484/2010. Essa pesquisa está dentro do projeto de pesquisa do orientador. As variáveis que serão analisadas nesta pesquisa são: local de residência, sexo, estado civil, meio de transporte utilizado para locomoção, atividades sociais que participa, atividades de lazer, quantidade de vezes na semana que realiza atividade física, quais atividades realizadas, capacidade e auxilio para locomoção para atividades de vida diárias (andar, comer, tomar banho) A amostra será constituída por 1050 idosos residentes em Foz do Iguaçu e 380 em Cidade de Leste. A realização das entrevistas já está ocorrendo, por se tratar de uma pesquisa maior do orientador. Como projeto de iniciação científica, o aluno terá acesso ao banco de dados dessa pesquisa para análise e estudo das variáveis apontadas. Os dados serão tratados estatisticamente buscando encontrar relação entre as variáveis e não apenas as porcentagens descritivas. Resultados e Discussão Até o momento não há resultados, pois as entrevistas ainda estão sendo realizadas e inseridas no banco de dados. Conclusões ou Considerações Finais A prática de atividade física regular é uma forma de prevenir muitas doenças relacionadas a pessoas idosas. Idosos sedentários possuem maior propensão à falta de mobilidade quando comparados aos que praticam atividade física regularmente, porém só será possível chegar a conclusões e considerações finais fidedignas, após analise das variáveis. Referências ALENCAR, N. A. et al. Níveis de Atividade Física em Idosas Estud. interdiscipl. envelhec. Porto Alegre, v.15, n.1, p.87-97, CASSOU, A.C.N. et al., Barreiras para a atividade física em idosos:uma analise por grupos focais R. da Educação Física/UEM Maringá, v. 19, n. 3, p , 3. trim
5 DANTAS et al. A preponderância da diminuição da mobilidade articular ou da elasticidade muscular na perda da flexibilidade no envelhecimento.fit Perf J, Rio de Janeiro, 1, 3, 13, mai/jun GARRIDO, R.; MENEZES, P. R. Perspectiva epidemiológica de envelhecimento.rev. Bras. Psiquiatr.;24(Supl I):3-6, GUIMARÃES, L. H. C. T. et al. Comparação da propensão de quedas entre idosos que praticam atividade física e idosos sedentários Revista de neurociência. v. 12, n. 2, abril, IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Estudos e pesquisas informação demográfica e socioeconômica número 27 Síntese de indicadores sociais. Uma análise da população brasileira Brasília. Disponível em: < Acesso em 28/02/2012. MATSUDO, S. M. M. Envelhecimento, Atividade física e Saúde. Boletim do instituto de saúde envelhecimento e saúde. v. 47, abril, MATSUDO, S.M.; MATSUDO, V. K.R; NETO, T. L. B. Atividade física: aspectos epidemiológicos Rev. Bras. Med. Esporte v.7, n.1, Jan/Fev, MAZO, G.Z; LIPOSCKI, D.B; ANANDA, C. e PREVÊ Incidência de Quedas, Atividade Física e Saúde dos Idosos Rev. Bras. Fisioter., São Carlos, v. 11, n. 6, p , nov./dez NÓBREGA, A.C.L. et al., Posicionamento oficial da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia: atividade física e saúde no idoso. Rev Bras Med Esporte v. 5 n. 6 Niterói Nov./Dec OLIVEIRA, D.L.C; GORETTI, L.C; PEREIRA, L.S.M. O desempenho de idosos institucionalizados com alterações cognitivas em atividades de vida diária e mobilidade: estudo piloto Rev. bras. fisioter. v. 10, n.1, p.91-96, OMS Organização Mundial da Saúde. Organização Panamericana de Saúde. Envelhecimento ativo: uma política de saúde. Suzana Gontijo (trad.), Brasília/DF: OPAS, Fontes de Financiamento Bolsa pela Fundação Araucária e projeto financiado pela Hidroelétrica Itaipu Binacional.
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