O FUTURO DA ATER PÚBLICA A ATER QUE QUEREMOS E QUE O BRASIL PRECISA UMA CONTRIBUIÇÃO DO SENGE/RS
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- Luciano Valgueiro Aquino
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1 O FUTURO DA ATER PÚBLICA A ATER QUE QUEREMOS E QUE O BRASIL PRECISA UMA CONTRIBUIÇÃO DO SENGE/RS Apresentação 1. PORQUE DESTE DOCUMENTO Sucessivas crises do modelo institucional; Sucessivas crises de orçamento a cada troca de Governo Estadual; 1977 Rejeição pela AL criação Empresa Pública; 1990 Gov. Simon extinção EMBRATER; 91 a 94 Gov. Colares questionamentos da Sec. Fazenda, apoio do Governador; 95 a 98 Gov. Britto privatizações; 99 a 06 Gov. Olívio e Gov. Rigotto manutenção; 07 Gov. Yeda corte de recursos/demissões, forte crise; 2010 Lei de ATER ( de 11/01/2010) cria a PNATER e o PRONATER; 2011 a 2014 Gov. Tarso Lei Estadual de ATER ( de 29/05/2013) semelhante a Lei Nacional, cria o Fundo Estadual de ATERS e o Conselho de Desenvolvimento Sustentável; contratações e recuperação do orçamento, Planos de aposentadoria incentivada; 2015 Gov. Sartori contingenciamento (30%) e PDDI; 2. HISTÓRICO Mobilizações anteriores a 07 - contrárias a mudança; 2007 Intensificação a partir corte de recursos; Necessidade de reestruturação INDG (Gov. Ieda); Reunião com ex-diretores da empresa; Grupo de trabalho para elaboração do documento; Entrega do documento à Direção (2009). 3. EVOLUÇÃO Poucas e pontuais mudanças; Congelamento do orçamento; Agravamento das dificuldades; Impossibilidade de recompor o quadro funcional; Retomada da discussão nas regiões e ajustes no documento; Versão atualizada que hoje se apresenta; 1/8
2 O FUTURO DA ATER PÚBLICA NO RS CONTRIBUIÇÕES DO SENGE RS PARA A EMATER-RS/ASCAR SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 2. CONTEXTUALIZAÇÃO 2.1. ATER no Mundo 2.2. ATER na América Latina 2.3. ATER no Brasil e no RS 3. A EXTENSÃO RURAL NO RS 3.1. Realizações da ATER no RS 3.2. Necessidades de ATER no RS 3.3. O futuro da Extensão Rural 4. A REESTRUTURAÇÃO DA ATER PÚBLICA NO RS 4.1. Ações metodológicas e estratégicas 4.2. Ampliação das Atividades 5. CONCLUSÕES 5.1. A importância da EMATER-RS/ASCAR para a Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo SDR e Secretaria da Agricultura, Pecuária, e Agronegócio - SEAPA 5.2. A estrutura da empresa 5.3. Necessidade de mudança 5.4. Alternativa viável Instituição pública (Fundação/Instituto Público) SÍNTESE DO DOCUMENTO A PARTIR DO ITEM Necessidades da ATER no RS Ainda necessitamos de Extensão Rural no Rio Grande do Sul? Para dar resposta a esta pergunta é preciso examinar os principais fatores estruturais e de contexto que determinam o cenário da agricultura rio-grandense. O ambiente natural Aqui devem ser considerados os solos, a água, o clima e os diversos ecossistemas existentes em nosso Estado. O ambiente econômico e social Forçosamente o novo agricultor independente do tamanho de sua propriedade e característica de gestão deverá ser um profissional. Para cumprir esses papéis, o novo agricultor deverá ser: Informado; Capacitado; Vocacionado para a atividade de produção rural. 2/8
3 3.3 O futuro da Extensão Rural Novo Agricultor do Século XXI Fazer as adequações tecnológicas; Respeitar e ajudar a preservar o ambiente; Fazer uso adequado do solo, e da água e recursos financeiros; Vencer o desafio de conviver e enfrentar as adversidades climáticas, buscando sistemas de produção adequados matrizes produtivas adequadas; Produzir para um mercado consumidor cada vez mais exigente; Agregar valor aos seus produtos; Todos os agricultores, qualquer que seja o rumo que tomarem, precisarão de apoio governamental. O serviço capaz de acompanhar e apoiar o agricultor nessa trajetória já existe: Tem mais de 60 anos de história e resultados; Utiliza metodologias de trabalho adequadas; Possui estrutura descentralizada; Está presente na quase totalidade dos municípios gaúchos; Possui capital humano e social, e capacidade gerencial. O serviço de ATER terá que trabalhar com a ótica do desenvolvimento: Ideia de melhoramento econômico; Abrangendo também dignidade humana; Segurança; Justiça; Inclusão; Sustentabilidade no tempo ambiental, econômica, social. 4. A REESTRUTURAÇÃO DA ATER PÚBLICA NO RS 4.1 Ações metodológicas e estratégicas Os bons resultados obtidos pela EMATER-RS/ASCAR no passado não garantem êxitos futuros; É necessário implantar um projeto de adequação recuperação da Instituição. Lei de 29/05/2013 definiu a relação da EMATER com o Estado estabelecendo em seu Art. 10º. O Estado, por meio do Programa ora instituído, manterá serviço permanente e 3/8
4 continuado de Assistência Técnica e Extensão Rural e Social, diretamente ou por meio da Associação Rio-grandense de Empreendimentos da Assistência Técnica e Extensão Rural - EMATER/RS - e/ou Associação Sulina de Crédito e Assistência Rural - ASCAR -, que compõem o Sistema EMATER-RS/ASCAR. As mudanças necessárias deverão ser implantadas a partir de um diagnóstico; Não cabe ao SENGE realizar este diagnóstico, no entanto, sugere-se que sejam analisadas as questões abaixo enumeradas, sem ordem de prioridade: Escritórios Regionais Suas funções estratégicas de apoio técnico, tático, de capacitação e de avaliação foram sendo absorvidas pelas administrativas e emergenciais, com excesso de autonomia. São necessários 12 ESREGs? Escritório Central Sua importância na coordenação estadual, planejamento, definição de estratégias e diretrizes, controles, relatórios de atividades e de resultados, imprescindíveis ao próprio Governo Estadual, preservação da unidade filosófica da instituição, e relações interinstitucionais, fazem do Escritório Central uma unidade imprescindível. Auditoria Interna É, hoje, mínima, atuando por demanda. Caberia a ela identificar os desvios entre padrões estabelecidos e os procedimentos adotados, criando um sistema mais moderno de governança. Código de Conduta A empresa não dispõe de um código de conduta que oriente de forma clara e transparente o quadro funcional quanto a condutas necessárias e condutas vedadas. Atividades políticas e comerciais dos funcionários Alguns funcionários têm dificuldade em segregar suas responsabilidades na empresa com as de interesse particular. O código de conduta deveria contemplar estes aspectos. Seleção de Pessoal As exigências para os agricultores do século XXI são complexas, demandando cada vez maior nível de conhecimentos especializados no apoio às suas atividades. Municípios e locais prioritários Quadro de lotação, visando adequar a contratação, designação e lotação de funcionários, conforme as necessidades e realidades e não por interesses político partidários e outros. Reestudar a proposta de municípios polo. Ferramentas Modernas As tecnologias de informação e comunicação (TICS) são fundamentais e tem importância estratégica para o desenvolvimento e qualificação da ATER. Estratégias Exitosas Muitas estratégias exitosas e que fugiam do padrão de atendimento da EMATER-RS /ASCAR não foram devidamente analisadas, visando sua possível adoção rotineira. Um exemplo é o trabalho realizado junto à Usina Hidrelétrica de Passo Fundo. 4/8
5 Programação Aposentadoria Para a elaboração de um programa dessa natureza, a EMATER-RS/ASCAR já tomou uma decisão das mais complexas, que foi a criação da fundação de previdência complementar (FAPERS). 4.2 Ampliação das Atividades Sugere-se a divisão das atividades em dois grupos: Atividades Básicas Extensão rural (difusão de informação e tecnologia, organização rural, planejamento); Ações sócio assistenciais na área da saúde, educação, habitação e saneamento rural; Assistência técnica (individual e grupal); Crédito rural orientado; Capacitação e treinamento (em centros de treinamento e em outros locais). Atividades Complementares Classificação de Produtos Vegetais; Certificação de Produtos; Perícias; Cadastro ambiental rural CAR; Licenciamento Ambiental; Crédito Rural; Desenvolvimento de Agroindústrias; Engenharia Rural e Geosserviços (georreferenciamento e geoprocessamento); Informação Rural; Organização de Eventos (exposições, feiras, campanhas, dias de campo, excursões, cursos, palestras); Elaboração de Projetos/Programas Especiais (macroprojetos); Gestão e coordenação de Programas Especiais; Pesquisa Agropecuária; Administração Rural; Economia Rural; Turismo Rural; Programas de Fomento Agrícola; Capacitação de Técnicos para ATER Privada (incluindo incubadoras). 5/8
6 Cita-se a seguir, como exemplos e sugestões, algumas atividades que a empresa poderia ampliar imediatamente (no caso de já serem executadas), ou implantar buscando aumentar suas receitas e, com isso dar suporte técnico e financeiro às atividades clássicas de extensão rural: Apoio ao desenvolvimento da agroindústria e cooperativas; Georreferenciamento e geoprocessamento; Crédito Rural; Diversificação de fontes de financiamento; Programa de Informação Rural; Cadastro ambiental rural CAR; Outros. 5. CONCLUSÕES 5.1 A importância da EMATER-RS /ASCAR para a Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo SDR e Secretaria da Agricultura, Pecuária, e Agronegócio SEAPA. Orçamento SEAPA e SDR insuficiente e defasado; Decrescente: 244 milhões 2001 (SEAPA) 241 milhões 2010 (SEAPA) 370 milhões 2015 (SDR), com corte no orçamento EMATER de 202 para 140,9 milhões! Emater tem sido o principal braço executor das políticas públicas; LEI Estadual de ATER. 5.2 A estrutura da empresa Qualquer que seja a formatação a ser implementada há requisitos básicos que devem ser observados, sob pena de inviabilizar a proposta. São eles: Eliminação ou, no mínimo, diminuição drástica da interferência político partidária na gestão da empresa e no trabalho da ATER; Qualificação permanente do quadro de pessoal com observância de requisitos técnicos e formação universitária na ocupação de cargos de chefia nos diferentes níveis; Resgate da carreira profissional na empresa como fator de estímulo aos funcionários para o desempenho de seus cargos e funções; 6/8
7 Resgate de um sistema de avaliação de desempenho, confiável, justo e que permita a tomada de decisões gerenciais no sentido de corrigir eventuais deficiências e permitir a evolução do funcionário, promovê-lo ou, até mesmo desligá-lo; Garantia de continuidade e aperfeiçoamento de dois importantes instrumentos de gestão que são o Plano de Saúde e a Fundação Previdenciária; Em relação à estrutura, é imprescindível para a atuação em nível estadual, que sejam mantidas as estruturas regionais, reestudando a conveniência de manter 12 ESREGs e o escritório central adequadamente dimensionado para as antigas e novas atividades; recomenda-se também analisar a possibilidade de implantar escritórios polos para atender mais de um município. É necessário que tais estruturas sejam dotadas de excelência técnica para cumprir as funções: De planejamento; De gerenciamento de programas e projetos; De formulação de novos programas e projetos; De suporte técnico; De articulação interinstitucional; De coordenação e controle. 5.3 Necessidade de Mudanças O grande problema atual, que está levando o governo estadual a reduzir significativamente suas contribuições para o sistema EMATER-RS /ASCAR está centrado em dois pontos principais: A questão institucional; A questão financeira A questão Institucional Ascar entidade de direito privado que opera verbas públicas; Agilidade; Filantropia; Dispensa de Licitações; Empregados Celetistas; Facilidades para parcerias; Vantagens não compensariam mais pela perda da filantropia e dívida com INSS; Duplicidade Ascar/Emater gera dúvidas e confusões na administração pública. 7/8
8 5.3.2 A questão Financeira Crises do Estado Cíclicas falta de planejamento de longo prazo e visão estratégica de estado; Dificuldades para repasses federais para EMATER. O futuro da instituição parece depender de uma reforma que assegure: Agilidade operacional; Autonomia administrativa; Independência financeira; Transparência para a sociedade; Apoio dos quatro segmentos: federal, estadual, municipal e privado; Qualidade na prestação dos serviços e Controle Social. 5.4 Alternativa viável Instituição pública (Fundação/Instituto Público/outra forma); Contratações por concurso; Estrutura intermediária enxuta e qualificada; Alternativa que está sendo adotada em alguns estados no país (ex.: Goiás); Opinião de vários profissionais com vivência em ATER; Constituição jurídica permitiria garantia recursos públicos estaduais e federais. A opção política tomada na gestão anterior, foi por não alterar a forma institucional da empresa considerando a questão da filantropia e, considerando que a Lei Estadual de ATERS Lei /2013, no seu artigo 10 define que o Estado pode executar o serviço por meio da EMATER/ASCAR. A alternativa viável apontada no item 5.4 é para o caso do Estado resolver executar diretamente, opção também prevista no artigo 10 da Lei citada, situação em que a alteração seria recomendável principalmente para garantir agilidade e autonomia administrativa. 8/8
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